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Número de discursos racistas cresce, mas sociedade se torna mais combativa

De 2019 para 2020, cresceu 106% o número de manifestações racistas proferidas por autoridades públicas no Brasil; nenhum dos casos resultou em responsabilização

Republicanos triunfa no pleito de 2020 com aumento de prefeitos e vereadores em Goiás

Em números reais, o partido do deputado federal João Campos e do candidato a vice-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, foi o único que se fortaleceu no Legislativo goianiense nessas eleições [caption id="attachment_297677" align="alignnone" width="620"] João Campos garante que Republicanos já traça metas para 2022 | Foto: Divulgação[/caption] A população foi às urnas no último domingo, dia 15, para escolher os novos, ou mesmos, gestores do Executivo municipal e vereadores que ocuparão as prefeituras e câmaras pelos próximos 4 anos. Em Goiás, a constatação da redução de espaço de alguns partidos tidos como tradicionais e fortes no estado e o crescimento de outros que, até então, eram vistos com os ‘nanicos’ pode, inclusive, sinalizar uma mudança de paradigma na preferência do eleitor na hora de votar. O partido Republicanos, antigo PRB, é um grande exemplo disso. Na contramão de partidos consolidados em Goiás, como o MDB e o Patriotas, a legenda, que foi fundada em 2005 e tem vários representantes ligados à Igreja Universal do Reino de Deus, além de aumentar sua bancada em 33% na Câmara Municipal de Goiânia, pôde celebrar dois de seus vereadores como os mais bem votados da capital: Isaias Ribeiro, com 9.323 votos, e Sargento Novandir, com 7.239 votos. Em números reais, o partido do deputado federal João Campos e do candidato a vice-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, foi o único que se fortaleceu no Legislativo goianiense nesse pleito. Já legendas como o DEM, Patriotas, PDT e MDB tiveram um decréscimo entre 75% e 40%. Para se ter uma ideia, o MDB, que tinha 10 parlamentares, agora tem 6. O Patriotas tinha 7, e agora conta com somente 2. No Executivo, a ascensão do Republicanos também pôde ser notada. Em 2016, o partido elegeu prefeitos em somente 3 municípios goianos: Cachoeira Dourada, Nerópolis e Paraúna. Já no pleito de 2020, esse número subiu para 8. Candidatos a prefeito do Republicanos saíram vencedores em Aragarças, Caldas Novas, Divinópolis, Doverlândia, Mundo Novo, Nerópolis, Paraúna e Portelândia. [caption id="attachment_297674" align="alignnone" width="620"] Isaias Ribeiro, do Republicanos, foi o vereador mais bem votado de Goiânia | Foto: Reprodução[/caption] Esse cenário de crescimento, na verdade, não é uma novidade e já vinha sendo observado há algum tempo. Conforme um levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Novo Congresso Nacional em Números, que avaliou o desempenho dos partidos políticos brasileiros, o Republicanos lidera o gráfico de ascensão nas eleições dos últimos anos. Nas Eleições de 2006, por exemplo, o partido elegeu apenas 1 deputado federal. Já no pleito de 2010, foram 8. Nas eleições de 2014, foram eleitos 21 deputados federais, transformando a bancada do Republicanos como a 10ª maior da Câmara dos Deputados. Na corrida eleitoral de 2018, o número de parlamentares federais subiu para 30, e o partido passou a ser a 8ª maior bancada. O crescimento se deu, inclusive, na bancada feminina. Em 2018, o Republicanos elegeu três deputadas federais: Rosangela Gomes (RJ); Aline Gurgel (AP) e Maria Rosas (SP), o que representou um crescimento de 50% em relação ao pleito anterior. Novamente indo numa linha descendente, o MDB teve sua bancada na Câmara reduzida consideravelmente. Em 2014, a legenda elegeu 64 deputados. Porém, em 2018 esse número caiu para 34. Já o PSDB viu sua bancada diminuir de 54 para 29. O PT também registrou uma redução expressiva: de 69 deputados em 2014 para 55 em 2018. Ainda em 2018, o Republicanos teve mais de 9,8 milhões de votos no Legislativo, conseguindo eleger, além dos 30 deputados federais, 42 deputados estaduais ao redor do país. Nesse mesmo ano, em Goiás, a Assembleia Legislativa, que até então não tinha nenhum representante do Republicanos, passou a contar com a presença do deputado estadual Jefferson Rodrigues.

