Por Italo Wolff

Inep divulgou nesta sexta-feira, 17, as notas de estudantes que prestaram o Enem 2019
[caption id="attachment_146692" align="alignnone" width="620"] Brasília - Candidatos aguardam abertura do portões do UniCEUB para o primeiro dia de provas do Enem | Foto: Valter Campanato/Agência Brasil[/caption]
Mais de 3 milhões de candidatos em todo o país foram avaliados na edição da prova realizada nos dias 3 e 10 de novembro do ano passado. O exame, que é maior porta de entrada para as universidades públicas e privadas permite que candidatos ingressem em faculdades estrangeiras e financiem seus estudos.
Entrar em universidades federais e estaduais pelo SISU
Através do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para os mais variados cursos. Essas vagas são referentes ao primeiro semestre do ano. Entre os dias 21 e 24 de janeiro, o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) abre suas inscrições para os candidatos do Enem 2019. Para quem quiser ingressar em alguma instituição no meio do ano, existe uma nova seleção em junho.Entrar em uma universidade em Portugal
Em Portugal, 46 instituições utilizam a nota do Enem como chave de acesso para estudantes brasileiros. Para o coordenador do Sistema de Ensino pH, Fabrício Cortezi, o maior benefício é que o estudante não precisa fazer uma outra prova de vestibular: “A grande vantagem é que algumas faculdades utilizam a nota do Enem integralmente”, explica.Conseguir um financiamento pelo FIES
O Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) é um programa idealizado pelo MEC para facilitar o ingresso de estudantes no ensino superior por meio do financiamento dos custos da universidade. Além da análise socioeconômica, outro critério para um candidato conseguir financiamento estudantil é ter participado de alguma edição do Enem a partir de 2010. Os estudantes não podem zerar a redação e precisam atingir uma nota mínima de 450 em cada uma das disciplinas específicas. Nesse ano, as inscrições abrem a partir do dia 5 de fevereiro.Entrar em uma universidade particular
No geral, muitas faculdades particulares têm optado por destinar uma parcela de suas vagas para alunos que não fizeram o vestibular tradicional, mas tiveram um bom desempenho no Enem. Cada instituição tem seu critério, mas algumas, inclusive, oferecem bolsas de estudos dependendo da nota do estudante. Cortezi afirma que é importante o estudante se informar sobre os requisitos para o ingresso em cada uma das faculdades de interesse.
Participantes do reality show que começará a ser exibido no dia 21 de janeiro são pessoas que se inscreveram e que foram convidadas pelo programa
Participantes do reality show Big Brother Brasil 20 começaram a revelados pela emissora Globo neste sábado, 18. Até agora, foram anunciados o arquiteto paulista Felipe, de 27 anos; o ator carioca Babu Santana, de 40 anos; a cantora paraibana Flayslane, de 25 anos; e a empresária carioca Bianca Andrade, também de 25 anos.
A emissora anunciou uma mudanças na edição do programa de 2020, com moradores de "várias tribos". O grupo dos primeiros anunciados é formado por inscritos que participaram de um processo de seleção e que entram para um grupo chamado “pipoca”. Demais participantes ainda serão anunciados e ficam em grupo denominado “camarote”.

Governo pretende levar projeto às 246 cidades goianas. O programa já foi disponibilizado em quatro cidades do interior – Abadiânia, Edéia, Nova Crixás e Niquelândia
Neste sábado, 18, o governador Ronaldo Caiado inaugurou o Balcão do Cidadão na Agência dos Correios de Edéia. Com objetivo de facilitar o acesso a atendimentos de forma integrada para serviços do Detran, da Economia e de outras áreas do Estado, o projeto tem sido comemorado por reduzir desigualdades regionais.
“Ter esse atendimento aqui é muito importante para nós, que não precisamos mais viajar para Goiânia”, disse o lavrador Cassimiro Alves Pinto. Também devem se beneficiar do Balcão Cidadão em Edéia os municípios vizinhos: Indiara, Porteirão, Maripotaba e Vicentinópolis. Antes de Cassemiro Alves Pinto, o próprio governador foi atendido pelo Balcão do Cidadão de Edeia.
