Opção cultural

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Filme terá sessão gratuita e adaptada a quem tem distúrbios sensoriais

Junção de cinema com acessibilidade produz cidadania e cultura; programa ligado ao governo federal leva crianças para ver As Aventuras do Capitão Cueca

Lúcio Cardoso: em busca do arcanjo rebelde

Escritor mineiro ainda não teve trazidos à tona o conhecimento aprofundado e o amplo debate de sua vida e obra; até hoje, na véspera dos 50 anos de sua morte, críticos e pesquisadores preferem apropriar-se do autor para defenderem suas próprias teses

Conexão da música goiana com Uruguai continua nesta segunda no La Bomba Latina

Da mais profunda melancolia ao visceral pop latino com cara de discoteca, goiana Bruna Mendez e o uruguaio Dani Umpi se apresentam de graça no Centro Cultural da UFG

Sinfônica de Goiânia toca Mozart

Espetáculo será todo dedicado à obra do compositor alemão, uma grande oportunidade de se assistir à execução, ao vivo, de um dos maiores gênios da música [caption id="attachment_109861" align="alignnone" width="620"] Mozart, compositor clássico por excelência, revolucionou a música, influenciando todos que vieram depois dele, inclusive Beethoven[/caption] Amanhã à noite, a sociedade goianiense terá um compromisso com a música clássica. A Orquestra Sinfônica de Goiânia vai se apresentar às 20 horas no palco do Teatro Goiânia, com entrada franca. O espetáculo será todinho dedicado à obra de Wolfgang Amadeus Mozart, sob a regência de Katarine Araújo, com apresentação solo de Igor Vasconcelos (trompa). Será uma grande oportunidade de se assistir à execução, ao vivo, de um dos maiores gênios da música. Segundo críticos e historiadores, Mozart se destaca em todos os fundamentos da composição, em variação de estilo, em profundidade. Mozart é um compositor clássico por excelência. Convencionou-se a chamar a música erudita de clássica, embora haja uma divisão por período que vai desde o período antigo, passando pelo barroco, clássico, romântico (talvez o mais extenso) até o moderno. Para traçar um paralelo com outro gênio, Albert Einstein registrou o seguinte: “Não podemos desprezar a espécie humana sabendo que Mozart foi um homem.” A despeito de cada um ouvir música a seu modo, principalmente no Brasil, onde não se cultiva uma cultura musical como linguagem, muito menos como linguagem sofisticada, tentar perceber os movimentos da orquestra e o som saindo dos instrumentos e se misturando no ambiente de câmara do teatro, será uma experiência e tanto. Se eu fosse você não perderia. Até para entender porque não se pode dizer que Goiás é monófono.   Serviço: Concerto Orquestra Sinfônica de Goiânia Regente: Katarine Araújo Solo: Igor Vanconcelos (trompa) Data: 14 de Novembro Horas: 20 horas Local: Teatro Goiânia Entrada: Franca

“Caravanas”, de Chico Buarque: a culpa deve ser do Sol

Mais que poético, álbum “Caravanas”, de Chico Buarque, é um disco-manifesto, com negros torsos nus e sungas estufadas, e o artista continua o mesmo libertário de sempre, com um recado ao público contemporâneo, atento ou não

