Ponto de Partida

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Felipe Prior, Atila Iamarino, Drauzio Varella, Vera Magalhães: ninguém escapa do linchamento virtual

Em tempo de Covid-19, a pandemia de ataques virtuais toma ares de insanidade, atingindo cientistas e até mesmo o entretenimento catártico do BBB20

Quem vai ser o primeiro a arremessar a avó no poço de piche?

Para economistas, é falsa a escolha entre o cuidado com a vida e preservação da economia com o relaxamento de medidas contra o coronavírus

Bolsonaro promete um Ministério de técnicos, mas não gosta de ouvi-los

Ministro da Saúde, Mandetta teve de engolir um pronunciamento à nação que contraria boa parte do que tem feito até agora para conter o novo coronavírus

O médico e o mito: Ronaldo Caiado se descola de Bolsonaro diante da pandemia de Covid-19

Apesar de serem ideologicamente alinhados, o governador goiano demonstra que evoluiu como gestor enquanto o presidente permanece um neófito

Primeiras mortes por Covid-19 lembram que, em crises de saúde, os mais pobres sempre sofrem mais

Uma das vítimas era uma empregada doméstica que não fez viagem ao exterior e que não teve a chance de desfrutar de benesses tecnológicas, como trabalhar home office

Conceito de grupo de risco repete com a Covid-19 o que fez com a Aids

Quando a pandemia do HIV começou, nos anos 1980, pensava-se que ela estava restrita aos homossexuais, hemofílicos, haitianos, profissionais do sexo e heroinômanos A pandemia de Covid-19 é acompanhada em tempo real, como nunca havia ocorrido na história da humanidade. Com a tecnologia atualmente disponível, todo mundo acompanha na palma da mão a evolução do número de casos, o impacto na economia mundial e a reação de governos e população de cada país. Paradoxalmente, em meio a tanta informação, um termo caduco, que influenciou fortemente em como a epidemia de Aids se consolidou nos anos 1980, volta ao noticiário com possibilidade de repetir o desastre de três décadas atrás. Trata-se do conceito de “grupo de risco”, amplamente disseminado pelos meios de comunicação e replicado nas conversas informais e redes sociais. Quando o HIV surgiu, o grupo de risco consistia, basicamente, em homossexuais, heroinômanos (usuários de heroína injetável), hemofílicos, haitianos e hookers (os profissionais do sexo, em inglês). Eram os chamados 5 H. A medida em que a doenças e seu agente infeccioso, o HIV, foram sendo desvendados, descobriu-se que todos estavam em risco. Mas, contraditoriamente, o conceito de grupo de risco se consolidou. Isso contribuiu para que a doença fosse cercada de estigma e preconceito – impulsionando a disseminação entre pessoas que se consideravam livres, por não se enquadrarem em nenhum dos 5 H. Mesmo a pesquisa científica foi prejudicada – afinal, para que investir em uma doença que atingia grupos marginalizados? O resultado, todos conhecemos. Na atual pandemia de Covid-19, solidifica-se no imaginário popular que somente os mais idosos são vulneráveis. Os jovens, de acordo com esse pensamento, estão quase imunes. Assim, muita gente tem negligenciado o tamanho do perigo representado pelo vírus SARS-CoV-2, o vírus causador da doença respiratória que começou na China. De fato, a letalidade entre os mais novos é bem menor, mas não quer dizer que eles não podem morrer da doença. Cada organismo reagirá de uma forma. Além disso, mesmo que não desenvolvam a forma grave, os jovens podem se tornar agentes disseminadores da Covid-19, que, assim, encontra a porta de entrega para chegar aos pais, tios e avós desses jovens. Portanto, melhor esquecer essa história de grupo de risco. Para o bem individual e coletivo de todos.

O dia em que Raul Seixas previu o caos provocado pelo novo coronavírus

Canção gravada pelo compositor baiano em 1977 é trilha sonora ideal para os atuais dias de pânico diante da pandemia de Covid-10

Drauzio e a trans Suzy: é possível ter compaixão diante da barbárie?

Cena em que o médico abraça uma condenada por estuprar e matar uma criança envolve questões com respostas difíceis sobre perdão e jornalismo

Pavor com coronavírus cresce, mas o perigo maior está em nosso quintal

Por enquanto, a dengue continua sendo mais preocupante que o vírus que chega da China e da Europa: só este ano, são 14 mortes suspeitas em Goiás

Coronavírus, iFood, Goiânia e a sociedade que criamos

A comodidade tecnológica e a falta de uma cidade amigável isolam as pessoas no mesmo momento em que a epidemia mostra que nunca estivemos tão próximos

Haverá um novo Iris ou um novo Marconi?

