Por Redação

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Profissão de agrônomo completa 88 anos como protagonista de transformações tecnológicas e econômicas

Agronomia brasileira-goiana encontra-se em um momento decisivo: a passagem dos modelos tradicional e agroquímico para as agriculturas de precisão e sustentável

Escritor como personagem (14): Rubião e Kafka — Encontro nas portas do inferno, de José Fábio da Silva

Kafka encontrou os escritos que queimou. Estavam lá, intactos, prontos para serem queimados novamente, mas não existia nada que pudesse gerar alguma chama

Escritor como personagem (13): Pessoa & Lispector — Encontro de 2 mentes inquietas, de Iraides Barbosa

Um encontro entre Clarice Lispector e Fernando Pessoa, Chiado, em Lisboa, daria um best-seller? Confira o que realmente “aconteceu” (O que pode acontecer quando aqueles que escrevem literatura se tornam eles mesmos literatura? Literalmente, tudo. Explorar essas múltiplas possibilidades é a proposta dessa série de contos publicados pelo Jornal Opção, com o apoio do escritor e doutor em História Ademir Luiz, presidente da União Brasileira de Escritores-Seção Goiás. Veremos transformados em personagens escritores e escritoras célebres como Clarice Lispector, Albert Camus, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Edgar Allan Poe e muitos outros. Acompanhe a série e espere pela aparição de seu escritor preferido.)

Fernando Pessoa & Clarice Lispector — O encontro de duas mentes inquietas do outro lado do oceano Atlântico

