Por Cezar Santos

Defecção do jovem deputado estadual para a chapa de Ronaldo Caiado é movimento dentro da previsibilidade num momento em que todos articulam intensamente com todos

[caption id="attachment_130694" align="alignright" width="347"] Rogério Favreto e Dias Toffoli: eles estão no Judiciário, mas prestam serviço ao Partido dos Trabalhadores[/caption]
No domingo passado, dia 8, o Brasil assistiu, estarrecido, à manobra de petistas que tentaram, com os serviços de um desembargador aliado, a libertação do criminoso Lula da Silva, preso por corrupção e lavagem de dinheiro, através de um habeas corpus.
Rogério Favreto acatou o pedido, numa clara demonstração de rejeição aos preceitos regimentais, uma vez que ele não tinha poder para tanto. Os petistas nem queriam, de fato, a liberdade de Lula. Queriam sim conflagrar o ambiente, semeando confusão no Judiciário, como forma de manter o discurso falso de que Lula e o PT são perseguidos pela Justiça.
A história é passado, a manobra tosca, uma autêntica chicana, foi repudiada e é quase certo que Favreto receba alguma punição. Mas ela serve para reflexão.
Rogério Favreto foi filiado ao PT de 1991 a 2010, ano em que virou juiz. Ele exerceu cargos em três governos petistas antes de ser nomeado por Dilma Rousseff ao TRF4, em 2011.
Em 2005, Favreto foi trabalhar na Casa Civil do governo Lula. De 2007 a 2010, foi secretário da Reforma do Judiciário no Ministério da Justiça, à época sob o comando do petista Tarso Genro, para quem já havia trabalhado como procurador-geral na Prefeitura de Porto Alegre.
O resumo disso é que Rogério Favreto é um desembargador a serviço do petismo.
Por isso, causa preocupação, muita preocupação, o destino do País daqui a alguns meses, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) passará a ser presidido pelo ministro Dias Toffoli. Ele é aquele advogado que foi reprovado duas vezes em concursos para juiz e não tem sequer um mestrado.
Ou seja, Toffoli é uma nulidade absoluta em termos de conhecimentos jurídicos. A única credencial que tinha para merecer de Lula a nomeação para o STF foi o fato de ser “companheiro”.
Trata-se de outro petista (assessorou o PT e José Dirceu) que já mostrou em várias oportunidades ser também um tarefeiro da sigla na mais alta Corte de Justiça.
Nos interesses de Lula e companhia, Toffoli poderá jogar o País num abismo institucional sem precedentes. Será um teste e tanto para a democracia brasileira.

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Dificuldades econômicas e crise ética na política levam candidatos a prometer soluções fáceis, que podem agravar os problemas do País, como aconteceu na vizinha Venezuela

Presidente da Assembleia Legislativa até crava uma chapa puro sangue, com Raquel Teixeira na vice

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Parlamentares goianos acham pouco o prazo de apenas dois meses e lembram que a baixa popularidade de Michel Temer dificulta, mas há quem acredite na possibilidade

Tucano vai aumentando seus índices nas pesquisas, indicativo de que seu trabalho como governador já é percebido de forma positiva pelos goianos

Presidente da República tem sondado todos os candidatos competitivos à Presidência, e eles se mostram favoráveis, porque quem ganhar assumiria o mandato livre desse problema