“O Balcão vem no sentido de poder diminuir as desigualdades regionais. É poder dar para todo o cidadão, das menores cidades do Estado de Goiás, o mesmo tratamento que se oferece para as grandes cidades”, avaliou Caiado.
A deputada federal Flávia Morais ressaltou que a importância do Balcão do Cidadão é a de facilitar para a população o acesso a esses serviços, contribuindo para a cidadania dos goianos que moram no interior de Goiás. O deputado estadual Thiago Albernaz afirmou: “Com isso, o Governo está chegando aos 246 municípios e levando atendimento ao cidadão, com humanização, acessibilidade e mais condições de buscar o serviço público”, disse Albernaz.
A inauguração do Balcão do Cidadão na agência dos Correios de Edéia também contou com a presença do senador Luiz do Carmo; deputado federal Glaustin da Fokus; secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação (Sedi), Adriano Rocha Lima; superintendente estadual dos Correios em Goiás, Eugênio Montenegro e demais autoridades

Proposta do governo de contratar militares é criticada por especialista André Luiz Moro Bittencourt
[caption id="attachment_222157" align="alignnone" width="620"] O ministro da Economia, Paulo Guedes, fala na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, sobre os impactos econômicos e financeiros da Nova Previdência | Foto: Reprodução / EBC[/caption]
Com 23 mil servidores na ativa, o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) registra déficit de 16 mil profissionais. O problema se assoma há tempos e agora se agrava com a aprovação da Reforma de Previdência e uma enxurrada de pedidos de aposentadoria vindo a reboque. A solução apresentada pelo governo, de contratar sete mil militares da reserva para um mutirão e “zerar a fila” de 1,9 milhão de pedidos de análise pode ser paliativa e perigosa, segundo juristas.
O advogado André Luiz Moro Bittencourt, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Previdência Social e professor da Escola de Magistratura do Paraná, afirma: “O Governo Federal tem mostrado inabilidade para lidar com uma situação que já era anunciada, tendo em vista que o problema no andamento dos processos começou em 2018. Em todas as unidades da federação, havia situações que chegavam a demorar mais de um ano para ter a sua análise concluída. Em 2019 a situação se agravou e a Reforma da Previdência foi a cereja do bolo”, destaca Bittencourt.
Tendo em vista que os militares não estão preparados para analisar os documentos, André Luiz moro Bittencourt, afirma: “Mesmo que haja treinamento, são pessoas que não possuem experiência e que podem atuar com foco somente na resolução rápida, levando a indeferimentos inconsistentes e passíveis de contestação, por exemplo, o que só aumentaria, do outro lado, a demanda de análises”.
Uma sugestão mais prática do advogado é reconvocar servidores do próprio INSS alocados em outras autarquias. “Há servidores do INSS no Judiciário, na AGU, na Junta de Recursos. O governo poderia analisar quem poderia voltar para a sua atividade fim, e ainda chamar as pessoas aposentadas, porque são profissionais que já entendem do assunto”. Para Bittencourt, o governo já sabia que teria déficit de servidores, mas se preparou mal para lidar com o momento atual.

Mercado brasileiro de aviação deve crescer, passando dos atuais 120 milhões de passageiros para mais de 200 milhões em 2025
[caption id="attachment_231840" align="alignnone" width="620"] Foto: Reprodução[/caption]
O Aeroporto Santa Genoveva, de Goiânia, divulgou dados referentes a suas operações em 2019. O aeroporto teve alta de 0,8% na movimentação de passageiros em relação ao ano anterior, totalizando 3.251.176 embarques e desembarques, com 55.861 operações de pousos e decolagens. O superintendente do terminal, Antonio Erivaldo Sales, atribui o dado ao aquecimento da economia.
“Em 2019, em que pese saída da Avianca do mercado local, houve troca de aeronaves de algumas companhias aéreas e consequente aumento de assentos ofertados. Neste ano, com a economia goiana ainda mais aquecida, redução na alíquota de ICMS sobre o querosene, a tendência é que tenhamos mais voos e mais passageiros utilizando o terminal”, afirmou o superintendente.