Melhor articulação na Câmara

Ao Jornal Opção, o vereador e candidato a vice-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, do Republicanos, cita o reconhecimento como um dos fatores que levaram à alavancada de seu partido nas últimas eleições. Para Cruz, o crescimento do Republicanos  “tem a ver com a importância das pessoas conhecerem também a ética do partido”. “Quando o parlamentar segue a ética do partido, isso traz pra ele uma certa segurança no seu trabalho e, é claro, os eleitores observam isso. O partido Republicanos tem conseguido agradar aí a maioria dos eleitores, no seu modo de trabalho, de fazer a política correta através de seus parlamentares”, afirma. [caption id="attachment_297675" align="alignnone" width="600"] Vereador e candidato a vice-prefeito, Rogério Cruz | Foto: DivulgaçãoqRepublicanos[/caption] O vereador, que ao lado de Maguito Vilela (MDB) terminou o 1º turno com resultados à frente do oponente na corrida ao Paço Municipal, lembra que o crescimento da bancada republicana na Câmara Municipal favorecerá a articulação na Casa. “Acredito sim que possa haver uma condição melhor, de o partido estar somando com a Câmara Municipal, e isso traz uma soma positiva em apoio ao Executivo”, diz.

Deputado atribui crescimento do Republicanos ao ‘planejamento pós-eleição’

Em 2018, o deputado federal João Campos foi reeleito por Goiás com 106.014 votos (3,50% dos válidos). O parlamentar é figura influente no estado, tanto que em setembro deste ano, por 23 votos a 0, os deputados da Alego aprovaram, em segunda votação, o projeto de lei  nº 7112/19, de autoria do deputado Diego Sorgatto (DEM), que concede o Título Honorífico de Cidadania Goiana a Campos. Questionado sobre a expansão notável de seu partido nos últimos anos, o parlamentar atribui o fato a principalmente um quesito: planejamento. De acordo com Campos, o Republicanos, presidido nacionalmente por Marcos Pereira, “tem uma direção muito organizada”, e quando acabam as eleições, a legenda já se debruça sobre a articulação estratégica para as próximas. “O nosso partido é o que mais tem crescido. Normalmente se mede o partido pelo tamanho da bancada federal e é o partido que mais tem crescido a cada legislatura. Isso tem ocorrido em cima de planejamento, de metas [...].Tivemos um crescimento expressivo não só em Goiás e já está sendo elaborado o planejamento de 2022”, declara. Ao Jornal Opção, o deputado se diz satisfeito com os resultados obtidos no pleito de 2020, sobretudo no que tange ao Legislativo goianiense. Campos destacou, inclusive, que, com a reeleição do vereador Sargento Novandir e com a eleição de Isaias Ribeiro e Leandro Senna para a Câmara, o Republicanos passou a ter mais espaço e voz no parlamento, encostando em legendas já tradicionais no Legislativo. [caption id="attachment_297673" align="alignnone" width="620"] Deputado federal João Campos, nome proeminente do Republicanos | Foto: Divulgação[/caption] “Nossas metas para as eleições municipais foram alcançadas. A nível de Brasil, nós estamos satisfeitos com o crescimento do partido. Em Goiás, tivemos um crescimento razoável. Em Goiânia nós tínhamos um vereador, e agora somos três. Somos a segunda maior bancada”, ressalta Campos. De acordo com o deputado, o planejamento feito pelo partido tem surtido efeitos. Segundo ele, a meta inicial para 2018 era para a eleição de no mínimo 30 e no máximo 40 deputados federais. “Elegemos 30, o que ficou dentro do planejado”, diz. No entanto, conforme Campos, um fator de dificuldade ao Republicanos na hora de traças as metas é a indefinição quanto à possibilidade de alteração do sistema eleitoral. “Há a dúvida se o Congresso vai manter, ou não, o sistema adotado nessas eleições ou se vai alterá-lo. Nessa eleição, nós não tivemos coligações proporcionais. Cada partido tinha que se virar para ter sua chapa de vereador, isso pela primeira vez [...]. Mas a tendência majoritária é manter o sistema atual”, avalia.