Ruptura provocada pela vitória de Caiado em 2018 abre uma janela de oportunidade para a consolidação de novas lideranças políticas no Estado

American Factory, que venceu Democracia em Vertigem, é o retrato de um mundo em constante transformação

Ao usar o exemplo de uma fábrica no interior dos Estados Unidos, documentário reproduz em pequena escala o impacto do capitalismo estatal chinês no mundo

Quarentena revela um goianiense que não é solidário nem no coronavírus

Desde que o governo federal anunciou que traria brasileiro da China para Anápolis, brasileiros de Wuhan têm sido tratados como os leprosos dos tempos bíblicos

Meia-entrada é como a Black Friday: tudo pela metade do dobro do preço

Quando alguém paga 50% do ingresso para entrar em um show ou no cinema, está sendo bancado por outra pessoa que paga a “inteira” Há frases que, de tão usadas, perdem a força e se transformam em clichê. O paradoxo é que se desgastam exatamente por resumirem em poucas palavras um assunto complexo. “Não existe almoço grátis” é uma delas. Atribuída ao nobel norte-americano Milton Friedman, que lançou em 1975 uma obra com o título There’s no Such Thing as a Free Lunch, a frase, que já havia circulado no comércio e na imprensa do país, resume didaticamente uma das faces da discussão sobre a meia-entrada para estudantes em shows, cinema, museus, etc. A concessão da meia-entrada, que existe por força de lei federal e possui configurações próprias em vários Estados (sempre no sentido de aumentar e não de restringir), tem um bom motivo. Facilitar o acesso de jovens aos eventos culturais contribui, positivamente, para sua formação. Medidas do tipo existem em muitos países, inclusive os mais desenvolvidos, com características de cada local – em alguns só valem para museus, por exemplo. Como muitas boas intenções, essa é outra que lota o inferno. Voltando à frase famosa, se não existe almoço grátis, tampouco há meia-entrada. Ela não passa de uma grande ilusão, mesmo para aqueles que têm direito a ela. Tudo que existe de forma limitada tem um custo. Por isso, qualquer coisa que tenha demanda maior que a oferta ou que seja rara (como trufas brancas) é mais valiosa que as que despertam pouco interesse ou são abundantes (como o chuchu). Um show artístico, por exemplo, tem um número limitado de ingressos. Quanto mais popular o artista, mais gente tem interesse em assisti-lo. Assim, uma apresentação do Roberto Carlos sempre terá ingresso mais caro que o couvert do cantor do barzinho. Quando o produtor contrata um artista, leva em conta esse e outros fatores, como aluguel do espaço, taxas e impostos, segurança, energia, Ecad. Com todos esses dados, ele calcula o preço que vai cobrar pela entrada, de forma que banque as despesas e sobre o lucro almejado. Supondo que esse cálculo precifique o ingresso ideal a R$ 30 e que metade do público seja de estudantes. Para atingir a média de R$ 30, o produtor terá de cobrar R$ 40 a inteira e R$ 20 a meia. Portanto, em relação ao preço ideal, a meia-entrada é só 33% mais em conta – e não 50%, como aparenta –, porcentual que será repassado para quem compra com tarifa cheia. Assim, quem compra a inteira paga mais caro que poderia e quem compra meia está sendo iludido. Porque o produtor não perde dinheiro com a meia-entrada, ele simplesmente repassa para o público. Outro problema é a universalização indiscriminada do benefício. Estudantes de renda alta acabam sendo subsidiados por trabalhadores de baixa renda. O garoto ou garota que estuda em uma escola cuja mensalidade é de R$ 1,5 mil, quando vai ao cinema, tem parte de seu lazer bancado pelo entregador de comida por aplicativo que fatura R$ 1 mil por mês (se tiver sorte) que por acaso conseguiu guardar uns caraminguás para assistir a um filme. O benefício acaba tendo um efeito diverso ao que pretende. Ao longo dos anos, o preço dos ingressos em shows e nos cinemas subiu consideravelmente – é preciso admitir que não apenas por causa da meia-entrada, mas ela tem uma parte que lhe cabe nesse latifúndio. Assim, o estudante de baixa renda segue sem conseguir curtir um filme (especialmente com o fim dos cinemas de rua e concentrações nos shoppings) ou ver seu artista preferido de perto. É bom lembrar, ainda, a explosão de carteirinhas de estudante falsas que passaram a circular desde que a meia-entrada se universalizou. Qualquer produtor sabe o quanto de gente que está há anos longe do banco da escola dá a carteirada na bilheteria. Não é o caso de se acabar com a meia-entrada, pois ela tem, sim, uma razão de ser e uma função social. Mas é preciso discutir os critérios, levar em conta as características regionais, definir quem deve e quem não deve ter acesso, qual tipo de produto cultural deve ser abrangido. Falar em “acesso à cultura” soa genérico. Não se tem, por exemplo, meio-livro, meio pacote de Netflix ou meia assinatura do Spotfy – outras formas de se consumir cultura. P.S: Tal discussão voltou à tona depois de um encontro entre produtores e artistas com o presidente Jair Bolsonaro. Nesse encontro, conforme noticiado, teria havido um pedido ao presidente para acabar com a meia-entrada. Quem participou da reunião nega e diz que houve distorção do que foi dito. O que não deixou sombra de dúvida, novamente, foi o preconceito e a virulência das redes sociais. Preconceito em relação ao estilo musical dos artistas presentes, o sertanejo universitário, um “case de sucesso” da indústria cultural que deveria ser copiado. Virulência nos ataques baixos de sempre nas redes sociais.

Maior adversário de Bolsonaro, hoje, é Sergio Moro

Presidente tem realizado movimentos que desidratam o ministro, que aparece como possível presidenciável em um pleito que tende a reeleger a direta em 2022