“Além disso, estamos em fase avançada do processo de internacionalização, buscando adequar e disponibilizar a infraestrutura do aeroporto Santa Genoveva o mais rápido possível para atender operações internacionais em Goiânia”, acrescentou Antonio Erivaldo Sales.
De acordo com o presidente da Infraero, Brigadeiro Paes de Barros, a estabilidade no número de passageiros que passaram pelos aeroportos da empresa demonstra a resiliência da economia brasileira e a importância da consolidação de políticas públicas para o setor.
“No ano passado, problemas, como a falência de uma importante companhia aérea brasileira, impactaram na oferta de voos. Por outro lado, uma série de medidas, como a abertura de 100% capital estrangeiro para aéreas, redução do ICMS do querosene de aviação, e até melhorias na infraestrutura dos aeroportos, diminuíram tais reflexos”, avaliou Paes de Barros.
Para os próximos anos, a expectativa é de que o mercado brasileiro de aviação siga a tendência e cresça duas vezes o valor do PIB, disse o presidente da Infraero. Segundo ele, o cenário aponta para mais de 200 milhões de passageiros em 2025, ante os 120 milhões, atualmente. “Por isso, ao mesmo tempo que trabalha para cumprir as determinações do Governo Federal, de conceder todos os aeroportos da Rede Infraero à iniciativa privada, a empresa estará focada no desenvolvimento da infraestrutura aeroportuária regional, que representa um grande gargalo na interiorização do modal aéreo no Brasil”, afirmou.

Mesmo portas e catracas terão de ser voltadas para a segurança da informação no futuro, mas proteção ainda não está na lista de exigências de consumidores
[caption id="attachment_89938" align="alignnone" width="620"] FBI emite um alerta sobre brechas de segurança abertas pela internet das coisas| Foto: Reprodução[/caption]
Há dois meses, o FBI emitiu um alerta sobre brechas de segurança abertas pelas Smart TVs. Uma das características da quarta revolução industrial, a internet das coisas (Internet of Things, IoT), significa que cada vez mais eletrodomésticos receberão sistemas embarcados, abrindo mais portas digitais a invasores. Na competição por oferecer melhores serviços, fabricantes investem nas funcionalidades, mas enquanto usuários não mudarem seus hábitos e exigirem segurança, as marcas terão poucas razões para proteger seus clientes.
Você já pensou em ter uma geladeira que envia mensagens ao seu celular quando sua bebida fica gelada, ou te permite comprar online produtos que estão acabando, ou que usa luzes de LED para simular a do sol e preservar vegetais? A resposta provavelmente é não, já que essas funcionalidades só foram criadas recentemente, conforme marcas de geladeira investiram em inovações para chamar a atenção em um mercado que oferece basicamente o mesmo produto desde 1913.
Da mesma forma que clientes nunca desejaram essas utilidades, não lhes passa pela cabeça que podem estar colocando em risco dados pessoais ao comprar uma torradeira. “A segurança não está na lista de critérios de quem quer comprar um novo eletrodoméstico”, afirma Anderson da Silva Soares, doutor em Engenharia da Computação e professor do Instituto de Informática da Universidade Federal de Goiás.
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"Antigamente, tínhamos um ou dois computadores conectados, hoje temos dez dispositivos, entre smartphones e eletrodomésticos frágeis”, afirma Anderson Soares. | Foto: Fábio Costa/ Jornal Opção[/caption]
O alerta emitido pelo FBI foca nas Smart TVs: “Na pior das hipóteses, hackers podem ligar a câmera e o microfone de sua TV e silenciosamente te observar.” Até fitas adesivas coladas em frente às câmeras das Smart TVs são recomendadas pela agência americana de inteligência. Entretanto, um risco maior ainda é de que qualquer dispositivo conectado a um roteador possa ser uma porta de entrada para invasores.