Preservação de identidade e eleições municipais

Em agosto do ano passado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) homologou o pedido e o PRB passou a se chamar Republicanos. A alteração, decidida na convenção nacional, seguiu uma tendência já adotada por outros partidos de abandonar siglas conhecidas para adquirir uma nova roupagem. Todavia, o deputado João Campos garante que a mudança se deu apenas na nomenclatura. Segundo o parlamentar, em termos de conteúdo e ideologia, o Republicanos continua o mesmo. “Somos um partido de direita, liberal na economia, conservador nos costumes, nas tradições, continuamos com a mesma identidade”, destaca. Questionado sobre o 2º turno das eleições municipais, que traz Rogério Cruz como o vice da chapa de Maguito Vilela, candidato à frente nas pesquisas, Campos se mostrou confiante. Segundo ele, o emedebista foi o único que efetivamente cresceu nas pesquisas e nos votos propriamente ditos. “Com muito respeito ao eleitor e ao outro candidato, nós estamos muito otimistas [...]. Nosso candidato teve um crescimento exponencial, porém lento. E por ser um crescimento gradativo, a gente entende que foi um crescimento consistente e o fez chegar no primeiro turno também com uma vantagem razoável”, pontua.  

Como as eleições de 2020 vão mudar o cenário político em Goiás

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Maioria do eleitorado e minoria entre os eleitos: mulheres seguem enfrentando obstáculos para entrar e ter sucesso na política

Evento Encontro Delas, do Sebrae Goiás, lança olhar sobre o perfil da mulher empreendedora no estado

O evento, realizado de forma 100% virtual, teve inscrições gratuitas e aconteceu nos dias 19 e 20 de novembro [caption id="attachment_297538" align="alignnone" width="622"] Evento foi realizado pelo Sebrae Delas | Foto: Reprodução/Unsplash[/caption] No último dia 19 de novembro, quinta-feira, comemorou-se o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino, e motivos não faltam para celebração: conforme uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pnad, os indivíduos do sexo feminino já representam 52,2% dos empreendedores do país. E foi justamente o olhar sobre o perfil da mulher empreendedora e a discussão a respeito do tema o foco do Encontro Delas, promovido na última semana pelo Sebrae Goiás. O evento, realizado de forma 100% virtual, teve inscrições gratuitas e aconteceu nos dias 19 e 20 de novembro. O Encontro Delas contou com uma temática por dia. Na quinta, o evento trouxe um olhar voltado para o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino e, na sexta, para o Dia da Consciência Negra. Em ambos os dias, convidados especiais marcaram presença. A programação também serviu para a apresentação dos dados de estudos feitos pela Universidade Federal de Goiás (UFG), em parceria com o Sebrae Goiás, que esmiuçaram o universo do empreendedorismo feminino em Goiás. Os resultados obtidos foram, no mínimo, animadores. Segundo o professor Ph.D. em Administração e coordenador do Laboratório de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação da UFG (Lapei), Cândido Borges, foram realizados e apresentados dois estudos durante o evento, que contou com sua participação no primeiro dia. Um deles, conforme o professor, considerou os dados do Pnad com foco na mulher pessoa física. “Nós olhamos aquelas com algum tipo de ocupação profissional. O IBGE tem três categorias: empregado, empregador e trabalhador por conta própria. Duas das categorias, empregadoras e trabalhadoras por conta própria, agem no sentido de empreender para gerar uma renda própria”, explica. Já o segundo estudo foi voltado, conforme Cândido, para a mulher pessoa jurídica. Foram considerados dados da Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg) e da Receita Federal para verificar, dentre as empresas criadas em Goiás, quais eram as que tinham participação de mulheres. Alguns dos números obtidos e apresentados no Encontro Delas destacam o crescimento da participação feminina no empreendedorismo goiano e na geração de renda. De acordo com os dados da Lapei, do universo da população de Goiás, quase 55% já é composto por mulheres e dessas, 34% já são donas de um negócio. Desse percentual de mulheres empreendedoras, 5% são tidas como geradoras de emprego. Além disso, das empresas ativas no estado de Goiás, 52% estão na mão de mulheres. Dessas empresas, 63% são de microempreendedoras individuais. A ênfase dos dados acontece em um evento que, segundo o professor da UFG que conduziu os estudos, visa “fomentar o empreendedorismo de mulheres no estado”. “O conjunto de eventos ajuda a dar luz, a trazer atenção para a questão do empreendedorismo por mulheres em Goiás e, por consequência, ajuda a diminuir as barreiras para esse tipo de empreendedorismo”, avalia.

