No Tocantins, 12 pontes de responsabilidade do governo federal estão em más condições
31 dezembro 2024 às 09h17
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Matéria originalmente publicada por Elâine Jardim no Jornal Opção Tocantins
Um Mapa do Índice de Condição da Manutenção (ICM) de Obras de Arte Especiais (OAE) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) mostra que 12 pontes de responsabilidade do governo federal estão em más condições. O mapa de gestão foi publicado no site do Dnit em novembro deste ano e cita outras estruturas.
A ponte Juscelino Kubitschek, que fazia parte da BR-226 e unia as cidades de Aguiarnópolis, no Tocantins, a Estreito, no Maranhão, recebeu nota amarela e foi considerada “ruim” em novembro deste ano. A estrutura colapsou no domingo, 22, deixando, até o momento, 11 mortos, seis desaparecidos e um sobrevivente.
O ICM é um índice obtido a partir de levantamento de campo criado pela Coordenação-Geral de Manutenção e Restauração Rodoviária (CGMRR/DIR) com a finalidade de acompanhar a condição da manutenção da malha.
Das 58 pontes federais no Tocantins, duas estão com nota crítica (vermelho) e dez receberam nota ruim (amarelo). Outras 46 tiveram nota regular (laranja), 57 foram classificadas como boas (azul) e uma como excelente (verde).
Conforme o mapa (veja abaixo), uma das pontes com nota vermelha está localizada na BR-153, próxima a cidade de Araguaína. A outra não aparece no mapa. As consideradas ruins estão, cinco na BR-010, duas na BR-242, mais duas na BR-153 e uma na BR-226, no caso a ponte JK.
As OAE são estruturas de engenharia, como pontes, viadutos, passarelas e túneis, que garantem a continuidade e segurança das vias, superando obstáculos naturais ou artificiais. São fundamentais para a infraestrutura de transporte.
Além das pontes sob domínio federal, o Tocantins tem 12 viadutos classificados como bons, um túnel e um pontilhão regulares e, ainda, três passarelas e três pontes de madeira sem avaliação do DNIT.
O Departamento iniciou uma sindicância para apurar as causas e responsabilidades pelo desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, que fazia parte da BR-226. O diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão, informou que serão envolvidos órgãos externos na investigação para garantir maior abrangência. A comissão terá autonomia para requisitar documentos de qualquer esfera administrativa, realizar provas técnicas como ensaios e visitas em campo, e levantar dados que ajudem a identificar as causas do desabamento e os possíveis responsáveis. O prazo para conclusão dos trabalhos foi fixado em 120 dias.
Paralelamente, o Ministério dos Transportes anunciou, por meio do ministro Renan Filho, a publicação de um decreto de emergência ainda nesta terça-feira. O decreto destinará R$ 100 milhões para a construção de uma nova ponte.
Enquanto isso, equipes lideradas pela Marinha do Brasil tentam recuperar os corpos em meio aos escombros da ponte que passava pelo Rio Tocantins. O trabalho tem sido complexo, pois além da grande profundidade do rio, a turbidez da água, a forte correnteza e o risco de novo desabamento tem dificultado as operações. Militares também têm vivido outro perigo: o risco de vergalhões perfurarem os mergulhadores no salvamento que está no nono dia.