Por Editor

Moradores do município realizaram a limpeza às margens do Rio das Almas. A iniciativa popular surgiu através movimento 'PIRIRECICLA'

A Reitoria pretende alocar os cursos de Arquitetura e Urbanismo, e de Design, em um grande centro politécnico, dominado obviamente pelas engenharias

Seus poemas são poemas sintéticos e buscam sugerir mais que propriamente dizer — avessos ao discurso verborrágico

Apesar de considerar que a força do que é dito jamais deve ser negligenciada, penso que poucas vezes uma palavra alcançou tão bem a sua significação: tenta, tenta

Pesquisador diz que oposição não ganha eleição, quem perde é governo. “Governo bom não perde eleição.” O governador é bem avaliado pelos eleitores

Por mais que se envolva em corrupção, ao subordinar o governo de Bolsonaro, ao menos em parte, o Centrão acaba se tornando melhor do que golpe militar

Se Mendanha sair do páreo, para apoiar Daniel Vilela na vice ou para o Senado, o tucano tende a compor com Jânio Darrot, Sandro Mabel e Alexandre Baldy Leitores costumam perguntar aos repórteres do Jornal Opção: o quadro político para a disputa do governo de Goiás em 2022 já está efetivamente desenhado? Não há dúvida de que se trata de uma indagação muito difícil de responder, talvez impossível, ao menos neste momento. Entretanto, com base nas movimentações políticas, pode-se arriscar algumas hipóteses, mas sem deixar de ressaltar que a eleição vai ser disputada daqui a um ano, dois meses e alguns dias. Quer dizer, alguma coisa que se delinear agora poderá não vigorar até julho do ano que vem. Recomenda-se aos leitores, portanto, que pensem e tirem suas próprias conclusões, a partir do que se dirá aqui ou alhures. A razão sugere cautela e que se evite conclusões peremptórias.
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Ronaldo Caiado está sozinho na raia
No momento, só há um candidato um candidato efetivo — o governador Ronaldo Caiado. O líder do partido Democratas é apontado por analistas e pesquisadores como o postulante favorito, porque, desde já, está bem na frente dos supostos pretendentes. [caption id="attachment_339146" align="aligncenter" width="620"]
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Daniel Vilela, Mendanha e o rumo do MDB
Comenta-se sobre uma aliança entre o MDB de Daniel Vilela e Gustavo Mendanha com o governador Ronaldo Caiado para a disputa de 2022, mas às vezes como se fosse uma coisa do outro mundo. Não é. Em 2014, na disputa contra Marconi Perillo, do PSDB, Ronaldo Caiado poderia ter disputado o governo, mas recuou e disputou mandato de senador e apoiou o candidato do MDB, Iris Rezende. Mostrou lealdade. Em 2018, em retribuição à aliança de quatro anos antes, ofereceu a vice ao MDB de Daniel Vilela, mas o jovem político preferiu disputar o governo. Ronaldo Caiado foi eleito no primeiro turno, com 59,73% — 1.773.185 votos. Daniel Vilela, o segundo colocado, obteve 16,14% — 479.180. O terceiro colocado, José Eliton, recebeu 13,73% — 407.507. Juntos, conquistaram apenas a metade dos votos do democrata. [caption id="attachment_330300" align="aligncenter" width="620"]

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Marconi quer ocupar o espaço do MDB em 2026
Do lado do PSDB, há um profissional operando — Marconi Perillo (José Eliton, seu preposto na cúpula tucana, é quase-amador). É um general político que teve a patente rebaixada para sargento, mas não deve ser subestimado. Tanto não pode que a “invenção” de Mendanha como possível candidato a governador é uma jogada de mestre de sua lavra. Sedutor, dono de uma conversa envolvente, o tucano praticamente colocou o jovem emedebista no bolso — criando uma dependência relativa. [caption id="attachment_107584" align="aligncenter" width="620"]




Os indecisos superam Lula da Silva e de Bolsonaro. Mas quer o centro? Já a democracia precisa ser bem cuidada, assim como as Forças Armadas merecem respeito

Tentativa de retirar o presidente do poder pode ser um tiro pela culatra. A ação pode ser vista como um golpe, o que poderia dar origem a um golpe preventivo

Batalhão do prefeito de Aparecida inclui Paulo Cezar Martins, Marconi Perillo e Sandro Mabel. Numa campanha, ele terá de defender tais aliados. Será seu projeto?

