Reportagens

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Bolsonaristas goianos trabalham para colocar Aliança pelo Brasil nas eleições de 2020

Políticos que encabeçam o processo de criação do partido do presidente da República no Estado dizem acreditar na possibilidade de a legenda ser autorizada a disputar corrida pelo voto no ano que vem

“Amo meu pai, mas não posso aceitar o que ele faz”, diz filha de Olavo de Carvalho

Rompida com o polêmico filósofo e guru do presidente Bolsonaro, Heloísa de Carvalho, em parceria com Henry Bugalho, acaba de publicar um livro sobre a trajetória com seu pai que promete abalar estruturas

Médicos acusam Unimed de beneficiar Ingoh com esquema de dispensa de auditorias

Segundo grupo de profissionais que ingressou com ação na Justiça, operadora de planos de saúde tem oferecido tratamento privilegiado de maneira irregular

O segredo da cidade goiana que, na crise, cresceu mais do que a China

Com políticas de incentivo fiscal e investimentos em infraestrutura, Aparecida de Goiânia atraiu empresas que geraram empregos e fomentaram o consumo no município

Projeto do IFG encoraja garotas a estudar engenharia, tecnologia, matemática e ciências

Com investimento de empresas apoiadoras, Steam4Girls surgiu após observação de que meninas se envolvem menos com a área de exatas

Conflito atual é entre nacionalismo e liberalismo, não direita e esquerda

Divisão política ainda se dá em termos ultrapassados da Guerra Fria. Estudiosos afirmam que disputas por áreas de influência tecnológica irão pautar próximos conflitos e cooperações entre países

Mulheres vítimas de agressões vivenciam “ciclo da violência”

Vítimas de violência doméstica ainda têm dificuldades de se libertar de rotina de medo imposta pelo agressor

Modelo de benefício fiscal por crédito outorgado readequa política de incentivos

O ProGoiás surge como uma alternativa aos demais programas do Estado já existentes, e promete desburocratizar o processo de obtenção de incentivos

Esclarecendo a real política econômica do liberal Paulo Guedes

O ministro busca operar a economia no sentido de afirmar valores liberais tanto para dar sentido ao governo como para informar o mercado

Guias de turismo alertam sobre riscos de se visitar Chapada dos Veadeiros sem preparação

