Em greve, Hospital das Clínicas paralisa atendimentos por uma hora
29 julho 2015 às 16h02
COMPARTILHAR
Suspensão dos serviços da unidade de saúde pode prejudicar cerca de 300 pacientes. Ato faz parte de protesto de servidores da UFG, IFGs e Institutos Federais Goianos
A paralisação de uma hora prevista pelos servidores do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (UFG), a partir das 6h30 da próxima quinta-feira (30/7), deve retardar o atendimento de pelos menos 300 pessoas.
O ato faz parte de manifestação dos técnico-administrativos em educação (TAEs) da universidade, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) e do Instituto Federal Goiano, em greve há 63 dias.
A média foi apresentada por José Pires Júnior, diretor do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (SINT-IFES GO). Em entrevista ao Jornal Opção Online na tarde desta quarta-feira (29) o dirigente ressaltou que quem se dirigir até à unidade, no Setor Leste Universitário, terá atendimento mais demorado.
“O paciente não vai deixar de ser atendido. No período matutino, como um todo, serão atrasados todos aqueles que buscarem exames, internações, cirurgias e quimioterapia”, disse Júnior.
Antes de serem encaminhados ao HC, os pacientes do interior ou da capital passam por triagem pelos Centro de Atendimento Integral da Saúde (Cais) ou hospitais municipais pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Greve se arrasta
A greve dos servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) da universidade e do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG) e do Instituto Federal Goiano se arrasta há mais de dois meses.
Entre as reivindicações está o reajuste salarial em 27,3% para 2016. Em negociação com o Ministério do Planejamento, a categoria conseguiu em 2012 aumento de 15,8% pago em três parcelas — sendo que a última foi quitada neste ano. Nas tratativas mais recentes, foi proposto 21,3% a serem pagos em quatro anos, mas o valor foi considerado insuficiente pelos trabalhadores. As pautas específicas do âmbito educacional são tratadas diretamente com o Ministério da Educação (MEC).
O hospital conta com 850 servidores efetivos que realizam atendimentos de pronto-socorro e de alta complexidade como cirurgias, quimioterapias, exames e acompanhamento de doenças cardiovasculares. “O governo federal não nos apontou nenhuma proposta. É preciso estabelecer prioridades e investir na produção e em políticas sociais na área da saúde valorizando os profissionais. [Apesar da crise política e financeira] Recursos existem”, pontua o José Pires Júnior, diretor do SINT-IFES GO.
As três instituições federais somam, em Goiás, mais de 3,5 mil servidores. Levando em conta que os trabalhadores dos IFGs não estão paralisados em sua totalidade, o comando de greve acredita que pelo menos 2,5 mil estão com os braços cruzados.
A paralisação faz parte de mobilização nacional da categoria nos Hospitais Universitários para pressionar a União a atender as reivindicações da categoria.
Ainda de acordo com os grevistas, o protesto serve para reclamar da gestão do HC, transferida para a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) no fim de 2014.