Velhacos políticos como José Sarney, Lula da Silva, Romero Jucá, Renan Calheiros, Valdemar da Costa Neto, entre muitos outros, continuarão dando as cartas
Ao contrário dos dois principais adversários, governador tucano não vem de estirpe oligárquica nem “herdou” influência política do pai famoso que ocupou todos os cargos eletivos no Estado
[caption id="attachment_128269" align="aligncenter" width="620"] Governador José Eliton cumprimenta beneficiários de programas governamentais: experiência em dois mandatos como vice e em pastas importantes na máquina administrativa[/caption]
O eleitor busca renovação. É esse o mantra que ecoa na realidade política, pelo menos na opinião de certos analistas. Nesse sentido, muitos têm a perspectiva de que nomes novos, sem o clássico perfil de políticos profissionais, vão ter a preferência do eleitorado nas eleições de outubro, seja no pleito à Presidência da República, seja nos Estados.
Essa tese ganhou força nas eleições municipais de 2016, com a vitória do tucano João Doria para a Prefeitura de São Paulo. Doria, que nunca disputara eleição, saiu bem atrás no início da campanha e venceu, num inédito primeiro turno, o então prefeito Fernando Haddad (PT), que dispunha da máquina administrativa. Também a vitória de Emmanuel Macron, na França, meio que consagrou a tese da renovação.
O fato é que nome novo, só por ser novo, não garante vitória. Se não mostrar propostas factíveis que sinalizem soluções para os problemas das pessoas, o candidato que se apresente como renovação, só por ser novo na política, não terá maiores chances de sucesso.
No processo sucessório em Goiás, são três os candidatos que têm, em maior ou menor grau, estrutura partidária, possibilidades de angariar apoios e formar alianças, além de recursos financeiros, entre outros requisitos necessários, para tornar suas candidaturas competitivas de fato. São eles Daniel Vilela, do MDB, José Eliton, do PSDB, e Ronaldo Caiado, do DEM.
Esses três são detentores de cargos públicos eletivos — Daniel, deputado federal; Eliton, governador; e Caiado, senador —, o que de cara já lhes dá projeção natural na imprensa e nas entidades organizadas, o que ajuda muito. Sem essas vantagens “naturais”, digamos, vêm correndo por fora os professores Kátia Maria, do PT, e Weslei Garcia, do PSol.
Na análise a seguir, fechamos o foco nos três nomes competitivos, com a indagação: Quem efetivamente representa a renovação?
Caiado vem de oligarquia
Começando por Ronaldo Caiado, está claro que o senador nunca foi renovação nem quando tinha idade em que isso poderia ser levado em consideração. Aos 30 e poucos anos, Caiado fundou a União Democrática Ruralista (UDR), que muitos classificam como das coisas mais reacionárias já criadas no Brasil. A UDR se caracteriza pela radicalização patronal rural conservadora, contrária à reforma agrária.
Caiado ter sido um dos próceres da UDR é até mais natural para quem descende de um ramo familiar oligárquico que comandou o Estado com mãos de ferro desde o século XIX e parte do século XX, primeiro como aliado do clã Bulhões e depois com força própria.
O hoje senador entrou na política justamente pela via UDR. Foi candidato à Presidência da República em 1989, quando obteve pífios 0,6% dos votos. Em 1994, já na condição de deputado federal, candidatou-se a governador de Goiás. Começou a campanha na liderança, mas nem ao menos passou ao segundo turno, negando-se então a apoiar Lúcia Vânia, o que possibilitou a vitória de Maguito Vilela.
De lá para cá, o líder ruralista se elegeu para vários mandatos de deputado federal e o atual, de senador. É legítima a ambição de Ronaldo Caiado ser candidato ao governo de Goiás, mas o eleitor goiano sabe que se o senador for eleito, é muito difícil que ele apresenta algo que se possa chamar minimamente de renovação, porque Caiado, definitivamente, não tem nada de novo.
Daniel é “herdeiro”
Daniel Vilela tem apenas 34 anos, mas um currículo político considerável. Exerceu mandatos de vereador por Goiânia, de deputado estadual e o atual, de deputado federal. É, inegavelmente, um dos políticos mais promissores de Goiás. Quer ser governador, com toda a legitimidade, mesmo porque seu partido tem estrutura em todo o Estado, embora a sigla não esteja fechada com ele — prefeitos de cidades importantes estão aliados a Ronaldo Caiado.
Mas, Daniel é renovação? A rigor a resposta é não, justamente pelo currículo. Não dá para considerar renovação alguém que já está no terceiro mandato eletivo. Além disso, à semelhança de Caiado, que descende de um ramo oligárquico, Daniel Vilela é um herdeiro político com todas as letras. É herdeiro de seu pai, Maguito Vilela, um egresso da Arena [Aliança Renovadora Nacional, o partido dos militares no período da ditadura], homem que exerceu todos os cargos eletivos em Goiás, desde vereador (em Jataí), a deputado estadual, deputado federal, governador e senador.
Daniel Vilela tem sim valor individual e méritos próprios na construção de seu carreira política. Isso é inegável. Mas quem em sã consciência irá dizer que ele não se aproveitou do espólio político que o pai lhe passou em vida. Não à toa, Maguito insiste em dizer que agora “é a vez do meu filho”. A frase denota uma “passagem de bastão”. E isso, convenhamos, não é renovação.
Eliton começou em 2010
Finalmente, José Eliton. Seria ele renovação? Sim, na comparação com seus dois principais adversários, não há dúvida. O tucano começou na política em 2010, estreando justamente como indicado do DEM para a vice de Marconi Perillo, no amplo arco de aliança formado naquela eleição. Eliton ombreou com a base aliada e o tucano-mor no enfrentamento às máquinas da Prefeitura de Goiânia, que estava com o PT de Paulo Garcia aliado a Iris Rezende (PMDB), do governo estadual, então nas mãos do pepista Alcides Rodrigues aliado a Vanderlan Cardoso (PR), e federal, que estava com o PT de Lula da Silva, também aliado a Iris.
Repetindo, José Eliton não tinha atuação partidária até então. Com a coligação de Marconi vencedora, o vice aprendeu fazendo. Na reeleição de Marconi, em 2014, Eliton foi novamente vice. Com a vitória da base aliada, o vice assumiu outras funções no governo, em secretarias importantes, como a de Desenvolvimento e a de Segurança Pública. Ele também comandou a Celg, promovendo uma recuperação financeira e administrativa da empresa.
Portanto, José Eliton não descende de nenhum ramo oligárquico, como é o caso do líder ruralista Ronaldo Caiado. E diferentemente do emedebista Daniel Vilela, Eliton não herdou espólio político da família, mesmo considerando que seu pai, Dr. Eltin, tenha sido prefeito de Posse nos idos da década de 1980.
A vocação política de José Eliton Júnior foi despertada ainda na juventude. Formou-se em Direito, tornando um dos grandes especialistas brasileiros em Direito Eleitoral. Fez parte da Comissão de Juristas do Senado Federal na elaboração do anteprojeto de reformulação do Código Eleitoral Brasileiro e escreveu o livro “Legislação Eleitoral - Eleições 2008”. Também foi tesoureiro do Instituto Goiano de Direito Eleitoral (IGDEL) e membro da Comissão de Direito Político e Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Goiás.
Se entre os três principais pré-candidato ao governo de Goiás em 2018 há alguém que ser classificado como renovação, certamente esse alguém é José Eliton de Figuerêdo Júnior.

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