Por Rodrigo Hirose

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Bolsonaro precisa governar hoje antes de pensar em 2022

No domingo, presidente manifestou desejo de ficar no poder por mais sete anos. Um desejo precoce, quando o Brasil enfrenta problemas graves e imediatos [caption id="attachment_253261" align="alignnone" width="620"] Jair Bolsonaro: de olho nas eleições de 2022 | Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil[/caption] Passou quase despercebida a declaração do presidente Jair Bolsonaro, no domingo, 10, ao ser perguntado por um apoiador que o esperava no cercadinho do Alvorada se há possibilidade dele renunciar ao mandato: “Vou sair em 1o de janeiro de 2027”, respondeu Jair. Uma fala prosaica, não estivesse o presidente com um grande abacaxi em mãos: a pandemia e seus efeitos colaterais na saúde física e econômica do País. Soa descabida, portanto, a fala do presidente, que cumpriu apenas 496 dos 1.460 dias que tem do primeiro mandato – ou seja, um terço apenas. É possível argumentar que fora apenas uma brincadeira, uma bravata. O que só reforça o momento inadequado para tal. Mas é muito mais provável que a hipótese esteja, sim, nos planos de Bolsonaro. Para ficar em um universo caro ao presidente (o religioso), Jesus Cristo alertava, há 2 mil anos, que a boca fala do que está cheio o coração humano.

Fernando Henrique Cardoso

A reeleição é um dos maiores erros da gestão Fernando Henrique Cardoso (FHC). Não pelo conceito, em si. Em tese, bons governantes devem, sim, ter a oportunidade de prosseguir o trabalho. O problema é a forma nada saudável como ela foi introduzida no Brasil e suas consequências. FHC aprovou a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reeleição para si próprio, em um processo ainda hoje nebuloso e cheio de denúncias de atitudes nada republicanas. Desde então, os gestores brasileiros têm governado mais preocupados em se manter no poder do que em fazer o que deve ser feito. Medidas necessárias (como o enxugamento dos gastos públicos, por exemplo) ficam nas gavetas em nome de medidas populares – ou populistas – como reajustes constantes ao funcionalismo público.

Tentação

Por fim, há sempre outro perigo à espreita: a tentação de se perpetuar no poder. Exemplos recentes não nos faltam. Vladmir Putin chegou ao cargo de primeiro-ministro da Rússia em 1999. De lá para cá, reveza-se ora como presidente, ora como primeiro-ministro, sempre concentrando poder com mão de ferro. Tudo “democraticamente”, na fachada. Aqui do lado, na Venezuela, Nicolás Maduro mantém o cetro nas mãos do chavismo em um ciclo iniciado em 1999 pelo golpista Hugo Chávez. Eleições e reeleições sucessivas, sempre encobertas pela constitucionalidade de ocasião, com aval das supremas cortes, têm garantido que o poder seja mantido com o mesmo grupo. Por fim, não se trata de cassar de Bolsonaro o legítimo direito, expresso na Constituição Federal, de tentar a reeleição, quando for a hora. Mas, para o Brasil, é muito mais importante que o capitão se concentre em resolver os problemas que batem às portas de todos os brasileiros nesse exato momento.

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Média de novos casos é de 2,5 mil e de mortes de 170 por dia, mas ministro Teich pede dez dias para apresentar seu plano de ação A primeira coletiva com presença do atual ministro da Saúde, Nelson Teich, foi uma mostra de como a política – mais especificamente, a politicagem – faz o Brasil perder tempo. O substituto de Luiz Henrique Mandetta demorou cinco dias para falar e, quando o fez, deixou claro que ainda precisa conhecer melhor como está funcionando o combate ao coronavírus e pediu de sete a dez dias para anunciar o seu próprio planejamento. A conta é assustadoramente irônica. São duas semanas entre a troca de ministro e o início efetivo de um novo plano para conter a pandemia de Covid-19 no Brasil: exatamente o período de incubação do coronavírus Sars-CoV-2, o causador da doença. Na semana em que Teich assumiu o cargo, a média diária de novos casos confirmados de Covid-19 foi de 2,5 mil. E a de mortes, 172. Caso o ritmo se mantenha, ele entregará seu plano com 25 mil casos e 1,7 mil mortes a mais. Obviamente, a evolução não é linear assim e a disseminação e as mortes não podem ser colocadas na conta de Teich, que acabou de chegar.

Cadê o Guedes?

Mas os números são indicativos de como a troca de comando com a bola rolando pode ser arriscada. Em um campeonato de tiro curto – para seguir no jargão futebolístico – é uma aposta ainda mais delicada. Curiosamente, o próprio Teich afirmou, na entrevista coletiva, que o Brasil está melhor que os demais países. Para que, então, mudar? Outro aspecto intrigante foi que o ministro da Economia, Paulo Guedes, não participou do anúncio do plano para tirar o Brasil do atoleiro no pós-pandemia. Coube ao general Braga Netto, da Casa Civil, assumir o posto de timoneiro do pacote de R$ 30 bilhões. É um claro esvaziamento do Posto Ipiranga de Bolsonaro.

Coronavírus mudará para sempre o modo como trabalhamos

Para especialistas, a Covid-19 acelera o processo de digitalização e alterações nas relações de trabalho que já estava em andamento