Para analista do Sebrae, Encontro Delas trouxe luz sobre desafios das mulheres

A analista técnica e coordenadora do Sebrae Delas, Vera Lúcia Oliveira, é uma das mentes à frente da organização do Encontro Delas. Segundo a analista, as discussões viabilizadas no evento e os dados apresentados induzem “a um olhar sobre a atividade econômica das mulheres empreendedoras”. De acordo com a Vera, a maioria das mulheres está em atividades econômicas como cuidado doméstico, comércio varejista de moda e serviços de cuidados pessoais como salão e estética. O que chama a atenção é que, pata a analista, são atividades que a mulher está à frente, porém em atividades com maior valor agregado, a participação feminina ainda é muito pequena. “Apesar dos dados terem nos mostrado que as mulheres estudam mais, as mulheres goianas têm 58% das que empreendem e têm acima do ensino médio, ainda assim a renda delas é 35% menor que a renda dos homens. Então é importante trazer esse recorte”, considera. Ainda conforme Vera, os dois dias do evento tiveram temáticas específicas com participantes ilustres. Na quinta-feira, por exemplo, quando o tema foi voltado para o Dia Mundial do Empreendedorismo feminino, houve a participação de nomes como o treinador e ex-jogador de voleibol brasileiro, Giovane do Vôlei, e também do magnífico reitor da Universidade Federal de Goiás, Edward Madureira. Já na sexta-feira, quando a temática foi o Dia Nacional da Consciência Negra, nomes como da psicóloga e fundadora do Carreira Preta, Michele Franca, e da empreendedora e consultora do Sebrae, Cybelle Freitas, marcaram presença. O evento foi encerrado com um show da cantora paulista Carina Duarte.
Confira tudo o que rolou no Encontro Delas:
19/11 – 9h Webinar Seja Dona do Jogo Com: - Giovane do Vôlei – treinador, ex-jogador e bicampeão olímpico de voleibol - Elienai Pereira – Mentora de negócios e carreira e especialista em inteligência emocional - Cybele Bretas – Empreendedora, psicóloga e consultora Sebrae - Show de Carina Duarte 19/11 – 19h30 Webinar Roda de Conversa – Empreendedorismo por Mulheres – Um olhar sobre Goiás Com: - Wanderson Portugal Lemos – Diretor técnico do Sebrae Goiás - Edward Moreira – Reitor da Universidade Federal de Goiás - Cândido Borges – Coordenador do Laboratório de Pesquisa em Empreendedorismo e Inovação da UFG (Lapei) - Elaine Moura – Membro do Grupo Mulheres do Brasil e coordenadora de articulação institucional e políticas públicas do Sebrae Goiás - Vera Lúcia Elias – Gestora do projeto Sebrae Delas Goiás 20/11 – 9h Webinar Dona de Mim Com: - Michele Franca – Psicóloga, fundadora e idealizadora do Carreira Preta - Cybele Bretas – Empreendedora, psicóloga e consultora Sebrae - Show da cantora Carina Duarte