Desde a última morte registrada no Parque Nacional da Chapada, turistas têm estado em alerta sobre os perigos que as belezas do lugar podem esconder Com cataratas e cachoeiras estonteantes, desfiladeiros gigantescos, antigas formações rochosas e de quartzos e trilhas naturais, a Chapada dos Veadeiros é tida como um patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a Unesco, não é à toa: as belezas proporcionadas pela região turística localizada no nordeste de Goiás costumam marcar para sempre a memória daqueles que a visitam. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, que conta com 240 mil hectares de cerrado de altitude, é apenas uma parte da região, e abrange os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Nova Roma, Teresina de Goiás e São João D’Aliança. Criado no ano de 1961, o Parque abriga espécies e formações vegetais encontradas em nenhum outro lugar do mundo, centenas de nascentes e cursos d’água e rochas que datam de mais de um bilhão de anos. Além da visitação e conservação, o Parque Nacional também visa disponibilizar objetos de pesquisa científica e ambiental à comunidade acadêmica e ligada à ciência. Entretanto, quando não vista com a devida seriedade e aderida com o preparo necessário, a natureza pode ser invariavelmente perigosa. Muitos são os casos noticiados de turistas e praticantes de esportes radicais que se perderam, se feriram ou até que morreram na região da Chapada dos Veadeiros. O fato de alguns acreditarem que podem percorrer as trilhas e visitar as cachoeiras sem estarem acompanhados de um profissional capacitado é um dos fatores que aumenta as chances de incidência de acidentes. [caption id="attachment_224644" align="alignright" width="300"] Fazenda Barroco tem acesso autorizado somente com guia. / Foto: Pedro Francisco dos Santos[/caption] O guia turístico Douglas Vinícius, que há dois anos atua profissionalmente mas há 14 estuda e caminha pelas belas paisagens da Chapada, conta que alguns turistas não estão acostumados ao tipo de vegetação da região turística mas acabam acreditando que sim. "Essas pessoas que se perdem, se machucam, por acharem que conhecem a região, normalmente são de outro bioma, de outro solo, e acham que aqui [na Chapada] é a mesma coisa, e não é". Ele conta que a entrada de turistas acompanhados de guias no Parque Nacional não é obrigatória (somente em alguns locais específicos), e que o fato contribui para alguns turistas se aventurarem sozinhos por regiões consideradas de risco. Segundo Vinícius, os serviços do guia turísticos são essenciais não só para a prevenção de acidentes, mas também para a melhor imersão do turista no local visitado. "O guia normalmente estuda a região, estuda sobre a geologia da Chapada, como tudo isso veio parar aqui, como as formações rochosas aconteceram, sobre a biologia, geografia, história do povo que veio pra cá, nativo, raizeiro, e todas as experiências de caminhar no Cerrado", explica. Um guia profissional certificado na Chapada dos Veadeiros passa por 154 horas de curso orientado por outros guias mais experientes e pelo Corpo de Bombeiros, e segundo o guia turístico Pedro Francisco dos Santos, conhecido como Pedrishna, a classe tem tentado “se reunir e consolidar essa voz única do trade turístico da Chapada”, o que, segundo ele, não é nada fácil. [caption id="attachment_224642" align="alignleft" width="300"] O guia turístico posa em um dos pontos da Chapada, em Alto Paraíso, / Foto: Pedro Cassu[/caption] Pedrishna, que no Parque Nacional oferece serviços de trekking (que são as famosas trilhas), travessias, escaladas, expedições e imersões culturais, revela que na região os guias turísticos não contam com um sindicato, mas possuem associações que atuam como representantes dos profissionais do turismo. Entretanto, segundo ele, tais associações não são aproveitadas como deveriam pelos guias. “A gente tem várias [associações]. Tem a ACVCV (se referindo à Associação dos Condutores de Visitantes da Chapada dos Veadeiros), a de Colinas, Araras, a Kalunga (Associação de Guias do Quilombo Kalunga), mas eu sinto que a gente tem uma boa ferramenta nas mãos, mas ainda não usa muito", comenta. O guia também expõe o que ele chama de “falta de consenso” entre as associações, mas fala em uma tentativa dos