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Preço do petróleo poderá levar à alta da inflação, e quem paga a conta é o povo

O Brasil não está livre de sofrer com esses aumentos, haja vista que o consumo de combustíveis fósseis ainda é predominante no país

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Live NPC: o ridículo agora é moda

Quem ainda não viu, vá por mim, não perca seu tempo. É constrangedor, uma vergonha alheia

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Que calor! Tempo quente na rua e na política em Goiânia

No Paço, bastidores estão fervendo com a possibilidade do desembarque do Republicanos, partido do prefeito, da base

Brasil +40 graus: o calor extremo se cria na extrema desigualdade

Temperaturas desafiadoras são explicáveis bem além de fenômeno natural, na riqueza absurda de poucos e na miséria escandalosa de bilhões

Crise nas maternidades escancara má gestão

Crise das maternidades se arrasta há meses; população sofre com falta de insumos e de ambulância nas maternidades

Democracia no banco dos réus: quem julga os julgadores?

Na última semana, o julgamento dos primeiros réus do fatídico 8 de janeiro no Supremo Tribunal Federal (STF) movimentou as redes sociais. E o foco, estranhamente, eram os advogados de defesa. Em sua fala, o ministro Alexandre de Moraes parecia fazer questão de expor fraquezas, incongruências, gafes ou qualquer deslize dos que estavam ali para exercer seu trabalho. O resultado? Um festival de memes e o tribunal da internet não perdoou.

O direito à ampla defesa é garantido pela nossa Constituição. E aí reside a beleza de um Estado Democrático de Direito. Como lembrou a ministra Cármen Lúcia: “bendita democracia, que permite que alguém que mesmo nos odiando pode, por garantia dos próprios juízes, vir e dizer a eles sobre isto, que é a sua verdade”.

De fato, se todos pensássemos de forma igual, estaríamos vivendo em uma ditadura, onde liberdades são tolhidas. E que bom que não estamos! Que bom que a tentativa de golpe de 8 de janeiro fracassou. Justamente por isso hoje existe o julgamento daqueles que as investigações apontaram que contribuíram de alguma forma para a concretização dos atos golpistas. Mesmo assim, devem ser julgados seguindo as prerrogativas constitucionais.

As lágrimas de uma das advogadas de defesa durante o julgamento comoveram alguns enquanto outros avaliaram ser apenas uma estratégia para chamar a atenção. Independente da intenção, nas entrelinhas de sua fala, o medo do achincalhamento público era nítido. Ali, diante dos ministros, ela é uma profissional, independentemente de qualquer ideologia ou partido político, por mais que na pauta em questão isso seja muito difícil de ser separado.

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO) se pronunciou sobre o ocorrido no STF: “O desrespeito ao exercício pleno da advocacia é uma afronta à sociedade”, afirmou a nota divulgada no último sábado, 16. Para a Ordem, é “inadminissível” que os julgadores, durante os autos do processo, expressem críticas aos autores da sustentação oral ou ridicularizem o profissional da advocacia.

E a OAB tem razão. Afinal, o constrangimento de um advogado durante um julgamento pode vir a ser sim uma violação da ampla defesa, um direito constitucional. Esse é um fundamento de um Estado democrático: não retirar os direitos nem mesmo de seus algozes. Até porque, se assim não o fizer, torna-se uma tirania. E confundir Saint-Exupéry com Maquiavel é um erro muito menor do que vandalizar e atentar contra as intituições democráticas.

Prudência e sabedoria são aliados indispensáveis durante o julgamento em questão para que no banco dos réus,estejam apenas os cidadãos que podem vir a pagar pelos atos cometidos e não a própria democracia. Mas seja qual for a decisão, quem julga os julgadores? A opinião pública pode até ter sua sentença sobre tudo e todos, mas não pode nem deve mudar o rumo da Justiça de um país.

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Precisamos sempre conversar sobre suicídio

Certa vez presenciei uma cena de suicídio. Assim, no meio de uma tarde qualquer. Vi de relance, quase tão rápido quanto uma piscadela, mas suficiente para que a imagem grudasse para sempre na minha mente. Acho que tem mais de 15 anos, talvez um pouco mais. Era numa época dessa que criança brinca de correr atrás de pipa na rua sem nenhuma preocupação.

