Editorial

O jornalista criou o Jornal Opção, há quarenta anos, em plena ditadura, para analisar os fatos do Estado, do país e do mundo, mas sobretudo para defender o desenvolvimento de Goiás

A ideia de golpe propagada pelo PT visa exclusivamente impedir mudanças, evitar a prisão de seus integrantes que se envolveram com corrupção e tentar impedir a renúncia, o impeachment ou a cassação da presidente da República

Contrariando James Carville, é possível dizer: “É a política, estúpido!” Uma operação para salvar o mandato da presidente equivale a um poderoso incentivo para o empresariado não investir e, portanto, para aprofundar a crise

Jovens que se cansaram do discurso de que “nada muda” e de que tudo está “contaminado” estão provando que o Brasil tem jeito. Eles estão fazendo a sua parte. Cabe aos demais se apresentarem como cidadãos de fato e de direito

O marxismo pôs um ovo da serpente na linguagem comum e quase todos repetem que a causa dos crimes é a desigualdade social. A maldade assassina de Natália Gonçalves tem pouco ou nada a ver com pobreza
[caption id="attachment_59759" align="alignright" width="620"] Reprodução/Facebook[/caption]
O iluminismo é o pai (Laio?) e o positivismo (Jocasta?), diria o filósofo britânico John Gray, é a mãe do marxismo (Édipo?). Os pensadores do iluminismo sugeriram, implícita ou explicitamente — e seus seguidores políticos, como os da Revolução Francesa, radicalizaram suas ideias, promovendo mudanças rápidas e drásticas —, que os principais problemas da Humanidade podem ser resolvidos, por assim dizer, num “golpe de força”. A vontade de mudar — que os leninistas chamariam mais tarde de voluntarismo —, impulsionada pela ação organizada, resultaria em mudanças conjunturais e, sobretudo, estruturais. Os marxistas — ou marxicidas, diriam seus desafetos — apropriaram-se da ideia, aperfeiçoaram-na e decidiram que era possível mudar o mundo, até com certa facilidade e, sobretudo, rapidez. Os indivíduos estavam “cansados” de ideias que indicavam que as mudanças seriam lentas ou se dariam apenas no plano espiritual.
Utilizando-se do iluminismo como servo, o marxismo precisava, porém, de um escravo — o positivismo. A ideia de mudanças lineares, de modos de produção sequenciais — comunitário, escravista, feudal, capitalista, socialista e, finalmente, comunista (o nirvana dos materialistas) —, de um mundo progressista, sempre avançando, é um assalto promovido pelo marxismo ao banco de ideias do positivismo. Posteriormente, o leninismo “aperfeiçoou” a ideia de um partido único e o parto estava feito: nascia o monstro — o comunismo como sistema. O resultado: mais de 100 milhões de mortos, apenas em dois países, a União Soviética e a China, no século 20. Nunca um sistema político havia matado tanto e de maneira tão ordenada — inclusive com cotas diárias.
Mas o marxismo, um sistema bipolar (iluminista e positivista; John Gray aponta seu caráter religioso, ainda que laico), é responsável por outro mal — este mais difícil de ser extirpado: criou uma linguagem comum (George Orwell quase imaginou isto, ma non tropo). Todos (ou quase) falam como marxistas, mesmo quando não marxistas. Pode-se dizer que o marxismo é uma espécie de cristianismo da linguagem. A linguagem e o comportamento comuns estão impregnados pelo discurso marxista, fortalecido pela hegemonia dos comunistas na União Soviética (extinta em 1991) e na China.
Morte de Nathalia Zucatelli
Na segunda-feira, 22, Natália Gonçalves de Sousa, de 20 anos, matou Nathalia Araújo Zucatelli, de 18 anos. A primeira é assaltante; a segunda era estudante. Encontraram-se frente a frente. Nathalia Zucatelli não reagiu ao assalto — perpetrado por Natália Gonçalves e seu comparsa, Mateus Queiroz Aguiar. Ainda assim, como se fosse um personagem do escritor francês Albert Camus, o Meursault de “O Estrangeiro”, ou do escritor russo Fiódor Dostoiévski, o Raskólnikov de “Crime e Castigo, Natália Gonçalves matou Nathalia Zucatelli.
Num vídeo, aparentando calma e capacidade de racionalização, Natália Gonçalves admitiu que, mesmo sendo assaltada, Nathalia Zucatelli comportou-se com relativa tranquilidade. No dizer da assassina: “A reação dela foi normal. Virou as costas e saiu”.
Ao racionalizar, como se fosse uma Raskólnikov dos trópicos, Natália Gonçalves acrescenta: “Foi quando a moto acelerou e eu assustei”. Era noite, portanto, ao contrário de Meursault, a criminosa não pode mencionar o Sol como causa do susto. É provável que a racionalização, ainda sem orientação de advogados experimentados, é da própria assassina. Busca um atenuante: o tiro teria sido, por assim dizer, acidental. O assassinato deixaria de ser doloso para se tornar culposo. Tese que promotores de justiça e juízes raramente aceitam — dadas as evidências de que se pretendia matar e de que não houve reação alguma por parte da vítima.