profissionais de Guia de Turismo de buscar uma unidade. “A gente está num caminho de união, e a gente precisa de uma visão geral dos guias e dos trades”, diz. Pedrishna explica que, apesar de ser o principal ponto, o dever do guia não é somente prevenir acidentes e evitar que os visitantes se percam, mas também imergir os turistas na cultural local e na questão da preservação ambiental. “Estamos num momento de ataque total à preservação, às unidades de conservação. É muito importante a gente proteger o que a gente já tem, e Alto Paraíso é um mosaico de unidades de conservação de vários tipos”. Ele cita como exemplo de local afetado pela depredação ambiental as famosas Cataratas do Couros, formação de cachoeiras, poços e corredeiras que atraem turistas de todas as partes do Brasil e do mundo. Para Pedrishna, o Couros está tão depredado que é necessário “fazer algo para parar o aumento da devastação e regenerar” o lugar. Tragédias na Chapada dos Veadeiros podem ser evitadas pela presença de guias No dia 27 de novembro deste ano, o Corpo de Bombeiros encontrou numa cachoeira próxima do Rio Preto, no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, o corpo do jovem Matheus Santos da Silva, de 23 anos. Matheus havia desaparecido na manhã da segunda-feira anterior, 25, quando, sem acompanhamento de guia turístico, se separou da família e decidiu sozinho percorrer a chamada Trilha Amarela. Seu corpo foi encontrado a 11 metros de profundidade na cachoeira. Infelizmente, o caso de Matheus não é o único de morte na Chapada dos Veadeiros. A guia turística Leide Nirav, moradora da Chapada há mais de 20 anos, conta que a região, apesar de deslumbrante, pode ser mortal para aqueles que não a visitam com a devida preparação. Leide conta que poucos dias após se mudar para a região da Chapada, tempos atrás, teve logo de início notícias de uma tragédia que havia sido confirmada. “Nesses 23 anos que eu moro aqui, sempre teve mortes na Chapada. Eu morava há umas duas semanas na Chapada, recém-chegada de São Paulo, e soube da primeira morte. Eu tinha conhecido o rapaz, fiquei “de cara””, relembra. A guia faz questão de enfatizar que as trilhas, pontos turísticos e demais atividades não devem ser encarados como “brincadeiras”, e destaca a importância de se ter um guia turístico durante a visitação. “Aqui na Chapada não é um playground, não é um parque de diversões. As trilhas são perigosas, principalmente nas chuvas, as cabeças de água, as trombas d’água, então as pessoas têm que vir conscientes e contratar um guia, porque um guia conhece e pode salvar numa situação dessas”, arremata. A reportagem do Jornal Opção entrou em contato com o consórcio Sociparques, empresa que administra a visitação do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, que fez esclarecimentos quanto à atuação dos guias turísticos na região. Conforme a empresa, os guias turísticos do Parque Nacional são capacitados e autorizados pelo ICMBio, e trabalham de acordo com as normativas estabelecidas pelo órgão. A Sociparques informou que não é obrigatória a presença de guias ou condutores turísticos para a realização de visita aos atrativos o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, "mas recomenda-se a presença desses profissionais para a garantia de uma experiência mais rica e segura". Sobre o sistema de segurança do Parque, a Sociparques esclareceu que, além do sistema de Controle de Acesso implantado, "que promove agilidade no processo de identificação de visitantes e precisão no controle de entradas e saídas", o Parque conta também com o monitoramento das trilhas realizado "por equipes especializadas e voluntários, Unidade Móvel de apoio para resgate, equipes treinadas e aptas a realizar procedimentos de primeiros socorros e possui um Sistema de Gestão de Segurança, em constante aperfeiçoamento, baseado nas normas estabelecidas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, para Turismo de Aventura". A Sociparques finaliza informando que está investindo na prestação de informações e serviços de apoio aos visitantes dentro e fora do Parque, com a instalação de mapas, painéis informativos, desenvolvimento de site e vídeos, aperfeiçoamento dos planos de gestão e promovendo a contratação e capacitação de novos profissionais.

