Opção cultural

Formada por cinco músicos cegos, Desejo sem Limites tem dois álbuns lançados. O grupo é ás no forró

Antologia é protesto contra germes de dissolução, que tendem a pulverizar o ordenamento fora do qual o pensar pode tornar-se uma falácia

Gaspara Stampa, Emily Dickinson, Cecília Meirelles, Cora Coralina, Adélia Prado e Hilda Hilst escreveram, com mestria, sobre o amor

Livro de Wendy Guerra faz uma radiografia íntima e nada lisonjeira da vida das pessoas sob o regime comunista em Cuba

Em trabalho exaustivo, que requereu pesquisas em Lisboa, Adelto retrata um dos períodos de maior desenvolvimento da capitania de São Paulo
“A História é um carro alegre/Cheio de um povo contente/Que atropela indiferente/Todo aquele que a negue.” (Canción por la unidad latinoamericana – Pablo Milanés)
Wil Prado
É corrente a assertiva que diz que a História é escrita pelos vencedores. Não estamos aqui para polemizar. Mas não podemos deixar de ressaltar que o bom historiador é aquele que sabe separar o joio do trigo. E é o que faz Adelto Gonçalves neste seu “O Reino, a Colônia e o Poder — Governo Lorena na Capitania de São Paulo 1788-1797” (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo). Consciente disso, logo à página 77, ele adverte: (...) “os historiadores precisam se servir de fontes escritas cujos autores, uns mais outros menos, são sempre ligados à cultura dominante. Não que tenham sido todos mentirosos, mas a maneira como encaravam a História sempre os condenava à deturpação. Sem contar que a imensa maioria dos papéis que restaram nos arquivos oficiais só mostram a visão dos poderosos, daqueles que detinham posições de mando”.
[caption id="attachment_220527" align="aligncenter" width="407"] Livro do pesquisador Adelto Gonçalves[/caption]
Experiente e escrupuloso, ele não se deixa influenciar por vieses políticos e outras tendências deturpadoras da História, que, às vezes, empolgam historiadores mais apressados. Por outro lado, podemos dizer que Adelto não se deixa fascinar pelo canto da sereia: casos e detalhes pitorescos da vida dos personagens, relevados, que muito despertam a curiosidade do leigo, mas que nada acrescentam aos rumos da História. O que nos acrescentaria saber onde o imperador fez xixi? E outros “achismos” e opiniões manietadas dos ditos revisionistas de plantão. Não. Adelto se atém aos fatos: interpreta-os e os transforma em História.
Para escrever a História desse período colonialista que foi o governo de d. Bernardo José Maria da Silveira e Lorena (1756-1818), consultou arquivos de aquém e de além-mar. O resultado desta vasta e minuciosa especulação foi um grande painel — social, econômico e político — onde se registra o embate entre poderes ligados, mas distintos, como a Igreja, a burguesia e os representantes da Corte, aliás, vistos com desconfiança pelos poderosos locais. E todos, militares, religiosos, burgueses e autoridades administrativas, na dança pelo poder, se ajuntam e traem, em alianças as mais espúrias, com o intuito de aquinhoarem riquezas e se mostrarem bem vistos aos olhos da Coroa.
Para termos uma ideia dessa convivência conflitiva ente o poder e o clero, citamos a intriga entre Lobo de Saldanha, governador e capitão-general da capitania de São Paulo (1775-1782), e o influente padre José da Silva de Oliveira Rolim, acusado pelo governador de manter uma vida promíscua. Episódio que, embora desenrolado em outra capitania, a de Minas, respinga na capitania paulista. E não resistimos em transcrever este parágrafo, que é, de fato, uma pérola: “A “vida dissoluta” de que o acusava Lobo de Saldanha, certamente, adviria do fato de que, irmão de Francisca da Silva de Oliveira (1732-1796), a famosa Chica da Silva, havia se envolvido com a filha desta, sua sobrinha putativa. Teria também deflorado a própria sobrinha, Quitéria, arranjando-lhe casamento de conveniência, com o ânimo de continuar a relação ilícita e, em razão da revolta do marido, ameaçou-o de morte, segundo denúncia de Joaquim Silvério dos Reis, delator das movimentações para a projetada revolta de 1789” (pág. 161).
Em trabalho exaustivo, que requereu uma longa temporada de pesquisas em Lisboa, Adelto retrata — e podemos dizer que o termo é exato — um dos períodos de maior desenvolvimento da capitania de São Paulo: os nove anos do governo de d. Bernardo José Maria da Silveira e Lorena. Para tanto, espanou o pó e espantou as traças — se é que os arquivos lusitanos são tratados com o mesmo descaso dos de cá — de documentos seculares, guardados, dentre outros, pelo Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Academia das Ciências de Lisboa, Coleção Pombalina da Biblioteca Nacional de Portugal e o Arquivo Histórico Ultramarino. No Brasil, recorreria ainda ao Arquivo Nacional do Rio de Janeiro, ao Arquivo Público Mineiro e ao Arquivo do Estado de São Paulo, para citarmos apenas os mais importantes.
