Por Redação

Arte é composta pelo rosto do cantor Manoel Gomes e duas canetas

O Flamengo de Jorge Jesus, quando prova do próprio veneno, enfrentando um time que joga no ataque, costuma não jogar bem

Governador reforçou que presidente da República tem apoio popular e de lideranças políticas em Goiás. “Querem desestabilizar a estrutura democrática porque não ganharam as eleições”

Caiado sustenta que PEC apresentada pelo Governo é a verticalização do projeto que foi aprovado no Congresso Nacional e foi feita com total transparência

Conforme Gilvan Cândido, o projeto vai gerar uma economia de R$ 8,1 bilhões aos cofres públicos ao final do prazo de 10 anos

Um total de 37 de propostas foram apresentadas até o momento, e o prazo para entrega só deve ser encerrado na sexta-feira, 1º

A PEC propõe o repasse mensal em duodécimos de recursos destinados às vinculações constitucionais

Presidente da Associação dos Municípios Adjacentes à Brasília (Amab), o prefeito de Águas Lindas, Hildo do Candango (PTB) elogiou o prefeito pela posição

Cientistas dizem que não é possível. Portanto, é muito melhor cuidar do belo planeta Terra

Definição dos nomes que estarão na campanha para prefeito de Goiânia depende de uma posição do emedebista, afirma secretário municipal de Administração

O escritor desenha um mundo novo, no qual é permitido às crianças serem o que de melhor são: crianças. “Reinações de Narizinho” inova em linguagem e gênero

Com estratégia inesperada, time rubro-negro atropelou o Grêmio do falastrão Renato Gaúcho

Com patrimônios naturais mundiais, Estado tem potencial para participar mais do segmento, que é o que proporcionalmente mais cresce no mundo

Em entrevista ao Jornal Opção, o deputado Delegado Waldir diz que o presidente se deixa manipular pelos filhos que, segundo ele, estão destruindo o governo

