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Base aliada já tem nome para 2018

Vice-governador e secretário de Segurança Pública está consolidado internamente como virtual candidato a governador

O balanço final

Apesar da derrota, Vanderlan jamais recebeu tantos votos como agora. Iris volta ao comando, mas PMDB continua rachado [caption id="attachment_79456" align="alignright" width="620"]Francisco Júnior foi quem mais ganhou, enquanto Adriana Accorsi perdeu muito ao carregar o desgaste do PT Francisco Júnior foi quem mais ganhou, enquanto Adriana Accorsi perdeu muito ao carregar o desgaste do PT[/caption] O resultado final de uma eleição é, oficialmente, a consagração de um vitorioso e de um ou vários derrotados. Essa é a lógica prática pois apenas um candidato pode ser eleito. Politicamente, a história muda de figura completamente. Há situações em que derrotados têm motivos de sobra para comemorarem, e às vezes algumas vitórias são mais complicadas do que exatamente jubilosas. Coisas que só mesmo na política pode-se aplicar. No conjunto da obra, a base aliada estadual, comandada pelo governador Marconi Perillo, tem muito o que comemorar. Mesmo concluindo o segundo ano de uma crise econômica sem precedentes no país, as forças aliadas venceram na esmagadora maioria das cidades. Perdeu alguns de seus bunkers, como Catalão, mas também avançou sob terreno adversário, como na emblemática Jataí. Sem contar Anápolis, politicamente a mais importante cidade do Estado depois da capital. Aliás, a vitória do PTB na chamada Manchester goiana, referência à cidade inglesa que abriga um dos mais importantes polos industriais da Europa, quebrou uma das pernas do Triângulo das Bermudas governista. Nesse triângulo estão os três maiores colégios eleitorais do Estado — além de Anápolis, Goiânia e Aparecida de Goiânia. Muitos garantem que a eleição municipal pode se refletir na eleição estadual. Isso não ocorre assim, automaticamente. O que aconteceu, e os resultados colhidos agora, podem ou não reforçar posições para 2018, mas as forças governistas dependem muito mais do desempenho do governo estadual do que necessária e primeiramente dos prefeitos. Se a crise econômica for superada, e o Estado retomar plenamente o curso de crescimento, a base aliada tende a permanecer unida e, mais do que isso, forte como sempre. A capilaridade dos prefeitos da base ajuda bastante, mas não é fator de definição. Na capital, dentre os sete candidatos, dois deles foram lançados apenas para marcarem posição, Djalma Araújo, da Rede, e Flávio Sofiati, do PSol. Talvez nem isso tenham conseguido plenamente até por falta de tempo no rádio e na televisão. Em termos de estrutura, suas campanhas foram uma desolação só. Chegaram exatamente onde poderiam ter chegado. O maior prejuízo é de Djalma, um vereador de vários mandatos e de alta combatividade política. Seria mais uma vez uma presença estridente na Câmara Municipal. Iris Rezende, a quem Djalma dedica inteira oposição, certamente está agradecido pela decisão dele de se candidatar a prefeito e não à reeleição. A deputada estadual Adriana Accorsi, do PT, se levado em conta apenas sua votação, saiu massacrada das urnas. Mas essa é uma imagem nitidamente falsa. Ela saiu do casulo da sua atuação política discreta — embora intensa dentro do partido. Para o grande público, ela deixou de ser apenas a filha do falecido ex-prefeito Darci Accorsi, primeiro dos três prefeitos eleitos em Goiânia desde a década de 1980. Ela passou a ter referência própria por se apresentar com bom discurso e com força de argumentação. Mas, se é assim, por que decepcionou tanto sua baixa votação? Adriana pagou um preço altíssimo, como se esperava, que não era dela: o esmagador desgaste na imagem do PT e a imagem ruim que a população goianiense tem do governo de Paulo Garcia. O também deputado estadual Francisco Júnior, PSD, apareceu com bem aplicada ideia de marketing na televisão, videosselfie, e lucrou barbaridade mesmo não tendo chegado ao segundo turno. Mas o resultado não foi somente marketing de imagem. Ele realmente é aquilo que mostrou na campanha, um bom moço. Isso não o coloca, evidentemente, como competitivo nas disputas para a Prefeitura, quando se exige postura mais agressiva, pontual e determinada. O que ele ganhou foi como um político nitidamente de perfil vocacionado para o parlamento. Iniciar uma campanha com zero vírgula alguma coisa por cento de intenções de voto e chegar a quase 