Stranger Things 2: um salto em complexidade

[caption id="attachment_109718" align="alignright" width="620"] Garotos protagonistas da série em sua segunda temporada: brilhantes[/caption] Ricardo Silva Especial para o Jornal Opção Quando foi lançada em 2016, “Stranger Things”, série criada por Matt Duffer e Ross Duffer e estrelada por Winona Ryder, se mostrou um fenômeno que conseguia aliar os elementos facilmente cativantes para qualquer audiência: trama de suspense que misturava seres aparentemente alienígenas, saudosismo oitentista, um grupo de crianças carismáticas como protagonistas. A fórmula deu bastante certo: a série alavancou o serviço de streaming e criou uma legião de fãs por todo o mundo. A primeira temporada contava com o humor, sustentado pelo elenco infanto-juvenil que contrastava muito bem com os momentos mais pesados da trama. Na segunda, voltamos à pacata cidade de Hawkins do exato ponto onde a primeira havia parado, com os amigos tentando retomar a normalidade da vida, ser adolescentes como todos os outros e ambientar Will (Noah Schnapp) de volta à rotina da escola e da cidade. A segunda temporada é pensada numa estrutura que pende mais para o cinematográfico do que para o formato seriado — não à toa os créditos iniciais a colocam como “Stran­ger Things 2” — e esse formato se mantém muito bem ao longo dos seus nove episódios, que na verdade é um longo filme de nove horas de duração. Os irmãos Duffer ampliaram os arcos dramáticos da série. Há menos humor, e mais drama e suspense, o que confere um salto de complexidade a toda a trama e abre mais possibilidades para os personagens e seus desdobramentos. A problemática da série é que ela ainda não conseguiu libertar-se de algumas armadilhas que criou na primeira temporada: ainda há espelhos incômodos, como a casa de Joyce Byers (Winona Ryder) sendo — de novo — o mapa de descoberta para os acontecimentos do Mundo Invertido; ou o Dr. Owens (Paul Reiser) que substitui o Dr. Martin Brenner (Matthew Modine) no Laboratório de Hawkins, apesar do primeiro ser muito mais afetuoso do que o segundo. Contudo, a série caminha muito bem na maneira como formula os três atos de um roteiro como se fosse de um longa: na primeira parte temos os personagens se reencontrando com os problemas do Mundo Invertido, na metade, o desenrolar do problema que enfrentam, e a parte final foca nas saídas que podem encontrar e solucionar o mistério. Tudo isso ocorre num ritmo mui­to mais concentrado, marcas visuais mais refinadas — o que torna o prazer de vê-la ainda maior —, uma montagem mais inteligente e atuações arrebatadoras — Noah Schnap­p, intérprete de Will, consegue elevar o nível da atuação nessa temporada. As referências, marca registrada da série, estão lá, borbulhando: “Ca­ça-Fan­tasmas”, “Poltergeist - O Fe­nômeno”, “Gremlins”, “Conta­tos ime­diatos de terceiro grau”, “Os Goonies”, “Aliens - O Resgate”, e o jogo Arcade. Agregado a isso, temos os novos personagens: os irmãos Max (Sadie Sink) e Billy (Dacre Montgomery) — este segundo sendo um importante conector do antagonista humano em paralelo aos monstros não-humanos — e Bob, namorado bobão e nerd de Joyce interpretado pelo incrível Sean Astin – emblemático por ter protagonizado “Os Goonies” e feito “Senhor dos Anéis”. Com revelações sobre o passado de Eleven (Millie Bobby Brown), num episódio destoante do conjunto da temporada mas não menos importante por isso, somado àquela trilha sonora que faz da série um exercício de nostalgia ainda mais prazerosa, “Stranger Things 2” dá conta da expectativa dos fãs afoitos. A série também melhora o seu primeiro arranjo em muitos pontos da trama, amplia seu universo sem perder os contornos dos personagens ao mesmo tempo que deixa pontas soltas a serem amarradas nas próximas temporadas. Evoluiu muito bem, e tem bastante fôlego. Ricardo Silva é graduando em Filosofia pela Universidade do Estado do Amapá (UEAP) e escreve sobre literatura e cinema

Netflix contra o cinema e a TV

Com séries que conquistam fãs no mundo inteiro, serviço de streaming mais conhecido vem ganhando mercado e preocupando concorrentes de todos os lados, mas também tem suas limitações

Masolino e a nova coreografia estético-espiritual

Pintor italiano do começo do Renascimento conseguiu atingir o patamar de mestre com inovações nas perspectivas, abrindo em pequenos enquadramentos uma sensação subjetiva de espaço para ali poder fazer evoluir figuras dinâmicas

Giacomo Leopardi – Além do pessimismo, a “poesia consoladora”

O poeta italiano, considerado anti-Pascal, é um incrédulo, um negativista, um descrente, mas sua poesia toca em algum lugar na alma do cristão que se torna impossível não gostar dele, tanto quanto é impossível descrever esse gosto em poucas palavras

Peregrina, um poema de Rosy Cardoso

A artista plástica vem provando saber moldar bem as palavras em versos, e o que era antes uma promessa de poeta concretiza-se; dá pra ver o exercício formal de sua arte, sua força expressiva

VI Fliaraxá começa agitada

Evento ocorrerá entre 15 a 19 de novembro, e no primeiro dia terá shows de Daniella Zupo, Fernanda Takai, Claudio Prado e Pato Fu