Ao delegado Clayton Camilo, que investiga o caso, a hábil Natália Gonçalves — econômica nas palavras, às vezes — contou uma história mais plausível. Estava com a arma engatilhada e atirou em Nathalia Zucatelli, que, se não estava, simulava certa calma. Talvez a tranquilidade dos jovens e dos bons — que acreditam que, dada a ideia de imortalidade (típica dos jovens, necessária para que não percam a esperança), sempre “escaparão” aos momentos ruins. É raro o jovem que acredita na maldade absoluta — como a de Natália Gonçalves.
Por que, se Nathalia Zucatelli não reagiu e não deu importância alguma aos bens materiais, Natália Gonçalves a matou? Porque quis, admitiu a criminosa, que tem passagem pela polícia. No mesmo dia em que cometeu o crime mais grave que se pode cometer, contra vida, a jovem de cara fechada cometeu mais dois assaltos.
Entrevistas rápidas não servem de base para se formatar um perfil preciso de um indivíduo. Mas, observando bem o semblante e escrutinando as palavras de Natália Gonçalves, é possível constatar ao menos três coisas.
Primeiro, trata-se de um jovem obstinada, dessas que saem às ruas para matar ou, quem sabe, morrer. Sua postura física é de uma pessoa, mesmo presa, resoluta.
Segundo, embora fale em pagar por seus “pecados”, não se mostra arrependida. Pagar “pecados” não é o mesmo que, por assim dizer, “renegeração”.
Terceiro, racionaliza com frequência — inclusive parece entender a hegemonia de um discurso típico da esquerda mas comprado por quase todos: a origem social dos crimes. Numa tentativa sutil de “atenuar” a barbárie que cometeu, Natália Gonçalves quase teoriza: “Ele [Mateus] me chamou para fazer um assalto e eu estava precisando de dinheiro... Meus filhos estavam sem água e sem energia, e eu aceitei”.
A teoria do social como produtor de crimes é manqué. A maioria dos pobres é decente e trabalhadora. Se a teoria estivesse certa, a maioria dos pobres seria criminosa. O crime às vezes tem origem difusa. Em alguns casos, os criminosos sentem certo prazer com suas atividades, com a violência. Noutros, sobretudo no crime organizado, unem-se o prazer e a vontade de ganhar dinheiro.
No caso de Natália Gonçalves, é muito provável que tenha cometido crimes na segunda-feira — e, possivelmente, em vários outros dias —, não por que precisava necessariamente comprar água e pagar energia. É bem possível que queria dinheiro para outras coisas — como se divertir e comprar drogas (crack, maconha). Mas sugerir que o crime tem vínculo com o social — Natália Gonçalves sabe das coisas —, se não justifica o assassinato, ao menos o “atenua”. A má consciência da sociedade, formatada e sedimentada pelo discurso da esquerda — que a transforma em culpada, quando é vítima —, se torna uma produtora de dúvidas, de questionamentos infrutíferos. Os criminosos se tornam vítimas — párias sociais — e as pessoas de bem, sobretudo se tiverem alguma renda razoável, passam a ser consideradas “culpadas”.
Urge retomar parcialmente a discussão do início do texto. Na semana passada, ante a repercussão e a comoção — justíssimas — geradas pela morte de Nathalia Zucatelli, na porta do Colégio Protágoras, onde estudava, pôde-se ouvir, em vários lugares, determinados discursos que merecem exame da Filosofia, da Antropologia, da Sociologia, da Psiquiatria e da Psicanálise. Não é o que se pretende fazer aqui. O que se pretende é insistir que o marxismo “introduziu” o ovo da serpente em quase todos os indivíduos. Por isso é que se comentava, e não apenas en passant, que a grande repercussão tem origem no fato de que se trata de uma filha da classe média, assassinada na porta de um colégio particular. Este tipo de comentário é desumano, mas é típico da racionalização da esquerda, quer dizer, pessoas que não são de esquerda — que estão próximas da direita — adotam discurso de esquerda. “Se fosse um pobre, se fosse uma pessoa da periferia, a sociedade não estaria tão mobilizada”, disseram muitos, quase todos com formação universitária.
Procede que é preciso “prantear” todos os mortos. Mas Nathalia Zucatelli não era pobre, não era classe média, não era rica. Isto não importa. Era um indivíduo, um ser humano, uma cidadã de bem. Morreu porque certamente tinha doçura no coração, porque “virou as costas e saiu”, acreditando que o mal tinha “pernas curtas”, sem nenhuma reação.
Há, por fim, um aspecto pouco examinado. Casos como o do assassinato geram uma mobilização social, a sociedade sai de certo marasmo e se posiciona. O próprio governo de Goiás trocou o secretário de Segurança Pública. O vice-governador José Eliton assumiu o cargo com um discurso mais duro, mais posicionado. Ao contrário dos iluministas, temos poucas certezas. Mas uma delas é que, além de investir em educação — uma arma letal contra o crime — é mesmo preciso ser duro com os criminosos. Duríssimo. O tom do discurso de José Eliton é o correto. A polícia — assim como a sociedade — precisa sentir-se “protegida” pelo secretário. Discursos bambos ou flácidos são úteis aos criminosos e contribuem para paralisar a polícia. Tolerância zero com o crime — não com a lei — é o novo recado. Ele funciona. Até os criminosos entendem esta linguagem.