Falta de investimento e ensino defasado derrubam Brasil no Pisa

País foi mal avaliado em Leitura, Matemática e Ciências. Nas Américas foi melhor somente que a Argentina, República Dominicana e Panamá entre os 12 países analisados

Participantes do Miss Goiás denunciam “jogo marcado” e assédio no concurso

A competição para eleger a representante goiana no Miss Brasil teve desde mensagens com “resultado antecipado” até relatos de situações vexatórias O universo dos concursos de beleza exerce fascínio e arranca suspiros tanto de mulheres quanto de homens desde as épocas mais antigas. Para se ter uma noção, a primeiríssima edição do famoso Miss Universo remonta a meados do século XX, precisamente no ano de 1952, quando a finlandesa Armi Kuusela foi eleita a primeira miss universal. Desde então, diversas ramificações da competição foram criadas para escolher a mulher considerada a mais bela e carismática de cada território. O Estado de Goiás, assim como todos os outros Estados do país, elege anualmente a sua miss para a disputa na categoria nacional, o Miss Brasil, que teve a primeira edição realizada no ano de 1954, coroando a baiana Martha Rocha. Entretanto, por trás dos belos sorrisos e da graciosidade das concorrentes, das cintilantes coroas e das pomposas faixas que ornam as moças, as candidatas alegam existir um outro lado do concurso que se esconde nos bastidores e que, ao contrário das misses, não é nada bonito. O concurso Miss Goiás coroou no dia 29 de novembro, em Goiânia, a Miss Goianápolis, Lorena Campos, de apenas 19 anos, como a representante do Estado apta a concorrer no Miss Brasil. Porém, o concurso, promovido pela empresária Fátima Abranches desde 2003, terminou com participantes relatando desde suspeitas de fraude até casos de assédio, situações de humilhação e exposição. O Jornal Opção conversou com participantes do Miss Goiás, que trouxeram à tona o que aparenta ser o “submundo” dos concursos de beleza. Elas narram uma rotina de assédios que levaram algumas, inclusive, a procurar ajuda psicológica. Outras denunciam um suposto clima de parcialidade presenciado durante a competição. É o caso da jornalista Sara Prado, de 23 anos, que representou o município de Caçu, no sudoeste do Estado. A miss, que veio a público recentemente nas redes sociais para falar sobre o concurso, contou que gastou cerca de R$ 10 mil para participar do evento – montante que inclui a inscrição de R$ 3 mil; passagens; compra de itens como coroa, faixa e preparativos no geral – e, assim como outras participantes ouvidas pela reportagem, saiu profundamente abalada dele. Sara relata que desde o início ela, assim como outras participantes, começou a sentir pressão para fazer alterações em sua aparência, como perder peso para estar apta a participar. Em uma conversa pelo WhatsApp cedida por Sara, Fátima Abranches, organizadora e dona do concurso Miss Goiás, pergunta à coordenadora responsável por Sara – figura responsável pela intermediação entre as candidatas e a organização do concurso – se ela conseguiria perder peso, uma vez que ela estaria, segundo Fátima, “muito cheinha” e que “quanto mais magra, mais bonita” era a candidata na competição. A miss de Caçu diz que perdeu 11 quilos. Ela conta que teve que recorrer à ajuda de um psicólogo devido às crises de ansiedade sofridas geradas pela pressão. [caption id="attachment_224893" align="alignleft" width="300"] Pelo WhatsApp, Fátima Abranches conversa sobre peso de um miss[/caption] “Mulher bonita tem que sofrer assédio mesmo”, teria dito especialista em concursos de Miss para participantes O concurso Miss Goiás teve duração de dois dias, quinta-feira, 28, e sexta-feira, 29 de novembro, entre a preparação e confinamento das candidatas no hotel San Marino até a coroação, que ocorreu no espaço de eventos do Restaurante Árabe, em Goiânia. Na noite de quinta, um jantar de confraternização foi oferecido pela organização do evento em uma residência no Setor Sul, de propriedade de um amigo da organizadora do concurso. A Miss Caçu, Sara Prado, expôs à reportagem o que teria sido uma situação que causou embaraço nas participantes que compareceram ao jantar. Segundo a miss, em um dado momento do jantar, Fátima e os auxiliares de organização solicitaram às candidatas que