Imprensa

Se o pedido for aprovado pela 3ª Vara Cível, o jornal terá 60 dias para apresentar seu plano de recuperação judicial. Ações contra a empresa ficam suspensas por 180 dias

Aner, ANJ e Abert dizem que “não há jornalismo nem liberdade de imprensa sem sigilo da fonte” e tentam derrubar a decisão de uma juíza de Brasília

O jornal deixa de perceber que, além do evidente empate, era fundamental registrar uma informação: o candidato do PSB está em ascensão e o do PMDB, não

Morte do sargento Manoel Raymundo Soares chamou a atenção de Sobral Pinto e Paulo Brossard. O presidente Castello Branco mandou apurar o crime, mas chefes e agentes do Dops foram “inocentados” por falta de provas

Doutor em Filosofia pela Universidade Paris I diz que a filósofa equivoca-se ao rejeitar a autocrítica e ao não criticar os petistas que se tornaram corruptos. A denúncia-acusação da Operação Lava Jato “não é delirante"

O autor é o experimentado jornalista Joaquim Ferreira dos Santos, biógrafo de Leila Diniz e Antônio Maria

Uma História de Orgulho e Vergonha” (Objetiva, 391 páginas), de Roberta Paduan, informa que a corrupção na Petrobrás tornou-se forte no governo Sarney, acelerou no governo Collor e se tornou sistêmica nos governos do PT. No governo de Collor, funcionários graduados lutaram, vencendo algumas vezes, contra os corruptos. O livro relata que o goiano Delúbio Soares queria assumir a presidência do BNDES, mas Lula da Silva, presidente, disse que estava “querendo algo maior que ele”.
O livro mostra que o governo de Fernando Henrique Cardoso modernizou a Petrobrás, com uma gestão moderna e arrojada, atenta ao que se fazia no mundo. Os próprios funcionários da empresa dizem que Henri Philippe Reichstul fez um trabalho competente de modernização e inserção da Petrobrás no mercado externo. Não se pense, porém, que o livro faz uma defesa do tucanato. Não faz, não. É apenas honesto e muito bem feito.
A história do geólogo americano Walter Link, que contribuiu de maneira decisiva para o desenvolvimento da Petrobrás, merecia um livro à parte.
“Link contratou a Universidade Stanford, da Califórnia, para desenvolver um curso de pós-graduação em geologia de petróleo para os engenheiros da companhia. Ele teria um ano e meio de duração e seria dado em período integral, ministrado totalmente em inglês. A primeira turma começou em 1957. Link também determinou que vários funcionários da estatal fossem estudar em universidades americanas, mas só nas mais reputadas e mais rígidas”, relata Roberta Paduan.
Link acabou saindo do Brasil praticamente expulso porque elaborou um projeto estratégico — que, depois, se revelou profético — para o setor de petróleo que foi condenado pelos nacionalistas e pela esquerda, que, a rigor, não entendiam nada do assunto.
As universidades brasileiras só abriram cursos de geologia em 1957.

Depois de posse, em 1º de janeiro, aí, sim, os eleitos poderão ser chamados de novos prefeitos

Philip Roth, Milan Kundera, Joyce Carol Oates, Ian McEwan, Martin Amis, Don DeLillo e Cormac McCarthy não têm chance alguma. Eu escolheria qualquer um deles de olhos fechados

Um jornalista disse que ofereceram 250 mil dólares para a revista da Editora Abril publicar reportagem garantindo que o peemedebista era o “ministro das boas notícias”. Duas matérias de fato sugeriram que o goiano era um gestor de qualidade

Livro sobre Roberto Civita, o criador das revistas “Quatro Rodas”, “Veja” e “Exame” e dono da Editora Abril, garante que o dono da revista “CartaCapital” não se demitiu e que a CEF não emprestou dinheiro ao grupo

