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“Death Note”: uma introdução ao abismo

Desde os pré-socráticos a tradição trágica tem esse pressentimento, antevisão do mau agouro lançado por Ryuk a Light: “As coisas não costumam acabar bem para os humanos que usam o Death Note [caption id="attachment_101381" align="alignleft" width="620"] "Death Note", série de mangá escrita por Tsugumi Ohba e ilustrada por Takeshi Obata[/caption] “The human whose name is written in this note shall die (o humano cujo nome for escrito neste caderno morrerá)”. Esta é a primeira instrução constante no Death Note, um caderno oriundo do mundo dos Shinigami, deuses da morte. O que você faria se páginas como estas caíssem em seu poder? Escreveria o nome de alguém? Tal foi o dilema apresentado a Light Yagami (ou Yagami Raito), um jovem prodígio japonês que por acaso encontrou o “caderno da morte”. Light decidiu usar a arma sobrenatural para criar um “novo mundo” livre de maldade e injustiça, um mundo onde existiriam apenas pessoas “boas e gentis”. Com esse ideal, logo nos primeiros dias o estudante já havia proferido folhas e folhas de penas capitais contra acusados de crimes repercutidos nos jornais em Kanto. Não que Light  fosse escolhido ou predestinado. Um Shinigami  chamado Ryuk (ou Ryuku), dono original do caderno, o deixara cair na Terra por pura diversão, simplesmente porque estava achando o mundo dos deuses sombrios meio parado, sem sentido. Por mais que matasse escrevendo nomes no Death Note, uma coisa Ryuk não conseguia matar: seu tédio. Yagami, por sua vez, o mais brilhante aluno do Japão, primeiro lugar nos exames admissionais para a prestigiosa Universidade de To-Oh, também estava entediado, sem desafios. Aqui ambos parecem cientes da shakespeariana gratuidade por trás de toda ação, seja humana ou divina, como se parafraseassem as famosas falas de Macbeth: “a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, significando nada”. O nada, o vazio. É dele que tudo surge, foi por senti-lo que Ryuk resolveu pregar sua peça e Light arriscar-se em um Juízo Final particular. Quando o jovem perguntou quais seriam as consequências pelo uso do Death Note, se lhe custaria a alma ou algo similar, o Shinigami desentendeu: “O que é alma? Mais alguma invenção de vocês humanos?”. Uma segunda instrução do caderno era: “All humans will, without exception, eventually die. After they die, the place they go is MU –nothingness (Todos os humanos vão, sem exceção, em algum momento morrer. Depois de morrerem, o lugar para onde vão é MU – o nada)”. O deus da morte indicara, assim, que não existia alma a ser perdida ou salva, tampouco Céu ou Inferno, e portanto nenhum julgamento divino sobre as ações terrenas. Por que havia então o mundo Shinigami, de onde escreviam nomes humanos em seus Death Notes? Pela mesma razão justificadora do nosso mundo: nenhuma. Deuses carrascos existiam porque existiam e ao seu alvedrio escreviam as sentenças, aleatoriamente. E de fato, a morte é justa, respeita algum padrão de merecimento? Canalhas e criminosos podem prosperar por 100 anos enquanto nada impede o adoecimento e o falecer de uma criança. O universo de Death Note não tem ordem moral preestabelecida, imanente, como o nosso parece não ter. Sob esse ponto de vista, Ryuk e os outros Shinigamis são deuses semelhantes aos dos gregos, que não encaravam a vida humana como algo a se julgar e redimir, mas não raro como um espetáculo com o qual brincavam e se entretinham. O Deus cristão é o próprio Logos: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (...)/Todas as coisas foram feitas por ele (...)/Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens./E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreendem” (João 1, 1-5). A expressão grega logos se referia originariamente à palavra escrita ou falada, ao “verbo”, e filosoficamente foi ganhando a acepção de “razão”, de princípio organizador. Teologicamente, por fim, Logos passou a significar a Ordem do Cosmos. Quando o apóstolo João diz que “no princípio era o Verbo (ou o Logos)”, o Deus dos Evangelhos é revelado tanto como a fonte quanto como o princípio organizador de tudo o que existe e por isso não submetido a nenhuma conjuntura além de si mesmo. Já na Teogonia grega, escrita por Hesíodo, os deuses não criaram o Universo, mas surgiram a partir de suas estruturas. Mesmo ao mais antigo deus, Caos, é atribuído um “nascimento” e tal divindade, como o nome sugere, não é um princípio de criação racional. Por consequência, na mitologia grega tanto os homens quanto os deuses estão submetidos a conjunturas naturais e cosmológicas que não controlam, ou seja, estão presos ao Destino. Esse também parece ser o caso do macabro deus Ryuk, pois embora seja o proprietário natural do Death Note, não pode criar regras de funcionamento para o caderno, nem modificá-las. E como Shinigami, lhe é vedado estender o tempo vital de seres humanos, sob pena de desintegrar-se em areia, desaparecendo para sempre. Essa própria constituição arenosa dos Shinigami aponta que nasceram a partir dos elementos do seu mundo, um escuro deserto. A imemorial consciência desse fatalismo talvez seja o que inspirou Ryuk em sua única advertência a Light: “Você sentirá o medo e a dor que só os humanos portadores do Death Note conhecem”. O ímpeto do jovem prodígio Yagami não se abalou com o vaticínio. Ao contrário, cresceu na determinação de criar um “novo mundo”. Se Ivan Karamázov concluiu que, sem Deus, “tudo é permitido”; Light Yagami foi mais longe ao imaginar que, sendo Deus, tudo é permitido. Afinal, se não existia alma, Céu, Inferno, nem punição sobrenatural alguma, quem poderia impedi-lo de dizer o que é o “bem” e o que é o “mal”, passando seus julgamentos com o poder do Death Note? A advertência de Ryuk escondia, no entanto, profundidade. A falta de ordem moral e racional intencionalmente preestabelecida na disposição das coisas do mundo não significa que nestas inexista uma natureza e um funcionamento assentados, que podem tragar quem desafie seu curso. Light preocupou-se apenas se um Deus o julgaria pelos pecados, mas o Shinigami sabia que mesmo um Cosmos sem esse Deus é maior do que os indivíduos e os destrói quando atentam contra o equilíbrio de seus papéis no Destino, para voltarmos à teogonia e à mitologia gregas. Desde os pré-socráticos a tradição trágica tem esse pressentimento, antevisão do mau agouro lançado por Ryuk a Light: “As coisas não costumam acabar bem para os humanos que usam o Death Note”. (continua)

