Por Italo Wolff

Por Erivaldo Nery*
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Segundo especialistas, fato tem a ver com alívio do estresse face ao avanço da pandemia no país

Texto prevê que escolas e universidades fiquem fechadas até o fim do mês de abril, com possibilidade de extensão também para o mês de maio

Segundo Laboratório de Dinâmica de Doenças, da Universidade de Brasília (UnB), o Distrito Federal poderia ter 350 mil infectados caso não houvesse medidas de contenção

Cidadezinha de 5 mil habitantes no interior do Piauí perdeu o prefeito Antônio Nonato Lima Gomes, conhecido como Antônio Felícia

Presidentes de associações de advogados justificam que a medida aplacará a pandemia que coloca em risco a vida de todos, e que preservar a vida humana está acima de qualquer outra coisa

Apesar de programas sociais, repasses do SUS e verbas de emenda parlamentar, organizações de interesse social contam com poucas fontes de renda estável
[caption id="attachment_242708" align="alignnone" width="620"] Projeto da corregedoria do TJGO auxilia iniciativas de interesse social | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Instituições filantrópicas de todo o Brasil dependem de doações para sobreviver. Mesmo associações que gerenciam grandes hospitais e que recebem pagamento por prestação de serviços via Sistema Único de Saúde (SUS) precisam da caridade para fechar contas, já que repasses são reconhecidamente defasados e não cobrem a estrutura. Para se virar, esta classe de organização, que pode ir desde pequenos projetos até prestadores de serviço em nível internacional – a condição é que sejam organizações sem fins lucrativos – têm se organizado para se alimentar de diversas fontes.
A Associação de Combate ao Câncer (ACCG) é a organização que responde pelo Hospital Araújo Jorge, pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e pela Unidade Oncológica de Anápolis. O presidente da ACCG, Cláudio Cabral, recebeu o Jornal Opção e mostrou as fontes de renda da associação para discutir o financiamento das instituições de interesse público no Brasil. Segundo o presidente, cerca de 70% do orçamento vem da prestação de serviço via SUS ou planos de saúde.
Entretanto, como o Hospital Araújo Jorge é o principal foco da ACCG, tendo realizado 1,2 milhão de atendimentos a 65 mil pacientes em 2019, os repasses são insuficientes para pagar a atividade, manutenção e expansões da organização. Para suprir o restante da demanda, doações pessoas físicas são incentivadas e pedidas à sociedade (podendo ser feitas pelo site da ACCG).
Existe também convênio entre a ACCG e o Governo do Estado de Goiás, que foi renovado e melhorado em 2019, segundo Cláudio Cabral. Além disso, emendas parlamentares são negociadas entre responsáveis pela associação e deputados estaduais e federais. Por último, doações de pessoas jurídicas podem ser realizadas por meio de programas. Uma destas modalidades de doação foi criada na corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).
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Cláudio Cabral, diretor da ACCG | Foto: Assessoria de Comunicação / ACCG[/caption]
O programa, chamado Banco de Projetos Sociais, foi iniciativa do juiz Murilo Vieira de Faria, e funciona através de um cadastro de instituições de interesse social no TJGO. “Qualquer um pode apresentar seu projeto sem fins lucrativos no site da corregedoria. O juiz tem livre escolha de destinar indenizações para o projeto que considerar adequado, através dos critérios de lisura e efetividade”, explica Kennedy Augusto, um dos responsáveis por operar o banco.
Magistrados à frente de processo da área cível podem doar indenizações públicas, geradas por dano moral coletivo. Esta natureza de indenização é rara, explica Kennedy Augusto, mas volumosa. “O dano moral coletivo é muito específico. Por exemplo: o rompimento de barragem em Brumadinho é o tipo de processo que pode gerar uma multa deste tipo, que, se acontecesse em Goiás, seria destinada ao Banco de Projetos Sociais.”
Para que uma entidade receba doações, ela tem de possuir as certificações de qualidade de sua atuação (como a Cebas - Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social na Área de Educação), além de estar em dia com a legislação do marco regulatório do terceiro setor. Não há fiscalização ou exigências a serem cumpridas além desta.