10% dos votos válidos é um feito extraordinário. O deputado federal Delegado Waldir Soares, do PR, saiu de um recorde histórico nas eleições de 2014 para um fraco desempenho como candidato a prefeito de Goiânia. Seu marketing foi um desastre total por não ter conseguido quebrar a imagem do deputado delegado para transformá-la no delegado prefeito. Era mesmo quase impossível promover uma migração como essa, e teria que ter sido iniciado um trabalho desde a sua eleição como deputado. Além disso, com pouca vivência partidária no PSDB, ele migrou para o PR, que lhe ofereceu legenda para candidatura a prefeito. Legenda e mais nada, nem coligação suficiente para embasar um dos favoritos iniciais da disputa. Na pré-campanha, Waldir chegou a aparecer em algumas pesquisas internas dos partidos na frente de Iris Rezende. Então, ele deveria ter uma enorme estrutura para lhe garantir sustentação. Para Waldir, houve, sim, prejuízo para sua imagem. Provavelmen­te, não é nada definitivo, mas ele terá que se recriar enquanto deputado federal para não correr maiores riscos em sua reeleição, em 2018. O recall que era positivo se tornou negativo. Vai ter que remar rio acima tudo novamente. Vanderlan Cardoso, PSB, colheu um grande mérito. Político sem experiência, ele sai da campanha maior do que ao entrar. Na pré-campanha, ele ainda parecia aquela alternativa inviável de uma tal terceira via, que tentava se colocar como contraponto ao status quo consagrado na política estadual, que gira em torno dos eixos comandados por Marconi Perillo e Iris Rezende. Isso o mantinha totalmente isolado e sem perspectivas reais. Era somente um sonho quixotesco, que se revelou um grande fiasco em 2010 e em 2014. Desta vez, ele absorveu o apoio exatamente de um desses eixos, o de Marconi Perillo, integrando-se, portanto, ao mundo real da política estadual. É claro que seus adversários do eixo contrário, de Iris Rezende, bateram nessa tecla duramente como se esse fosse um fator definitivo negativamente. Uma grande bobagem que poderia ter sido não apenas combatida como utilizada com viés de ataque. E sua campanha nem precisaria ir muito longe para pegar um forte argumento de que estava fazendo a coisa certa ao se aliar às forças palacianas. Bastaria atravessar a avenida Rio Verde, que separa geograficamente as cidades de Goiânia e Aparecida. Na vizinha cidade-irmã siamesa, o prefeito Maguito Vilela, do mesmo PMDB de Iris, sempre lucrou com a parceria com Marconi, e jamais foi rejeitado pela população por causa disso. Ao contrário, acaba de ser decisivo na eleição de Gustavo Mendanha, também do PMDB. Ou então, se quisesse economizar no passeio até Aparecida, poderia ter usado uma frase peremptória dita pelo prefeito Paulo Garcia há alguns meses, quando disse que a falta de sintonia com Marconi prejudicou muito sua administração. Seu marketing surpreendeu muito bem no primeiro turno, mas ficou desfigurado no segundo e decisivo turno. Ao fazer um balanço sobre a disputa, Jorcelino Braga, marqueteiro-chefe da campanha de Iris, resumiu o que aconteceu: a campanha de Vanderlan demorou muito para responder os ataques que sofreu. Poderia acrescentar: e quando o fez, fez mal. Quando ao futuro, Vanderlan terá tempo para se posicionar politicamente em 2018. Se não voltar à prática do isolacionismo, tende a crescer, sem dúvida. Até pelo fato de que nos próximos dois anos, Iris terá que se esforçar muito para sair do marasmo e ir além de factóides. Será o tempo que ele vai usar para arrumar a casa. Por último, Iris Rezende. Não há muito o que falar sobre um dos grandes mitos da política de Goiás. Foi a eleição mais perigosa que ele enfrentou, e as pesquisas no início do segundo turno comprovaram isso claramente. Teve um fato, na reta final da pré-campanha, em que Iris deixou transparecer seu instinto político apurado. Naquele momento, ele estava praticamente empatado com Waldir Soares e com Vanderlan um pouco mais atrás, e sob a mira de todos. Ele então anunciou que não apenas não seria candidato a prefeito como iria se aposentar de vez. Ao sair, o alvo passou a ser Waldir, que assumiu a liderança. Um mês depois, Iris retornou, e logo na primeira pesquisa que foi feita já apareceu como líder isolado, bem à frente de Waldir, que sofreu o tiroteio intenso que estava destinado ao peemedebista. Uma jogada de mestre, que reflete e explica por que apenas Marconi Perillo conseguiu derrotá-lo até hoje. Esse é o Iris, mas agora o desafio é outro.