Suicídio pode ser prevenido: encontre ajuda aqui

Naquela época eu não entendia o que significa atentar contra a própria vida. Ainda hoje não sei. Aquela fração de segundos antes de fechar os olhos com força e medo, ainda perambula pela minha cabeça e a revivo na lembrança. Não sabia quem ele era, embora provavelmente eu o já tivesse visto pelas poucas ruas do meu setor.

A tragédia do suicídio, segundo o filósofo e jornalista francês Albert Camus, é questão fundamental da filosofia. Encarar o tema de frente sempre foi um desafio, seja pelas questões mais sensíveis, como a capacidade de influenciar alguém que já perdeu ou está prestes a perder as esperanças, ou pela fragilidade que é lidar com algo tão simples e único como a vida. Na faculdade de jornalismo, aprendemos a não divulgar atentados contra a própria vida, nem os tentados. Mas um fato que precisa ser amplificado é a história de quem sobreviveu.

A filosofia, ou melhor, a literatura, é um dos caminhos para compreender a questão. É comum ouvir dizer que um suicida quis dar cabo do seu próprio sofrimento. Mas não é só isso. Para o escritor francês, o atentado é uma escolha legítima do ponto de vista da dor e do absurdo. Mas ela deve ser melhor analisada por diversas óticas.

Sísifo foi condenado, não a carregar uma pedra morro acima, mas a vê-la descer sem que nada pudesse ser feito e repetir esse processo para o resto de sua existência. Somos condenados a carregar nossas pedras até o topo e ao final do dia, as vemos deslizar montanha abaixo. Camus chama isso de absurdo da vida. Nessa prisão perpétua em que vivemos num universo indiferente às nossas desgraças, a morte não resolve nenhuma delas.

O autor defende que o suicídio não é uma solução válida para o absurdo, pois seria uma forma de escapar da realidade e negar a liberdade humana. Ao invés disso, ele propõe que devemos aceitar o absurdo e enfrentá-lo com rebeldia, criatividade e paixão, criando os nossos próprios valores e significados. Assim, podemos imaginar Sísifo feliz, pois ele reconhece a sua situação e se afirma como um ser livre e consciente.

Quando perdi as esperanças pela primeira vez, fui provocado pelo escritor de 'As crônicas de Nárnia', C.S Lewis, sobre os absurdos da vida. No livro 'Cristianismo puro e simples', escrito durante os anos 40, no período da Segunda Grande Guerra, o professor e teólogo irlandês fala sobre o desencontro do desejo e a satisfação.

Uma das citações que me marcou fala da insatisfação que os seres humanos sentem quando não se conectam com algo transcendental, espiritual ou ancestral. "Se nenhum dos meus prazeres terrenos é capaz de satisfazê-lo, isso não prova que o universo é uma fraude. Provavelmente os prazeres terrenos não têm o propósito de satisfazê-lo, mas somente de despertá-lo, de sugerir a coisa real", escreve.

Os escritos, na verdade, são parte de reflexões do autor durante programas de rádio na maior corporação pública de TV e Rádio, a BBC, durante os conflitos entre as maiores potências mundiais. Num mundo de desesperanças, ele buscava encontrar sentido na vida.

Assim como nas reflexões de Lewis, Jacques Lacan, o psicanalista francês, se enveredou na busca de explicar os desejos humanos. Como uma traça-de-roupas, o homem devora seus desejos e ao realizá-los, já não é mais feliz. Espera, reflete, se entede, escolhe um novo e vive assim, carregando sua rocha montanha acima. Nunca satisfeito, o homem segue a vida se remendando.

Encontre ajuda

S e precisar de ajuda, procure uum dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) ou de Pronto Atendimento (UPAs). E, ainda, a escuta emergencial do Centro de Valorização da Vida (CVV), está disponível no número 188 (ligação gratuita).

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Toda ação policial envolvendo mortes precisa ser investigada até mesmo para o bem da corporação. Porém, pelo menos a imprensa precisa agir com imparcialidade para não perder a credibilidade