Também é possível para estas organizações receber penas pecuniárias, advindas da área criminal. “Uma briga de vizinhos, por exemplo, pode gerar um dinheiro que vai sendo acumulado em uma conta judicial. Quando se acumula um montante significativo, o magistrado da comarca libera junto ao conselho da comunidade a verba às entidades de interesse público”, afirma Kennedy Augusto.
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Fundado em 1981, o Cevam iniciou em 1996 o processo de acolhimento de mulheres vítimas da violência doméstica e gênero. Em 2004, passou a realizar, também, asilamento de adolescentes e crianças vítimas da violência doméstica. O poder público goiano não oferecesse este tipo de serviço. | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O Instituto Espirita Batuira de Saude Mental é uma das organizações filantrópicas que recebem essa natureza de depósito. A diretora do instituto, Nívea Teixeira, afirma: “Do TJGO, recebemos dinheiro, itens de higiene pessoal e de limpeza”. O Batuíra é um hospital psiquiátrico que atende pacientes de transtornos mentais e alcoolismo. Atualmente, conta com 133 leitos disponíveis à Prefeitura de Goiânia.
A instituição é filantrópica e atende via SUS, realizando tratamento gratuito. Por isso, Nívea Teixeira afirma: “Temos uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, psicólogos, serviço social, nutricionistas e farmacêuticos. Dependemos muito de doações para continuar nossa atividade (detalhes de como doar ao fim da reportagem).”
Outra organização filantrópica que depende de doações é o Centro de Valorização da Mulher Consuelo Nasser (Cevam). Segundo a diretora da instituição, Carla Monteiro, o centro eventualmente recebe auxílio financeiro do Tribunal de Justiça, mas considera mais importante outro tipo de ajuda: “Somos muito gratas por poder participar do programa como recebedores de apenados, que prestam os mais diversos serviços, devidamente assistidos e acompanhados pelo Tribunal de Justiça. Nos sentimos como que contribuindo para que levem suas vidas de modo digno. Uma parceria edificante para ambos lados”.
Carla Monteiro afirma que todo funcionamento do Cevam depende de projetos sociais, convênios e doações. A instituição tem como objetivo principal a implantação de programas e ações preventivas e mitigadoras de cenário de risco, vulnerabilidade e violência contra a mulher. O centro também promove estudos sobre a condição feminina e busca assistir e garantir direitos às mulheres, seus filhos, crianças e adolescentes em situação de violência, oportunizando assistência social, psicológica e jurídica.
“As arrecadações, anualmente, têm minguado”, diz Carla Monteiro. “As pessoas deixam de doar quando não conseguem receber seus salários. Os doadores têm alegado que o custo de vida está alto. Mas tudo do Cevam é bem-vindo. Dinheiro, roupa, alimento, abraço, o contar de uma história, uma visita. Tudo que garanta a instituição de portas abertas. E as doações não são suficientes para cobrir as despesas. Aliás não trabalhamos no vermelho, mas no roxo. Afinal de contas, temos que executar um serviço com qualidade alta sem saber se teremos ou não recursos para custear as despesas.”
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Vila São Cottolengo encontra maneiras alternativas de financiamento | Foto: Reprodução[/caption]
Outra associação filantrópica que depende de doações é a Vila São Cottolengo, localizada na cidade de Trindade. A associação realiza 2400 atendimentos médicos por dia em diversas especialidades, sendo referência na área de oftalmologia. Com mais de 300 internos, o responsável pela comunicação afirma que a Vila consome o equivalente de três a quatro vacas por semana na alimentação.
“Além das doações do TJGO e repasses do SUS, temos de nos virar vendendo material para indústrias de reciclagem; fazendo bazares quando há excesso de roupas doadas; instalando nossos cofrinhos em farmácias e supermercados”, afirma Carlos Toledo, comunicador da instituição. “Temos todos os certificados do terceiro setor e precisamos de qualquer doação.”
