Por Marcello Dantas
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Suplente Edward Madureira e a deputada estadual Delegada Adriana Accorsi. Ela é cotada para a Prefeitura de Goiânia em 2016 | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Muito se fala sobre a possibilidade do ex-reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG) candidatar-se à Prefeitura de Goiânia nas eleições de 2016. Oficialmente, o suplente de deputado federal pelo PT recebeu convite para filiar-se apenas ao PSB de Vanderlan Cardoso, ex-prefeito de Senador Canedo e pré-candidato ao Poder Executivo da capital. Porém, nenhum cargo foi citado na conversa.
Em princípio, o ex-reitor continua no PT sem adotar nenhuma das correntes petistas, como a Articulação e Cerrado, e garante não estar disputando espaço para pleito algum, especialmente na capital, que tem a deputada estadual Delegada Adriana Accorsi como principal nome de seu partido.
“Não tenho me movimentado muito no sentido de me candidatar. Não posso negar que várias pessoas têm me procurado, de partidos diferentes como o PSD, PMDB e PPS. Neste último caso, não necessariamente para eu pleitear uma candidatura ao Paço Municipal. Ficamos de nos falar em agosto”, informou. O suplente a uma vaga na Câmara dos Deputados disse ter tratado de assuntos políticos com pessoas filiadas àquelas agremiações e não tive contato com presidentes.
Já Accorsi, filha do ex-prefeito Darcy Accorsi, esteve em dois eventos junto ao prefeito Paulo Garcia nos últimos 60 dias, como na vistoria às obras da UPA da Região Noroeste de Goiânia, no Jardim Curitiba I, e na inauguração da GO-403, na saída da capital para Senador Canedo, na Região Leste, em evento do governo estadual.
E se o PT entender que o nome de Edward agrega e pode ser alternativa na disputa? “Estou à disposição. Mas não estou fazendo campanha, estou pensando mais em 2018”, ressaltou, sem entrar em detalhes.
Mas por quais motivos as “pessoas filiadas” do PSD, PMDB, PPS e a direção do PSB têm procurado o petista para conversar? Por conta de seu perfil de gestor e boa avaliação apresentados frente à reitoria da UFG. Natural de Goiânia e professor universitário, Edward Madureira teve 58.865 votos nas eleições passadas.
“Inclusive fazendo referências às eleições que disputei como reitor. Naquela época, fui consultado para concorrer e não fui candidato de mim mesmo. Agora, em relação às eleições municipais é muito precoce para se falar”, disse, comparando a votação que o elegeu por dois mandatos seguidos (de 2006 a 2013) ao principal nome da UFG.
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Prefeito Paulo Garcia (PT), em discurso, divide palanque com Jayme Rincón (PSDB), pré-candidato ao Paço Municipal. Coisa do governador Marconi Perillo | Foto: Reprodução/Twitter[/caption]
Quem seria capaz de reunir embaixo da mesma tenda o presidente da Agetop, Jayme Rincón, pretenso candidato do PSDB ao Paço Municipal e crítico ferrenho da gestão da Prefeitura de Goiânia, e o atual prefeito, Paulo Garcia (PT)? Apenas o governador Marconi Perillo, durante a inauguração da rodovia GO-403.
O tucano-chefe coloca em prática, a nível regional, modo republicano semelhante ao que tem tratado o governo federal e a presidente Dilma Rousseff, do PT.
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Antes do evento, em coletiva à imprensa, Jayme Rincón falava sobre as eleições do ano que vem, na qual destacou que o governador terá de "pular de cabeça" na campanha eleitoral e que o tucano-chefe irá apoiar o candidato que o PSDB escolher. Além do mais, o presidente exigiu de Marconi Perillo o compromisso de recuperar a gestão da capital das mãos da aliança PMDB-PT. "A cidade, que é orgulho dos goianienses, virou motivo de vergonha para todos nós", disse.
Paulo Garcia, por sua vez, que estava escoltado pelos auxiliares Osmar Magalhães e Paulo César Fornazier, e a deputada estadual Adriana Accorsi, todos petistas, engrossou o discurso do governador, classificando a rodovia como sendo de primeiro mundo.