Ziraldo e a velhice anunciada

[caption id="attachment_80066" align="aligncenter" width="620"] Ziraldo aos 79 anos. Descobriria a velhice aos 85: “A velhice é uma coisa que acontece assim de surpresa”, diz, em entrevista à Folha de S. Paulo | Foto: Ana Colla/divulgação/Flipiri[/caption] Aos 85 anos, Ziraldo se declara velho. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo de hoje, o multiartista, eterno autor de “O Menino Maluquinho”, disse que ao tropeçar e cair deparou-se com a velhice. Percebeu que não se sente mais um adolescente. Ou seja, Ziraldo recebeu a notícia de que já não é mais um jovem por um tropeção, por uma espécie de peraltice do tempo, uma risadinha malandra da vida que lhe mostra a dentição afiada da existência, dando-lhe uma mordiscada. São poucos os que anunciam a velhice. É uma irreverência ou uma entrega dos pontos? Ver Ziraldo assim, nu diante do tempo, é ver Ziraldo desenhando e escrevendo “O Menino Maluquinho”. A aproximação entre o menino e o velho é que me fez entristecer. Meu mundo turvou um pouquinho. Se Ziraldo está envelhecendo, eu também estou. É que me lembrei da leitura do livro, aos nove anos. Lembrei-me da última página, quando o Menino Maluquinho cresce, não podendo mais driblar o insuperável vento da vida. Ziraldo foi tantas coisas nesse mundo imensurável de coisas, desde cantor, nos tenros anos em que sua mãe queria fazer dele um astro pop, até chegar ao patamar de Menino Maluquinho, de onde construiu sua base de resistência, passando pelo Pasquim, pela parceria com Carlos Drummond de Andrade no Jornal do Brasil, e tantos livros, tantos projetos, tanta energia dedicada à arte. A arte ainda é sua própria vida, e a arte foi que o manteve jovem até agora, o dia de seu anúncio de que envelheceu. Enfraquecimento muscular, coordenação debilitada, e a memória traindo-o. “O Menino Maluquinho” é sua Magnum Opus. Todo mundo leu o livro, viu os filmes, as peças, acompanhou as citações, as aventuras de tudo quanto foi jeito. Mais que o texto, as ilustrações enchem a alma da gente. O Menino Maluquinho são os desenhos, os traços do Ziraldo, seu caráter ali em linhas. O sorriso, a alma oferecida no sorriso. A alegria de dias inteiros saindo em desfile por entre os dentes de Ziraldo risonho. Ziraldo, nosso patrimônio, anunciando a velhice de 85 anos, celebrados no dia 24 de outubro, uma velhice que vem para poucos, diga-se, e às vezes vem com muitos estragos de feitos traumáticos ocorridos pela vida afora, às vezes vem com um superávit de realizações boas, como é seu caso. O problema de anunciar a velhice é que parece estar anunciando a última página, embora tenha dito que está trabalhando em diversos projetos.

Maria Valéria Rezende vence o Prêmio São Paulo

[caption id="attachment_109378" align="aligncenter" width="620"] Maria Valéria Rezende, escritora paulista que já amealhou dois prêmios
importantes com seu romance “Outros cantos” | Foto: Adriano Franco[/caption] A escritora paulista Maria Valéria Rezende, radicada na Paraíba, ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura, em cerimônia realizada na noite de segunda-feira (6/11). Além do reconhecimento de uma autora que está na estrada há algumas décadas, ela tem 72 anos, a premiação em dinheiro é a maior entre as láureas brasileiras, R$ 200 mil. Maria Valéria foi laureada com o romance “Outros cantos”, que já havia ganhado o prêmio cubano Casa de las Américas, na categoria Literatura Brasileira. No São Paulo, ela concorreu com nomes fortes nessa temporada, como Silviano Santiago, que já papou o Jabuti, na categoria Romance, e espera o resultado de Livro do Ano, do mesmo prêmio, e está entre os finalistas do Oceanos (antigo Portugal Telecom), com “Machado”. Bernardo Carvalho, finalista do Oceanos com “Simpatia pelo demônio”, também concorria ao Prêmio São Paulo, que ainda outorgou o Melhor Romance de autor estreante ao “A instrução da noite”, de Maurício de Almeida, e o Melhor Romance de autor estreante acima dos 40 anos ao “Céus e terra”, de Franklin Carvalho. Os dois embolsarão, cada um, R$ 100 mil. Nada mal. Vale lembrar que a vencedora do Prêmio São Paulo do ano passado foi outra mulher, outra paulista, Beatriz Bracher, com “ Anatomia do Paraíso”. Beatriz é uma das fundadoras da renomada Editora 34 e já se revelou grande prosista, desde seu romance de estreia “Azul e dura”, de 2002. Goncourt Também ontem, em Paris, o escritor francês Éric Vuillard, pouco conhecido no Brasil, foi laureado com o prêmio mais importante da França, e um dos mais pomposos do mundo literário, o Goncourt. Saiu-se vencedor com o romance “L'ordre du jour” (A ordem do dia, em tradução livre). O livro de Vuillard narra a ascensão de Hitler ao poder na década de 1930, com o apoio da alta burguesia alemã, principalmente a elite do setor industrial, que fortaleceu a construção de armamentos do Nazismo. O valor em dinheiro do Goncourt é simbólico. São apenas 10 euros. Mas o prestígio que o autor ganha depois dele é incomensurável, catapultando-o ao lugar de best-seller.

Concerto traz composições de sultões turcos a São Paulo

Com entrada gratuita, evento será realizado no dia 9 deste mês, às 19h30, no MIS, sob a batuta do maestro e compositor Musa Göçmen

Três personagens ilustres

Novo livro de crônicas de Danilo Gomes joga luz sobre três personalidades brasileiras, amigos pela vida toda, que tinham muitas coisas em comum, como a política e o amor pela literatura: Augusto Frederico Schmidt, Juscelino Kubitschek e Odilon Behrens