Há 1 mês em vigor, novo programa de incentivos fiscais de Goiás tem boa adesão

Segundo a Secretaria da Economia, 9 empresas migraram dos antigos programas para o ProGoiás somente no primeiro mês [caption id="attachment_296034" align="alignnone" width="620"] Novo programa de incentivos fiscais foi lançado no dia 7 de outubro | Foto: Divulgação[/caption] Lançado oficialmente no dia 7 de outubro deste ano, numa solenidade realizada no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia, que contou com a presença de autoridades, políticos e secretários do governo estadual, o Programa de Desenvolvimento Regional, o ProGoiás, novo programa de incentivos fiscais para empresas instaladas em Goiás, parece ter surpreendido até mesmo seus criadores após contar com uma adesão considerável de empresas logo no primeiro mês em vigor. Segundo a Secretaria da Economia, o ProGoiás, programa que substitui o Fomentar e Produzir, “tem como meta desburocratizar a concessão de benefícios fiscais para o setor industrial e garantir segurança jurídica e impessoalidade”. O novo modelo, que, inclusive, oferece redução do percentual para o pagamento do Fundo de Proteção Social do Estado (Protege), tem validade até o ano de 2032 e começa com uma alíquota de 10%, decrescendo gradativamente até 6%, a partir do 25º mês de enquadramento. O novo modelo de incentivos pode ser aderido por estabelecimentos que exerçam atividades industriais em Goiás e que estejam interessados em investimentos para a implantação de novo empreendimento industrial, ampliação de estabelecimento industrial já existente e ainda revitalização de estabelecimento industrial paralisado. Ainda conforme a Secretaria da Economia, o ProGoiás oferece um crédito outorgado e sem financiamento. “Os investimentos previstos no programa devem ser de valor correspondente, no mínimo, ao percentual de 15% do montante do crédito outorgado previsto no artigo 4º da Lei 20.787, estimado para os primeiros 36 meses de fruição do benefício”, explica a pasta. No entanto, para aderir ao programa, as empresas interessadas devem fazer a migração, abandonando os antigos modelos de incentivo fiscal – Fomentar, Produzir, Micro e Progredir – e solicitando a entrada no ProGoiás. A adesão é feita por meio de Escrituração Fiscal Digital, com prazo máximo de 60 dias para a efetiva utilização do benefício. Nos programas anteriores, o processo podia levar até dois anos. Na 1ª fase do ProGoiás, destinada à migração de empresas, 9 estabelecimentos deixaram os modelos de incentivo fiscal que usufruíam e mudaram para o novo. São elas:   Razão Social: SAS Indústria e Comércio de Produtos Químicos Ltda Nome Fantasia: SAS Indústria e Comércio Status na Economia: Solicitação com benefício concedido   Razão Social: Lasa Lago Azul S/A Nome Fantasia: Lasa Lago Azul S/A Status na Economia: Solicitação com benefício concedido   Razão Social: Para-Fix Indústria e Comércio de Fixadores de Metal Ltda Nome Fantasia: Para-Fix Parafusos e Fixadores Status na Economia: Solicitação com benefício concedido   Razão Social: Laboratorio Catarinense Ltda Nome Fantasia: Status na Economia: Solicitação com benefício concedido   Razão Social: Guabi Nutrição e Saúde Animal S/A Nome Fantasia: Status na Economia: Solicitação com benefício concedido   Razão Social: Universo das Tendas Ltda Nome Fantasia: Tendas e Companhia Status na Economia: Aguardando assinatura do requerimento   Razão Social: Frivam Alimentos Ltda Nome Fantasia: Frivam Alimentos Status na Economia: Solicitação com benefício concedido   Razão Social: Mariza Aguas Minerais Ltda Nome Fantasia: Mariza Água Mineral Status na Economia: Solicitação com benefício concedido   Razão Social: Tubomax Pré-Moldados Indústria e Comércio Eireli Nome Fantasia: Tubomax Pré-Moldados Indústria e Comércio Status na Economia: Solicitação com benefício concedido