deixassem seus aparelhos celulares em algum local e fossem para uma sala fechada, uma espécie de cabine de vidro. No local, conforme a miss, foram recebidas por Evandro Hazzy, especialista em concursos de beleza e apresentador ligado ao Miss Brasil. Após uma fala de boas-vindas para as candidatas do Miss Goiás, Hazzy teria abordado uma polêmica envolvendo a modelo Wilma Paulino, detentora dos títulos de Miss Pará e Miss Itaituba de 2019. No mês passado, a modelo denunciou a coordenação do evento Miss Pará sob a alegação de que o coordenador do concurso, Herculano Silva, teria tentado fazer dela uma "acompanhante de luxo". Segundo a Miss Caçu, Hazzy teria condenado a atitude de Wilma Paulino e dito que misses deveriam estar acostumadas a cantadas e assédios, uma vez que apenas “mulher bonitas” sofrem com isso. O relato foi corroborado por outras duas misses ouvidas pelo Jornal Opção. Segundo uma delas, que não quis se identificar, Evandro Hazzy teria dito que “mulher bonita tem que sofrer assédio mesmo”. O clima no ambiente com a fala de Hazzy, de acordo com a moça, foi de constrangimento e indignação. Sara também contou que, durante o processo de preparação das meninas para o júri técnico, presenciou o momento em que um dos coordenadores teria se irritado com uma das misses, chamando-a de “burra” e “gorda”, À reportagem, uma outra miss enviou áudios em que um dos coordenadores se refere a ela como “lesada”. Ela conta que a irritação do mesmo se devia a uma pergunta que ela havia feito sobre seu maquiador, e que teria sido mal interpretada pelo coordenador. [caption id="attachment_224620" align="alignright" width="407"] Júri técnico e jantar de confraternização foi feito em casa no Setor Sul[/caption] Segundo ela, era frequente os colaboradores do concurso se referirem às participantes em tom agressivo e com termos ofensivos como “sonsa” e “burra” quando elas faziam algum questionamento. Mensagem enviada às candidatas antes da coroação dizia que vencedora seria Miss Goianápolis Na quinta-feira, um dia antes da solenidade que coroaria a Miss Goiás 2020, uma mensagem partindo de um perfil no Instagram trazia em seu teor uma informação que deixou atordoadas as participantes do concurso que a receberam. A concorrente Sara Prado foi uma das que receberam a mensagem. No texto enviado pelo perfil “jhonyjoy01”, uma pessoa dizia que torcia pela Miss Caçu, mas que infelizmente o concurso já estava comprado por uma candidata que teria apoio de um cantor goiano. A mensagem, recebida por Sara às 8h43 da manhã de 28 de novembro, dizia o seguinte: “Torço por vc, te acho mt linda mais (sic) é uma pena já sabermos que esse concurso está compro (sic) por uma candidata que tem influência do XXXX, a miss Goianapolis”. De fato, a miss Goianápolis venceu. No dia da coroação, o cantor compareceu ao evento. Conforme relatado pelas misses, o artista teria comemorado a vitória da Miss Goianápolis quando ela foi anunciada. Uma das misses ouvidas pela reportagem, que também não quis se identificar, contou que teve contato direto com a que levou a coroa. De acordo com ela, a miss de Goianápolis revelou que estava insatisfeita com o desenrolar do concurso, uma vez que estaria sendo negado a ela o direito de escolher quesitos básicos para avaliação do júri, como vestido e maquiagem. [caption id="attachment_224623" align="alignnone" width="300"] Pelo Instagram, pessoa usando perfil fake contou quem ganharia concurso[/caption] Lorena, então, teria contado para a miss ouvida pelo Opção que tudo o que estava usando ao longo da competição era escolhido a dedo diretamente pelo organizadora Fátima Abranches. “Ela estava muito insatisfeita, chateada, porque ela disse que a Fátima estava escolhendo tudo pra ela, e ela não podia escolher nada. Ela chegou a chorar no dia porque não havia gostado da maquiagem que havia sido feita nela”, afirma a miss. Fátima Abranches, organizadora do concurso Miss Goiás, diz que candidatas derrotadas “agem de má-fé” À frente do Miss Goiás desde o ano de 2003, a empresária Fátima Abranches declarou que as afirmações feitas pelas participantes do concurso são absurdas e que elas agem de má-fé como uma forma de retaliação, uma vez que perderam a competição. Por e-mail, a empresária respondeu aos questionamentos