Editorial

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Goiás não deve transformar empresários em vilões devido aos incentivos fiscais

“Criminalizar” a atividade produtiva, num país que desvaloriza os que investem seus capitais na geração de empregos e produtos, pode ser prejudicial tanto aos empresários quanto aos trabalhadores

Iris economizou entre 2017 e 2018 para gastar em 2019 e 2020 e deixar rombo para o sucessor?

Sem conexão com a Goiânia moderna, Iris Rezende repete métodos antiquados para continuar no poder

Roosevelt e Churchill podem ensinar Ronaldo Caiado a ser mais otimista

A história do americano e do britânico pode ser instrutiva no sentido de que a recuperação de um país cobra que o governante seja um vendedor de esperança, não de pessimismo [caption id="attachment_168246" align="aligncenter" width="620"] Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill e Ronaldo Caiado: o americano e o britânico podem ensinar o político brasileiro a viver mais intensamente no presente do que no passado[/caption] Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos Estados Unidos quatro vezes consecutivas. Ao assumir o governo pela primeira vez, em 1933, Roosevelt recebeu uma nação arrasada pela depressão econômica. Ao perceber que não iria melhorar o país se ficasse falando mal do antecessor, até porque a crise era sistêmica — e não produto de meros erros do governo —, nomeou uma equipe eficiente para gerir a economia e o social. Aliás, com o New Deal, imbricou social e economia. Com técnicos qualificados, com visão política e humanitária, montou um amplo programa de investimento público — liberais ortodoxos chegaram a chamá-lo de comunista —, com grandes obras, com o objetivo de movimentar a economia, fortalecendo o mercado, e, paralelamente, aplicou recursos do Estado em programas sociais, com o objetivo de recuperar milhões de indivíduos, pois muitos passavam fome, e, por intermédio do trabalho, devolver-lhes a autoestima. Incentivando o mercado, com as obras públicas, e fortalecendo o social, com programas de integração, Roosevelt contribuiu, de maneira decisiva, para a recuperação da economia americana. Pode-se dizer que o Estado arrancou o mercado da pasmaceira. Em crises profundas, a iniciativa privada recolhe-se, para não falir. Mas o Estado, que investe a fundo perdido — porque seu lucro é social e o lucro econômico é mais demorado (o aumento da arrecadação, por exemplo) —, pode ter perdas, que vão sendo ajustadas ao longo do tempo. O presidente entendeu que, com a livre iniciativa em suspenso, sem investir ou investindo menos, cabia ao Estado pôr a mão na massa e, de maneira criativa, retirar a economia da crise. Os americanos elegeram Roosevelt quatro vezes seguidas, inclusive durante a Segunda Guerra Mundial, porque o presidente contribuiu para recuperar a economia, aumentando a oferta de empregos e melhorando o consumo coletivo, mas também porque ele exalava esperança. Não tinha nenhum apreço pelo discurso do caos. Churchill ganhou a guerra e perdeu o governo Mudemos para outro estadista, possivelmente o maior do século 20 e um dos maiores da história. Em 1939, antes do início da guerra, o governo apaziguador do primeiro-ministro Neville Chamberlain colocou a Inglaterra numa situação difícil. Apesar de todos os sinais, como a anexação da Áustria, dos problemas nos Sudetos, o armamentismo e o belicismo de Adolf Hitler, Chamberlain, como os franceses, permanecia inerte, como se esperasse um milagre. Como milagres não existem, exceto como fábulas, no início de setembro de 1939, os nazistas da Alemanha invadiram a Polônia — dando início à Segunda Guerra Mundial. Com a desmoralização da política de apaziguamento, que havia se revelado uma ilusão, os políticos britânicos convidaram Winston Churchill para o cargo de primeiro-ministro. Churchill havia lido “Minha Luta”, livro de Hitler, e sabia que o ditador alemão, mesmo antes de se tornar o poderoso chefão da Alemanha de Heine e Goethe, almejava a “guerra de conquista”. Seu projeto não era pacifista — tratava-se de um conquistador, um Alexandre ou César da direita. O político e escritor havia alertado seus pares, mas, até 1939, não era ouvido — dados equívocos anteriores. Churchill “recebeu” uma Inglaterra “deitada”, praticamente disposta a se entregar ao até então indomável Hitler. Com sua energia feroz e sua língua viperina — uma mistura de Shakespeare com Oscar Wilde, ou quem sabe Bernard Shaw —, Churchill percebeu que as palavras, como armas que movimentam consciências, podem muito. As palavras do primeiro-ministro geraram ações e ergueram a Inglaterra. Político hábil, que sabia pôr sua imaginação poderosa a serviço de um realismo absoluto — a retórica às vezes camufla isto —, Churchill trabalhou para atrair os Estados Unidos para a guerra. Roosevelt queria apoiá-lo, mas, nos Estados Unidos, o respeito institucional, a ideia amplamente aceita da força e independência dos poderes, impedia uma ajuda mais efetiva. O Congresso, ecoando a opinião pública, não queria o país na