Viralizou nas redes sociais nos últimos dias a tal Live NPC. Se você, assim como eu, perdeu alguns minutos de sua vida para conferir o que é isso vai concordar que trata-se de algo ridículo que, infelizmente, virou moda.

Para quem não sabe o que é a Live NPC, basicamente é uma live, ou seja, um ao vivo que uma pessoa faz no TikTok para imitar um NPC, personagem não jogável, traduzindo do inglês. É aquele jogador que aparece em uma game, mas que a pessoa não controla, que não foi feito para jogar com ele, embora desempenhe funções no jogo.

Então, uma pessoa se fantasia de um NPC, faz a live pelo TikTok, as pessoas vão reagindo e o host agradece com imitações de acordo com o que recebe de emojis. Se ganha um milho, finge como se estivesse comendo o milho, imitando o personagem.

Quem ainda não viu, vá por mim, não perca seu tempo. É constrangedor, uma vergonha alheia. Apesar disso, muitos influencers estão ganhando muito dinheiro com essas lives, o que torna mais absurdo ainda. Pior que isso: as pessoas pagam para assistir isso. A interação em troca de presentes possa render até R$ 50 mil por dia para alguns criadores de conteúdo no TikTok.

Pelo jeito, não sou o único a desaprovar tal atividade. Especialistas têm classificado a atividade como prejudicial e degradante. O próprio TikTok já planeja uma intervenção para limitar a promoção de “conteúdo de vídeo que seja repetitivo, careça de autenticidade e tenha o propósito de degradar, com o intuito de motivar os espectadores a oferecer recompensas”.

Não se torne uma massa de manobra, não passe esse atestado. Evite financiar conteúdos como este.

Uma antiga música do Titãs, intitulada “Televisão”, diz: “A televisão me deixou burro, muito burro demais. Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais”. Bom, apesar de ser uma crítica clara à TV e ter sido lançada em 1985, a música é bem atual se pensarmos pelo lado da Live NPC e outros tiktoks da vida.

Isso porque, apesar de mencionar a televisão si, a letra pode ser interpretada como uma crítica geral ao meios de comunicação de massa, que tem deixado a gente “burro, muito burro demais”.

A vantagem é que nos dias atuais essas febres logo passam. Por outro lado, logo outra coisa ridícula vai viralizar e entrar na moda de novo. Aguardemos.

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