Iraides Barbosa

O português se olha no espelho e resolve aparar o bigode. A visita ao barbeiro que o atendia de longa data estava próxima, mas naquele dia não poderia sair a perambular pelas ruas da cidade de qualquer maneira. Precisava ao menos diminuir o volume e conferir as extremidades estreitas. Pareciam feitas a pincel. Para isso usava uma pequena tesoura. Puxou a pele do rosto forçando a boca para o lado de modo que os pelos sobre o lábio superior viessem juntos. Olhos atentos. Mente ainda mais. Mãos ágeis que preferiam estar sobre uma folha de papel em branco que velozmente era preenchida por letras e palavras. Só ele via que os pelos avançavam rumo ao lábio superior em desordem. Na verdade, bastou serem penteados para apresentar melhor aspecto. Olhando a um metro de distância, não se percebia algo desalinhado naquele rosto. Naquele momento a metafísica era renegada a segundo lugar. Aquele homem ereto era mesmo criativo, ou seria melhor dizer inventivo. Não admitia o marasmo. Era avesso ao singular. Precisava de algo mais.  Ora se expressava como sendo de temperamento fleumático, ora como sanguíneo e sempre com idealismo e sem limites. Com aquela imaginação fértil, fazia brotar personalidades retratadas em seu diário, como que a brincar. Em cada uma a satisfação e a realização do muito que teimava povoar a mente sôfrega. Terminada a tarefa que ao final entendeu ser melhor deixar para o barbeiro, fez algumas anotações. Aquele era um ritual, enquanto não criasse algo que fizesse o coração palpitar e um sorriso camuflado vencer a sua resistência em revelar emoções e movimentasse o bigode, não se sentia apto para sair de sua vivenda. Consultou o horóscopo do dia. Refletia sobre o que fazer. Seria melhor desistir do encontro para o qual, desconfiava, já estava atrasado. Ainda não havia vencido a si mesmo. A leitura o fez franzir a testa e olhar fixo, sem direção. O texto devorado há instantes não recomendava sair e se aventurar naquele momento. Bem que preferia dar continuidade ao que escreveu ao se levantar. Os pensamentos lhe roubavam do presente ligeiramente. Ora lhe chamava a atenção a última anotação, ora algo novo. Um nome veio com força: Caeiro. Isso. Estava certo. Preferia dar asas a algo importante. Caeiro teria muito por anotar. Melhor definir o seu nascedouro e o seu mapa astral. Já estava divagando. O pensamento, veloz para todos, para ele tinha ainda mais empenho e visão. Já estava mais familiarizado com a escrita em português, por pouco permaneceria se expressando em inglês e perderia uma grande e intensa paixão. Ao longe e do alto vê a torre de Belém. Naquela posição, perdia a noção do tempo. Revestia-se de uma nova personalidade através de sua criatura. Gostou de Alberto Caeiro. Servia ao seu propósito. Em transe, transcendia e se esquecia de quem era. Naquele instante de criação se ouvisse alguém lhe chamar, certamente não daria ouvidos. Estava entregue, absorto. Enquanto isso, no bairro do Chiado, mãos claras e dedos alongados, seguravam um cigarro pela metade, que se queimava rápido, tamanho era o trago impaciente. Olhava o relógio de pulso atentamente. O mostrador com o arremate em vidro pesava numa pulseira fina de couro preto e se virava no pulso, para baixo. A mão direita de uma mulher impaciente girou o relógio para o outro lado. Não suportava atraso. Computava não somente os minutos que se esvaíam, mas também os segundos que giravam uma sequência de números e beiravam a completar uma hora de espera. À sua esquerda um café charmoso e um nome peculiar. Certo que era atrativo, mas preferia esperar pela chegada do convidado para entrar no local e se servir. Sentada ficaria ainda mais frenética. Definitivamente não sabia esperar. A impaciência não permitia. Ao menos estivesse com o seu caderno de anotação. Naquele dia contava em ouvir, estabelecer contato e revelar a admiração por alguém que não conseguia decifrar. [caption id="attachment_357281" align="aligncenter" width="300"] Fernando Pessoa por Almada Negreiros | Foto: Reprodução[/caption] Mesmo tendo muito a esperar, permaneceria no local combinado. Precisava aplacar os pensamentos. Por vezes tinha medo de ficar louca, de tanto discorrer. Abriu a carteira de cigarros conferindo o seu conteúdo. Ainda estava pela metade. Respirou fundo. Ajeitou os cabelos. Retocou o batom ali mesmo na calçada. Conferiu o relógio mais uma vez. Agora sim, um alarme soou gritante em sua mente. Ele não virá, pensou. Os olhos giravam em todas as direções, a registrarem as pessoas que passavam por ali. Um senhor robusto com uma criança. Não é ele. Uma senhora e seu esposo certamente. Também não é aquele que espera. Deixou de olhar as pessoas. Observava as paredes do café à sua frente pela porta de madeira e vidro, entreaberta. O lustre gigante saía do teto amadeirado, ameaçando a força da gravidade, mas se mantinha inerte. Percebeu ainda um balcão pela lateral oposta a uma escadaria. Já estivera ali saboreando um café de bom aroma e fino sabor, mas não descera aqueles degraus. O cigarro findou. Respirou mais uma vez profundamente levantando o pulso à sua frente. De novo, não. Não vou mais conferir as horas. Fico mais um pouco e me retiro. Estava decidida. Chiado era muito atraente aos seus olhos. A cada parte algo lhe chamava a atenção e aos poucos a impaciência desistiu dela. — Clarice. Precisava conferir onde daria aquela rua. Passos firmes se distanciavam do café. As mãos em braços soltos num movimento de vai e vem. — Clarice. É comigo. Sou eu. Os pensamentos a distanciaram da razão de estar naquele local. Os pés paralisaram. Será? — Me perdoa, querida, pelo atraso. O café contou com dois hóspedes com muito assunto. A conversa fluía e cada um relatava experiências e vivências como ninguém. Acaso tivesse alguém anotando e um best-seller teria sido publicado. Frases magnéticas e inspiradas eram proferidas. Era como se falassem em versos soltos que poderiam compor um poema. Sim, aquela conversa se assemelhava a um esboço poético. Os compromissos seguintes de ambos foram soterrados pelo esquecimento.  Naquela tarde um casal instigante, dois pares de olhos duplamente atentos circulavam pelo Jardim da Praça do Império. Os guardanapos do café saíram repletos de anotações em bolsos e numa bolsa minúscula. Nos dias seguintes Clarice era desperta por versos de amor, palavras de encantamento e conquista que eram retribuídas. O sentimento intenso tomou conta, atropelando entendimentos contrários. De volta ao seu país, ela desfaz a mala e retira o livro “Mensagem”. Iria ler cada um dos quarenta e quatro poemas com sofreguidão. Tinha em mãos uma obra de seu amado. Relê a dedicatória: “Para Clarice Lispector, um sopro de ânimo”. E os seus olhos verdes brilharam intensamente. Aquele homem gentil parecia adotar um código de conduta próprio. Era mesmo um ser enigmático. Ela não conseguiu decifrá-lo. A saudade atrelada à admiração inspirou mais uma crônica, dessa vez desapartada do humor negro, a prosa fluía e permeava por becos que chiavam esperança. Sem outra razão para a escrita de outro texto naquele momento, publicou a crônica na coluna semanal que mantinha no “Jornal do Brasil”. Nem os leitores mais assíduos perceberam os vestígios de uma paixão avassaladora nas entrelinhas. Do outro lado do Oceano Atlântico, o autor da dedicatória se isolava novamente, retrocedendo ao ostracismo. Empenhava-se no desenho, na alquimia e na escrita como preferia Fernando Pessoa. Algo extra o inquietava ainda mais. Por inúmeras vezes o olhar se perdia no horizonte e a lembrança tomava conta de sua mente e o motivava ainda mais a se entregar à grafia.