Sempre que nos referirmos a São Paulo, uma pergunta é recorrente: por que este se tornou o mais rico e desenvolvido Estado brasileiro? Se lermos este volume com cuidado, certamente, encontraremos algumas dicas. E, dentre tantas, ficamos aqui especulando se esta não seria determinante: a “lei do porto único”? Editada em 1789, essa “lei”, assim impropriamente chamada pela historiografia, pois não passava de uma determinação do governador, permitia que o porto de Santos recebesse navios diretamente de Lisboa, sem a intermediação do Rio de Janeiro, o que aumentava o tempo e acrescentava despesas ao preço final das mercadorias.
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Adelto Gonçalves: pesquisador, crítico literário e escritor | Foto: Euler de França Belém/Jornal Opção[/caption]
Para reforçar essa ideia, transcrevemos este parágrafo à página 361: “Lorena tomou uma decisão que seria fundamental para abrir literalmente o caminho para o desenvolvimento da capitania, determinando que toda carga produzida na capitania teria de passar primeiro pelo porto de Santos. A medida permitiu que o porto de Santos passasse a receber mais navios e a fazer o comércio diretamente com Portugal”.
Adelto, porém, não escreve para polir o bronze das estátuas. Ao contrário, algumas saem das suas páginas até um tanto arranhadas. Para darmos apenas um exemplo, citamos o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera (ou Diabo Velho, como a ele se referiam os indígenas Goyazes), que, apesar de ter sido considerado um grande descobridor de ouro e prata, a ele colou-se a má fama de “matador de índios”.
Por último, é bom lembrar que essas quatrocentas páginas, nas mãos de historiadores burocratas, poderiam se tornar deveras enfadonhas, mas nas mãos de um bom escritor — Adelto é um bom romancista! —, tornam-se leves e atraentes, como se estivéssemos, junto com o autor, descobrindo e desvendando cada falcatrua — oficial ou contrabandeada — de políticos, párocos ou burgueses locais.
Infelizmente, ao fecharmos este volume, temos que admitir que o País pouco ou nada mudou dos tempos coloniais de outrora aos novos tempos republicanos de agora: a corrupção, as grandes fraudes e a malversação dos bens públicos continuam a ser a tônica do Estado.
Adelto Gonçalves, paulista de Santos, é doutor em Letras na área de Literatura Portuguesa e mestre na área de Língua Espanhola e Literaturas Espanhola e Hispano-americana pela Universidade de São Paulo (USP). Foi professor em várias universidades e jornalista desde 1972, atuando como assessor de imprensa na área empresarial.
Professor Adelto, como é conhecido e respeitado nos meios acadêmicos e jornalísticos, é um escritor vastamente premiado. Citaremos apenas alguns dos mais importantes: 1986, prêmio Fernando Pessoa da Fundação Cultural Brasil-Portugal, Rio de Janeiro, participando do livro “Ensaios Sobre Fernando Pessoa”, com o trabalho “O ideal político de Fernando Pessoa”; prêmios Assis Chateaubriand, 1987, e Aníbal Freire, 1994, ambos da Academia Brasileira de Letras; em 2000, com a biografia “Gonzaga — Um Poeta do Iluminismo (Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999), seu trabalho de doutorado em Letras pela USP, o prêmio Ivan Lins de Ensaios da União Brasileira de Escritores e da Academia Carioca de Letras.
Como jornalista seu currículo é tão vasto e importante quanto o de acadêmico. Escreveu para “O Estado de S. Paulo”, empresa Folha da Manhã, Editora Abril e “A Tribuna”, de Santos, tendo sido correspondente da revista “Época” em Lisboa (1999-2000). É colaborador da revista “Vértice”, de Lisboa. Escreve regularmente para o quinzenário de “As Artes Entre as Letras”, do Porto, e Jornal Opção, de Goiânia. É sócio correspondente e assessor cultural e de imprensa do Centro Lusófono Camões da Universidade Estatal Pedagógica Hertzen, de São Petersburgo, Rússia.
Apesar de todos esses títulos de suma importância, não podemos deixar de destacar a sua face de ficcionista. Sim, ele ainda encontrou disposição e tempo para praticar a grande ficção, com livros de contos, ensaios e romances.
Em 1980, com seu romance de estreia, “Os Vira-Latas” da madrugada, ganhou menção honrosa do Prêmio Nacional de Romance José Lins do Rego. E é sobre ele que queremos nos deter, não apenas pela sua qualidade literária, como também pelas condições históricas, posto que foi um dos primeiros a retratar o golpe militar de 1964, mesmo que sem proselitismo partidário, mostrando fatos, como as invasões dos sindicatos dos trabalhadores de Santos e a desumana e vexatória prisão de velhos e respeitáveis sindicalistas, tratados como bandidos comuns. O livro, já em segunda edição, pela Editora Letra Selvagem, de Taubaté-SP, está nas livrarias e, independentemente de quaisquer vieses ideológicos, vale a pena ser conferido, porque seus personagens são, de fato, verossímeis e comoventes.
Serviço
“O Reino, a Colônia e o Poder: O governo Lorena na Capitania de São Paulo – 1788-1797”, de Adelto Gonçalves, com prefácio de Kenneth Maxwell, texto de apresentação de Carlos Guilherme Mota e fotos de Luiz Nascimento. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 408 páginas, R$ 70,00, 2019.
Wil Prado, jornalista, é contista e romancista, autor de “Sob as Sombras da Agonia” (Lisboa, Chiado Editora, 2016) e do e-book “Um Vulto Dentro da Noite” (Amazon). E-mail: [email protected]