Leitores não teriam aprovado o novo design gráfico do jornal

[caption id="attachment_76604" align="aligncenter" width="620"] Roberto Kalil e Julio César Saucedo: médicos garantem que houve fatalidade, e não erro médico, na morte de Roberto Civita[/caption]
Em 2013, levando uma vida agitada e sedentária, Roberto Civita, seu corpo, começa a “falhar”. Havia fumado cachimbo por mais de 50 anos, sem tragar. Na biografia “Roberto Civita: O Dono da Banca — A Vida e as Ideias do Editor da Veja e da Abril” (Companhia das Letras, 534 páginas), o jornalista Carlos Maranhão relata que, “em 1994, com diagnóstico de obstrução na artéria coronária, ele se submeteu a uma angioplastia na Cleveland Clinic”.
Em 2010, a mulher de Roberto Civita, Maria Antonia Magalhães Civita, conversou com o cardiologista Roberto Kalil Filho, do Hospital Sírio-Libanês, e expôs a situação física do marido. Em seguida, no seu sítio, a perna esquerda do empresário começou a inchar. “Ele tivera um embolia pulmonar”, constatou Kalil, possivelmente em decorrência de voos longos entre China, Europa e Brasil. Passou a tomar anticoagulantes. Depois, em 2011, “sofreu uma nova trombose venosa na perna”.
Em 2012, depois de uma pneumonia, Kalil descobriu “uma obstrução de 90% na principal artéria do coração, a artéria descendente inferior, como consequência de uma alta taxa de LDL, o chamado mau colesterol”. O médico Pedro Leme fez um bem-sucedido cateterismo. O urologista Miguel Srougi descobriu um problema na próstata e Roberto Civita foi operado nos Estados Unidos.
Ainda em 2012, Kalil descobriu um aneurisma da aorta abdominal. Quando Roberto Civita estava internado, o ex-presidente Lula da Silva o visitou. O publisher da “Veja” admitiu para o petista-chefe que a capa na qual um de seus filhos é apresentado como “O Ronaldinho de Lula” foi excessiva e, por isso, a reportagem não deveria ter sido publicada. “Deixei sair porque não veto matérias.”
Com o aumento da dilatação da aorta abdominal, Roberto Civita volta a Nova York em busca de apoio médico. Ao voltar ao Brasil, procura Kalil, que sugeriu a colocação de um stent e o nome do médico paraguaio Julio César Saucedo Mariño. O especialista “foi escolhido para colocar a prótese via endovascular, a endoprótese. Ou seja, através da virilha”.
Maria Antonia, sempre atenta à saúde do marido, perguntou a Julio Saucedo: “Doutor, qual é o risco de fatalidade?” O médico respondeu: “Dois por cento”.
Para a mulher, mostrando tranquilidade, Roberto Civita disse: “Vivi bem, comi bem, viajei bem e para mim o trabalho sempre foi uma diversão. Acha que quero ficar velho sem poder fazer o que gosto?”
Feita a cirurgia, de repente, Kalil gritou: “Segurem o elevador!” Roberto Civita foi levado novamente para o centro cirúrgico, às pressas. “A distância era um andar, mas achei que ele não chegaria vivo”, afirma o médico. “A hemoglobina estava caindo, em um sinal de sangramento. Ocorrera a pior hipótese: o rompimento da aorta”, assinala Carlos Maranhão. “Era uma aorta muito doente”, diz Kalil. “No movimento de pressão para colocar a prótese, a aorta não resistiu.”
Carlos Maranhão conta que “a hemorragia foi muito grande. Roberto” tomou “vinte livros de sangue”. “Sua imunidade caiu a níveis críticos. Haveria na sequência perda de irrigação sanguínea nos rins, no estômago, no intestino e nas pernas. Nas semanas posteriores, os dedos das mãos e dos pés começariam a gangrenar. Ele seria submetido a mais duas cirurgias para a retirada das partes dos órgãos que haviam morrido. Antibióticos poderosos, em altas doses, lesariam seu nervo auditivo. O fato de ser alérgico a antibióticos contribuiu para o agravamento do quadro clínico. Àquela altura, caso se recuperasse, ficaria em cadeira de rodas.”
Em 26 de maio de 2013, Roberto Civita morreu. Giancarlo Civita e Victor Civita Neto, filhos do empresário, “afirmam que não tiveram como saber se houve erro médico. Maria Antonia não atribuiu a morte do marido a qualquer falha no diagnóstico ou nas cirurgias”. “Não houve erro, houve a fatalidade, dentro do risco do procedimento, conhecido pela família e pelo paciente, devidamente explicado e reexplicado”, sustenta Kalil. “A palavra é essa, fatalidade”, corrobora Julio Saucedo.