Governo criou condições para migração de empresas, diz subsecretário

Para o subsecretário da Receita Estadual, Aubirlan Borges, a quantidade de empresas que aderiu ao ProGoiás logo no primeiro mês do programa foi uma agradável surpresa, uma vez que, segundo ele, a decisão de migração é complexa e passa pelos mais variados estudos. No entanto, para Aubirlan, o ProGoiás foi criado justamente para ser atrativo para o empresário. “Fizemos um programa onde buscamos criar muitas vantagens para as empresas. Melhoramos os benefícios para quem migrou e aumentamos a arrecadação porque não há componente dessa perda”, disse. [caption id="attachment_296036" align="alignright" width="300"] Aubirlan Borges, subsecretário da Receita Estadual | Foto: Secretaria da Economia[/caption] “O objetivo era exatamente esse, criar as condições ideais para as empresas migrarem. Está realmente acontecendo. Conseguimos fazer uma situação onde há melhora no ambiente para a empresa, que dá uma segurança jurídica para ela, para fazer investimento no médio e longo prazo. Essa foi uma equação em que todos os lados saíram ganhando”, declarou Aubirlan. Segundo o subsecretário, o ProGoiás é superior aos antigos programas de benefícios por várias questões, a começar pela redução drástica da burocracia. Aubirlan explica que, para aderir ao Produzir e Fomentar, as empresas tinham que contratar uma operação de financiamento, passar por um Conselho, onde os benefícios eram aprovados, buscar financiamento e mais uma série de outros fatores que alongavam consideravelmente o prazo até poderem usufruir dos benefícios fiscais. Conforme Aubirlan, com o ProGoiás toda essa trajetória estafante até os incentivos fiscais ficou de lado. “Ele é um programa totalmente tributário, então dentro da operação normal que as empresas fazem todo mês, esse é mais um crédito que elas vão lançar na apuração delas. Não exige nenhuma pessoa a mais na equipe da empresa pra poder trabalhar o ProGoiás”, esclarece. “Do ponto de vista da empresa, a gente tem segurança em afirmar que gera um benefício para ela. E, nesse cenário, gerar um benefício para a empresa é gerar mais investimento e mais renda”, conclui.

Estratégias de campanha para o segundo turno devem se repetir em Goiânia

Serão apenas 15 dias para definição do novo prefeito da capital. Pouco tempo para que sejam feitas mudanças significativas no planejamento dos candidatos

Pesquisas revelam ineficiência do governo federal para lidar com Covid-19

Profissionais da saúde pública não receberam treinamento, testagem e EPIs suficientes; cerca de 18 milhões de pessoas estão de fora do auxílio e de programas do governo, apesar da baixa renda

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Pesquisadora Eliana Martins Lima criou com nanotecnologia molécula capaz de atrair e reagir vírus Sars-CoV-2 – Tecnologia pode se tornar plataforma para tratar outras infecções virais

Menor cidade goiana tem disputa acirrada por 1.153 votos

Na cidade de Anhanguera, candidatos percorrem as 14 ruas da cidade fazendo visitas de casa em casa, gastando sola de sapato e muito cafezinho para conquistar o eleitorado

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Ataque ao STJ exemplifica como criminosos agem e movimentam rede de até US$ 1,5 trilhão por ano

Historiador de Goiás conta como a negação do Holocausto deu origem aos movimentos antivacina e terraplanista