Enquanto alguém mal intencionado pode não ser capaz de acessar seu computador diretamente, é possível que um ponto frágil, como sua TV, ofereça um caminho fácil para a rede local. “Como o software da TV é limitado, um hacker não conseguiria fazer muito com ela. Mas a rede local entende sua TV como componente seguro. Tentar invadir um computador protegido com firewalls e antivírus é muito diferente de entrar a partir da própria rede local”, afirma Anderson Soares.
Como se proteger
Segundo pesquisa da empresa americana de segurança digital Avast, 72% das pessoas nunca atualizou o firmware (software) dos seus roteadores, e a razão mais comum para isso é que usuários passam a enxergar seus roteadores como parte da mobília depois que eles entram em funcionamento. Ainda segundo a empresa, os dispositivos conectados coletam dados do usuário para oferecer conveniências, mas poucos são os que permitem usuários apagar dados ou controlar a privacidade. Como resultado, roteadores são alvos atraentes para os cibercriminosos, que buscam vender informações pessoais para obter ganhos financeiros. Como empresas têm de manter seus produtos competitivos, geralmente o primeiro quesito a ser cortado para reduzir o custo final é a segurança. Isso não significa que estamos indefesos contra criminosos, mas significa que quem compra eletrodomésticos “smart” tem de fazer um esforço para se defender – uma obrigação que não existia cinco anos atrás. Na prática, Anderson Soares enumera: “isso significa tratar qualquer eletrônico conectado à internet como um novo computador na casa. Leia o manual; nada senhas fáceis demais ou senhas padrão de fábrica; faça patches de segurança; esteja ciente da política de uso de dados da empresa”. Anderson Soares diz que o problema é tão recente que os próprios técnicos que resolvem problemas nas residências dos clientes podem não estar preparados para essa questão. “Antigamente, nossos roteadores tinham um ou dois computadores conectados, hoje temos dez dispositivos, entre smartphones e eletrodomésticos frágeis. Além disso, o usuário pode instalar aplicativos que não são seguros exatamente porque investigar o uso de dados e a segurança de aplicativos ainda não faz parte de sua rotina”.Bons exemplos
A Access.run é um software de controle de acesso para condomínios. Após implantar um pequeno módulo IoT em catracas, portas ou cancelas de empreendimentos, o anfitrião envia um convite (que pode ser via aplicativo de celular ou embarcado em um cartão de visitas, pulseira, chaveiro, etc) ao visitante. O anfitrião recebe uma confirmação quando seu convidado chega. A ideia parece simples, mas foi elogiada pelo diretor de Tecnologia para a Microsoft Brasil, Roberto Prado, por representar uma inovação em segurança e praticidade em relação às portarias convencionais. [caption id="attachment_230565" align="alignnone" width="620"]


Representantes da Secretaria Municipal de Educação e Esporte fazem autoavaliação positiva de 2019 e afirmam estar confiantes para 2020

Conflito foi iniciado com o assassinato do general Qassem Soleimani nesta sexta-feira

Confira a lista com os principais acontecimentos de 2019 e o que podemos esperar para 2020 em relação a questões ambientais

Além de acumular 17 milhões de atendimentos em toda sua história, o hospital tem alto índice de satisfação entre pacientes

Primos do fascismo italiano, integralistas são definidos pelas ideias de nação sobre individualidade e anticomunismo – sendo que a definição de comunista pode variar para abraçar qualquer um eleito como inimigo
[caption id="attachment_196301" align="alignnone" width="620"] O brasileiro Plínio Salgado foi um aliado e agente de Benito Mussolini, da itália fascista, e de Adolf Hitler, da Alemanha nazista | Foto: montagem da Revista Superinteressante[/caption]
“A Ação Integralista Brasileira (AIB) foi fundada em 1932 pelo escritor Plínio Salgado e aglutinou em suas fileiras milhares de adeptos atraídos pela propaganda anticomunista, difundida pela rede de imprensa montada pela organização, pelo nacionalismo advogado pela mesma e ainda pelas críticas ao liberalismo”, escreve Rogério Lustosa Victor em seu doutorado em História sobre o Integralismo. Atualmente professor do Instituto Federal de Brasília, o historiador ajuda a compreender este movimento que recentemente tem voltado a atenção nacional.