enviados pela reportagem. De acordo com ela, em nenhum momento “a coordenadora se dirigiu a qualquer uma das candidata com desrespeito”. A empresária disse que “se algum prestador de serviço contratado pela Organização Miss Goiás tivesse se comportado de maneira inadequada e tal comportamento tivesse chegado ao conhecimento da coordenação, o mesmo teria sido veementemente repreendido”. Ainda conforme Fátima, a informação de que o resultado do concurso estava definido já no dia anterior à coroação é “falsa e caluniosa” e faz parte dos concursos de beleza. A empresária diz que “não houve, em hipótese alguma, interferência externa” no resultado do evento e que o artista mencionado pelo perfil que enviou a mensagem para as candidatas “não tem qualquer relação, pessoal ou profissional, com a coordenação do evento”. Fátima esclareceu que o método de escolha da Miss Goiás é composto por um júri técnico integrado por “pessoas com ótimo conceito na sociedade, sem qualquer vínculo entre si”, e um júri final, onde um novo corpo de jurados “tem a responsabilidade de escolher, dentre as cinco finalistas, a nova Miss Goiás”. Ela afirma que o resultado do concurso Miss Goiás 2020 “foi apurado junto a representantes de uma empresa de auditoria e o documento que comprova esta decisão será encaminhado a todas as candidatas, chancelado por esta empresa”. [caption id="attachment_224624" align="aligncenter" width="840"] Candidatas do Miss Goiás 2020[/caption] Sobre a informação de que Fátima teria escolhido pessoalmente as roupas e a maquiagem da miss vencedora, ela nega e diz que a coordenação do evento “não participou da escolha dos figurinos das candidatas”, uma vez que “esta decisão coube às candidatas e seus familiares ou coordenadores e assessores”. Segundo ela, a coordenação esteve aberta a todas as candidatas para orientar e instruir quanto à mecânica do concurso, “mas se absteve de tomar decisão de escolha da produção de beleza para a candidata vencedora ou qualquer outra miss”. Fátima também respondeu aos relatos das misses sobre a fala de Evandro Hazzy, que teria afirmado que “mulheres bonitas deveriam sofrer assédio”. Conforme a organizadora do Miss Goiás, durante o jantar oferecido na casa localizada no Setor Sul, em Goiânia, devido à música que era tocada para a descontração do ambiente, foi solicitado às participantes do concurso que fossem até uma sala de vidro que contava com isolamento acústico, onde teriam o primeiro contato com Hazzy. No primeiro contato com a reportagem, por telefone, Fátima negou que tivesse feito qualquer pedido para que as candidatas deixassem os celulares fora da sala. Entretanto, nos esclarecimentos enviados por e-mail, a empresária admitiu que “o uso do celular foi restrito” e explicou que a decisão foi tomada “para que as candidatas pudessem focar suas atenções ao momento, considerando a troca de conhecimento com um expert em misses e recordista na eleição de Misses Brasil”, se referindo ao encontro com Evandro Hazzy. Sobre as supostas declarações feitas pelo especialista em concursos de beleza, “o contexto do que foi mencionado por algumas candidatas está absolutamente distorcido”. Conforme Fátima Abranches, o que foi orientado é que “candidatas, por serem mulheres com beleza em destaque, são notoriamente vítimas de cantadas e precisam, enquanto pessoas públicas, saber se posicionar e se desenvolver em momentos que podem incitar constrangimento ou assédio”. Ela finaliza dizendo que a coordenação do Miss Goiás “não endossa situações de assédio físico ou moral”. A reportagem também entrou em contato com Evandro Hazzy sobre as supostas declarações atribuídas a ele pelas misses. Hazzy declarou que como especialista em Misses, profissional com mais de 30 anos no segmento, "repudia qualquer calúnia e inverdade" envolvendo sua participação no Miss Goiás. Conforme ele os questionamentos enviados pela reportagem, no qual "algumas candidatas derrotadas expõem suas opiniões, são mentirosas e caluniosas". O concurso, afirma ele, teve um corpo de jurados "idôneo e um auditoria credenciada para acompanhar a apuração". "A vencedora venceu todas etapas com méritos em todos quesitos", e "qualquer acusação precisa estar munida de prova concreta, sob pena judicial de quem o fez", finaliza.