[caption id="attachment_76606" align="alignleft" width="282"] João de Deus “atendeu” Roberto Civita, no Hospital Sírio-Libanês, e ganhou uma capa da revista “Veja”[/caption]
Leitores da “Veja” foram pegos de surpresa com a capa da edição nº 2485, de 6 de julho de 2016: “Exclusivo — A luta de João de Deus contra o câncer”. O subtítulo acrescenta: “‘Veja’ acompanhou durante seis meses como o médium mais famoso do Brasil enfrentou um tipo agressivo de tumor no estômago”. De feição laica, a revista trata com ironia médiuns e profetas. No entanto, as dez páginas tratam João de Deus praticamente como o “papa do espiritismo”. A reportagem de Adriana Dias Lopes é respeitosa, como deve ser mesmo, mas o enfoque não parece ser o da “Veja”. É muito a favor, quando seu lema parece ser “somos do contra”.
Na verdade, há uma explicação para contenção da revista, quase sempre “enfant terrible”. A biografia “Roberto Civita: O Dono da Banca — A Vida e as Ideias do Editor da Veja e da Abril” (Companhia das Letras, 534 páginas), de Carlos Maranhão, revela que, quando o criador das revistas “Veja” e “Exame” estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em estado grave [leia texto nesta edição], sua família convocou o médium goiano João Teixeira de Faria, o João de Deus.
João de Deus é um espécie de guru espiritual de Lula da Silva, de Dilma Rousseff e do cardiologista Roberto Kalil, do Sírio-Libanês. “Na segunda-feira, 22 de maio [de 2013], quando o médium chegou ao hospital, Roberta lhe falou” de um “pressentimento” sobre o pai, Roberto Civita. O médium disse que Roberta, “seus irmãos [Giancarlo e Victor Civita] e Maria Antonia [mulher de Roberto Civita] deveriam ir a Abadiânia. Recomendou que se vestissem de branco. Titti [Victor] não aceitou o convite. Lá, na quarta-feira, João de Deus levou Roberta para sua sala, onde ficaria sozinha, com uma instrução: ‘Pense muito, pense no seu pai’. Ela fechou os olhos, concentrou-se e nesse momento, segundo afirmaria, teve a visão do pai em Nova York. Ficaria lá até sábado, quando voltou a São Paulo, chorando durante toda a viagem. João de Deus também regressou ao hospital e convocou a família para se reunir no apartamento às oito da noite do domingo, 26 de maio de 2013. Uma hora e quarenta minutos depois, ao fim de 140 dias de internação, Roberto Civita morreu”.

A biografia “Roberto Civita: O Dono da Banca — A Vida e as Ideias do Editor da Veja e da Abril” (Companhia das Letras, 534 páginas), de Carlos Maranhão, menciona o governador de Goiás, Marconi Perillo, na página 268. Roberto Civita convidou Marconi Perillo para almoçar, na Editora Abril. O tucano-chefe “revelou que pensava em implantar um cinturão verde em torno” de Goiânia, capital do Estado de Goiás. Com suas maneiras incisivas, o empresário sugeriu: “Você irá fazer o seguinte. Ao sair daqui, pegue seu avião e não vá para Goiânia. Desça em Brasília e mande o motorista levá-lo direto à embaixada dos Estados Unidos. Procure o embaixador e diga que você quer saber tudo sobre o cinturão verde de Washington”. O editor-empresário só convidava para almoços políticos, empresários, economistas, publicitários, jornalistas que tinham alguma contribuição para melhorar o país.