Carlos Toledo afirma ainda que em tempos de crise e surto pandêmico, a Vila passa mais dificuldades do que o normal. “Oferecemos cerca de 320 calçados e coletes ortopédicos, são dispensadas 40 próteses auditivas e mamárias mensalmente além de 250 meios auxiliares de locomoção. Os repasses do Sus suprem cerca de metade de nossas necessidades, mas precisamos fazer esforço redobrado para manter nossos 742 funcionários colaboradores”.
Como Doar
ACCG: http://www.accg.org.br/ajude Vila São Cottolengo: https://cottolengo.org.br/doe-agora/ Cevam: Quem se interessar pode vir ser voluntário do Cevam. Estamos de portas, braços e corações abertos. Quem quiser fazer doações em dinheiro pode fazê-las por meio de nossa conta bancária (CEF, agência 1551, operação 013, conta 14.964-1, CNPJ: 04.789.956/0001-75) Batuíra: Instituto Espírita Batuíra de Saúde Mental CNPJ - 01.653.450/0001-46 Banco do Brasil Agência - 1242-4 Conta - 115747-7 CEF Agência - 1575 OP - 003 Conta Corrente - 75600/2 www.batuira.org.br / [email protected] / Twitter: @BatuiraGO / Instagram: oficialbatuira
Pânico gerado pelo coronavírus revela má formação emocional, segundo filósofo e cientistas se preocupam com multiplicação de receitas, fórmulas e gurus

Virologista explica que fim levou a zika, iluminando o que pode ocorrer com a pandemia de coronavírus se países colaborarem no controle da doença

Apesar do consenso de que atos são democráticos, especialistas afirmam haver risco à democracia neste momento de mudança das relações entre poderes
[caption id="attachment_140061" align="alignnone" width="620"] Manifestações a favor de governo Bolsonaro foram convocadas pelo próprio presidente | Foto: reprodução[/caption]
Na terça-feira de carnaval, 25, o presidente Jair Bolsonaro compartilhou um vídeo por seu WhatsApp pessoal convocando o povo às ruas em ato do dia 15 de março contra as instituições dos poderes Legislativo e Judiciário. A manifestação tem como pauta “oficial” a defesa do governo Bolsonaro, mas o pano de fundo remonta ao atrito entre poderes Executivo e Legislativo gerado pela discussão do orçamento impositivo.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2020 foi aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado com instituição do Orçamento Impositivo. Enquanto o orçamento do país é de R$ 3,5 trilhões, apenas R$ 90 bilhões estão disponíveis como gastos discricionários. Destes, segundo a LOA, R$ 30 bilhões estariam contingenciados sob competência do Congresso Nacional na forma de emendas parlamentares impositivas.
Em março de 2019, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) se posicionou a favor do projeto de lei que obrigava Executivo a disponibilizar as emendas parlamentares ao Congresso, bem como lembrou que Jair Bolsonaro, quando deputado federal, foi favorável à medida sob justificativa de independência do Legislativo. Entretanto, mais recentemente, o presidente anunciou vetos parciais apostos ao Projeto de Lei do Congresso Nacional, incluindo veto sobre as diretrizes para a execução do Orçamento Impositivo.
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Professor e empresário Gustavo Gayer articula união entre movimentos de apoio à Bolsonaro em Goiânia | Foto: Fábio Costa[/caption]
O assunto não exaltava os ânimos até a divulgação de que o presidente conclamou a participação de apoiadores em movimentos de apoio a si mesmo. A revelação foi feita pela repórter do jornal Estado de S. Paulo, Vera Magalhães, que foi vítima de ataques nas redes sociais por parte da militância bolsonarista.
Soma-se ao atrito a fala de general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), na manhã de terça-feira, 18. "Não podemos aceitar esses caras chantageando a gente. Foda-se", disse Heleno quando não sabia que estava sendo gravado em transmissão ao vivo e sua voz sendo captada pelo sistema de microfones montados para a cerimônia de hasteamento da bandeira no Palácio do Planalto.