guerra dos “outros”. O ataque japonês a Pearl Harbor, em 1941, atraiu a nação de Hemingway e Faulkner para a batalha. O “erro” do Japão e o “erro” da Alemanha, ao declarar guerra aos ianques, produziram um inimigo poderoso para o nazismo. Entretanto, mesmo antes disso, os Estados Unidos já estavam ajudando as vítimas europeias de Hitler. O brilhante Harry Hopkins, um dos principais auxiliares de Roosevelt, era simpático à causa de Churchill. Terminada a guerra, com Churchill tendo se tornado um herói internacional, os ingleses só faltavam pedir ao papa para canonizá-lo em vida. Porém, mesmo agradecidos, os britânicos derrotaram o bravo vencedor da batalha pela democracia e bancaram o trabalhista Clement Attlee. Por quê? Há várias explicações. Concentremos numa, quiçá idiossincrática. É provável que os britânicos viram no trabalhista um político da “construção” — uma espécie de Roosevelt —, enquanto Churchill, dado seu belicismo, talvez fosse visto como um político da “destruição”. Os trabalhistas acenavam com o Estado do Bem-Estar — o biógrafo Boris Johnson, por sinal, garante que Churchill é o verdadeiro criador dessa política — e com a melhoria da qualidade de vida de todos. Churchill voltou ao poder depois, mas a derrota o abalou. Governar não é gerar atritos Roosevelt, que governou os Estados Unidos sentado numa cadeira de rodas — teve poliomielite aos 39 anos —, e Churchill são lembrados como ilustração ao que está acontecendo em Goiás. O governador Ronaldo Caiado é um político bem-intencionado e moderno. Em suma, o político do partido Democratas quer moralizar o setor público — inclusive reduzindo o custo das obras e da própria máquina do governo (o que será muito difícil, dado o “poder” dos lobbies corporativos) — e, ao mesmo tempo, viabilizar o crescimento da economia e produzir um desenvolvimento cada vez mais inclusivo. Ao investigar se houve corrupção nos governos anteriores e ao repassar informações para o Ministério Público formular denúncias, Ronaldo Caiado não está errado. Porque está fazendo aquilo que seus eleitores pediram: a moralização do setor público. Ressalve-se que denúncias excessivas, com o objetivo mais de desgastar determinados políticos, são úteis para as manchetes dos jornais e as chamadas das emissoras de televisão, mas eventualmente podem cair na primeira instância judicial ou na segunda instância. Por isso, denúncias bem formuladas, apresentadas de maneira detalhada e realista, serão mais racionais. Denúncias que causam escândalo, mas não surtem efeito algum, exceto sensacionalismo, acabam, no médio prazo, desmoralizadas. Mas as investigações, com possíveis denúncias, são lícitas. É mesmo preciso apurar o que aconteceu nos governos anteriores, mas sem a preocupação em massacrar adversários políticos, que, a rigor, não deveriam ser tratados como inimigos. Chega-se ao ponto de um promotor de justiça sugerir que determinado jornal está apoiando um denunciado unicamente porque deu-lhe espaço para que apresentasse sua versão. Ora, o Brasil é um país democrático, e não um Estado policial. Governar é muito mais do que denunciar — o que Roosevelt fez com rara competência. Governar é seguir adiante, é pensar no presente. Não é esquecer o passado, e sim entender que o passado não pode travar o presente. Governar, ao menos governar bem, é olhar para frente. O palanque, pelo menos em tese, foi desmontado no dia 7 de outubro de 2018, quando Ronaldo Caiado foi eleito no primeiro turno, derrubando a estrutura política e governamental de vinte anos gestada pela aliança tucano-pepista. Os eleitores queriam renovar e, de fato, renovaram. As revoluções que não cessam não são construtivas. Porque a construção exige certa disciplina e rotina. Governar gerando conflitos, produzindo atritos, acaba por retirar o governante do bom caminho — sem contar que há a tendência de os governos, mesmo quando o gestor principal é decente, apresentarem problemas ao longo do tempo. No momento, Ronaldo Caiado — que, insistamos, é bem-intencionado e quer implantar uma nova configuração de poder público, com a integridade acima das intrigas e das maldades gratuitas — denuncia que há um rombo de bilhões no governo de Goiás. Se o rombo é um fato, como tem insistido a secretária da Economia, Cristiane Schmidt — uma auxiliar séria e competente, apesar da escassa experiência com gestão pública estadual —, é mesmo preciso divulgá-lo e denunciá-lo. Nada se deve esconder. Mas não se pode acomodar tão-somente com a denúncia do rombo. Mesmo em tempos recentes, governantes mantinham uma certa lua de mel com os indivíduos, independentemente de suas ideologias, por cerca de seis meses. Em seguida, começavam as críticas, ou, se o governo fosse bem, o reforço dos elogios. Hoje, com a emergência das redes sociais — com a desconcentração da informação —, a lua de mel pode acabar em um mês ou dois meses. Recentemente, na Câmara Municipal de Goiânia, a secretária de Comunicação do governo Caiado, Valéria Torres, falou em crise, en passant, e acabou vaiada. A plateia gritou: “Paguem os professores”. O vereador Anselmo Pereira, do PSDB, chegou a pedir tolerância. Nas redes sociais — e é provável que não haja uma conspiração política —, as críticas ao governo de Ronaldo Caiado são “pesadas” e, às vezes, até injustas. Porque o governador ainda não teve tempo para implementar suas políticas de crescimento e desenvolvimento. Apesar da pressa da sociedade, que não é necessariamente influenciada pela oposição, o gestor Ronaldo Caiado precisa de um pouco mais de tempo antes de ser avaliado com excessivo rigor. É notório que está tentando ajustar o governo. Colocar as contas em dia — o que vai além do pagamento do salário de dezembro ao funcionalismo — não será fácil. Mas ninguém pode dizer, em sã consciência, que Ronaldo Caiado não está tentando. Saída para o governo está mais em Goiás Há quem aposte que a saída do governo de Goiás está em Brasília, porque o governo federal concentra os principais recursos do país. De fato, o Brasil não é, na prática, uma República federativa, pois a União controla os recursos financeiros e transforma os Estados em pedintes. Porém, em parte devido ao ajuste promovido por Henrique Meirelles, quando era ministro da Fazenda do governo de Michel Temer, o governo federal reduziu seus gastos, o que dificulta o apoio aos Estados. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pressiona o presidente Jair Bolsonaro para que auxilie os governadores — cujos Estados, independentemente de boas ou más gestões, estão praticamente quebrados. Para aprovar as reformas, como a da Previdência — e, mais tarde, a Tributária —, além do pacote anticrime, Bolsonaro pode ceder aqui e ali. Mas o chicago-boy Paulo Guedes, que planeja enxugar o Estado, não pensa o mesmo. Sua tese é diferente: aposta que o crescimento da economia, a partir de 3% ao ano, aumentará a arrecadação dos Estados, o que reduzirá suas crises. Há a crença de que o mercado por si, e com o enxugamento do custo do Estado, vai retirar o país da crise. Na verdade, apesar da beleza da ideia — a recuperação da economia levando à recuperação dos Estados —, não é exatamente assim que funciona. Os Estados precisam mesmo de ajuda, inclusive porque a crise deles pode contribuir para a redução do crescimento da economia. Brasília tem de apoiar a recuperação dos Estados. O que não se pode exigir é que a recuperação seja atribuída unicamente a Brasília. Ronaldo Caiado, ao repactuar os incentivos fiscais, percebeu que, no lugar de apenas pressionar na capital federal, é preciso fazer alguma coisa em nível estadual. Cristiane Schmidt possivelmente está percebendo que o Fisco de Goiás é altamente qualificado — e, frise-se, não é marconista (as teorias conspiratórias não ajudam em nada) — e, se conseguir atrair suas melhores cabeças, pode contribuir para aumentar a arrecadação. É possível que a recuperação de Goiás — do governo, sublinhe-se — esteja mesmo em Goiás. Depende essencialmente da capacidade de dialogar do governo com a sociedade, notadamente empresários, políticos e Fisco. Ronaldo Caiado, político de rara decência, tem de ser o elemento a propor um novo pacto estadual. O governador, que pode ser um elemento de conflito, tem de agir como diplomata. Goiás não é nenhuma Shangri-la. Há problemas, em geral gerados pelos governos anteriores. Mas a situação, mesmo difícil, não é pior do que em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul — Estados muito mais ricos do que Goiás. Não há problema com 13º de todos os funcionários e apenas a folha de dezembro não foi paga. Tal folha é um problema, é certo. Mas não é incontornável. Quando for paga, a pressão sobre o governo será em parte aliviada. Mas a máquina pública, com seu apetite pantagruélico por mais dinheiro, jamais deixará de pressionar qualquer governo. Como se disse antes, não se vive sem esperança e, ao mesmo tempo, sem realismo. O governo deve assumir que há uma crise. Mas, como sabem os publicitários, a cristalização da ideia de que Goiás, o setor público, está quebrado pode não ser positiva para o próprio governo. Por que instalar uma empresa num Estado em que só se fala em crise e no qual, “quebrado”, o governo é um problema? Ronaldo Caiado, político com larga experiência, sabe que, como governante, não pode fazer oposição ao seu governo. Por vezes, fica-se com a impressão que ainda é oposicionista, e não o gestor escolhido por milhares de eleitores. Agora, torcer pelo insucesso do governo de Ronaldo Caiado é o mesmo que torcer contra o sucesso de Goiás, dos goianos. Num ponto não se pode discordar de Ronaldo Caiado: é preciso mesmo denunciar os malfeitos do passado. Mas, até por ser um político experimentado — de uma história amplamente positiva e sem mácula —, o governador sabe que pactos com denunciantes contumazes são “faustianos”. A vítima de hoje pode ser Marconi Perillo — que deve ser tratado como qualquer cidadão, sem proteções —, mas a de amanhã pode ser alguém de seu governo. Finalmente, vale a pena não se inebriar com as loas dos áulicos — que, sim, mudam de lado quando lhes convém.