Grave acidente na BR-163 provoca morte de policial rodoviário

Chovia no momento do acidente e suspeita é que tenha ocorrido aquaplanagem de um dos veículos

Um batida entre uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e uma Jeep Cherokee, em Rio Verde de Mato Grosso (MS), na manhã de domingo, 10, provocou a morte do inspetor federal Eder Carlos Moura Candado, de 37 anos, e do motorista da Cherokee, Claudinei Fernandes, de 45 anos, de acordo com a PRF.

Ainda de acordo com a PRF, a ocorrência foi por volta das 11h50. O motorista que conduzia o Jeep Cherokee, com placas de Santa Catarina, morreu no local. O veículo dele pegou fogo após a colisão. O acidente aconteceu num trecho em curva.

Segundo a PRF, o inspetor chegou a ser levado ao hospital de Rio Verde, mas morreu logo após dar entrada. Na viatura, havia outro PRF no banco do passageiro. Ele ficou levemente ferido. Há indícios de que a causa da colisão tenha sido uma aquaplanagem. A Polícia Civil irá investigar as causas do acidente.

Veja vídeo feito por motoristas que passavam pelo local:

https://youtu.be/AnnZ0cbMAUU

Sarah Kubitschek, uma mulher do seu tempo

Apesar de conservadora, Sarah foi uma das primeiras-damas mais atuantes do País, cumprindo seu papel e se engajando em obras sociais de grande envergadura

Goiás lidera retomada de investimentos entre os Estados em 2021

Liquidação feita entre janeiro e agosto foi de R$ 808,2 milhões, quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado

Escritor como personagem (12): Jorge Luis Borges — A segunda vida suspensa de Borges, de Edival Lourenço 

Toda a realidade seria o sonho dentro de um sonho, de um sonhador sonhado; o labirinto subjetivo neoplatônico

Escritor como personagem (11): Carson McCullers — A pianista do Café Triste, de Talissa Teixeira Coelho

Eu queria observar as pessoas e não ser olhada o tempo todo, e era essa inveja que sentia de Carson, a de poder sair, me camuflar e ver como os outros são

Nobel de Economia premia trio por pesquisa sobre mercado de trabalho

Estudo empírico e metodológico sobre relações causais foi laureado

Após traição de jogador, namorada divulga foto do atleta nu

Situação gerou uma confusão entre o casal e foi preciso a interversão policial

Avião cai na Rússia; pelo menos 16 pessoas morreram

Aeronave modelo L-410 transportava grupo de paraquedistas. Sete pessoas foram retiradas com vida

Deputado Alcides Rodrigues se queixa por ser confundido com deputado Professor Alcides

Em nota enviada a imprensa o ex-governador de Goiás lamenta a divulgação errônea de sua foto relacionada a confusão ocorrida na Unifan

Famílias que dirigem Globo, Jovem Pan, IstoÉ e o Grupo Massa têm offshores

Algumas movimentam mais dinheiro que o ministro Paulo Guedes, mas seus investimentos não ganharam destaque na mídia

O empoderamento feminino em O Cortiço, de Aluísio Azevedo

Episódio do livro representa um instigante exemplo, no âmbito dos olhares siameses do feminismo e dos estudos culturais, do empoderamento feminino

Louise Glück, ganhadora do Nobel de Literatura, e sua poética sensorial

Na sua construção poética há elementos descritivos e narrativos, formando histórias que são contadas de forma fragmentada, como se fosse um quebra-cabeças