Opção cultural

Encontramos 4848 resultados
Prêmio Literário Máquina de Contos abre inscrições para sua terceira edição

Três autores inéditos ganharão um prêmio de R$ 2 mil e farão parte de um livro que trará ainda os contos que receberam menção honrosa

Camélia era a senha dos abolicionistas

A rosa, classifico-a como romântica. Além do aspecto literário, essa flor também carrega a significação romântica tão conhecida por nós, relacionada ao amor entre as pessoas

Uma viagem ao plano extraterrestre

Romance infantojuvenil de Silas Corrêa Leite conta a aventura de um jovem marginalizado no mundo da ficção científica

“Hotel Portofino”, de J. P. O’Connell: amor e intrigas em uma região paradisíaca da Itália

Romance é ambientado na atmosfera glamourosa dos anos 1920, quando começavam a surgir as nuvens escuras da ameaça do regime totalitário de Mussolini

O inovador e bilionário furacão Elon Musk (4ª parte)

O empresário sul-africano teve um divórcio complicado com a escritora Justine Musk e fez sucesso com a Tesla e a SpaceX

Risos rotos que ocultam abismos

Montaigne diz que “é preciso romper com quaisquer obrigações imperativas”. Para ele, “a coisa mais importante do mundo é saber nos pertencer”

David Cronenberg: entre corpos, máquinas e metamorfoses

Stereo é uma pequena mostra de temas que viriam a ser presentes na filmografia de Cronenberg, como as transformações, o sexo, a violência, a tecnologia e a relação entre corpos

A biblioteca no pátio da escola: de como, sendo criança, a leitura flui e inunda o coração que lê

Ler é bom, mas o gosto pessoal e a vontade devem ser estimulados por um ambiente que chama e convida: “Venha, a biblioteca no meio do pátio da escola, te espera”

Programa de leitura de 2023 de escritores e intelectuais, como Lêda Selma e Cintia Moscovich

A lista inclui livros indicados por Gilberto Mendonça Teles, Ademir Luiz, Irapuan Costa Junior, Ademir Luiz, Carlos Willian, Martha Batalha, Raquel Naveira, Itaney Campos

Criança-borboleta: construção da identidade de gênero começa na infância

Bullying, apoio familiar e aceitação são alguns dos temas ensinados aos pequenos leitores pelo autor francês Marc Majewski no lançamento da VR Editora

O inovador e bilionário furacão Elon Musk (3ª parte)

Empresas movidas à inovação e muito trabalho

Salatiel Soares Correia

Especial para o Jornal Opção

Os 28 mil dólares que o engenheiro Errol Musk doara aos filhos — Elon e Kimbal — para que constituíssem uma pequena empresa (a Zip2) multiplicaram-se graças ao talento de Elon, nos primeiros milhões de dólares ganhos pelo homem que seria, brevemente, um dos mais ricos do mundo. Ashlee Vance, autor do livro “Elon Musk — Como o CEO Bilionário da Spacex e da Tesla Está Moldando Nosso Futuro” (Intrínseca, 400 páginas, tradução de Bruno Casotti), relata, precisamente, a modesta entrada dessa microempresa no rico Vale do Silício. Vejamos o que diz o autor a respeito do batismo de fogo dos irmãos Musk no mercado mais competitivo do mundo.

Passado certo tempo e devido à boa administração de Elon e de seu coadjuvante irmão Kimbal da Zip2, eles já poderiam ser considerados, após a sua venda, os novos milionários do Vale do Silício. A Compaq Computer pagou 305 milhões de dólares pela empresa da qual Elon era um dos acionistas (ele recebeu 22 milhões de dólares e Kimbal 15 milhões de dólares).

Livro conta a história de Elon Musk, o segundo homem mais rico do mundo | Foto: Jornal Opção

A venda da empresa PayPal para o Ebay, por 1,5 bilhão de dólares, fez de Elon, um dos sócios da PayPal, um homem mais rico ainda (recebeu 165 milhões de dólares pela transação). E, com foco nos seus objetivos, ele decidiu investir a quantia de 100 milhões de dólares em um dos projetos que estabelecera como escopo para sua vida: construir foguetes para explorar o espaço e possibilitar algo muitíssimo seleto no mercado mundial: o lançamento de satélites.