Frigoríficos comemoram, churrascarias aumentam os preços do rodízio

Superintendente do maior grupo do setor em Goiânia diz que teve de estocar 10 toneladas do produto para evitar repasse maior para os clientes

OS assume o Hugo com missão de acalmar os ânimos e manter a qualidade

Referência em traumatologia no Estado de Goiás, o Hospital de Urgências de Goiânia recebe nova gestão em meio a expectativas e dúvidas

Vereadores são assíduos e apresentam muitas propostas, mas qualidade de projetos é questionável

Produtividade de vereadores não pode ser medida apenas por número de projetos apresentados ou frequência nas sessões  [caption id="attachment_223186" align="alignnone" width="620"] 359 propostas e vetos foram apresentados no primeiro semestre de 2019 na Câmara Municipal | Foto: Fábio Costa / Jornal Opção[/caption] O vereador Paulo Magalhães (PSD) defende desde 2014 seu Projeto de Resolução na Câmara Municipal de Goiânia para que a presença dos vereadores em plenário seja verificada através de ponto biométrico. Finalmente, após cinco anos de tramitação, o projeto foi à votação no plenário no dia 13 de novembro de 2019 e, necessitando do apoio de 18 dos 35 vereadores, foi rejeitado com apenas sete votos favoráveis. A decepção de Paulo Magalhães foi tanta que o vereador afirma que desistirá da vida pública.  O parlamentar desabafa: “Fiz um juramento; prometi defender o povo com corpo e alma, mas a maioria ali [na Câmara Municipal] quer sombra e água fresca. Lá, a maioria dos projetos é para dar título a fulano, criar dia do saci, dia do colhedor de abóbora, etc. Eu tento fazer um trabalho sério, mas me sinto desanimado. Por exemplo: regulamentei a feira da madrugada, mas logo criaram uma feira paralela que não obedece às regras que criamos. Você faz o projeto, mas a lei é desobedecida. Estou muito decepcionado, não voltarei nunca mais a ser vereador; talvez possa me arriscar como deputado”. Apesar da indignação de Paulo Magalhães, o relatório de frequência e atuação parlamentar revela que o comparecimento dos vereadores nas sessões não é um problema tão grave. A presença é verificada em três chamadas durante a sessão e registrada pela assinatura do parlamentar em lista; pelo taquígrafo da Casa; pela ata das sessões; pela TvCâmara, que permite que cidadãos confiram a anuência de vereadores ao vivo; e há ainda a obrigação de vereadores inserir senha no momento do voto. Nas 63 sessões realizadas de fevereiro até julho deste ano houve apenas nove ausências não justificadas. [caption id="attachment_174120" align="alignnone" width="620"] Decepcionado, Paulo Magalhães afirma que desistirá da vida pública como vereador / Foto: Fernando Leite | Jornal Opção[/caption] Entretanto, como explicam os vereadores, a mera presença do parlamentar nas sessões não significa produtividade, e também é importante lembrar que parte do trabalho desta profissão se realiza nas ruas. Anselmo Pereira (PSDB) afirma sobre a produtividade na Câmara Municipal: “Mais importante do que a frequência é o nível dos projetos apresentados pelo vereador, como conduz audiências públicas, se convoca sessões para debater temas importantes, se realiza ações intinerantes em locais de conflito.” A análise da produtividade defendida por Anselmo Pereira depende de um acompanhamento do trabalho do vereador pelo cidadão que é complexo, mas que tem sido facilitado pelas novas tecnologias. “Estou na Câmara Municipal de Goiânia desde 1977. De lá para cá tudo mudou muito. Imagine que, quando comecei, a Câmara tinha uma única máquina de escrever Remington que servia a todos os vereadores. Rodávamos projetos de lei e todo tipo de papéis para toda sociedade no mimeógrafo. Hoje, com o avanço na velocidade da difusão da informação, a câmara produz mais em um mês do que em todo um mandato naquela época”. Anselmo Pereira, que acompanha as obras de reforma na Praça Universitária, exemplifica como a atuação parlamentar é mais eficiente hoje: “Em menos de um minuto toda minha comunidade já sabe o que estou fazendo na Praça Universitária por minhas redes sociais. Idealizo um compromisso, realizo e comunico – é a consagração de qualquer homem público”. O vereador lembra outra vantagem que parlamentares dedicados ganharam: as redes deixam um rastro acessível. Hoje, o vereador não pode mentir sobre quanto realizou em seu mandato. [caption id="attachment_107137" align="alignnone" width="620"] Anselmo Pereira diz que a Câmara Municipal é hoje muito mais produtiva do que no passado | Foto: Divulgação / Câmara Municipal de Goiânia[/caption] No primeiro semestre de 2019, a Câmara Municipal de Goiânia apresentou 291 projetos de lei. O número, entretanto, não deve ser usada como medida de produtividade, segundo o vereador Oséias Varão (PSB). Ele afirma: “No contexto atual, o grande desafio não é falta de leis. Nos acostumamos com a ideia do vereador como legislador, mas também é obrigação dele fiscalizar o cumprimento das leis. Temos um número de leis muito grande, mas os problemas são persistentes. O que precisamos fazer é um mutirão para revogar leis inúteis e supervisionar as restantes”. Oséias Varão exemplifica como a fiscalização de políticas existentes pode contribuir mais do que a criação de novas leis. Uma investigação conduzida por seu gabinete sobre os pacientes do Sistema Único de Saúde que mais demoravam a ser atendidos revelou que, em muitos casos, a falta de padronização nos pedidos de exame e orientações médicas criava entraves burocráticos. “Eu propus que médicos e servidores da saúde municipal passassem por treinamento para preencher formulários. É uma coisa simples, mas acaba com o problema de centenas de pessoas sem atendimento”, afirma Oséias Varão.  O vereador Clécio Alves (MDB), que justificou sua posição contrária ao projeto de Paulo Magalhães pela redundância da verificação de presença na Casa, engrossa o coro dos vereadores que priorizam a fiscalização. “Sou contra esse 'circo' que fazem na Casa por conta de ponto biométrico. É desnecessário. É uma proposta demagógica para capitalizar no sentimento de descrédito que passa a classe política. Não adianta apontar defeitos nos colegas vereadores, mas mostrar o que não funciona e tentar corrigir”. [caption id="attachment_182872" align="alignnone" width="620"] Segundo Oséias Varão, foco de vereadores deveria ser fiscalização | Foto: Livia Barbosa/Jornal Opção[/caption] Clécio Alves, que presidiu a Comissão Especial de Inquérito (Cei) que investigou irregularidades dentro da Saúde Municipal em 2018, afirmou sobre o papel fiscalizador da Câmara: “A Saúde comprava carros-sucata, sem motor nem câmbio, por R$ 80 mil; existia aparelhos de raio-x novos, fechados na caixa, enquanto a saúde pagava empresas privadas para fazer esse exame”. Integrantes da Cei encontraram as irregularidades após análise de 50 mil páginas de documentos que levou seis meses para ser completo, resultando indiciamento de 31 pessoas.