Tudo em ordem
Ao receber críticas pelo autoritarismo da interferência de um poder sobre outro, as manifestações do dia 15 ganharam vida própria e se descolaram da pauta do Orçamento Impositivo em que teve origem. Organizadores do movimento afirmam que ato não é autoritário por não ser contra o Congresso, apenas contra parte dele e contra determinadas medidas. Segundo Joveny Sebastião Cândido de Oliveira, jurista e reitor do Centro Universitário de Goiás (Uni-Anhanguera), o enfrentamento do Poder Legislativo por parte do Executivo por fundos orçamentários não é anti democrático ou preocupante. Segundo o doutor em Direito do Estado pela Universidade de São Paulo (USP), a República tem meios de deter atrevimento por parte de qualquer poder. [caption id="attachment_239827" align="alignnone" width="620"]
Autoritarismo e totalitarismo
Ricardo Spíndola, professor da Escola de Direito da Universidade Anhembi Morumbi e doutorando do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Universidade de São Paulo, afirma que caracterizar o governo de Jair Bolsonaro como autoritário é um equívoco e, para entender suas intenções nos conflitos com as instituições, é necessário dar um passo atrás. O estudioso afirma: “A noção clássica do autoritarismo na representação de uma pirâmide – com o líder no topo e o poder emanando de cima para baixo – parece não explicar o momento atual. Não considero o atual governo autoritário porque não há aposta no medo, mas no segredo. Bolsonaro não reduz o espaço público, não diz que é mais seguro que as pessoas fiquem em casa; pelo contrário, ele estimula a participação das pessoas em manifestações populares, como a do dia 15.” Segundo Ricardo Spíndola, seria a ideia de um líder totalitário, que pode ser didaticamente representado por uma cebola: redonda, com diversas camadas e com o poder emanando do centro. “Bolsonaro aposta no segredo, na desinformação e na confusão. Articula quedas constantes de ministros, afirma que tomará uma atitude e recua, gera crises sucessivas para pautar o debate público." [caption id="attachment_239826" align="alignleft" width="300"]
Batalha pela democracia
Ricardo Spíndola traça um histórico do conflito entre poderes que remonta aos anos 1990, quando a recém estabelecida Constituição de 1988 ainda possuía “déficits institucionais”, e que a instituição que se mobilizou para resolver eventuais conflitos entre poderes foi o Judiciário. Entretanto, a seu ver, este momento político de mudanças representa o fim de um ciclo em que morre também a constelação de poderes da forma como estavam assentados. “Temos alguns impasses que não são resolvidos mais nos termos clássicos: Bolsonaro promove a mobilização popular; compartilhar vídeos em que aparece como leão lutando contra o Supremo Tribunal Federal (STF) como hiena. Essas afrontas são mecanismos de enfrentamento para chegar a algum lugar”, diz Ricardo Spíndola. No presente momento, este lugar a que se almeja chegar parece ser o veto do orçamento impositivo, que foi logrado pelo Executivo e Bolsonaro. Desta forma, os enfrentamentos com demais poderes não seriam um sintoma de autoritarismo ou tentativa de golpe de estado, mas recurso para negociação. “Faz parte do jogo populista querer ultrapassar esses limites institucionais com sua personalidade”, diz Ricardo Spíndola. “Enquanto um líder carismático conseguiria manobrar pelas instituições sem prescindir de afrontas, um líder totalitário utiliza outros recursos." Entretanto, quando questionado sobre os dispositivos institucionais para impedir que um líder mude o sistema democrático, Ricardo Spíndola é mais cético do que Joveny Cândido. Na prática, Ricardo Spíndola afirma que o principal mecanismo para deter eventuais ingerências em órgãos públicos são mandados de segurança. Mandados de segurança não são impetrados tão somente pelo Ministério Público, mas por qualquer órgão (constitucional, quer dizer, mencionado no texto constitucional - mas isso é uma construção da doutrina, doutrinadores mais antigos sustentavam que qualquer "órgão independente ou autônomo") para defender suas prerrogativas violadas por outro órgão perante ou com recurso ao judiciário. Embora não haja mapeamento histórico do número de expedições, houve redução sensível no número de mandados. Para Ricardo Spíndola, isso se deve ao contexto em que funcionários do MP se encontram. “Esses profissionais atualmente estão em negociação da progressão de suas carreiras e negociação de bonificações. Você não para pra pensar em mandados de segurança quando está preocupado em defender sua sobrevivência. É o que penso que aconteceu neste primeiro ano de mandato de Bolsonaro.”É a regra, não a exceção