Para isso, todavia, era necessário mudar para uma nova ambiência composta de engenheiros de alto nível com reconhecida experiência na construção de foguetes. A Califórnia, especificamente na cidade de Los Angeles, tinha a maior concentração de profissionais com reconhecida expertise na área aeroespacial. Estar em Los Angeles significaria, para Elon, ficar cercado pelos maiores pensadores da indústria aeronáutica do mundo. Por essa razão, ele se mudou para lá, fixando sua nova residência em busca de vencer mais um desafio na sua vida de sucesso como empreendedor.

Com tal perspectiva e centrado em seus objetivos, o filho do engenheiro Errol Musk sabia que necessitava relacionar-se com as pessoas certas. Isso aconteceu no momento que um influente grupo sem fins lucrativos, chamado Mars Society, arrecadava fundos para um jantar a 500 dólares o convite. Tornar-se conhecido pelos membros dessa sociedade era importante para os objetivos de Musk. Afinal, essa instituição se dedicava à exploração e à colonização do planeta vermelho.

“Ele nos deu um cheque de 5 mil dólares e isso chamou a atenção de todo mundo”, disse o líder do grupo Robert Zubrin. Não demorou muito para que o dono da Tesla fosse convidado para integrar o quadro dessa associação, que logo o nomeou um de seus diretores.

Elon Musk e o automóvel elétrico da Tesla | Foto: Reprodução

Elon é um homem capaz de transformar seus sonhos em realidade. Para isso, empreendeu uma verdadeira caça a talentos na Califórnia, sendo bem-sucedido na empreitada. Juntou-se a fome com a vontade de comer. De um lado, o filho do engenheiro Errol Musk reuniu em torno de si os melhores talentos aeronáuticos do mundo na construção de foguetes; de outro, conquistou o respeito de inúmeros especialistas que há muito esperavam por um empreendedor com as características dele: endinheirado e com disposição para investir cifras milionárias para realizar seu sonho.

Tudo isso foi decisivo para a constituição da empresa que, em pouco tempo, levaria o irmão de Kimbal a integrar o seleto clube dos bilionários do mundo. A empresa Espaço X proporcionaria que um grande sonho de Elon se tornasse realidade. Posto isso, falemos um pouco dela.

Espaço X e o estilo Elon Musk de ser

Musk estava sentado na fila, entre eles, digitando em seu computador. “Pensamos: maldito nerd. O que ele pode estar fazendo agora?” Foi quando Musk se virou para trás e mostrou uma planilha que havia criado e disse: “Ei, pessoal, acho que podemos nós mesmos construir esse foguete”.

Foi exatamente assim que o proprietário da Espaço X decidiu romper uma relação com os russos no tocante à construção de foguetes. A partir daquele momento, a inovadora empresa de Elon Musk apostaria em algo que muitos, no primeiro momento, duvidaram: de que a empresa poderia romper essa dependência e construir ela mesma o produto que almejava oferecer ao mercado. O estilo Elon Musk de ser mais se parecia com um general que recruta talentos do que um CEO à moda do principal acionista do Facebook, Mark Zuckerberg.

Jim Cantrell: interessado no transporte espacial | Foto: Reprodução

O “pessoal” ao qual Elon Musk comunicou sua decisão consistia-se em dois dos mais qualificados profissionais do setor aeroespacial dos Estados Unidos. Um deles era o engenheiro mecânico Jim Cantrell, cofundador de uma conceituada empresa voltada para o transporte espacial. Jim Catrell era o homem indicado para assessorar Elon Musk em assuntos extremamente técnicos; o outro acompanhante era o experiente engenheiro aeroespacial Michael Griffin, que ostenta um currículo espetacular. Além de ser graduado em engenharia espacial, Michael Griffin é graduado em engenharia elétrica, bem como fez graduação nos seguintes ramos da engenharia: aeroespacial e física.

Michael Griffin fez pós-graduação em universidades do primeiro nível nos Estados Unidos. Ele foi, posteriormente, trabalhar na Espaço X, sendo nomeado diretor da Nasa. Para ele, o olho clínico do fundador da Espaço X sabia qual seria o cargo certo para o homem certo: Michael Griffin foi nomeado, por Musk, pensador-chefe para assuntos espaciais.

Michael Griffin: engenheiro

Se estendermo-nos para outros colaboradores do proprietário da Espaço X, depararemos com profissionais brilhantes que sempre circularam nos mais elevados níveis das ciências espaciais.