Os jornais “A Lanterna” e “A Plebe”, articulados por anarquistas, criticaram duramente o autoritarismo dos governos

Livro acrescenta conceito de culturas shakespearianas à ideia de poética da emulação, lançando um olhar pra entender o do problema da violência na América Latina

Ao se inspirar no poema "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto, banda goiana narra a trama sofrida de um morador de rua condenado a uma vida injusta

O artista da palavra amadureceu as mensagens. O poeta conviveu com seus poemas e sofreu para que, a partir das sombras, brotassem seus textos

Alfredo Nasser teria dito, na presença de Ludovico: “Só um homem como o sr., presidente JK, poderia fazer-me subir no palanque do chefe absoluto de Goiás”

Criatura e Criadora vivenciaram a luta pelo espaço e pelo amor

A autora remete o leitor a um universo onde crescer dói, cada mudança enfrentada anuncia outra ainda maior, mas assim é a vida

"Cormac McCarthy nos dá um senso da vida ribeirinha que se lê como um sinistro Huckleberry Finn" – The New York Times Book Review. "Suttree contém um humor que é faulkneriano em sua ironia gentil" – The Times Literary Supplement

“Não sei grego nem latim, não li a gramática do sr. Cândido Lago, nunca pus casaca e até hoje não consegui conversar 5 minutos com um diplomata bem talhado” — Lima Barreto