O jornalista Pérsio Menezes concorda que Bolsonaro não representa uma ameaça democrática e afirma que vive em constante conflito. Segundo o jornalista, se as manifestações representam autoritarismo, outras ingerências do Executivo sobre outros poderes também deveriam ser denominadas de autoritárias. “O mensalão foi um golpe de Estado que nunca recebeu esse nome”, exemplifica Pérsio Menezes. “No mensalão, houve destruição da estrutura republicana – o Congresso foi comprado pelo Executivo para colocar determinados nomes no STF. Se ministros foram sabatinados por um Congresso comprado, houve uma ruptura democrática. Mas isso nunca foi reconhecido e, nesta perspectiva, a corrupção é um pecado menor”, explica Pérsio Menezes. “Pense em todas as decisões tomadas por estes ministros até a prisão de José Dirceu, que foi ministro chefe da Casa Civil no primeiro mandato do governo do ex-presidente Lula da Silva. As estruturas foram corrompidos e o prejuízo que isso causou ao Brasil é o questionamento de nosso sistema democrático.” Segundo Pérsio Menezes, a relação entre poderes é facilmente corruptível e, historicamente, um partido – PT – organizou o sistema de forma a obter vantagens.
Programa de computador que foi desenvolvido na UFG e premiado internacionalmente é capaz de antecipar complicações de doenças crônicas com 97% de acurácia

As medidas de prevenção contra o coronavírus são simples: mantenha-se informado por veículos confiáveis de informação, lave as mãos e resista ao instinto de estocar comida e correr para o pronto-socorro ao menor sinal de resfriado
[caption id="attachment_238292" align="alignnone" width="620"] Foto: divulgação[/caption]
Na quarta-feira, 26, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de coronavírus no Brasil. Um homem de 61 anos que mora em São Paulo e retornou de viagem à Itália entre 9 e 21 de fevereiro foi testado duas vezes para e dado como infectado. Atualmente, o homem está em isolamento respiratório no hospital Albert Einstein e não apresenta piora no quadro clínico, mas a inevitável chegada do vírus ao país levanta algumas questões que apenas a ciência pode responder.
A primeira e mais fundamental delas naturalmente é: “eu e minha família corremos perigo?” Embora a resposta seja um categórico “você corre muito pouco perigo”, a transmissão 24 horas do avanço das infecções e mortes pelo mundo transmite a ideia de uma contagem regressiva para o desastre. Agrava a situação o fato de que a maior parte das informações disseminadas se refere a formas de prevenção equivocadas.
Apesar de haver muitas excelentes fontes de informação na internet, as fakenews são feitas para serem apelativas e não têm paywall, se alastrando como um verdadeiro vírus enquanto sua contraparte de notícias verdadeiras é menos bombástica e frequentemente cobra uma assinatura para ser lida. Como resultado da desinformação, a população comete os dois piores erros em um cenário de pandemia: entra em pânico e corre para o pronto-socorro ao menor sinal de resfriado.
O pânico transforma vizinhos em competidores egoístas. A disputa por suprimentos leva pessoas a estocar alimentos e água em casa, que podem faltar para quem realmente precisa e elevam preços. Em Campo Grande (MS), álcool gel e máscaras cirurgicas já estão em falta nas farmácias. Estar munida destes dois insumos não significa que a população oferecerá maior resistência ao coronavírus, quando ele chegar – já que virologistas explicam que sua chegada é inevitável. Além disso, lotar centros de urgência ao sentir sintomas leves desvia os esforços da equipe médica de pacientes que realmente estão em risco.