O grande desafio do prefeito

O goianiense já teve orgulho de morar e fazer uma das mais agradáveis capitais do país. É possível voltar aos bons tempos?

Abstenção, brancos e nulos podem ser decisivos na disputa entre Vanderlan e Iris

Faltando uma semana para a eleição de 2º turno, candidatos jogam suas últimas cartadas para convencer o eleitor a votar

Militâncias são decisivas no 2º turno

Em quadros equilibrados, a maior ou menor participação dos adeptos nas campanhas decide entre a vitória e a derrota

Pode bater, mas tem de dosar

Na primeira etapa da eleição, eleitor compara propostas; na segunda, ele opta por um perfil

Uma campanha anticampanha

Será que essa nova forma de jogar a política no rádio e na televisão é melhor do que o que se tinha antes? [caption id="attachment_76616" align="alignright" width="620"]Na campanha em Goiânia, os candidatos Djalma Araújo e Flávio Sofiati mal conseguiram dizer uma ou duas frases Na campanha em Goiânia, os candidatos Djalma Araújo e Flávio Sofiati mal conseguiram dizer uma ou duas frases[/caption] As mudanças introduzidas na legislação eleitoral que entraram em vigor este ano certamente vão ter que ser revistas. Obedecidas as proporções, simplesmente não houve campanha eleitoral, mas algo parecidíssimo com as eleições da época da ditadura militar, especialmente em relação aos vereadores. Eles mal tiveram tempo de dizer o nome e o número. Posicionamento político zero. Na época da ditadura, os programas se resumiam a apresentação de uma foto 3 por 4 e a breve leitura de um currículo. A situação foi um pouco melhor para os candidatos a prefeito, embora o tempo de exposição também tenha encurtado bastante. Em Goiânia, por exemplo, os dois candidatos com tempo menor, Djalma Araújo e Flávio Sofiati, conseguiam dizer uma ou duas frases. Será que essa forma de jogar a política no rádio e na TV é melhor do que o que se tinha antes? Do ponto de vista da pirotecnia eletrônica, sim, é bem melhor do jeito que está. Em relação às discussões sobre os temas da cidade e posicionamentos políticos, não, a fórmula nova não acrescenta nada. Além de tudo, há uma excessiva judicialização dos programas eleitorais. O resultado é que os programas per­deram o conteúdo crítico. Nin­guém quis correr o risco de ir um pouco além e perder um ou dois programas por direito de resposta. Ficou, então, um joguinho de egos espetaculares, todo mundo muito bonzinho. A realidade das ruas, da opinião que se tem no meio do povo, tornou-se virtual em meio a promessas de nirvanas futuros. Dessa forma, e pelo que se viu na TV e no rádio, qualquer candidato que se eleger vai dar no mesmo: cidades bacanas, trânsito perfeito, segurança total. OK, essa é a intenção de todos eles mesmo, mas onde está o ponto crítico? Tipo: se vamos “construir” essa cidade dos sonhos, por que até hoje isso não foi feito? O que faltou? Essas perguntas exigem respostas que carregam um importante teor político, e serve como substância essencial para o amadurecimento político não apenas dos candidatos como também, e principalmente, da população em geral. Passar por uma campanha inteira e não aproveitar um só instante para a discussão política dos problemas enfrentados no dia a dia é desperdício total. Se faltou debates políticos no palanque eletrônico, o mesmo aconteceu nas ruas. De uma maneira geral, a população se comportou friamente, sem nem tentar questionar mais, cobrar alguma coisa. Não no sentido das benesses de chapéu alheio, mas de posições administrativas e políticas. Qual a diferença entre os candidatos? Praticamente, nenhuma. Então, o ato de votar deixa de ser a tomada de uma posição política do eleitor para simplesmente representar o resultado de um jogo de sedução. Mas será que não é exatamente isso o que a população quer, ficar longe da política? Talvez, não. É maior a possibilidade de toda ojeriza que o cidadão comum sente pelos políticos não tenha correspondência com a política em si. Ou seja, as pessoas não gostam, obviamente, de políticos que deslizam pelos vãos da ética pública e se misturam aos subterrâneos dos negócios escusos. A boa prática política tem, sim, imensa aprovação. O que acontece é que está cada vez mais difícil separar os políticos por aquilo que eles realmente são. Então, bons e ruins acabam sendo atirados num cesto só. A única forma de mudar essa realidade de mensalões, petrolões, trensalões e etc. e tal é discutir política. Mas discutir do ponto de vista do cidadão, e não necessariamente a partir dos pontos de interesses pessoais dos políticos, neste caso tanto faz se pertencente ao grupo dos bons ou dos ruins. Pra ficar apenas em um exemplo, falou-se um tantão sobre OS na saúde municipal. Todo mundo repetindo o mantra: contra as OS. Tá, mas contra por quê, exatamente? A explicação mais rasa possível, e unânime, é que saúde pública é obrigação do Estado, neste caso, na esfera municipal. Mas não é essa a obrigação, não. Do ponto de vista do interesse coletivo, o que a população quer é posto de saúde que funcione bem. Se é gerida por um funcionário público ou privado, pouco importa para quem necessita de atendimento. O que a pessoa quer é um posto de atendimento com profissionais em número suficiente, e equipamentos em bom estado de funcionamento. Aliás, a saúde foi uma das vedetes dos programas eleitorais deste ano em todo o Brasil. Se tudo o que foi prometido for realmente realizado, em quatro anos nós teremos cidades de dar inveja aos países de Primeiro Mundo. Hospitais para isso, hospitais para aquilo, e na imaginação coletiva tudo funcionando como os velhos mecanismos de perfeitos relógios suíços. Ah, e tocados por… políticos. Sim, por eles, os odiados. Mas a OS é uma porta escancarada para a corrupção, dizem seus detratores. Será mesmo? Quer dizer que onde não tem a gestão de OS há uma ilha de excelência contra a roubalheira? Quem quiser ouvir a resposta, basta se abrir para as ruas. Elas gritam. Por fim, e em boa hora, cortou-se o cordão umbilical que ligava as eleições de candidatos aos interesses dos caixas das empresas. Isso é bom? Não, é excelente. O problema é que não se avançou politicamente nesse formato. Sem o dinheiro das empresas e seus interesses, as eleições vão ficar cada vez mais seletivas. O bom candidato será aquele que tiver não uma boa postura política e vivência partidária, mas o que se apresentar com disposição para torrar grana do próprio bolso. Ou seja, a se manter as coisas da forma como se fez este ano, só candidatos ricos e amigo dos ricos vão ter oportunidade de disputar eleições, com raras excessões. A eleição, com a regra deste ano exatamente como está, vai se transformar num vestibular financeiro: quem tiver grana alta, passa. Assim, a campanha eleitoral perderá sua essência.