O prefeito ressaltou que a entrega da via estadual faz parte da lista de obras que ajudam a melhorar a mobilidade urbana em Goiânia e Região Metropolitana. "Melhorar a mobilidade é preocupação da nossa administração. E ela vai se somar ao conjunto de intervenções que estamos executando", afirmou, referindo certamente ao Parque Macambira-Anicuns, aos corredores preferenciais e ciclo-faixa da Avenida T-7, além do corredor do BRT Norte-Sul.
E as aulas de republicanismo têm sido ministradas recentemente. Na inauguração do Hugol, no início do mês, Marconi Perillo elogiou os esforços da presidente Dilma em bancar parte do custeio por mais de uma vez. Dias depois, o tucano visitou canteiro de obras tocadas pela gestão de Paulo Garcia e distribuiu afagos.
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Marconi Perillo, ao microfone, rodeado de autoridades da Região Metropolitana | Foto: Reprodução/Twitter[/caption]
Para atender a gregos e troianos, o governador Marconi Perillo realizou duas cerimônias de inauguração da GO-403, que liga Goiânia a Senador Canedo, na quinta-feira, 30, uma em cada cidade.
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Os eventos estavam recheados de autoridades: além do tucano-chefe e do presidente da Agetop, Jayme Rincón, foram vistos o vice-governador, titular da Secretaria Estadual de Desenvolvimento, José Eliton, do PP, os prefeitos de Senador Canedo, Misael Oliveira, do PDT, e de Trindade, Jânio Darrot, PSDB, e deputados estaduais, como o tucano Mané de Oliveira e Santana Gomes, do PSL.
Ainda marcaram presença o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), e integrantes de seu grupo político, como Osmar Magalhães, Secretário de Governo, e o Paulo César Fornazier, chefe de gabinete. A deputada estadual Adriana Accorsi também esteve lá.
Vereadores da capital também apareceram na foto, como Felisberto Tavares, do PR, e o neopepista Milton Mercez, além do presidente Anselmo Pereira, do PSDB.
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Armando e Lucas Vergílio são, juntamente com o deputado Carlos Antonio, os cabeças da articulação do Solidariedade nos municípios visando 2016[/caption]
O Solidariedade (SD), partido que esteve na chapa do PMDB nas eleições de 2014, está se articulando pelo Estado com o intuito de lançar candidaturas no máximo de municípios e fazer o partido crescer. O objetivo da legenda é eleger de cinco a oito prefeitos. Cidades como Niquelândia e Rubiataba são apontadas como duas onde o partido chegará forte em 2016.
O SD deverá ter candidatura própria em Trindade, por exemplo, cidade que conta o um tucano na prefeitura — Jânio Darrot — e que terá uma já quase certa candidatura do PDT — será a deputada federal Flávia Morais ou seu marido, George Morais.
Há três nomes articulando as candidaturas pelo Estado: o presidente estadual do SD, Armando Vergílio — que dividiu chapa ao governo com Iris Rezende em 2014; o vice-presidente e deputado estadual, Carlos Antonio; e o deputado federal Lucas Vergílio.
Cabe ao último cuidar de Trindade, o que gerou inclusive especulações de que ele poderia ser candidato na cidade. Contudo, tanto o deputado quanto outros políticos afastam completamente a ideia de que ele disputará a qualquer prefeitura. Pelo contrário: continuará na Câmara Federal, onde exerce seu primeiro mandato.
Já Carlos Antonio é pré-candidato em Anápolis, seu berço eleitoral, e cidade em que o SD participa do governo do prefeito João Gomes (PT) — tem uma secretaria e todos os vereadores apoiam o petista. Isso poderia atrapalhar a possível candidatura do deputado? Para ele, não. “Admito que posso abdicar, desde que indique o vice. O que queremos é fazer o partido crescer”, diz Carlos.
A questão, segundo Carlos, é que esta é a primeira eleição municipal do SD, que foi criado em 2013. “Veja em Goiânia: temos três vereadores, mas todos vieram para o partido vindo de outras siglas”, afirma o deputado se referindo a Djalma Araújo (ex-PT), Cida Garcêz e Paulo Magalhães (ambos saídos do PV).