Presidente da Goinfra comenta as denúncias de corrupção na agência, antiga Agetop, e fala sobre as dificuldades do Estado com o pagamento do funcionalismo
Em pouco mais de nove meses de governo, Pedro Sales passou pela Secretaria de Administração e pela Codego. Agora, está no terceiro órgão, a Goinfra. Substituta da antiga Agetop, a agência é responsável pelas principais obras no Estado mas, assim como outras áreas, sofre com a situação fiscal do Estado, que impede a realização de grandes investimentos. Ainda assim, Sales acredita que, a partir de 2020, conseguirá destravar alguns investimentos. “Preparamos uma carteira de obras para os próximos dois anos”, diz.
Em entrevista ao Jornal Opção, Sales também fala dos problemas encontrados na Codego e das dificuldades do governo estadual com a folha de pagamento do funcionalismo. Segundo acredita, o comprometimento da Receita Corrente Líquida com salários, pensões e aposentadorias prejudica investimentos em outras áreas, como saúde e educação.
Euler de França Belém – A folha de pagamento chega, realmente, a 80% da arrecadação do Estado?
Hoje a orbita ao redor de R$ 1,3 bilhão. A LRF [Lei de Responsabilidade Fiscal] quer saber quanto da Receita Corrente Líquida é consumida com a folha de pagamento. A Receita Corrente Líquida é composta pelos tributos mais os fundos de participação. Quando o cálculo soma os valores excluídos pelas PECs [54 e 55, consideradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal], que eram um arranjo contábil para descontar o que efetivamente era gasto com pessoal, com o déficit previdenciário, ele é algo em torno de 80%.
Euler de França Belém – A ex-secretária da Fazenda Ana Carla Abrão diz que a folha é onerada pelos chamados penduricalhos, que eram pagos todos os meses. Então, deveriam ser considerados salários. O que são esses penduricalhos exatamente? O governador Ronaldo Caiado mudou isso?
O Estado tem dezenas de carreiras e cada uma delas tem uma legislação específica. Algumas carreiras conseguem, por meio de movimentação política, alterar sua legislação de regência e incluir uma gratificação, bonificação ou subsídio. Aquilo fica incorporado à folha, onerando o Estado. O penduricalho é esse acréscimo salarial enxertado em um Plano de Carreira em um dado momento oriundo de uma movimentação política.
Rodrigo Hirose – Esses penduricalhos também são usados para fazerem o vencimento romper o teto constitucional, que é o salário do governador?
Tecnicamente, eles têm de ficar dentro do teto constitucional, com exceção dos considerados indenizatórios. Mas, muitas vezes, há um desvirtuamento nas jurisprudências e nas instâncias administrativas no que se considera indenizatório, justamente para que ele entre nessa brecha e fique acima do valor do teto.
Rodrigo Hirose – Jetons e participações em conselhos são usados para romper o teto?
Não. São verbas indenizatórias, ajuda de custo, diárias. Em alguns casos, há discussões sobre jetons e o próprio serviço extraordinário da Polícia Militar, que é o chamado AC4. Em Goiás, elas têm natureza de trabalho complementar, mas por lei ela é de natureza indenizatória.
Esse é um problema nacional e Goiás também o vivencia. Nossa folha de pagamento tem de ser modernizada. Foi feito um trabalho na Sead [Secretaria de Administração]. Quando a secretária da Economia, Cristiane Schmidt, começa a discutir a entrada no RRF [Regime de Recuperação Fiscal], uma das exigências é que a legislação estatutária dos servidores públicos seja equivalente à da União, com direitos e deveres.
Para que fizéssemos isso, foi necessário fazer uma grande revisão extensa do estatuto e da lei de algumas carreiras. Caso o governador considere necessário e queira aderir ao programa, esse projeto está pronto para ele debater com a Assembleia.
Euler de França Belém – O STF determinou que o Estado reduza salário ou demita para se enquadrar na LRF. Como o Estado fará isso?
Por força da Lei de Responsabilidade Fiscal, o Estado tem um limite da Receita Corrente Líquida para consumir com despesa de pessoal, que é da ordem de 60%, e ele está fora, sobretudo com a queda das PECs. Com a soma dos gastos com pensionistas e imposto de renda, o Estado ultrapassa muito o limite legal.