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Iris Rezende, Maguito Vilela, Elias Vaz, Wilder Morais, Zacharias Calil, Adriana Accorsi, Major Araújo, Francisco Júnior, Bruno Peixoto, José Vitti, Talles Barreto, Cristina Lopes e Marcelo Baiocchi: nomes cotados para a disputa da Prefeitura de Goiânia | Foto: arquivo

Daqui a um ano e um mês (no início de abril de 2020) quem quiser disputar cargo eletivo — prefeito e vereador —, se estiver ocupando cargos públicos, terá de desincompatibilizar-se. A eleição acontecerá daqui a um ano e sete meses. Parece muito tempo, mas não é. Tanto que as articulações políticas já começaram e estão de vento em popa. Possíveis candidatos estão conversando com marqueteiros e alguns deles já encomendam pesquisas qualitativas e quantitativas.

Os políticos sabem que a próxima eleição, a de 2020, pode contribuir para reforçar seus poderes ou abrir espaços novas alianças — tendo em vista as eleições de governador em 2022 e 2026. Como fará 70 anos em 25 de setembro deste ano — nasceu em 1949 —, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), não terá muito tempo para disputas do Executivo, em termos estaduais. Poderá disputar a reeleição em 2022 e, se vencer, terminaria o governo com 77 anos (poucos certamente terão a longevidade política de Iris Rezende, hoje com 85 anos). Depois, poderia disputar o Senado. Portanto, pós-Ronaldo Caiado, haverá um “vazio” na política de Goiás. Por isso, com perspicácia, o presidente do MDB, Daniel Vilela, está se colocando como “oposicionista”, com a evidente intenção de ocupar o espaço “do” PSDB, no momento semi-nocauteado pelo resultado das eleições de 2018.

O futuro é uma incógnita, não se sabe como será, mas quem articula e dialoga agora tende a criar um futuro mais palatável para si e seus pares. O MDB, apesar dos salamaleques, está dividido entre duas forças: a de Iris Rezende, com seu aliado Adib Elias — que perdeu força ao não conseguir nomear aliados para cargos de proa no governo de Ronaldo Caiado, o que contribuiu para ampliar a força interna de Daniel Vilela —, e a dos Vilelas, Maguito e seu filho, Daniel. Para consumo externo, Iris Rezende afirma que não vai disputar a reeleição, em 2020. Para consumo interno, afirma que, se conseguir realizar algumas obras — como a conclusão da Avenida Leste-Oeste, alguns viadutos e recapear a maioria das ruas —, vai postular seu quinto mandato de prefeito de Goiânia. Maguito Vilela quer ser candidato a prefeito de Goiânia, e hoje é mais popular do que o decano emedebista. Mas já avisou que, se Iris Rezende for candidato, não coloca seu nome.