Pesquisas mostram disputa indefinida

Tendência registrada por quatro institutos revela que Vanderlan tem condições de vencer. Iris precisa evitar a “virada” para não comprometer definitivamente o 2º turno

Intenção de Vanderlan é diminuir a diferença ou passar Iris

Considerando que o 2º turno está praticamente assegurado, a ordem dentro do comitê do candidato do PSB é encostar no peemedebista nas pesquisas

Momento da campanha é de Vanderlan

Todas as candidaturas “vivem” fases boas e ruins. O candidato do PSB passa por um momento de muitos acertos

Entre a fantasia marqueteira e a simplicidade

Os cidadãos são bombardeados por inúmeras propostas, mas poucas são realmente aplicáveis, e a maioria não altera a estrutura

Pesquisa registra empate técnico entre Waldir Soares e Vanderlan Cardoso

Levantamento do Instituto Grupom para a rádio 730-AM repete situação registrada antes por Serpes e Instituto Paraná: Iris tem vantagem, Waldir estaciona em 2º e Vanderlan está na 3ª posição

Iris inicia na frente numa corrida indefinida

Ausente das discussões no último mês da pré-campanha, peemedebista ressurge e assume a liderança. Waldir Soares é quem mais perdeu, mas continua vivo

Qual é o papel da Prefeitura

No país campeão mundial de assassinatos, a segurança ganha espaço privilegiado nas campanhas. Mas como as administrações municipais podem efetivamente ajudar a combater a violência?

Avanços e recuos marcaram definição de candidatos

Foi, disparadamente, o mais eletrizante processo de definição de candidaturas a prefeito de Goiânia: Waldir e Iris largam na frente