Há 22 anos atrás, neste mesmo dia, o planeta presenciou um evento catastrófico que mudou o rumo da geopolítica mundial. Independentemente de ser americano ou não, qualquer um que assistiu as cenas dos aviões se chocando com as torres do World Trade Center ficou chocado. Não é por menos, a “caixa de pandora” foi aberta de vez e todos viram o potencial das organizações terroristas.

Como consequência imediata do ataques do 11 de setembro, a primeira reação dos Estados Unidos foi caçar o responsável por ceifar três mil vidas americanas. O culpado? Osama bin Laden, líder da Al-Qaeada na época, se tornou o homem mais procurado do planeta. Ao mesmo tempo, o presidente George W. Bush ainda declarou “Guerra ao Terror”, com o objetivo de combater o terrorista ao redor do planeta.

Com o objetivo de desmantelar a Al-Qaeada e o regime do Talibã, os EUA invadiram o Afeganistão após os ataques do 11 de setembro. Apesar da justificava de combater o terrorista, a guerra ficou mal vista e gerou protestos em diversos países. Inúmeros alegavam que a agressão era injustificável e causava mortes de milhares de civis.

Dois anos depois, os americanos também invadiram o Iraque, com a premissa de que o país também tinha armas de destruição em massa. Seria mais um passo da “guerra ao terror” imposta por Bush, suspeitando que o país também possa ter abrigado membros da Al-Qaeada. Entretanto, a opinião pública também via o conflito como uma oportunidade dos EUA em controlar regiões importantes com reservas de petróleo e gás natural.

De qualquer forma, quem mais sofreu com desdobrar dos conflitos foram os civis das regiões. O que segue a premissa histórica de que as pessoas comuns são as que mais sofrem com qualquer guerra. Ao mesmo tempo, fora dos campos de batalha, o atentado também gerou uma grande onda de xenofobia, não só nos EUA, mas em todo o planeta.

Por conta da origem islâmica de bin Laden e da Al-Qaeada, inúmeros muçulmanos ainda sofrem preconceitos por conta dos eventos de duas décadas atrás. Seja ofensas para culpabilizar por conta dos ataques, mesmo pessoas que nem tenham nascido antes dos eventos, ou o simples medo de ficar perto de alguém vestindo turbante ou hijabe.

Dentro dos Estados Unidos, o medo de novos ataques terroristas resultaram em uma série de medidas drásticas de segurança que refletiram ao redor do planeta. Entre as principais medidas está o Ato Patriota, assinado no mês seguinte ao ataque.

O decreto prevê medidas como interceptações de ligações e e-mails de pessoas supostamente envolvidas com o terrorismo, sem precisar de autorização da Justiça. Ou seja, uma lei que permite o Governo americano de suprimir direitos com a justificativa de combater o terror. Algo que não nada popular em qualquer sociedade, mas que foi resultado direto do trauma causado pelo atentado do 11 de setembro.

Por fim, a segurança dentro dos aeroportos e aviões mudou completamente após os ataques, não só nos EUA, como em todo o planeta. Todo um protocolo de burocracia e medidas de segurança foi criado para impedir novos sequestros de aviões e outras formas de terrorismo. A aviação comercial nunca mais foi a mesma.

Apesar das conflitos armados da “guerra ao terror” terem sido encerrados e diversas medidas do Ato Patriota terem expirado, o mundo jamais se “destraumatizará” dos evento ocorridos no dia 11 de setembro de 2001. A partir desta data, o terrorismo não só modificou a estrutura geopolítica mundial, mas também mostrou que veio para ficar.