Resultados do marcador: Bastidores

Decisão anunciada no Twitter pelo governador Romeu Zema, do Novo, serve de alerta para as demais unidades da federação

Partido ganhou reforços importantes, como o presidente da Câmara de Palmas, mas deve ter guerra pelo comando entre grupos de Carlesse e Dorinha Seabra

Quando candidato à presidência da Assembleia, deputado foi alvo da artilharia de Mauro Carlesse, que agora o elogia por destinar recursos ao Tocantins

Deputado criticou o fechamento da Delegacia de Combate à Corrupção, medida tomada pelo governador, e denunciou perseguições a delegados

Senadora chega para comandar o partido no Tocantins, função que era ocupada pelo deputado federal Lázaro Botelho, aliado e homem de confiança de Mauro Carlesse

Direção tucana retirou a direção da legenda no Tocantins do ex-senador Ataídes Oliveira, que promete levar a questão ao Judiciário

Vice-governador do Tocantins diz que alertou o governador Mauro Carlesse (DEM) sobre insatisfação do funcionalismo público
[caption id="attachment_238464" align="alignnone" width="620"] Gaguim e Wanderlei: um deles será o nome do Palácio do Araguaia | Fotos: Câmara dos Deputados e Gov Tocantins[/caption]
Após a notícia da desistência do vice-governador Wanderlei Barbosa (PHS) de disputar a Prefeitura de Palmas em 2020, muitos bochichos e boatos correram pela cidade. O deputado estadual Léo Barbosa (SD), filho do ex-futuro candidato, negou pelas redes sociais, como também – posteriormente – o próprio vice-governador, a um portal de notícias local. Ele alegou ter cobrado mais ações propositivas do governo estadual em relação aos servidores públicos – que foram atingidos por medidas amargas –, uma das razões dele ter “desanimado do projeto”. É que ele já entendeu que Palmas é uma cidade administrativa e o poder de decisão está atrelado à onda que o funcionalismo surfar, seja ele federal, estadual ou municipal. “Porque defendo a valorização do servidor e as melhorias das ações do governo para que eu possa pedir votos, e disse isso ao governador”, revelou o vice-governador.
Wanderlei alegou, também, que, para o governador Carlesse (DEM), a repercussão midiática acerca da desistência foi surpreendente, mas reconfortante, pois reforçou o ânimo de continuar firme no propósito de enfrentar a disputa. Evidente que tais argumentos são uma tentativa de fortalecer uma candidatura bancada pelo Palácio Araguaia e não desgastá-la de vez. É até legítima, diga-se de passagem, pois até a definição final, é melhor que essa situação fique em “stand-by”.
Justificativa daqui, desculpas acolá, a verdade é que esse “espicha-encolhe” deixou a candidatura cambaleante. Perdeu fôlego, a bem da verdade. O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), por exemplo, já desistiu e depois refluiu na eleição ordinária para governador em 2018. Foi um fiasco, os tocantinenses já viram esse filme.
Barbosa, em outras oportunidades, também já havia se declarado pré-candidato a prefeito da capital e depois, desistiu. Não é, portanto, a primeira vez que ele reflui em nome de um projeto maior, ou mesmo por falta de composição dentro do próprio grupo político. A diferença é que, àquela época, ele não era tão “vidraça” como agora e, também, não exercia um cargo tão importante – vice-governador. Suas intenções, naquele tempo, não passavam de meras especulações.
Válvula de escape
Caso seja confirmada – num futuro próximo – a desistência de Barbosa, não restam dúvidas que o “Plano B” do chefe do Palácio Araguaia seria o deputado federal Carlos Gaguim (DEM). Várias são as razões que resultam numa conjectura desta natureza. Vejamos: além de ter livre trânsito no meio político, pois teria facilmente muitos vereadores de mandato ao seu lado, uma candidatura do próprio DEM – mesmo partido do governador – evitaria que a sigla, comandada atualmente pela deputada federal Professora Dorinha, declarasse apoio à prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB). Em segundo lugar, o perfil do ex-governador Gaguim é, decididamente, executivo; ele está no legislativo por outras circunstâncias mas, principalmente, para não ficar sem mandato. Este fator lhe dá fôlego, inclusive, junto aos servidores públicos, um dos problemas de Wanderlei. Enquanto governador em 2010, Gaguim foi uma “verdadeira mãe” para a classe. A terceira justificativa seria o fato de ter articulado e encaixado, com maestria, dois adversários potenciais – a deputada estadual Vanda Monteiro