A legislação determina que o Estado tem de reconduzir o gasto para o limite da LRF em dois quadrimestres. O governador sabe da dificuldade dessa recondução, há deficiência de pessoal em várias áreas. Esse não é um problema só do Poder Executivo. Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Tribunal de Contas também têm esse problema.Por isso os presidentes foram ao STF solicitar uma modulação para cumprir o julgado em não dois quadrimestres, mas em até quatro, para que a situação fosse menos drástica. O STF não deu esse espaço e exigiu o cumprimento rigoroso da lei. O governador tentou sensibilizar a corte sobre a necessidade de reduzir o salário mediante redução da carga horária, para encontrar uma válvula de escape sem a medida drástica de demissão. O STF ainda pende de apreciação dessa matéria, que começou a ser votada. Já houve a formação de maioria, mas ainda há possibilidade de reversão no voto, sobretudo considerando o agravamento do quadro. O governador Ronaldo tem usado seu bom trânsito em Brasília para tentar sensibilizar as autoridades a tomarem decisões que ajudem o Estado. Augusto Diniz – Esse cenário de mudança de voto no Supremo é possível? Sou servidor do Supremo há seis anos. Não são comuns, mas também não são tão raras situações em que julgamentos se iniciam e que dado quadro fático faz um ministro refluir na sua posição. Esse é um contexto natural. Euler de França Belém – Qual justificativa o governo daria para demitir servidores efetivos? A própria legislação diz a ordem que deve ser seguida. Tem de começar pelos servidores comissionados, depois aos efetivos não estáveis – ou seja, aqueles que têm menos de três anos de serviços – e, em últimos casos, chega-se aos estáveis. Seria um evento histórico, pois seria a primeira vez sob a égide da Constituição de 1988 que se chegaria a uma medida tão drástica. Mas, para tudo há uma primeira vez. Caso os ministros do Supremo não deem um prazo ou não se sensibilizem com a redução de carga horária, fatalmente o universo de servidores terá de ser diminuído. Rodrigo Hirose - Pesquisa recente do Banco Mundial mostra que o servidor público brasileiro ganha, em média, o dobro do que ganha um trabalhador da iniciativa privada com qualificação e idade semelhante. O servidor público ganha muito diante da realidade brasileira? Costumo dizer que o 37 não cabe dentro do 155. Faço uma alusão a artigos da Constituição. O artigo 37 regula a administração pública e prevê os direitos dos servidores. O artigo 155 é o que trata do ICMS. Quando o Constituinte concebeu a estrutura do serviço público, concebeu uma fonte de financiamento que, com o tempo, se erodiu. O crescimento da carga tributária não acompanhou o crescimento da despesa do Estado. Hoje, as folhas de pagamento e os déficits previdenciários não cabem na conta do Estado. Quando se compara uma folha de R$ 1,3 bilhão com o que se investe em saúde, quer dizer que não estamos investindo nem 10% no maior bem do ser humano que é a vida. Estamos pagando folha e deixando de olhar a vida.
Sou um crítico de alguns direitos que os servidores têm, como o da estabilidade. O servidor público não deveria ter estabilidade, por um motivo simples: todo mundo que é contratado e é bom funcionário é estável por natureza. Você é estável porque ocupa seu posto com qualidade, servindo bem ao interesse público, não precisa da Constituição dizer isso.Porque, infelizmente, assim há casos em que o servidor não quer entregar o que a sociedade deseja e não há o que fazer com eles. A população muitas vezes sucumbe por falta de serviços públicos e o Estado [fica] amarrado a pessoas que não querem entregar o que a sociedade merece e paga. Augusto Diniz – Mesmo com o corte de gastos que o governo de Goiás fez no início do ano, o déficit da Previdência consome cerca de R$ 200 milhões por mês. Se não vier uma solução por meio do STF, e mesmo que aja necessidade de demissão de servidores, o que o Estado será forçado a fazer para reduzir esse rombo? E o que é possível fazer? Previdência é um assunto muito técnico, não é um assunto bom para palpite. Em assuntos que primam pelo tecnicismo, não se deve aprofundar sem conhecer a ciência que os rege. Observando isso, o governador Ronaldo foi buscar o que há de mais recomendado na área previdenciária. Trouxe o Gilvan [Cândido da Silva, presidente da GoiásPrev], um técnico cuja biografia e as credenciais mostram que é altamente adequada para o cargo. Também foi contratada a consultoria do Paulo Tafner, que é outro profissional de alto renome nessa área.