Para evitar o uso abusivo de recursos, que visam tão-somente impedir que a pessoa seja presa, o STF confere mais peso aos tribunais de Justiça estaduais e tribunais regionais federais
Estatísticas sobre violência são úteis para gerar manchetes sensacionalistas, mas a Imprensa precisa refletir sobre o assunto de maneira abrangente. A sociedade precisa demonstrar insatisfação com a violência contra policiais

O jovem peemedebista impôs uma vitória acachapante ao decano do partido. Agora precisa entender que seus principais rivais, daqui pra frente, são José Eliton e Ronaldo Caiado, e não o governador Marconi Perillo

No afã de criticar por criticar, o PMDB de Goiás está desconectado da realidade,
não interpreta os fatos com precisão e por isso perdeu cinco eleições seguidas para
o grupo de Marconi Perillo. O próprio Daniel Vilela precisa se modernizar
[caption id="attachment_49659" align="aligncenter" width="610"] Iris Rezende é um político desconectado da realidade do Estado e quer o poder pelo poder. Deputado Daniel Vilela é jovem, mas precisa se modernizar[/caption]
Ao término de 2018, o PMDB terá ficado 20 anos fora do governo do Estado. Trata-se de uma geração — quase um quarto de século. Parece pouco? Em termos de política e de vida mesmo, é muito. Um bebê virou menino, o menino virou adolescente, o adolescente virou adulto e, pronto, está na universidade. Aquele eleitor que completar 30 anos em 2018 tinha 12 anos em 1998, quando o tucano Marconi Perillo foi eleito governador de Goiás pela primeira vez, com pouco mais de 30 anos (hoje tem 52 anos). Parte significativa dos eleitores goianos não tem lembrança efetiva — pode-se informar por leituras, mas o material é escasso — do que foram os governos do PMDB entre 1983 e 1998. Mas sabe que Goiás, entre 1999 e 2016, mudou — e muito. Modernizou-se, tornou-se outro e, no momento, chama a atenção do país.
No geral, os quadros políticos do PMDB não são, a rigor, ruins. Mas os quadros mais qualitativos são cada vez mais escassos. Uma de suas principais perdas é o economista e deputado federal Thiago Peixoto, que, como tantos outros, saiu por falta de espaço, por ter seu crescimento político-eleitoral cerceado pela “ditadura” irista (o irismo é a ditadura civil do PMDB). Recentemente, criticando a falta de renovação — o partido por vezes é chamado de PMDBI, Partido do Movimento Democrático Brasileiro dos Iris (o Rezende e a Araújo) —, o ex-deputado federal Marcelo Melo (vice de Iris Rezende em 2010, na disputa pelo governo) migrou para o PSDB e é favorito na disputa pela Prefeitura de Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Hoje, para arrolar apenas alguns nomes, podem ser citados o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e os deputados Daniel Vilela, Pedro Chaves, Ernesto Roller. O próprio Iris Rezende tem seus méritos, como gestor e político, embora pareça, cada vez mais, um elemento da história e não da realidade contemporânea. Trata-se, diria Roberto Schwarz, de uma ideia (e um corpo) fora do lugar (e, quem sabe, do tempo).
Na semana passada, uma briga — e não meramente um conflito político — no diretório estadual do PMDB levou um segurança do deputado estadual Paulo Cezar Martins a atirar para cima. O parlamentar alega que estava sendo agredido por quatro iristas — nenhum deles com mandato eletivo, mas supostamente enviados ao diretório, não se sabe por quem, para “buscar” certos documentos. O objetivo seria reduzir a força política do deputado federal Daniel Vilela, que, aliado aos outros deputados, das bancadas estadual e federal, quer assumir o controle do partido. A batalha física, seguida do tiro — que parece um alerta de que o PMDB vive espiritualmente num passado selvagem, embora os corpos de seus líderes estejam presentes no ano 2016 do século 21 —, é apenas mais um elemento que indica que fala em renovação como figura de retórica.