A razão do sucesso de Elon Musk resulta da combinação de uma série de fatores que se articulam, dessa forma, conjugando excepcionais esforços sinérgicos de profissionais altamente qualificados em torno dos objetivos aos quais se deseja atingir.

Creio que a melhor maneira de definir o sucesso das empresas de Musk nos foi dada pelo autor de sua biografia. Para isso, ele cita as orientações do dono da Espaço X no tocante ao planejamento de uma viagem a Marte. Descreve seu biógrafo o modo Musk de ser para realizar esse trabalho: “Esse era Musk, o otimista lógico e ingênuo, calculando quanto tempo as pessoas deveriam levar fisicamente para realizar todo esse trabalho. É o parâmetro que ele assume para si próprio e espera que cada um de seus funcionários, com suas fraquezas humanas, lute incessantemente para atingir”.

Quanto a isso podem estar certos: por um lado, o chefe estará pronto para lhe demitir se você não atingir os objetivos; por outro lado, esse mesmo chefe estará pronto para lhe premiar pelos esforços que você fez para que os objetivos fossem atingidos. Resumindo: não existe meio-termo na relação patrão-empregado nas empresas deste notável empreendedor sul-africano. Das duas, uma: ou se ama ou se detesta Elon Musk.

Por fim, deixemos que o biógrafo de Elon explicite aquela que, talvez, seja a melhor avaliação a respeito do estilo Musk de ser: “A vida com Elon é como a de um casal que tem muita intimidade. Ele pode ser gentil e leal e, em seguida, realmente, duro com os outros desnecessariamente”.

Elon Musk: fortemente interessado em transporte espacial | Foto: Reprodução

40 bilhões de dólares: os carros elétricos da Tesla

O brilhante engenheiro eletrônico Harold Rose, ganhador da disputada medalha Alexander Graham Bell, convidou o estudante de mestrado da Universidade de Stanford J. B. Straubel, de notório saber na área de energia, para, juntos, irem a um almoço, em um restaurante de frutos do mar bem próximo à empresa, com um convidado já muito famoso nos Estados Unidos e no resto do mundo, uma espécie de lenda. O convidado era Elon Musk. A missão de Straubel seria ajudar Rose a convencer o ilustre convidado bilionário a aplicar recursos num projeto para o qual ele procurava investidores.

No restaurante, durante o almoço, regado a um bom vinho, Rose abriu seu laptop e mostrou um projeto para Elon sobre um avião movido a eletricidade. Musk não se interessou pelo projeto. Straubel, não querendo perder a oportunidade de estar com alguém tão difícil de encontrar, repetiu a ação de Rose: abriu seu laptop e colocou um projeto na tela, bem em frente aos olhos de Musk. O ainda não dono da Tesla, após uma breve inspeção, percebeu não só a grandeza de um produto destinado a uma classe de consumidores de alto poder aquisitivo, como, também, enxergou a magnitude da novidade que o projeto trazia. Musk tinha nas mãos o projeto inédito de baterias para carro elétrico, que ele havia imaginado nos tempos da Universidade da Pensilvânia. O pulo do gato não imaginado por Musk se encontrava nos ultracapacitores que Straubel substituíra por algo muito mais prático: a bateria de íons de lítio. Embora conhecesse essa tecnologia, Musk não imaginava o enorme progresso que essa tecnologia teria ao longo dos anos.

J. B. Straubel: especialista em energia formado por Stanford | Foto: Reprodução

A partir daquele encontro, o bilionário sul-africano, que sabia aliar como ninguém a potencialidade do produto ao mercado, apoiou de imediato o projeto de desenvolvimento das baterias de lítio. Nascia, assim, o embrião de um dos maiores sucessos do império Musk: o carro elétrico Tesla, um negócio de 40 bilhões de dólares.

A grandiosidade do projeto em si contou com a participação de dois outros brilhantes engenheiros, Martin Eberhard e Marc Tarpenning. Estes, na verdade, foram originalmente os fundadores da empresa Tesla. De início, a empresa não dispunha de capital para investir no seu crescimento. Essa realidade mudou completamente quando Martin e Marc convenceram um determinado investidor da grandiosidade do projeto. Deu certo. O empresário Elon Musk se tornou o maior acionista e presidente daquela empresa.

Straubel, que trabalhou diretamente no desenvolvimento das baterias de lítio, chegou a ser diretor-técnico da empresa, houve participação direta dos cofundadores, também engenheiros de reconhecida competência.