Falando na capital, como fica o SD em Goiânia, cidade onde Iris já tem candidatura praticamente confirmada e o vice, ao que tudo indica, deverá ser apontado pelo senador Ronaldo Caiado? Aparentemente, Armando Vergílio já teria comentado a possibilidade de repetir a chapa que disputou o governo, isto é, Iris na cabeça e Armando na vice. Porém, a informação não é confirmada nem por Armando nem por Carlos.
Assim, o deputado afirma: “Temos, sim, um pré-acordo com o PMDB para caminharmos juntos no máximo de cidades possível. No caso de Goiânia, não temos problema em apoiar Iris, mesmo se não pudermos indicar o vice. O que queremos é o total apoio para nossa chapa de vereadores. Como já disse, o que interessa é que o partido cresça”.
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Dupla Lissauer e Juraci tem conquistado cada vez mais apoio, o que pode acabar dificultando um pouco a vida do deputado Heuler Cruvinel[/caption]
“Lissauer Vieira vai ser prefeito de Rio Verde”. A afirmação é do vereador Orestes Ferreira (PMN), o Orestes da Habitação. De acordo com o vereador, não apenas o atual prefeito, Juraci Martins (PSD), apoia o nome do deputado estadual para sucedê-lo no comando. “90% dos secretários e vereadores da base do prefeito querem Lissauer, pois ele é igual o Juraci: se preocupa com a população, tem um bom coração e é trabalhador. É o melhor nome para suceder o prefeito em Rio Verde”, relata.
Segundo o vereador, Juraci é o melhor cabo eleitoral que um candidato pode ter em Rio Verde, pois está bem avaliado pela população — algo raro nos municípios atualmente. Tal aprovação vem das obras que tem sido entregues, mesmo com o atual momento de dificuldade da grande maioria das prefeituras do país. Orestes se refere, principalmente, ao recapeamento das avenidas da cidade e outras, como: reforma de escolas, abertura de avenidas, entrega de praças, asfaltamento total de um Distrito Industrial, além de casas populares — mais de 2 mil até o momento.
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Deputado federal Heuler Cruvinel (PSD)[/caption]
Contudo, transferência de voto não cria sucessor, sobretudo com a atual briga entre Juraci e o deputado federal Heuler Cruvinel (PSD), que também quer disputar. Juraci, que deve ir para o PP, diz apoiar Lissauer devido ao seu perfil inovador, que pode aglutinar o apoio — como já tem feito — de grande parte dos empresários da cidade. Porém, como Heuler diz que será candidato e não abre, Lissauer espera a provável “janela” para seguir Juraci e se filiar ao PP.
O Palácio das Esmeraldas até tentou apaziguar a situação. “Mas a união é inviabilizada pela falta de habilidade política do deputado Heuler”, diz um dos políticos que tentaram estabelecer o diálogo entre Heuler e Juraci, visando um acordo. Assim, serão dois candidatos da base em Rio Verde.
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Deputado estadual Talles Barreto: “Eu caminho com a base do governador Marconi Perillo”[/caption]
Desde que o presidente do PTB em Goiás, Jovair Arantes, declarou que tem conversado com todos os lados visando as eleições municipais, que muitos membros do partido têm comentado sobre a possibilidade de deixar o partido. Entre eles estariam os deputados estaduais Marlúcio Pereira, Zé Antônio e Talles Barreto. Estariam apenas à espera da possível “janela”.
Mas os deputados dizem que não é bem assim. Talles afirma que havia sim um movimento para deixar o partido, caso a fusão com o DEM fosse concretizada. Como não foi, tudo se mantém. Mesmo se o partido se aliar a Iris Rezende (PMDB) e Ronaldo Caiado (DEM)?
“Eu caminho com a base. Eu não acredito que Jovair firma aliança com Iris em Goiânia. Ao menos não ouvi isso dele. Se quiser firmar, eu respeito, mas não seguirei o mesmo caminho. Trabalho para que Jayme Rincón [PSDB] seja o próximo prefeito da capital. Ele é o melhor nome para gerir a cidade. É bom lembrar que não vencemos na capital desde a época do professor Nion [1997-2000]”, afirma o deputado.
Então, não deixará o partido? “Não tomarei nenhuma decisão sem antes conversar com o governador Marconi Perillo e com o deputado Jovair”, diz.