Como perdeu cinco eleições seguidas, entre 1998 e 2014, o PMDB deveria ter feito uma autocrítica visceral com o objetivo de renovar-se, tanto em termos de pessoas quanto de ideias. Porém, os caciques são os mesmos, as práticas não mudaram — a pancadaria e o tiro sugerem que os velhos métodos ainda são usados para “revolver” os conflitos — e as ideias, se existem, permanecem “curtas”, e em descompasso com um Estado em que a modernização continua acentuada “atropelando” quem não a entende. Nenhuma autocrítica foi feita, fora os lamentos pueris de praxe e a exposição da tese de que Marconi Perillo se elege e reelege governador graças à imensa estrutura que é capaz de mobilizar.
Peemedebistas não percebem que, ao mencionar a competência de Marconi Perillo para ganhar as eleições, cinco seguidas — ele foi eleito quatro vezes governador e pôs um poste no governo em 2006, Alcides Rodrigues —, estão falando muito mais de sua própria incompetência. Ninguém ganha eleição só por causa de dinheiro e estrutura. Se fosse assim, Antônio Ermírio de Morais teria derrotado Orestes Quércia para governador, em São Paulo, há alguns anos. Se fosse assim, Iris Rezende teria derrotado Marconi Perillo em 1998, quando o tucano fez uma campanha mambembe contra uma campanha riquíssima do peemedebista.
Insistimos num ponto que o PMDB não quer perceber: seus líderes perderam sintonia com o Goiás real. Eles falam nas campanhas e nas críticas que fazem ao governador tucano aparentemente sobre o que não entendem. Parecem nefelibatas. Os peemedebistas devem fazer críticas, as mais duras possíveis, mas devem interpretar, com precisão e não preconceito, o que são tanto o tucano Marconi Perillo quanto o Estado de Goiás. Quando se escuta um peemedebista falando, apresentando uma análise do quadro político e do quadro econômico, fica-se com a impressão de que é um personagem de um filme com o título “De Volta Para o Passado — Sempre”. Os diagnósticos são mais críticas desconectadas do real do que interpretações lógicas e racionais do que está efetivamente acontecendo. Em termos de críticas apropriadas, certeiras, o peemedebismo é o primeiro a chegar atrasado.
Críticas perceptivas e sensatas, a partir de estudos detidos da política e da economia de Goiás, seriam (e são) importantes para todos — situação, oposições e, claro, eleitores. Um estudo econômico abalizado, com dados interpretados com precisão técnica — e não como parte do jogo político e ideológico, que gera distorções e acaba por “reduzir” a sociedade a preconceitos —, seria crucial para o eleitorado se posicionar a respeito do oposicionismo e do situacionismo. Mas, nos últimos 15 anos, o PMDB nunca apresentou uma crítica consistente, persuasiva. As críticas nunca são estruturais e mesmo as conjunturais permanecem quase infantis. Quem ganha com a superficialidade crítica do peemedebismo é sempre o governador Marconi Perillo, que, usando pesquisas e análises mais sofisticadas, compreende, de maneira mais precisa, o Estado de Goiás em que vive, trabalha e milita politicamente.
Veja-se o caso recente da proposta de se instalar uma gestão compartilhada nas escolas de Goiás. Organizações sociais assumirão a gestão das unidades escolares com o objetivo, segundo o governo, de melhorar a qualidade do ensino. Há o exemplo das escolas militares, nas quais a Polícia Militar atua como uma espécie de organização social. Tais escolas têm o apreço da sociedade. No interior, prefeitos e populações se unem para tentar atrair escolas militares. Há um desejo por mudança, que foi compreendido pelo governador Marconi Perillo, possivelmente porque mantém contato direto com as pessoas, enquanto muitos políticos são seres quase virtuais. No momento em que o governo trabalha para implantar as OSs, setores estudantis e professores da rede estadual e da rede universitária, notadamente da Universidade Federal de Goiás, se postaram contra sua adoção. Não