Após após reivindicar autoria do ataque à produtora de vídeos Porta dos Fundos, os neo integralistas atraíram os holofotes da imprensa para a doutrina de Plínio Salgado. O escritor paulista aprendeu diretamente de Benito Mussolini, ditador italiano aliado de Adolf Hitler na Segunda Guerra Mundial, o que viria a se tornar o primeiro movimento de massas brasileiro, com sua busca pela valorização de símbolos nacionais como o índio, a anta e o tupi guarani.
Como ilustra a adoção do lema integralista “Deus, Pátria e Família” pelo presidente Jair Bolsonaro, estes membros da extrema direita nunca foram extintos e é cada vez mais importante rememorá-los, bem como relembrar o que fizeram os fascistas na Europa e o que tentaram fazer com a democracia brasileira.
Rogério Lustosa Victor escreveu diversos livros e artigos sobre o assunto, entre eles “O Labirinto Integralista: o PRP e o conflito de memórias”, publicado em 2012 pela editora da Universidade Federal de Goiás.
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Rogério Lustosa Victor[/caption]
Primeiramente, gostaria de fazer a distinção entre os termos integralismo, fascismo e extrema direita. O integralismo foi um movimento intrinsecamente fascista?
Integralismo e fascismo, em termos gerais, pertencem à mesma cultura política. Podemos dizer que o integralismo e o fascismo são membros da “família extrema direita”. Alguns autores afirmam que o integralismo é a versão brasileira do fascismo dos anos 30, com suas singularidades por estar aqui nos trópicos.
Plínio Salgado o reconhecia assim?
Plínio Salgado foi à Itália em 1930 escreveu dois textos após se encontrar com Benito Mussolini. Um desses documentos é uma carta a seu amigo Manoel Pinto em que afirma que é daquele regime que o Brasil precisava – “Tenho estudado muito o fascismo: não é exactamente esse o regimen que precisamos ahi, mas é cousa semelhante”, escreveu Plínio Salgado. Nos anos 1930, textos do Miguel Reale fazem elogios ao fascismo que nem mesmo Mussolini faria.
E este se tornou, de fato, o primeiro movimento de massas do Brasil, que existiu na legalidade até o decreto de Getúlio Vargas de 10 de novembro 1937, que implantou o período do Estado Novo.
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Rogério Lustosa Victor[/caption]
Mas isso não os extinguiu.
Continuaram posteriormente na clandestinidade. Depois do golpe do Estado Novo, tentaram um “levante integralista”, invadindo o Palácio da Guanabara numa madrugada em 1938 com intenção de assassinar Getúlio Vargas. A insurgência e a desobediência à regra democrática sempre foram práxis do integralismo. A intentona fracassou, resultando na execução de alguns revoltosos e no exílio de Miguel Reale para Roma e de Plínio Salgado para Portugal.
Como chegaram aos dias atuais?
Plínio Salgado retornou ao Brasil e fundou o Partido de Representação Popular (PRP). Disputou em 1955 contra Juscelino Kubitschek, obtendo 8% dos votos. Ainda nos anos 50, voltou a usar o sigma e fazer o anauê. Foi eleito para representar o Paraná na Câmara dos Deputados em 1958 e reeleito em 1962, desta vez para representar São Paulo. Não foram protagonistas, mas conspiram nos anos 60 pela ruptura da ordem democrática. Quando em 65 o governo militar criou o AI-2, o PRP migra para a Arena. Plínio Salgado foi deputado sempre reeleito por São Paulo. Morreu na metade dos anos 70, mas o integralismo nunca deixou de existir.
Recentemente, se fragmentou por vários partidos, mas nunca deixou de existir. Na realidade, o movimento está aí, entre centenas de grupelhos que não conseguiram se organizar. Esses neo integralistas nunca deixaram de tentar se organizar, publicar manifestos e jornaizinhos, se encontrar. O Enéias Carneiro aglutinava com o discurso ultranacionalista alguns deles.