Por que o irismo prefere bancar Iris Rezende, sob risco de derrota, dado o desgaste de sua administração, a apoiar Maguito Vilela ou Daniel Vilela para prefeito? Porque o irismo se tornou caiadista e não quer fortalecer Daniel Vilela, que está se tornando o principal adversário do governo de Ronaldo Caiado e poderá se tornar seu mais aguerrido rival no pleito de 2022 — capitaneando uma ampla coligação, que pode reunir MDB, PP, PSB, PTB, PR, PT e até o PSDB.

O deputado estadual Bruno Peixoto corre por fora e, se Iris Rezende não disputar e os Vilelas guardarem forças para 2022, vai colocar seu nome na ribalta. Mas sabe que a má gestão do emedebista pode derrotá-lo. O prefeito da capital pode se tornar o Marconi Perillo de 2020 — quer dizer, o alvo a ser atingido e batido.

O PSDB está baleado, mas não morto. Digamos que Marconi Perillo seja absolvido no processo que o levou momentaneamente à prisão, pouco depois da eleição de 2018, e que, até 2020, o governo de Ronaldo Caiado não deslanche. O tucano poderá se apresentar como candidato? Pode. O mais provável é que não dispute, dado o desgaste. Mas a possibilidade não pode ser descartada. Há alternativas, como Talles Barreto e Cristina Lopes.

Pode pintar alguma surpresa na disputa, como o presidente da Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio), Marcelo Baiocchi. Não tem desgaste e venceu na iniciativa privada à revela da política. Quem não gostaria de filiá-lo?

O PSD fechou questão e vai bancar Francisco Júnior. Mas o ás Vilmar Rocha sabe que, numa disputa pela Prefeitura de Goiânia — que é quase um governo do Estado —, não há possibilidade de se ganhar sozinho. Por isso, Francisco Júnior e Vilmar Rocha estão conversando tanto com Maguito Vilela e Daniel Vilela quanto com o senador Vanderlan Cardoso (PP) e com o ex-ministro Alexandre Baldy. Sozinho, sem alianças, o deputado federal será, pela segunda vez, sparring dos candidatos com mais musculatura política.

O PP é a principal incógnita. Seu principal nome na capital, Vanderlan Cardoso, está dizendo que prefere ficar em Brasília. Com razão, pois ganhou oito anos do eleitor para representá-lo no Senado. Há quem acredite que Alexandre Baldy pode renunciar à política nacional para ser candidato em Goiânia. Pode até ser, mas não seria inteligente. O mais provável é que o jovem político, hoje secretário de João Doria no governo de São Paulo, está se cacifando para 2022 — para disputar o Senado ou governo. O mais provável é que o pepismo feche alguma aliança em 2020 tendo em vista o jogo eleitoral de 2022. Aí poderia apoiar tanto Francisco Júnior quanto Elias Vaz, do PSB. O problema de Elias Vaz é que seu principal aliado, o senador Jorge Kajuru, se tornou inimigo, mais do que adversário, de Vanderlan Cardoso.

Bancado por Jorge Kajuru — pesquisas indicam que é forte para a prefeitura, mas o senador não quer disputar —, Elias Vaz passa a ser um candidato consistente. Mas, para cargo executivo, é preciso fazer alianças, não basta o apoio do polêmico senador (que, hoje, tem a resistência dos evangélicos). Num primeiro momento, Elias Vaz aproximou-se da vereadora Cristina Lopes, uma campeã em ética, mas não em votos. Mas, como continua no PSDB, é rejeitada por Jorge Kajuru.

Governos não costumam eleger prefeitos em Goiânia. Mas o governador Ronaldo Caiado vai lançar um candidato na capital, independentemente do posicionamento de Iris Rezende. Como pesquisas, ao menos as atuais, sinalizam que as chances do prefeito são próximas de zero, Ronaldo Caiado tende a bancar um candidato. O nome mais cotado é o do ex-senador Wilder Morais, secretário da Indústria do governo de Goiás. O deputado federal Zacharias Calil, dadas a popularidade e a fama de honesto, também é cotado. Os dois políticos pertencem ao DEM do governador. José Vitti, se se filiar ao DEM, também é cotado.

O PT deve bancar, pela segunda vez, a deputada estadual Adriana Accorsi. As chances de ganhar são mínimas, mas mantém o PT e a parlamentar no jogo político.

Não se deve subestimar o deputado Major Araújo, do PSL. Por dois motivos. Primeiro, por seu agressivo discurso pró-segurança pública e anticorrupção. Segundo, por ter o apoio do deputado federal Delegado Waldir Soares e do presidente Jair Bolsonaro.

O PPS pode bancar o jovem deputado estadual Virmondes Cruvinel. Ele tem discurso e é agregador.

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