Martin Eberhard e Marc Tarpenning, da Tesla | Foto: Reprodução

Atualmente, o gigantismo da Tesla é absolutamente impressionante. Só para se ter uma ideia da dimensão do negócio, veja-se: a empresa tem aproximadamente 100 mil funcionários. Além disso, a receita prevista para o próximo trimestre é de 22 bilhões de dólares.

Tretas e o aceite dos funcionários e clientes

O desenvolvimento de um carro completamente movido a eletricidade exige trabalhar com alta tecnologia e onde tem tecnologia de ponta, milita aquele tipo de trabalhador o qual grande pensador Peter Drucker nos aponta em seus escritos: o do conhecimento. Daí, egos inflados provocam fogueiras de vaidades. Esse foi o caso das divergências profissionais entre o presidente da Tesla, Elon Musk, e o diretor-fundador da empresa, o engenheiro Martin Eberhard. O estopim da discórdia envolveu o projeto do produto de maior sucesso da Tesla: o Roadster. Só para se ter uma ideia, o projeto previa, no plano de negócios, elaborado em 2004, que a empresa dispenderia a quantia de 25 milhões dólares. Entretanto a realidade foi outra: a empresa gastou cerca de 149 milhões de dólares. Com essa informação na mão, Musk culpou o engenheiro Martin Eberhard, que era o então diretor da empresa. Elon, na condição de principal acionista, venceu a luta pelo poder. Resultado: o engenheiro Martin Eberhard foi demitido da empresa.

Elon assumiu o comando do desafio de concluir um produto que gerou adiantamentos consideráveis à Tesla por parte dos clientes, que não recebiam o produto nos prazos estabelecidos. Na absoluta liderança do negócio, Elon admitiu ao “Jornal do Vale do Silício” a verdade, o problema e a solução para ele. São suas palavras: “A Tesla tem problemas operacionais que precisam ser resolvidos, e se o conselho acreditasse que havia alguma maneira de Martin poder fazer parte da solução, ele ainda seria um funcionário da empresa”.

No comando absoluto do processo da crise, Elon mostrou seu estilo aos seus comandados, como relatou o ex-executivo do PayPal, Vince Sollitto, num grande salão de exposições no qual Elon Musk estava presente: “De jaqueta de couro e calças informais, Musk começou a falar sobre as propriedades do motor e, em seguida, fez uma performance digna de um levantador de peso, erguendo a peça de metal de quase cinquenta quilos”. Em seguida, conclui a testemunha com olhos de admiração: “Ele pegou aquela coisa e segurou entre as duas mãos, segurou-a tremendo, e gotas de suor se formaram em sua testa. Não era bem uma exibição de força, mas demonstração física da beleza do produto”.

A cena descreveu o momento em que o dono da Tesla levantava no ar seu produto, ela se constituiu na energia exata para a motivação dos funcionários e a confiança necessária dos clientes. Desde então, uma série de revesses pessoais e profissionais ele teve de enfrentar antes de chegar ao paraíso. Para chegar lá, Elon Musk precisou passar uma longa estada no purgatório. É desse purgatório que falaremos na quarta parte desta resenha-ensaio.

Salatiel Soares Correia é engenheiro, administrador de Empresas, mestre em Energia pela Unicamp, é autor de sete livros. Entre outros, “A Energia na Região do Agronegócio”. É colaborador do Jornal Opção.

https://jornalopcao.com.br/opcao-cultural/o-inovador-e-bilionario-furacao-elon-musk-2a-parte-454390/

Morre o poeta Claudio Willer, tradutor de Lautréamont, Artaud e Kerouac

O tradutor e ensaísta tinha 82 anos. Ele traduziu a poesia de Allen Ginsberg e era um crítico literário dos mais atentos

Somos quem somos, ainda que por meros instantes

Ao não representar uma história de maneira convencional, We Are Who We Are tem seu grande trunfo na maneira como as narrativas são diluídas ao longo dos episódios

Comuna das Almas

Comuna das Almas que o Rio lambe em segredos madrigais, quando evapora seu hálito glacial e invade-nos as dependências com seus eflúvios e assombros

Para marcar os 40 anos da geração do mimeógrafo

Coletânea reconstitui os primeiros passos da criação do grupo Picaré e traz depoimentos e poemas dos participantes