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Charge do Jornal O Globo, n° 6281, página 01, 28 de outubro de 1946 | Foto: Reprodução com autorização de História do Partido de Representação Popular[/caption]
E hoje, estão em torno de quem?
Não há pesquisa para monitorá-los, mas se você fizesse esse esforço (seria perda de tempo e energia, pois a resposta é óbvia) encontraria que todos votaram no Bolsonaro. Praticamente todos eles. Entre aqueles que conheço, não vi uma exceção. Isso porque as principais marcas do fascismo são o anticomunismo, o nacionalismo, a ligação com o cristianismo, e Bolsonaro encarna esse discurso.
Como conseguiram continuar integralistas após a derrota do fascismo na Segunda Guerra Mundial? O discurso deles não entrou em descrédito?
O PRP herdou a visão ideológica. Trata-se do integralismo do pós-guerra; teve de se ajustar. Depois do Julgamento de Nuremberg, não era mais possível ser fascista. Isso continua: hoje, se você disser a um deles que fascismo e integralismo são sinônimos, eles vão ficar nervosos com você. Tiveram de reconstruir o sentido do termo “integralista”.
Entre estudiosos do assunto, apenas colocamos o prefixo “neo” para indicar que se trata de um novo momento, mas a doutrina é a mesma. O PRP é o integralismo que trocou as camisas verdes pelo paletó, o sigma pelas gravatas, as marchas por tramas de gabinete.
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Charge do Jornal O Globo, n° 8004, página 01, 30 de novembro de 1945 | Foto: Reprodução com autorização de História do Partido de Representação Popular[/caption]
E hoje, eles não veem problema em se definir como integralistas?
Após a ditadura militar o que surgiram foram tribos urbanas de jovens que, na tentativa de construir uma identidade, encontram uma substância no integralismo histórico. São vários grupos, várias tribos, com pouca capacidade de arregimentação.
A memória é volátil. Com esse sistema educacional que nós temos, muita gente não formou essas memórias; esses sentidos críticos desaparecem. Os integralistas não veem problema ético porque não sabem o que o fascismo fez.
Pensando em como esquecer pode abrir possibilidades, tomemos o exemplo da Alemanha, onde não há esquecimento. Um candidato neonazista alemão teria muita dificuldade de se eleger porque museus, livros, escolas e famílias fazem questão de rememorar o holocausto. No Brasil, não se organiza essa memória. Poucas pessoas sabem o que foi o fascismo.
Plínio Salgado publicou algumas ideias que vão contra o que Paulo Guedes prega. Tem escritos que na sociedade de hoje parecem muito estranhos. Isso ainda tem apelo?
No neo integralismo se reorienta a doutrina. Existem grupos que estudam muito os escritos integralistas, que entram neste debate que você apresentou, mas estes são a exceção. De modo geral, eles reordenam tudo em torno da bandeira nacional, de uma noção imaginada de estado nacional e principalmente de anticomunismo. Em resumo: não ligam pra essa filosofia toda.
Todos da família Bolsonaro já deram entrevistas dizendo que o Brasil se livraria do comunismo. Além disso, adotaram o lema integralista “Deus, Pátria e Família”. Quer dizer, esses dois principais elementos estão presentes em nossa política até hoje.
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Plínio Salgado[/caption]
Ainda existe identificação entre neo integralistas e a extrema direita europeia?
Em outubro de 2018, quando Bolsonaro venceu, entrevistaram a representante da extrema direita na França, Marine Le Pen, e ela afirmou que Bolsonaro é extremo demais. “Ele tem dito coisas que são extremamente desagradáveis, que não podem ser transferidas para nosso país, é uma cultura diferente", ela disse.
Na Europa, há um patrimônio de intelectualidade. Marine Le Pen é ultranacionalista, é contra a União Europeia, etc, mas dentro de uma racionalidade. Há avanços de direitos que não são questionáveis.
O avanço da extrema direita brasileira o preocupa?