Promovi uma demissão em massa com base nessa perspectiva, mas sem citar um fato concreto que desabone a conduta de ninguém, mas para colocar a empresa conectava com a nova perspectiva de governo, complience, essas coisas.Fiz essa montagem e fui para a parte mais difícil, que é negociar com os empresários a nova regra do jogo, a nova perspectiva de regras de alienação e ocupação de área. Fui a Anápolis, que é o coração da Codego, por causa do Daia, conversei com empresários de Aparecida de Goiânia. Montei um programa novo de regulamento de áreas. Aprovei no conselho de administração mas o coloquei para que ficasse suspenso por 45 para que nesse prazo a própria empresa se adapte e sobrevenha a ele a opinião da Procuradoria Geral do Estado, da Controladoria Geral do Estado e do Ministério Público, para que em algum ponto que eles discordem ou enxerguem uma possibilidade de aprimoramento ele seja alterado antes de começar a vigorar. Encerrado esse ciclo, concluída a reformulação de regras, me coloquei à disposição do governador para permanecer lá ou ir para onde ele entendesse. Assim, cheguei à Goinfra. [gallery columns="2" size="medium" ids="216277,216278"] Euler de França Belém – Com as mudanças nos incentivos fiscais, as empresas continuam procurando Goiás para se instalarem? Fui um dos que desenhou esse projeto que fez a revisão dos incentivos, com a equipe de transição [de governo]. Ainda assim, Goiás permaneceu de longe o segundo Estado mais agressivo na política de incentivos. Tenho acompanhado o trabalho da CPI dos Incentivos, conduzido com muita seriedade pelo deputado Humberto Aidar. Vi que ele já fez algumas proposições legislativas. Em uma posição pessoal, e não de governo, entendo que o Estado continua competitivo. Mas tem de ser cuidadoso. Tributação é um jogo de tentativa e erro. De antemão, é possível formular uma hipótese, de que aquela calibragem é a ideal. São combinados indícios e elementos da cadeia econômica para se encontrar uma dosimetria e calcular que ela terá determinadas consequências. Se elas se verificam, houve acerto. Senão, houve erro. Estamos fazendo essa tentativa de rever a dosagem. A aposta é válida, é um bom momento, mas não se pode perder esse ponto de vista de que tributação é um jogo de tentativa e erro. Comemoramos quando acertamos, mas temos de ter humildade quando erramos. Há que estudar com muita parcimônia os efeitos das alterações. Vejo que as escolhas da CPI [na Assembleia Legislativa] foram boas e bem direcionadas pelo relator. Estou otimista. Augusto Diniz – O trabalho do ex-presidente da Goinfra, o Ênio Caiado, é tido como de enxugamento e redução de gastos. Mas se questionou muito a falta de investimento nos primeiros meses. O que será o foco a partir de agora? O que a Goinfra começará para começar a mostrar serviço realmente? A gestão do Ênio, infelizmente, não foi para fora dos muros, não apareceu pois foi focada no saneamento de algumas rotinas que não são saudáveis para a empresa, a redução de custos e estabelecer um novo paradigma de relacionamento com o setor privado de construção civil e obras rodoviárias. Esse trabalho é essencial, de importância ímpar e foi muito bem executado. A crítica que se faz à agência, de que ela poderia ter sido mais dinâmica e feito as obras chegarem à ponta, em alguns aspectos é válida e justa e o governo recebe com humildade. Por isso vai imprimir esforços para imprimir essa dinâmica e atender o anseio da população. Uma prova disso é que chegamos assinando todas essas ordens de serviços [cerca de 170]. Rodrigo Hirose – Quando as obras começam efetivamente? Há três tipos de obras na Goinfra: as de conservação, que são pequenas intervenções, como tapa-buracos; as de restauração, que são obras mais profundas, como uma rodovia muito deteriorada; e a pavimentação e a implementação. As duas últimas mexem muito com trabalho de solo. Então a chuva impede que se avance muito nesse momento. Temos uma janela de 21 dias para começar algumas intervenções. Pavimentação de jeito nenhum, pois é mexer com material que não dá para avançar com as chuvas. Conservação, vamos tentar não parar, são pequenos serviços, como tapa-buraco, construção de bueiro, e vamos manter constante.
A Goinfra vai aproveitar o período chuvoso para obras civis. Temos o hospital de Uruaçu, os Cases. Vamos concentrar as energias da agência nessa perspectiva.Rodrigo Hirose – Em relação às obras civis, o governo inaugurou recentemente o presídio de Planaltina. Mas há outros presídios que precisam ser concluídos, como o de Novo Gama e o de Águas Lindas. A Goinfra vai retomá-las? Sobretudo as que já estão em estágio avançado. Quanto mais se posterga uma obra, mais risco há de danificação das estruturas que ficam incompletas. Obras ligadas ao sistema socioeducativos e ao sistema penitenciário são prioritárias. Rodrigo Hirose – Há anos se discute uma solução para o complexo prisional de Aparecida de Goiânia, seja a transferência ou reconstrução, mas nunca nada saiu do papel. O governo pensa em algum projeto nesse sentido? Não sei se esse assunto está na pauta. Se estiver, deve estar sendo discutido com o coronel Urzêda [diretor de Administração Penitenciária], o secretário [da Segurança Pública] Rodney Miranda e o governador. Augusto Diniz – Em um primeiro momento, o governo tentou uma medida emergencial, que foi fazer uma parceria com as prefeituras, fornecendo o material para o tapa-buraco. Mas a adesão foi pequena. O que ocorreu naquele momento? Várias regiões do Estado [estavam] sem cobertura contratual, não havia um contrato para acionar e encaminhar uma empresa para fazer um reparo. As licitações na Goinfra são de valores expressivos, as empresas têm bons aparatos jurídicos e questionam tudo, recorrem e isso gera uma morosidade geral do processo. Portanto, uma possibilidade de solução seria o convênio com as prefeituras. Essa solução é possível, em tese, onde a Goinfra não tem contrato. Hoje ela tem contrato em 26 regiões e uma está em licitação. Quando há uma região com vigência contratual, a Goinfra sequer pode fazer esse acordo com as prefeituras.