há um debate sobre o assunto, mas há uma crise instalada. Qual a posição do PMDB? Para tentar obter ganhos eleitorais, posta-se ao lado dos que estão insatisfeitos com o governo — aliás, tais setores nunca estiveram ao lado de Marconi Perillo (a maioria é militante político de organizações moderadas e radicais, embora existam muitos professores sérios e comprometidos de verdade com a educação) —, mas não tem uma posição sólida e uma proposta alternativa. Educação é um dos temas que o peemedebismo não “domina” e tenta apenas “instrumentalizá-lo” em termos políticos. O PT entende um pouco mais do tema Educação, mas, por vezes, a instrumentaliza ideologicamente.
Pode-se concluir que o PMDB quer o poder, mas não é visto como uma alternativa para a sociedade, porque não é assimilável como “melhor” do que o PSDB. Parece que a sociedade percebe que, bem ou mal, o PSDB tem um projeto de Estado, mas o PMDB não tem projeto algum, ou melhor, só tem um projeto de poder. No caso da crise da Educação, quando seus líderes poderiam ter se sentado com os professores rebelados e examinado suas propostas, transformando-as numa ideia alternativa às organizações sociais, o que se viu, mais uma vez, foi o peemedebismo na retaguarda, superado pela sociedade.
O deputado federal Daniel Vilela significa a renovação, em termos individuais. Porque é jovem e, assim, é contemporâneo dos goianos atuais. Mas não basta ser jovem. É preciso entender a sociedade na qual se vive, compreender suas reivindicações e caminhar um pouco adiante dela, como líder, indicando caminhos. O líder, afinal, não é apenas aquele que obedece ao que diz a sociedade. O líder é, sobretudo, aquele que sugere à sociedade um caminho para a mudança. Pode ser que, num primeiro momento, a mudança proposta não seja bem assimilada pela sociedade, mas, se a ideia for boa e se o governo conseguir colocá-la em prática, produzindo resultados qualitativos, aquela, aos poucos, vai acompanhá-lo. Pode ser o caso das OSs na Educação.
No momento, Daniel Vilela e Iris Rezende esgrimam, direta ou por intermédio de aliados, para ver quem assumirá o comando do PMDB. Mas não se trata tão-somente do comando do PMDB — a face visível. Está em jogo muito mais do que isto: uma forma de o partido deixar de ser o grande derrotado da política de Goiás. Com Iris Rezende, e não há nada de pessoal na avaliação, o partido não se renova. Por dois motivos. Primeiro, Iris Rezende é o principal responsável pelas cinco derrotas do partido, porque ele, sobretudo, perdeu a conexão com o Goiás real. Segundo, porque o peemedebista-chefe não tem mais futuro político. Sim, por causa da idade mesmo. Em 2018, quando o PMDB tentará, pela sexta-feira, arrancar o tucanato do poder, Iris Rezende estará com 85 anos. Mesmo tendo saúde, não tem estrutura física para viajar por um Estado-país, como Goiás, e se relacionar com líderes de 246 municípios. É tarefa para políticos mais jovens e pacientes, como Daniel Vilela.
Portanto, desde já, o PMDB só tem dois caminhos: renovar, com Daniel Vilela — ou outro político —, ou morrer, com Iris Rezende ou um de seus discípulos, como Iris Araújo e Nailton Oliveira. O PMDB é tão velho quanto Iris, mas a velhice que é abominável não tem a ver com idade cronológica, e sim com a caduquice das ideias, projetos e práticas. Os iristas que rolaram pelo chão com o deputado Paulo Cezar Martins são jovens, bem jovens, mas se comportaram como homens do século 19. Envelheceram antes de se firmarem como jovens. O tiro dado pelo segurança de Paulo Cezar Martins, insistimos, é um alerta, uma luz. O PMDB está velho, quase morrendo, mas não basta retirar Iris Rezende do comando. É preciso ir além e interpretar Goiás e, também, Marconi Perillo com mais precisão e inteligência. Senão o peemedebismo continuará sendo “alimento” para o tucanato por muitos e muitos anos.

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