Kátia Abreu no Partido Progressista desagrada o Palácio Araguaia

15 março 2020 às 00h00

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Senadora chega para comandar o partido no Tocantins, função que era ocupada pelo deputado federal Lázaro Botelho, aliado e homem de confiança de Mauro Carlesse

Os bastidores políticos indicavam e, finalmente, a senadora Kátia Abreu (PDT) confirmou sua filiação ao Partido Progressista, antigo PP. Fruto de uma engenhosa articulação política, a senadora tocantinense vai compor a bancada do partido no Congresso Nacional. A sigla contava com seis senadores, contudo, Vanderlan Cardoso (GO) está de saída, em razão de divergências com sua base política em Goiás. Nestas circunstâncias, os Progressistas precisam manter seu quadro de seis representantes, caso contrário estará fora da disputa e definição da presidência das Comissões do Congresso.
O curioso acerca da chegada de Kátia Abreu ao Progressista é que, como sempre, sua filiação vai ser imposta aos correligionários tocantinenses. Foi assim quando os caciques do então PMDB, em Brasília, a filiaram na sigla, como também, quando os líderes do PDT a enfiaram “goela abaixo” aos filiados do Estado do Tocantins.
Em nenhum dos três casos as bases estaduais do MDB, PDT e, agora, Progressista, foram consultadas. Em suma: ela sempre é arregimentada e filiada pelos caciques em Brasília e já aterrisa em solo tocantinense como presidente estadual dos partidos, ditando suas regras e impondo suas vontades.
Logicamente, a cúpula do Governo do Estado do Tocantins não gostou nada dessa mudança partidária. Até então, o Progressista era liderado pelo ex-deputado federal Lázaro Botelho, um dos homens de confiança de Carlesse, no que concerne a articulações políticas em Brasília.
Botelho e sua esposa Valderez Castelo Branco, deputada estadual da base do governo, estarão – doravante – sob o comando de Kátia Abreu. Uma situação – diga-se de passagem – pra lá de indigesta, tanto para os dois filiados quanto para o chefe do Palácio Araguaia, por razões naturais que a grande maioria dos tocantinenses tem conhecimento.
Como ocorreu num passado recente, vários emedebistas deixaram o partido quando a senadora Kátia Abreu ingressou na sigla, como também, retornaram ao ninho quando ela foi, finalmente, expulsa pela direção nacional; a passagem pelo PDT, do mesmo modo, afastou componentes do partido, entre os quais o prefeito de Pedro Afonso e presidente da ATM, Jairo Mariano, como também a deputada estadual Luana Ribeiro, hoje no PSDB.
Alguma dúvida que ocorrerá o mesmo com os líderes do Progressistas?