O ministro da Saúde, que mostra resiliência, tem como objetivo não tornar Bolsonaro um iluminista, e sim vacinar os brasileiros e salvar vidas

A revista critica tanto o governo de Bolsonaro quanto os do PT. Mas o que o país precisa é de homens de Estado que saibam investir para reduzir as desigualdades sociais

A economia está crescendo à revelia do presidente. Mas ele pode ajudar se vacinar ao menos 70% dos brasileiros e não brigar com parceiros comerciais, como a China
Celso Furtado, um dos mais brilhantes economistas do país — um “pensador” da linhagem de Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Darcy Ribeiro, Raymundo Faoro e Caio Prado Júnior —, sugeriu que, devido ao regime autoritário, a ditadura civil-militar, a economia poderia estagnar. Dado o fato de ser um intérprete notável, respeitado em todo o mundo, o autor do clássico “Formação Econômica do Brasil” estaria fazendo tão-somente combate político? Não se sabe. Num livro, “Modelo Político Brasileiro”, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso, examinou tanto as ideias do mestre paraibano quanto a economia real.
[caption id="attachment_333275" align="alignleft" width="620"] Vacinar a maioria da população será um instrumento do crescimento econômico | Foto: Reprodução[/caption]
Numa análise percuciente, Fernando Henrique Cardoso demonstrou que, ao contrário do que pregava Celso Furtado, era, sim, possível crescer, em termos de economia, sob uma ditadura. Mais: o país estava crescendo e num ritmo acelerado. Não havia nenhuma estagnação.
O presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, tem vocação autoritária, não há a menor dúvida — por exemplo, não desautorizou o deputado federal Eduardo Bolsonaro, seu filho, quando disse que, para fechar o Supremo Tribunal Federal, “basta um soldado e um cabo”. Porém, paradoxalmente, não faz um governo autoritário. A democracia brasileira permanece incólume nestes dois anos e cinco meses de seu governo. Decisões do STF foram contestadas, com palavras antidemocráticas e grandiloquentes, mas não descumpridas. Há quem postule que, com Arthur Lira, presidente da Câmara do Deputados, e Rodrigo Pacheco, do partido Democratas, o Congresso se tornou mais governista. Mas a CPI da Covid-270 mil indica certa independência, ao menos no Senado. Preocupante, porém, é sua pressão sobre as Forças Armadas.
O ex-presidente Michel Temer, do MDB, legou um país em crescimento a Bolsonaro, com relativa estabilidade. O presidente é errático, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, não o é — apesar de suas declarações tão desastrosas quanto as de seu chefe. Uma certa estabilidade do governo se deve, em larga medida, à experiência do economista Paulo Guedes, que, mais do que Bolsonaro, talvez tenha mesmo um projeto de país. Há, claro, um “choque” entre as perspectivas de cada um.
Paulo Guedes é um liberal de fato. Se dependesse dele, as privatizações estariam mais adiantadas e o custo do governo seria menor. Mas Bolsonaro não é liberal, é um populista de cariz autoritário e estatista, como a maioria dos militares que governaram o país entre 1964 e 1985 (Castello Branco, com Roberto Campos e Otávio Gouveia de Bulhões na linha de frente, talvez tenha sido o único dos presidentes militares que se aproximou do liberalismo). Dada a proximidade das eleições, para atender aliados e agradar determinados setores da sociedade, Bolsonaro procede a certa “gastança”. O chamado “orçamento secreto” (3 bilhões de reais) — ou paralelo — não é, por certo, do agrado do ministro da Economia. Mas foi uma maneira de, burlando a lei, atender “companheiros” políticos. O tratoraço ou bolsolão é uma espécie de mensalão da direita.
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O desemprego está alto mas um crescimento de 5% pode reduzi-lo | Foto: Reprodução[/caption]