Lançado em Goiânia, “Em Conexão” traz uma visão didática, para crentes e não crentes, dos textos mais antigos e de difícil compreensão da Bíblia
Em algum momento por volta do ano 1,2 mil antes de Cristo, um nômade decidiu escrever uma intrincada história sobre a origem do mundo, da humanidade, das línguas e da relação de tudo isso com o seu Criador. Muitos desses relatos eram repassados há séculos boca a boca e ensinados de pai para filho. Segundo a tradição judaico-cristã, esse homem era Moisés – ele mesmo protagonista de um enredo riquíssimo, que passa pela fuga de um infanticídio coletivo, adoção e a ascensão a um dos postos mais importantes do maior império da época e culmina às portas da terra prometida após a travessia de um deserto inóspito.
Os cinco livros atribuídos a Moisés (para muitos fiéis, uma certeza; para muitos estudiosos, algo improvável - alguns exegetas acreditam que a transcrição só ocorreria no pós exílio, 700 anos depois de Moisés), conforme a organização do cânon, são os primeiros da Bíblia – na verdade, uma coleção de livros. Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deutoronômio formam o pentateuco, a Torá judaica. Nesse conjunto, são narrados a criação do mundo e do homem pelas mãos de Deus, o início da formação do povo escolhido por Ele e uma série de legislações civis e morais e, ainda, instruções para práticas religiosas.
Ao longo de mais ou menos 800 a 1.000 anos, outros livros foram sendo escritos, até chegar aos 39 que compõem o que conhecemos como Antigo Testamento – acrescido do Novo Testamento, ele forma a Bíblia cristã. A maior parte do texto original foi composto em um hebraico arcaico e uma parte menor, em aramaico. O livro Sabedorias, incluído no cânon católico, foi escrito em grego, mas não foi adotado nem por judeus nem por igrejas protestantes.
Como, portanto, esse livro pôde falar ao nômade, aos egípcios e aos mesopotâmios da antiguidade? Aos gregos dos tempos de Aristóteles e aos romanos do período de Nero? Ao imperador Constantino? Aos homens medievais, como Lutero e Calvino? E como ele continua tendo impacto tão forte no homem da era da informação, contemporâneo de Bill Gates, Steve Jobs e Mark Zuckerberg ?
Curiosamente, um engenheiro goiano, não teólogo, tem ajudado muitas pessoas responder essas questões: é a mensagem contida na Bíblia que a torna compreensível para homens de épocas, culturas, línguas, contextos e nível de conhecimento tão díspares. Cláudio Carvalho, que atua no ramo da construção, acaba de lançar, em Goiânia, o livro “Em Conexão – O Antigo Testamento para uma Nova Geração” (Sal Editora, 440 páginas).
O autor não se denomina teólogo, ainda que tenha MBA em Teologia e Transformação Social e faça parte do conselho do Ministério Sal da Terra em Goiânia. Na verdade, a obra é fruto de 30 anos de estudos, que começaram ainda na juventude, quando se reunia com amigos de escola para ler e discutir a Bíblia.
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Cláudio Carvalho, o engenheiro que dá aulas sobre o Antigo Testamento | Foto: Divulgação[/caption]
Essa bagagem resultou em um curso voltado ao Antigo Testamento, em que fornece caminhos para a leitura dessa parte da Bíblia, muitas vezes negligenciada mesmo pelos cristãos, mais familiarizados com o Novo Testamento. O passo natural foi transformar o conteúdo em livro, tão didático quanto as exposições em salas de aula (não por acaso, o autor foi professor em escolas seculares). Segundo Cláudio Carvalho, "Em Conexão" é uma releitura do Antigo Testamento, sob a luz do Novo Testamento.
Na introdução, o leitor é apresentado a um resumo esquemático dos 39 livros do Antigo Testamento: pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), históricos (Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester), poéticos (Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares) e proféticos (Isaias, Jeremias, Lamentações, Ezequiel, Daniel, Oseias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miqueias, Naum, Habacuque, Safonias, Ageu, Zacarias e Malaquias).
O esquema os encaixa em dez períodos: princípios, patriarcas, Egito, êxodo, deserto, Canaã, juízes, monarquia, exílio e reconstrução. Dessa forma, o leitor acompanha o desenrolar da relação divina com o “povo escolhido”, da criação do mundo ao retorno pós-exílio, por volta de 400 anos antes de Cristo – o último capítulo, inclusive, trata do período intertestamentário (ou seja, entre Malaquias e Mateus, que abre o Novo Testamento), conhecido como os anos de silêncio.
Esse guia introdutório torna a viagem pelas páginas do AT mais confortável. Mas Cláudio Carvalho não se furta a fazer um alerta: “[A Bíblia] não é um texto científico, não é histórico e nem tem preocupações geográficas como as nossas”. Portanto, não há que se falar em incongruências entre o que a ciência diz (ainda que atualmente existam grupos de cientistas declaradamente confessionais) e o que a narrativa bíblica conta.
Ao abordar Gênesis, o escritor volta a chamar a atenção do leitor: “É bom pensarmos que vamos tratar exatamente dos capítulos mais mal compreendidos, mais criticados e que mais são objetos de piadas”. Afinal, é no início do livro que abre a Bíblia que estão passagens como a que fala da criação do homem por meio do barro (e da mulher pela extração de uma costela do homem), a que cita o fruto proibido (uma maçã, segundo o imaginário popular, mas nunca mencionada na Bíblia) e a que cita a serpente que fala. Obviamente, narrativas que vão de encontro ao conhecimento científico.
Cláudio Carvalho não se aprofunda em todos os livros do AT, tarefa impossível para uma única obra. Ao longo das 400 páginas, pinça os relatos e personagens mais significativos, contextualiza com aspectos históricos e geográficos (o leitor pode, inclusive, por meio de um QR Code, acessar mapas) e traduz os nomes dos atores mais proeminentes – o que proporciona uma nova compreensão de algumas passagens, devido à importância que os nomes têm na cultura hebraica da época – do Gênesis ao exílio.
Dessa maneira, o leitor terá uma compreensão de fatos e símbolos que muitas vezes passam despercebidos na leitura da Bíblia. O autor, didaticamente, explica questões relacionadas às pragas do Egito, ao tabernáculo construído no deserto, aos ritos e rituais daquele povo, que muitas vezes nos parecem estranhos e incompreensíveis.
Especialmente útil para tornar a travessia pelo Antigo Testamento menos tortuosa são os capítulos 8 e 9, que tratam do período em que Israel tornou-se uma monarquia. Além de discorrer sobre a transição do tempo de juízes para o de reis -- e sobre alguns deles, como Saul, Davi e Salomão --, o autor recorre novamente a um resumo esquemático para auxiliar o leitor com tantos nomes e sequências de monarcas. E é com essa pegada que a obra segue até o retorno do exílio e a reconstrução do templo.
“Em Conexão” é uma obra evidentemente de um homem que tem convicções religiosas. Contudo, é uma leitura agradável mesmo para quem não as tem, mas que quer conhecer um pouco desse que é um dos mais importantes livros da humanidade.