Aqui no Brasil a coisa é mais preocupante do que na Europa. É muito sui generis a junção da política da extrema direita com o universo da cultura cristã evangélica. Evangélicos vêm fazendo um trabalho “de formiguinha” com pessoas que (afirmo sem juízo de valor) são em grande parte excluídos sociais, com baixa escolaridade, sem aquela memória formada sobre o fascismo ou importância do estado laico.

Projeções para crescimento do PIB brasileiro variam de 1,6 a 3% – economia goiana integrada ao agronegócio deve propiciar aumento ainda maior
[caption id="attachment_96414" align="alignnone" width="620"] Crescimento de 1% no PIB do primeiro
trimestre em relação ao último do ano passado foi puxado pela boa safra de milho e soja | Foto: Reprodução[/caption]
Nesta quinta-feira, 2, o Ministério da Economia informou que a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 46,6 bilhões em 2019. No último Boletim Focus publicado, foi previsto para 2020 um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,3% enquanto economistas mais otimistas falam em crescimento de até 3%. A melhora dos indicadores econômicos nos últimos meses tem animado investidores e desenhado uma perspectiva positiva para o novo ano. Resta saber se os indicadores agonizarão uma lenta queda ao longo dos próximos meses, como aconteceu em 2019.
Uma das críticas que economistas céticos fazem quanto à perspectiva de um 2020 positivo é a de que um dos índices que alimentou essas projeções foi o de desocupação da população, que pode ter decrescido em função sazonal. Além disso, Jeferson de Castro Vieira, doutor em Ciências Econômicas e professor na Pontifícia Universidade Católica de Goiás, lembra que a redução de 12,8 milhões de desempregados em junho de 2019 para 11,8 neste início de ano se deve em grande parte a empregos uberizados, empregos intermitentes, temporários e informais.
“No ritmo em que estamos criando novas vagas de regime CLT, levaremos três anos para recuperar a quantidade de empregados que tínhamos em 2014 novamente”, afirma o economista. Este fator é importante, ele esclarece, porque a retomada do crescimento econômico passa por dois fatores, sendo o consumo um deles; índice que está ligado ao poder aquisitivo das famílias.
Outro ponto preocupante é o alto grau de endividamento das famílias. Segundo último levantamento do Banco Central (BC), 63,4% das famílias brasileiras estavam endividadas em maio. “A dívida em si não é o problema”, explica Jeferson de Castro Vieira, “mas o que preocupa é o comprometimento da renda. Estamos muito mais endividados que os 25 principais países do mundo e nossa renda está deteriorada.”
[caption id="attachment_83226" align="alignnone" width="620"] Economista Jeferson de Castro Vieira: “Endividamento familiar é um dos grandes obstáculos” | Foto: Fernando Leite /Jornal Opção[/caption]
Sobre o resultado positivo da balança comercial, Adriana Pereira de Souza, doutora em Ciências econômicas e professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG), afirma que é um resultado que pouco reflete na economia cotidiana até o momento. “Um dos motivos para esse indicador é que grande parte dos produtos exportados pelo Brasil foram de origem primária e básica, que não passaram pelo processo de industrialização, de baixo valor agregado. Importamos pouco, provavelmente pela alta do dólar, da produção reduzida e da baixa geração de renda no país. Então, mesmo que a balança seja favorável, isso não resultou em crescimento macroeconômico”, afirma Adriana Pereira de Souza.
Outra variável associada à retomada do avanço econômico está relacionada aos investimentos, que podem ser governamentais – “que atualmente beiram zero”, segundo Jeferson de Castro Vieira – ou privados. Os investimentos da iniciativa privada dependem da confiança transmitida pelo governo: “Segundo todos os dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e Confederação Nacional da Indústria (CNI), o empresário está com vontade de investir, mas também com receio. Ainda não colocaram a cara a tapa, mas, em razão da baixa inflação e baixa taxa de juros, já existe alguma reação”, diz Jeferson de Castro Vieira.