Limitações

Quando perguntados sobre a qualidade dos projetos de lei, vereadores frequentemente afirmam que o poder de legislar em nível municipal é limitado. “Boa parte dos projetos apresentados não terão efetividade porque esbarram nas jurisdições das esferas estadual e federal”, afirma Oséias Varão.  Além deste fator, segundo a Lei Orgânica do Município, apenas o poder executivo pode cortar cargos e qualquer gasto que onere o município é considerado inconstitucional se partir do legislativo. “Como resultado, mais de 50% das leis apresentadas serão consideradas inconstitucionais”, afirma Oséias Varão. A estrutura da Câmara custa R$ 120 milhões por ano, incluídos o trabalho das comissões, procuradoria da Casa, plenário, assessores – “uma enorme estrutura para discutir projetos que nunca serão implementados”, diz Oséias Varão.  A solução para este problema, segundo o vereador Lucas Kitão (PSL), é complexa e passa pela reforma do pacto federativo: “O que precisamos para otimizar a atuação dos vereadores é atribuir maior responsabilidade aos municípios. A grande dificuldade é que desperdiçamos muitos esforços pedindo recurso. Grande parte dos serviços sociais são cumpridos pelos municípios, e eles têm de ser compensados.” [caption id="attachment_172447" align="alignnone" width="600"] Lucas Kitão diz que maior produtividade dos vereadores passa por repactuação federativa| Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]