Ponto de Partida

Enquanto na capital Iris Rezende resiste à reabertura dos shoppings centers, seu colega de partido, Gustavo Mendanha, autoriza o retorno das atividades

Planejamento da capital é de reabertura gradual das atividades ainda paralisadas, quando aumentam os diagnósticos de coronavírus

Em um mês, número de diagnósticos positivos para a Covid-19 saltou de 11 para 97 e o de bairros com a infecção pulou de 10 para 23

A observação da evolução dos casos de Covid-19 nos bairros da região Noroeste de Goiânia, em que vivem aproximadamente 160 mil pessoas, mostra como o coronavírus se espalha mais rapidamente em uma das regiões mais carentes da capital que nos bairros centrais e nobres – onde os primeiros casos foram registrados. Em um mês, o número de diagnósticos positivos passou de 11 para 97 na região (um salto de 880%). No mesmo período, o número total do município foi de 267 para 1.407 (um acréscimo também preocupante de 536%).
Os dados foram levantados pelo Jornal Opção na Plataforma Covid Goiás, da Universidade Federal de Goiás (UFG), que tem sido uma das principais fontes de informação para o comitê formado pelo governo de Goiás para monitorar e propor ações de combate à doença. No dia 27 de abril, havia casos em dez bairros da região: Residencial Barravento, Recanto do Bosque, Jardim Fonte Nova, Vila Finsocial, Setor Morada do Sol, Jardim Curitiba, Parque Tremendão, Jardim das Hortências, Jardim Colorado e São Domingos.
Agora, são 23 bairros da região Noroeste de Goiânia com casos oficiais de Covid-19. Além dos já citados, foram incluídos: Setor Alto do Vale, Residencial Brisas da Mata, Setor Estrela Dalva, Jardim Vista Bela, Setor Novo Planalto, Jardim Liberdade, Vila Mutirão, Bairro Floresta, Boa Vista, São Carlos, Bairro da Vitória, Conjunto Primavera e Jardim Primavera.
Os bairros com mais confirmações de infecção pelo coronavírus na região são o Jardim Curitiba, com nove casos; O Parque Tremendão, com oito; o Residencial Barravento, com seis; o Recando do Bosque, o Setor Estrela Dalva e a Vila Mutirão, com cinco cada. Veja a lista dos demais bairros com casos confirmados na região Noroeste:
Setor Alto do Vale | 4 |
Jardim Fonte Nova | 4 |
Setor Morada do Sol | 4 |
Residencial Brisas da Mata | 4 |
Jardim Liberdade | 4 |
Jardim Vista Bela | 3 |
São Domingos | 3 |
Boa Vista | 3 |
Bairro da Vitória | 3 |
Conjunto Primavera | 3 |
São Carlos | 2 |
Bairro Floresta | 2 |
Setor Novo Planalto | 2 |
Jardim das Hortências | 1 |
Jardim Primavera | 1 |

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No domingo, presidente manifestou desejo de ficar no poder por mais sete anos. Um desejo precoce, quando o Brasil enfrenta problemas graves e imediatos
[caption id="attachment_253261" align="alignnone" width="620"] Jair Bolsonaro: de olho nas eleições de 2022 | Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil[/caption]
Passou quase despercebida a declaração do presidente Jair Bolsonaro, no domingo, 10, ao ser perguntado por um apoiador que o esperava no cercadinho do Alvorada se há possibilidade dele renunciar ao mandato: “Vou sair em 1o de janeiro de 2027”, respondeu Jair. Uma fala prosaica, não estivesse o presidente com um grande abacaxi em mãos: a pandemia e seus efeitos colaterais na saúde física e econômica do País.
Soa descabida, portanto, a fala do presidente, que cumpriu apenas 496 dos 1.460 dias que tem do primeiro mandato – ou seja, um terço apenas. É possível argumentar que fora apenas uma brincadeira, uma bravata. O que só reforça o momento inadequado para tal. Mas é muito mais provável que a hipótese esteja, sim, nos planos de Bolsonaro. Para ficar em um universo caro ao presidente (o religioso), Jesus Cristo alertava, há 2 mil anos, que a boca fala do que está cheio o coração humano.
Fernando Henrique Cardoso
A reeleição é um dos maiores erros da gestão Fernando Henrique Cardoso (FHC). Não pelo conceito, em si. Em tese, bons governantes devem, sim, ter a oportunidade de prosseguir o trabalho. O problema é a forma nada saudável como ela foi introduzida no Brasil e suas consequências. FHC aprovou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reeleição para si próprio, em um processo ainda hoje nebuloso e cheio de denúncias de atitudes nada republicanas. Desde então, os gestores brasileiros têm governado mais preocupados em se manter no poder do que em fazer o que deve ser feito. Medidas necessárias (como o enxugamento dos gastos públicos, por exemplo) ficam nas gavetas em nome de medidas populares – ou populistas – como reajustes constantes ao funcionalismo público.Tentação
Por fim, há sempre outro perigo à espreita: a tentação de se perpetuar no poder. Exemplos recentes não nos faltam. Vladmir Putin chegou ao cargo de primeiro-ministro da Rússia em 1999. De lá para cá, reveza-se ora como presidente, ora como primeiro-ministro, sempre concentrando poder com mão de ferro. Tudo “democraticamente”, na fachada. Aqui do lado, na Venezuela, Nicolás Maduro mantém o cetro nas mãos do chavismo em um ciclo iniciado em 1999 pelo golpista Hugo Chávez. Eleições e reeleições sucessivas, sempre encobertas pela constitucionalidade de ocasião, com aval das supremas cortes, têm garantido que o poder seja mantido com o mesmo grupo. Por fim, não se trata de cassar de Bolsonaro o legítimo direito, expresso na Constituição Federal, de tentar a reeleição, quando for a hora. Mas, para o Brasil, é muito mais importante que o capitão se concentre em resolver os problemas que batem às portas de todos os brasileiros nesse exato momento.
As causas são muitas, desde as condições sociais à compreensão de que a Covid-19 não é tão letal, mas uma coisa é fato: o brasileiro decidiu ir às ruas

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