e o empresário Gil Barison – no alto escalão de partidos da base aliada. Vanda se tornou presidente estadual do PSL e Barison teve sua ficha abonada pelo ex-deputado federal, atual secretário estadual da agricultura e presidente estadual do PRB (Republicanos), Cesar Halum. Neste caso, numa eventual eleição de Carlos Gaguim, a deputada Vanda teria voz ativa na Prefeitura de Palmas e, Barison, seria o vice-prefeito perfeito. Além disso, Gaguim é conhecido por não ter dó de gastar fortunas em campanhas eleitorais, exatamente o “Calcanhar de Aquiles” do Palácio Araguaia, como é já sabido, notório e declarado. O parlamentar já utilizou esse artifício em outros pleitos – basta conferir suas prestações de contas no TRE-TO – e não seria novidade se o fizesse novamente. Aliás, esse elemento – poder econômico – seria o maior aliado para enfrentar a adversária Cinthia Ribeiro, que detém a máquina administrativa ao seu serviço e domínio. Por fim, a carta na manga: uma vez eleito prefeito de Palmas, o aliado do Palácio Araguaia ainda entrega a Mauro Carlesse o presente mais desejado, uma vez abre a vaga para que Lázaro Botelho – o fiel escudeiro do governador – se torne deputado federal, uma vez que ele é o primeiro suplente da coligação que elegeu Carlos Gaguim à Câmara Federal. Não se trata aqui de bancar esta candidatura, longe disso. É apenas uma opinião jornalística. Entretanto, os gestores do Palácio Araguaia não possuem melhor alternativa, caso queriam retomar o Paço Municipal da capital, comandada pelos adversários há exatos vinte anos.
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O ano de 2019 sequer se encerrou, mas o parecer técnico do órgão de controle sobre as contas do governador já foi relatado, revisado e aprovado
[caption id="attachment_207698" align="alignnone" width="620"] Carlesse: TCE considerou suas contas regulares | Foto: Ezequias Araújo[/caption]
Causou surpresa a aprovação pelo Tribunal de Contas do Estado do Tocantins – em tempo recorde – das contas públicas de 2018 do governador Mauro Carlesse (DEM). O ano de 2019 sequer se encerrou, mas o parecer técnico do órgão de controle já relatado, revisado e aprovado. Partindo-se da assertiva de que Carlesse tem uma base sólida no parlamento estadual, quando suas contas passarem pelo “crivo” dos deputados, certamente serão aprovadas sem ressalvas. Logicamente, essa aprovação evita, por consequência, se tornar inelegível e isso é “ouro em pó” para quem pretende continuar na vida pública.
Mas o fato do TCE ter sido rápido no julgamento não tem o tom crítica, longe disso. Essa mesma celeridade por parte dos Tribunais de Contas deveria ser a regra, entretanto, como não é a prática não normal – e não é exclusividade do Tocantins – passou, basicamente, a ser uma exceção.
Outros ex-governadores tocantinenses, por exemplo, assim como uma série infindável de prefeitos ainda não tiveram suas contas apreciadas pelo Tribunal de Contas. Eles ainda vivem a dramática expectativa de – além de ter suas contas tecnicamente rejeitadas pelo órgão – enfrentar o julgamento/referendo político de vereadores e deputados que já não estão mais alinhados com o gestor, como era na época do seu governo.
Exemplificativamente, o ex-prefeito da capital, Carlos Amastha (PSB), teve suas contas relativas a 2016 rejeitadas pelo TCE/TO. A Câmara de Vereadores, no julgamento político, poderia “salvá-lo” de acordo com a regra vigente, certo? Errado. Com a atual composição do parlamento palmense, se as contas de Amastha fossem a plenário hoje, seriam solenemente rejeitadas. Amastha tem, por baixo, doze desafetos entre os detentores de mandato.
Critica-se aqui a regra casuística. A apreciação técnica do órgão de controle, aprovando ou desaprovando, não tem muita importância se o governante controla – sabe-se lá como – os parlamentares. Se ele já não controla mais, como se diz pelas bandas do Norte, “foi embora o boi com a corda”.
O País precisa de reformas, não restam dúvidas. Algumas delas exponenciais, como a previdenciária e a tributária, por exemplo, mas o Brasil necessita, principalmente, de mudanças nas leis que regem a essência do direito. Algumas aberrações jurídicas, como a exemplificada, são inadmissíveis em temos de transparência, eficiência e moralidade. Os congressistas precisam ser mais ágeis, afinal, eles foram eleitos para o poder legislativo, ou seja, para legislar – propondo leis ou reformas daquelas que se mostram incoerentes ou absurdas.