Mais concretamente, essa confiança significam medidas microeconômicas que fazem parte do pacote da reforma tributária, como desoneração na folha de pagamento, além do pacote do saneamento e investimentos em infraestrutura. Jefferson de Castro Vieira afirma que, enquanto há esperança de que o Governo aprove pacote de licitações para obras de saneamento e infraestrutura ainda este ano, as eleições municipais tornarão muito difícil a aprovação da reforma tributária em 2020.
Adriana Pereira de Souza afirma sobre as reformas que, até o momento, a principal medida de ajuste fiscal aprovada foi a reforma da Previdência, contudo, apenas em médio ou longo prazo esta reforma trará algum efeito prático para a elevação da capacidade de investimento do país. “Portanto, as medidas fiscais que se referem à arrecadação e gastos governamentais aprovadas até o momento, não impactarão a economia em 2020. Esse resultado somente virá daqui um certo tempo".
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Adriana Pereira, economista: "a principal expectativa é de reação econômica"| Foto: Arquivo pessoal[/caption]
O cientista político Marcos Marinho afirma fazer parte do grupo cético quanto à suposta retomada do crescimento econômico. As últimas ações governamentais são de ajuste fiscal e não resultarão em crescimento econômico a curto prazo. “Resultam, sim, em especulação, crescimento da bolsa – mas isso não é geração de emprego, é especulação”, afirma Marcos Marinho. “Há números positivos, mas não chegam na ponta, que é o empregado.”
Marcos Marinho sumariza: “A economia movimenta quando dinheiro circula. As ações de austeridade do governo intimidam o pequeno empresário, que ainda não está vendo nada clarear para o lado dele. As grandes corporações e bancos podem estar satisfeitos, mas os Microempreendedores Individuais vêem um gap de concentração de renda aumentando”.
Discorda de Marcos Marinho a economista Adriana Pereira de Souza: “Considerando um cenário recessivo no mercado internacional, a redução da industrialização da economia brasileira e a ausência de capacidade de investimento do governo, o risco de queda do crescimento ou de que a economia não se recupere infelizmente existe. Contudo a principal expectativa é de reação econômica. Até porque, aliada à algumas medidas de política econômica, às expectativas dos investidores e do aumento das atividades produtivas, existe o fato de que o ano de eleições municipais irá colaborar para o reaquecimento da economia”.
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Cientista político Marcos Marinho: "Há números positivos, mas não chegam na ponta, que é o empregado" | Foto: Reprodução / Acervo Pessoal[/caption]
A nível estadual
Por outro lado, há o consenso de que Goiás terá um 2020 mais garantido do que o restante da nação. Segundo dados do Fundo de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), fundo de crédito destinado a empresas e os produtores rurais para impulsionar atividades produtivas, em 2019 foram subsidiado R$ 1,6 bilhões. “Isso significa que o empresário quer dinheiro subsidiado e existe demanda reprimida”, interpreta Jeferson de Castro Vieira. Enquanto a União teve um crescimento no PIB de 1,3%, Jefferson de Castro Vieira estima que o crescimento de Goiás tenha sido de 1,8 a 2%. “No Estado, houve crescimento da indústria alimentícia, farmoquimica (cosméticos e beleza) e a farmacêutica. Houve pequena reação do setor sucroenergético e pequena reação do setor automobilístico. Então do ponto de vista industrial estamos bem. O comércio em 2019 apresentou a primeira reação em 4 anos, mas o setor de serviços fecha negativo, ainda patinando”. Acontece que, no Estado, todos os setores estão ligados ao agronegócio, que cresceu imensos 10%. “Pela característica interligada da economia de goiana, mesmo quando um setor vai mal, o agronegócio segura as contas. A indústria está integrada com agronegócio, que está integrado com serviço. Isso ameniza em momentos de crise”.
“Aqui neste país, Alice, você precisa correr o máximo que puder para permanecer no lugar.” Alice do Outro Lado do Espelho.
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Com políticas de incentivo fiscal e investimentos em infraestrutura, Aparecida de Goiânia atraiu empresas que geraram empregos e fomentaram o consumo no município

Com investimento de empresas apoiadoras, Steam4Girls surgiu após observação de que meninas se envolvem menos com a área de exatas