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Flúvia Amorim afirma que a melhor prevenção é lavar as mãos | Foto: Fábio Costa[/caption]
Como explica Flúvia Amorim, Superintendente de Vigilância em Saúde no município de Goiânia, em entrevista ao Jornal Opção, a máscara dá uma falsa sensação de proteção. Ela pode ser útil ao deter gotículas de saliva na fala, espirros e tosses de uma pessoa contaminada, mas não protege indivíduos saudáveis. Inclusive, pode colocá-los em maior risco, pois quem veste a máscara frequentemente leva a mão ao rosto para ajeitá-la sobre nariz e boca.
Flúvia Amorim explica que a melhor forma de prevenção é fazer exatamente o que já se fazia para evitar gripes comuns: lavar as mãos ao entrar e sair de ambientes (públicos principalmente); espirrar e tossir em lenços descartáveis (nunca nas mãos); manter as mãos longe do rosto. A letalidade de baixíssima para adultos saudáveis e elevada para idosos e pacientes com baixa imunidade também lembra padrões da gripe.
Mas apesar da semelhança com a gripe comum, o COVID-19 tem suas especificidades. Ao contrário do influenza, o novo coronavírus ficou associado aos chineses, iranianos e agora também aos italianos, pois são estas nacionalidades com maior número de infectados. Mas é importante lembrar que o vírus atualmente está em 61 países e reforçar a xenofobia é outro dos maiores erros que se pode cometer em um cenário como este.
O preconceito cria medo e instabilidade, e assim chineses, iranianos e italianos podem perceber que serão hostilizados caso demonstrem sintomas do vírus. Isso diminui a chance de infectados procurarem ajuda profissional caso realmente precisem, e termina por expor a população e o próprio xenofóbico a risco.
Caso haja suspeita de contaminação
Como demonstrado pelo relatório do Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China (CCDC, na sigla em inglês) pela OMS, mais de 80% dos casos confirmados de coronavírus são brandos, sem grandes consequências respiratórias. Mesmo antes do primeiro caso confirmado no Brasil, o país já estava estruturado para fazer o diagnóstico. “O exame não é indicado a toda população. O paciente precisa ter pedido médico e preencher os critérios clínicos de caso suspeito do Ministério da Saúde”, explica David Urbaez, infectologista do Laboratório Atalaia, que integra a Dasa. [caption id="attachment_236594" align="alignnone" width="620"]

Poetas e músicos de Goiás e Distrito Federal têm até o início de abril para se inscrever gratuitamente
O Juriti - Festival de Música e Poesia Encenada está de volta. Esta será a sétima edição de um dos mais importantes festivais da cena criativa autoral de Goiás. As inscrições estão abertas até o dia 1º de abril deste ano. Podem se inscrever artistas de Goiás e do Distrito Federal. Os artistas inscritos passarão por uma curadoria que selecionará 12 poesias e 12 músicas.
Os três melhores concorrentes de cada categoria receberão troféu e premiação em dinheiro: R$ 3 mil para o 1º lugar, R$ 2 mil para o 2º e R$ 1 mil para o 3º. Regulamento e mais informações para as inscrições, que são gratuitas, no site: www.festivaljuriti.com.br
O projeto do 7º Juriti - Festival de Música e Poesia encenada foi contemplado pelo Edital Fomento a Festivais de Música do Fundo de Arte e Cultura do Estado de Goiás 2018. O festival está previsto para ocorrer em junho deste ano.
O Juriti na História
Criado por um grupo de jovens do Setor Criméia Leste, em Goiânia, o Festival, mesmo sendo competitivo, tem como característica principal a confraternização de artistas da música, poesia e artes cênicas, além de se notabilizar como um grande revelador de nomes na cena cultural do Estado.