Prefeitura de Aparecida lança obras de recapeamento no Jardim da Luz

Previsão do prefeito Gustavo Mendanha (PMDB) é que serviço seja concluído em 10 dias e o trânsito liberado. Alameda do Almeida também receberá sinalização e iluminação

Seguindo em frente, sem esquecer o passado

Baseado no livro chileno "Um pai de cinema", de Antonio Skármeta , "O Filme de Minha Vida" é o terceiro filme dirigido por Selton Mello, adaptado por ele e por seu parceiro nos longas anteriores, Marcelo Vindicato [caption id="attachment_101373" align="aligncenter" width="620"] Set de filmagens de "O filme da minha vida", dirigido pelo também ator Selton Mello[/caption] Quando Selton Mello veio a Goiânia, no dia 23 de julho, para a avant-première de seu mais novo filme, "O filme da minha vida", disse que gostaria muito que os goianos recebessem a obra como um presente. Uma flor, um bálsamo para os olhos. Porque, mais do que nunca, em tempos como os em que vivemos, precisamos de coisas assim: simples, sensíveis, bonitas e que toquem fundo o coração. E não há definição mais exata para a obra. Baseado no livro chileno "Um pai de cinema", de Antonio Skármeta (também autor de "O carteiro e o poeta" e fazendo uma ponta na tela), esse é o terceiro filme dirigido por Selton, adaptado por ele e por seu parceiro nos longas anteriores, Marcelo Vindicato. Considerando que o responsável pela fotografia é Walter Carvalho (responsável também por "Febre do Rato", "Baixio das Bestas", "O céu de Suely", "Central do Brasil", "Terra Estrangeira", "Carandiru", "Amarelo Manga" e, talvez seu trabalho mais primoroso, "Lavoura Arcaica"), já temos nessa pequena ficha técnica o indicativo de mais uma grande obra do cinema nacional. Tony Terranova, o protagonista vivido de forma competente por Johnny Massaro, deixa sua família na Serra Gaúcha para ir cursar a faculdade na cidade grande. Quando retorna, alguns anos depois, dá de cara com a ausência de seu pai, o francês Nicolas (o francês mais brasileiro do mundo, Vincent Cassel), que abandonou a esposa brasileira, Sofia (Ondina Clais Castilho), e voltou para a França. Simplesmente desapareceu, sem deixar motivo algum. Como é de se esperar, Tony entra numa espiral melancólica tremenda, dividindo seu crescimento pessoal com a vontade de descobrir o que é feito do pai, atolado em memórias de infância. Paco, um antigo amigo da família vivido pelo próprio Selton Mello, preenche de forma troncha o papel paterno, dando conselhos ou servindo como escape emocional vez ou outra. Aliás, é ele o símbolo da contradição humana: o conselheiro que recomenda perseguir o futuro, mas que ainda briga contra a evolução tecnológica. O homem que se julga superior ao porco, mas que carrega em si a dúvida quanto a qual classe mamífera pertence. Que veste a capa de heroi, mas esconde dentro de si o chiqueiro. O primeiro ato do filme reforça o tempo todo a prisão emocional que estagna a vida de Tony, dividido entre a idealização do pai e o inconformismo com seu abandono. Isso cria o clima perfeito para as reviravoltas que o filme dá, já que os relances da busca pela maturidade frequentemente trazem surpresas. Um papel discreto mas bastante importante foi reservado a Rolando Boldrin: o