Nas ruas, não se fala em outra coisa: que calor! As altas temperaturas, além de aquecer o comércio com o aumento das vendas de sorvete, ar-condicionado, ventiladores ou qualquer outra coisa refrescante, parecem estar repercutindo no mundo político, que está fervendo.

No Paço Municipal, a mudança do secretariado causou desconforto até mesmo no próprio partido do prefeito Rogério Cruz, o Republicanos. Na Câmara dos Vereadores, a dança das cadeiras provocada por decisões jurídicas tem movimentado os gabinetes. Até no governo estadual, a falta de um nome unânime para a Prefeitura de Goiânia com a desistência da filha de Iris Rezende, Ana Paula Craveiro, tem dado lugar para burburinhos no mar de apostas de quem será o representante da base caiadista nas próximas eleições.

Mas é na capital que a temperatura está nas alturas. Enquanto o prefeito anunciou a troca de secretários em sete pastas – inclusive na Saúde -, a crise nas maternidades tem obrigado grávidas a dar à luz sem analgésico e as deixando sem o atendimento eletivo. A Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG (Fundahc) reclama que tem mais de R$ 40 milhões a receber da Prefeitura e que o repasse é necessário para a retomado do trabalho.

A troca do secretariado, feita com o intuito de acomodar melhor a base, acabou por desagradar até o partido do próprio prefeito. O Republicanos, em comunicado assinado por Hildo do Candango, presidente da sigla em Goiás, ameaçou desembarcar da Prefeitura. A ideia é que o partido possa “dialogar com outras forças políticas para 2024”.

O “juízo final” de Cruz no Republicanos seria na próxima sexta-feira, 22, quando, em reunião com Hildo, o partido define se continua com Rogério ou abandona o barco. E isso por si só já pode ser considerado uma espécie de ultimato para ver se o prefeito viabilizará – ou não – seu projeto de reeleição. Um teste de fogo que exige estratégia e habilidade política. Aguardamos cenas dos próximos capítulos.

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