O que, de fato, está fazendo Bolsonaro? Política — como fizeram Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, às vésperas da reeleição. E, de política, o presidente entende mais do que Paulo Guedes.
Crescimento e recuperação da economia
Na semana passada, Bolsonaro e Paulo Guedes comemoraram o crescimento de 1,6% da economia no primeiro trimestre do ano. É uma boa notícia, sobretudo porque há a expectativa de o país crescer até 5,5% ao ano em 2021 — o que sinalizaria para um crescimento amplo, ou seja, para uma recuperação. Mas a pergunta é: neste crescimento há realmente o “dedo” do governo federal, ao menos em certa medida? Certamente que há, em parte. Porque, apesar de todos os problemas, dado o caráter errático do presidente — ao qual falta estatura para ser presidente de um país gigante, com 210 milhões de habitantes e com a 12ª economia do mundo —, a política de ajuste das contas do governo (apesar do orçamento desgovernado) não é das piores. O “presidente” Paulo Guedes às vezes acerta. Mas o crescimento se deve muito mais aos agentes econômicos. Na verdade, a economia funciona quase no piloto automático, à revelia do governo federal. O principal responsável pelo crescimento é o setor agropecuário — que depende, em larga escala, do maior parceiro comercial do Brasil, a China. O que faz Bolsonaro e seus aliados? Atacam a China, como se fosse um inimigo. No intercâmbio comercial, a ideologia, direita contra esquerda, deve ser deixada de lado. O produtor rural de Rio Verde, no Sudoeste goiano, ou do Paraná, ou de qualquer outro Estado, não quer saber de discussões teórico-ideológicas sobre se a China é comunista ou se é capitalista de Estado. O que ele quer é negociar com quem compra e paga preços adequados. [caption id="attachment_333272" align="alignleft" width="620"]
Crise hídrica pode ser uma barreira grave
Economistas — que, ao contrário do Jornal Opção, não citaram o “problema” China; talvez por acreditarem que o realismo vai prevalecer daqui pra frente (o novo ministro das Relações Exteriores é mais pragmático do que o anterior, uma raposa, diria Isaiah Berlin, e não um porco espinho, como Ernesto Araújo) — apontam que há outros drummonds no caminho do crescimento do país, como os efeitos de uma possível terceira onda da pandemia, o ritmo lento da vacinação e a crise energética. [caption id="attachment_254844" align="alignleft" width="620"]
Bolsonaro precisa ser pragmático
Se quiser ajudar, e certamente quer, a economia a crescer pelo menos 5%, o que indicará uma recuperação relativamente ampla, Bolsonaro deve fazer quatro coisas: investir de maneira racional em infraestrutura — em obras que contribuam para dinamizar e impulsionar a economia —, conter a gastança desnecessária (como o “orçamento secreto”), vacinar a maioria dos brasileiros (acima de 70%) e melhorar as relações com os parceiros externos, como a China. Detalhe: não é nada difícil fazer isto. Basta trocar a ideologização improdutiva pela razão e o pragmatismo. Bolsonaro está nas ruas fazendo política, quase copiando as caravanas de tempos idos de Lula da Silva. Mas seu capital eleitoral será mais forte se o governo vacinar a população e contribuir para a recuperação da economia. Ele não vai conquistar eleitores “novos” brigando com políticos e jornalistas. Bolsonaro parece não entender que é o presidente de todos os brasileiros, não apenas de seus “escolhidos”. Um pouco de acatamento à liturgia do poder — ao estilo de Juscelino Kubitschek — faria um bem imenso ao presidente e, claro, ao país.
Com quase meio milhão de mortos, o país clama por um presidente proativo. Mas Bolsonaro não sai do palanque de 2022. Quartelada não agrada Forças Armadas

A razão sugere que Mendanha pode ser “oxigênio” para Marconi Perillo e o tucano pode ser “veneno” para o emedebista