O jornalista, publicitário e cineasta Ricardo Edilberto, Diretor Geral do Festival é remanescente deste grupo de jovens. Ele fala com orgulho do crescimento do Juriti que começou na periferia de Goiânia e vem consolidando o seu nome como um dos festivais da cena autoral mais importantes de Goiás.
“Cada edição é uma luta. Quando a gente começou, há 27 anos, não imaginávamos que poderíamos ir tão longe e ser hoje um festival importante para os artistas goianos. No início era só uma alternativa de lazer para a comunidade. A prefeitura, na época, transformou o campo de futebol da região em praça. Esse campo era o nosso principal ponto de convivência, onde acontecia um grande campeonato de várzea. Morreu o campo, morreu a convivência”.
Com o fim da campo, Ricardo explica que ele e mais alguns jovens do bairro resolveram fazer a primeira edição do Juriti em 1993 como alternativa de convivência comunitária. “Depois, por falta de incentivo, não demos continuidade. A partir de 2009 iniciamos a retomada, já com a parceria de instituições governamentais por meio de leis de incentivo. Desde então, estamos seguindo nessa luta e consolidando nossa história”.
Ricardo faz questão de ressaltar, ainda, que o Juriti só não é todo realizado no Crimeia hoje por falta de uma estrutura local que comporte o tamanho atual do Festival. “Voamos para outros espaços culturais por uma questão de necessidade, mas nunca deixamos de pousar com parte do evento em nossa aldeia que é o Crimeia. Por isso, pelo menos a abertura a gente não abre mão de realizar no bairro”, frisa.
Artistas
Ao longo de sua história, o Juriti tem contribuído com o voo de bandas e cantores locais como Carne Doce, Chá de Gim, Diego de Morais, Kleuber Garcez, Bebel Roriz, Rheuter, Lorranna Santos; dos poetas Kesley Rocha, Dayse Kenia, Luiza Camilo, Camila Leite, Gilmaré entre outros, além de diversos atores e companhias de teatro com belíssimas encenações das poesias selecionadas.
Nas últimas edições, o Festival tem conseguido trazer também atrações nacionais como Jorge Mautner, Walter Franco, Badi Assad e o Grupo Último Tipo, com shows que encantaram o público presente e ajudaram a qualificar o evento, ampliando geográfica e culturalmente seu intercâmbio de saberes.
SERVIÇO
Inscrições para o 7ª Juriti – Festival de Música e Poesia Encenada. Até 01/04/2020.
Regulamento, mais fotos e informações no site: www.festivaljuriti.com.br

O novo líder do partido confirma pré-candidatura de Virmondes Cruvinel em Goiânia e conta até 120 candidaturas no estado

Roberto Freire afirmou que a chegada de Lincoln Tejota à sigla significa maior peso político em 2022
[caption id="attachment_238667" align="alignnone" width="620"] Vice-governador Lincoln Tejota; presidente nacional do Cidadania Roberto Freire; e deputado estadual Virmondes Cruvinel | Foto: Divulgação[/caption]
Na ocasião da posse do vice-governador Lincoln Tejota como líder do Cidadania em Goiás, lideranças como o presidente nacional do partido, Roberto Freire, e o deputado estadual Virmondes Cruvinel estiveram presentes e comentaram a fase que a legenda atravessa. O consenso é de que a agremiação está em momento de renovação.
“Basta olhar e ver que o Cidadania se tornou um grande partido em Goiás”, afirmou Roberto Freire. “A integração do vice-governador trouxe protagonismo para o partido na política local e demonstra que aqui há possibilidade de construção de uma nova formação que tenha participação para os pleitos que vêm a seguir; não apenas nas eleições municipais, mas também para 2022.”
Virmondes Cruvinel disse que a vinda do vice-governador tem um peso político grande, mas ressaltou que suas conversas com Lincoln Tejota foram acerca do respeito às bandeiras partidárias. “Foi um diálogo fácil porque Tejota já foi deputado estadual e sabe que é necessário respeitar. É uma característica do Cidadania: o partido quer defender suas bandeiras e não se limitar a ser base do Governo Federal ou Estadual”.