Para Makchwell Coimbra, a raiz epistemológica dos negacionistas de fatos históricos e científicos é a mesma [caption id="attachment_294162" align="alignnone" width="620"] Makchwell Coimbra é autor do livro A Negação da Shoah e a História | Foto: Arquivo pessoal[/caption] Uma pesquisa inédita da ONG Avaaz e Ibope, divulgada em setembro deste ano, mostrou que um em cada quatro brasileiros resiste à ideia de se imunizar contra a Covid-19 quando a vacina obtiver o registro. Dos mil entrevistados, 25% manifestou incerteza ou rejeição categórica à vacina contra a doença provocada pelo coronavírus. Apesar do resultado da pesquisa chocar muita gente, uma vez que o processo de vacinação é visto pela comunidade científica como o meio mais eficaz de prevenção às doenças, a negação desse método é um fenômeno que permanece mais vivo do que nunca. A explicação está nas raízes desse negacionismo.  Assim como o terraplanismo, teoria que nega o heliocentrismo e diz que a terra tem formato plano, e não esférico, e o negacionismo climático, que rejeita a ideia do aquecimento global, o movimento antivacina está ligado a um fenômeno social e cultural que teria influenciado todos os outros da mesma linha: a negação do Holocausto. É o que explica o professor e doutor em História pela Universidade Federal de Uberlândia, Makchwell Coimbra. Para o professor, que também é autor do livro A Negação da Shoah e a História, que trata da questão da negação do extermínio em massa dos judeus na Alemanha nazista, o Holocausto é o resultado de um processo civilizatório que acabou dando “as bases epistemológicas e filosóficas para as outras negações”. De acordo com Makchwell, o Holocausto “derruba nossa forma de ver o mundo” e, a partir daí, se revisam todas as ciências , fenômeno que, conforme o professor, foi observado após a queda de Hitler. [caption id="attachment_294163" align="alignnone" width="580"] Cena do documentário A Terra é Plana, da Netflix, que mostra o cotidiano de um grupo terraplanista | Foto: Divulgação[/caption] “Depois da 2ª Guerra, todas as áreas do conhecimento foram revisionadas. As ciências biológicas, por exemplo. Os cientistas hitleristas gostavam muito de ciência. Eles eram embasados sob uma ótica científica da época. Só que nós sabemos que o eugenismo de Hitler era uma coisa assassina. Então as ciências biológicas tiveram que se revisionar, a história se revisionou, a Filosofia, o Direito, a própria Teologia”, explica o professor. Conforme Makchwell, “os argumentos dos terraplanistas e dos negacionistas da vacina se parecem muito com os argumentos do negacionismo do Holocausto”. “Por exemplo ‘eu não vou tomar vacina porque eu me curei e eu sou a prova viva’. Não existe prova viva, existe amostragem. É o mesmo argumento de alguém que fala que ninguém saiu das câmaras de gás”, compara.

A dúvida sobre o genocídio judeu se espalha

Segundo conta Makchwell, logo após o fim do 3º Reich, não havia “clima para se negar o Holocausto”, uma vez que o assassinato de mais de 6 milhões de judeus no processo de eugenia nazista ainda reverberava pelo mundo. No entanto, uma centelha de questionamento começa a surgir com a publicação, em 1952, do livro A Mentira de Ulisses, do escritor francês Paul Rassinier. Conforme Makchwell, Rassinier, que chegou a passar por campos de concentração, contestou  a função desses locais, lançando, através de um pseudoargumento, a semente da dúvida. “Ele traz o argumento base para todos os outros negacionistas, que é o seguinte: como que alguém pode afirmar que houve câmaras de gás que matavam pessoas, sendo que nenhuma pessoa saiu dessas câmaras de gás para comprovar que isso é real?  Ele está dizendo que, se eu não posso conversar com alguém que esteve nos campos de concentração, eu não tenho como comprovar que os campos eram de extermínio”, diz Makchwell. Para o professor, o ponto levantado por Rassinier não se sustenta, uma vez que os fatos históricos utilizados por historiadores são embasados em documentos e registros das épocas analisadas. “O que ele está dizendo com a negação do Holocausto? Que a história é falsa, que a ciência é falsa. Ele está dizendo que o conhecimento humano que as áreas do conhecimento se embasam são falsas”, descreve o historiador. [caption id="attachment_294164" align="alignnone" width="620"] Judeus em um campo de extermínio | Foto: Reprodução[/caption] Mesmo assim, a dúvida quanto à veracidade do terror dos campos de extermínio, que até então não existia, começou a crescer. Makchwell relata que pouco mais de uma década mais tarde, um ensaísta e professor francês, chamado Robert Faurisson, resgata a obra de Rassinier, que já estava esquecida nos recônditos europeus, e a populariza em colunas publicadas no famoso jornal Le Monde. A ideia de que o Holocausto pode ter sido, na verdade, uma invenção, normalmente usado por grupos de extrema-direita, de acordo com Makchwell, passa a ser usado, inclusive, por membros da esquerda europeia. “Alguns grupos de esquerda, como a editora La Vieille Taupe, A Velha Toupeira, pegam os artigos e começa a vender, para atacar o estado de Israel”, explica.