maquinista Giuseppe que, nas suas próprias palavras, "tem uma das funções mais nobres de todas: levar as pessoas para resolverem coisas". Boldrin cuida da linha de trem que une as cidades de Recanto, onde vive Tony e a mãe, e Fronteira, um povoado um pouco maior onde a vida flui mais - seja pela existência do único cinema das redondezas, seja pela movimentada "casa da luz vermelha" – dois palcos fundamentais para a estória. O maquinista, tal qual Caronte, da mitologia grega, será fundamental na jornada de Tony para resolver coisas entre dois mundos. No fim das contas, "O filme da minha vida" compõe de forma digna mais esse tijolo na já consistente obra de Selton por trás das câmeras. Uma ou outra falha de roteiro, ou mesmo a solução rasa para o final da estória passam despercebidos por trás de sua delicadeza e sensibilidade técnicas. A fotografia toda forjada em tons de sépia, como num álbum de fotos antigo, e a trilha sonora recheada de músicas nostálgicas remetem à melancolia de tempos em que o afeto e a ligação entre as pessoas era a coisa mais importante do mundo. O amor salva tudo. Quando for ao cinema para assistir ao filme, no dia 03 de agosto, lembre-se das palavras de Selton na pré-estreia e aproveite o presente. Porque na ferrovia da vida, o início e o fim são importantes, mas é o meio que faz da viagem inesquecível. Assista ao Trailer Oficial do filme: https://www.youtube.com/watch?v=TDVegL5nfYs

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Roni Ferreira é dublê de motorista da Uber e cantor de música sertaneja pé-de-serra

No dia a dia, é um excelente motorista nas intranquilas ruas de Goiânia. Em alguns fins de semana, canta nas ruas da capital e do interior e em outros Estados Roni Ferreira tem 35 anos e é motorista da Uber. Ele dirige um confortável Jetta com bancos de couro. Na porta do passageiro, percebo dezenas de CDs, com capas improvisadas e faço uma pergunta óbvia: “Aprecia música?” Sua resposta é lacônica: “Muito”. Pego um disco e indago se conhece o cantor. “Sou eu”, responde, sem ênfase, pois parecia mais interessado no trânsito. Por sinal, dirige bem. Pergunto se está no YouTube. Roni Ferreira diz que sim. Ao perceber uma certa insistência, o cantor-motorista decide exibir um vídeo dele cantando numa rua de Caldas Novas. É assim: ele coloca um aparelho de som nas costas — pesa 20 quilos — e canta músicas sertanejas (“pé de serra”, frisa; parece sertanejo universitário) nas ruas de Goiânia e no interior. Brevemente, irá a Barretos, em São Paulo, espécie de meca da música sertaneja. Roni Ferreira diz que é apreciado pelos ouvintes, sobretudo quando canta “Suco de laranja”. “Gostam tanto da música quanto da coreografia.” O cantor e motorista afirma que está “investindo” num sonho. “Vou ficar mais cinco anos na estrada, até os 40 anos. Se der certo, continuo. Se não, mudo de projeto.” Uma coisa é certa: o jovem é obstinado e dotado de um ânimo fora do comum. Roni Ferreira, que se apresenta como "o Don Juan do Forró", pode ser contatado para shows pelos telefones 62-99923-9902 e 61-99963-5439. Veja o vídeo de Roni Ferreira cantando “Suco de laranja” https://youtu.be/w8gW2Gc_HKM

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