O uso da mentira e personificação do “outro”

Makchwell destaca que, para que um sistema político autoritário possa ser implantado, é preciso que se aponte um inimigo a ser combatido – seja ele real ou imaginário. No caso da ideologia nazista, o “inimigo dos alemães” foi descrito por, literalmente, uma peça de teatro. O professor relata que um suposto documento intitulado Os Protocolos dos Sábios de Sião, surgido em finais do século XIX, serviu de base para Hitler e os nazistas em sua caçada antissemita. O documento traz a descrição de um complô formado por judeus, comunistas e maçons para a dominação mundial “através da destruição do mundo ocidental”. Contudo, de acordo com Makchwell, esse mesmo texto usado como fundamentação do Reich nazista não passava de uma falácia. “Esse texto é, na verdade, uma peça teatral. E o que nazistas como Hitler, Himmler, Goebbels fazem? Colocam isso no centro da cultura alemã, e as pessoas acreditam nesse livro”, expõe. [caption id="attachment_294165" align="alignright" width="300"] Capa do livro Os Protocolos dos Sábios de Sião | Foto: Reprodução[/caption] Para o historiador, a ascensão do ódio pelo judeu foi fundamental para a consolidação do regime nazista, uma vez que, segundo Makchwell, o autoristarismo precisa “do outro” para se manter, que seria, na verdade, o inimigo comum do povo, real ou imaginário. O professor conta que, no Brasil, essa mesma artimanha da construção “do outro” foi necessária para, por exemplo, a concretização do Golpe Militar de 1964. “Na Europa, quem era ‘o outro’ do período [nazista]? O judeu. O outro da França hoje é quem? O muçulmano. No Brasil, criamos ‘o outro’ brasileiro. Que foi quem? Primeiramente foi o negro, o ex-escravo que não teve local na construção social brasileira. Mas depois, na instauração da Ditadura Militar, havia a necessidade do ‘outro’ também, real ou imaginário. E o que foi isso? Um ‘golpe comunista’”, descreve Makchwell.

Revisionismo x Negacionismo

Ao contrário do que se pensa, revisionar a história, isto é, reanalisar os acontecimentos passados para corrigir informações do presente, é algo comum e necessário entre os especialistas, o que não deve ser confundido com negacionismo, que, de acordo com Makchwell, rejeita, sem base fática, informações amplamente aceitas. Segundo o professor, todo historiador é revisionista e cita um exemplo recente do quão essencial é a correção de informações históricas. “Há menos de um mês se descobriu documentos que comprovam que a maioria dos alemães sabia dos campos de concentração. Até então, todos nós [historiadores] pensávamos que não, que a maioria dos alemães não sabia. Foi uma coisa nova, e o que vai acontecer a partir disso: nós vamos revisionar a história”, conta. No entanto, Makchwell ressalta que, para haver revisão histórica, é preciso o método científico de comprovação, o que não é o caso da “revisão do Holocausto”, uma vez que os negacionistas, segundo o professor, ignoram registros e documentos históricos que corroboram todas as informações acerca do genocídio de judeus nos campos de extermínio. [caption id="attachment_294166" align="alignleft" width="300"] Para Makchell Coimbra, autoritarismo precisa "do outro" para viver | Foto: Arquivo pessoal[/caption] Mesmo em uma época em que uma parte da população insiste em negar acontecimentos  que contam com amplo registro histórico, como o Holocausto, a Ditadura Militar e até mesmo a vacinação, Makchwell avalia que existem pontos positivos, como, por exemplo, a democratização do conhecimento científico, e reconhece a falha dos especialistas e cientistas. “Nós estamos revisionando a história a partir dessas negações. De fato, a ciência tem um problema grave, que é não conseguir passar para o público externo da academia o que é e como é a forma de fazer ciência”, diz. “O que os historiadores e cientistas perceberam agora: que nós precisamos, também, passar para o público em geral que o que nós fazemos é conhecimento, e que precisamos traduzir o conhecimento de uma forma que faça parte da vida das pessoas”, conclui.