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Por que, quando se escreve sobre o presidente do Supremo Tribunal Federal, jornalistas avaliam como importante dizer que é negro? Nenhum escreve que o ministro Ricardo Lewandowski é branco. Mas a verdadeira discussão deve centrar-se na questão: o ministro julga de modo competente e com seriedade? Barbosa, além da eficiência, é um magistrado íntegro.
Barbosa decidiu processar o jornalista Ricardo Noblat, que teria cometido crimes de racismo, injúria e difamação num artigo publicado no jornal “O Globo” — “Quem o ministro Joaquim Barbosa pensa que é?”. O colunista do jornal carioca teria atacado a honra do magistrado.Noblat, além de fazer referência ao fato de Barbosa ter sido indicado pelo ex-presidente Lula da Silva, do PT, escreveu “que, para entendê-lo, é necessário acrescentar ‘a sua cor’”. “Joaquim foi descoberto por um caça-talentos de Lula, incumbido de caçar um jurista talentoso e... negro”, anota o colunista.
Há mesmo racismo no que escreveu Noblat? Só se muito sutil. Referir-se a uma pessoa como negra não é, por si, racismo. É óbvio que Barbosa não foi escolhido ministro apenas por ser negro, pois seu conhecimento jurídico é notório, mas a cor, a se julgar pelo que saiu em jornais e revistas, teve certo peso para Lula indicá-lo. Lula teria sido racista, um racismo às avessas? Por certo, não.
Dizer que, para entender Barbosa, é preciso levar em consideração “a sua cor” é forçar a barra, mas talvez não seja exatamente racista. A conduta do ministro no Supremo não tem nada a ver com sua cor, exceto se decência e competência forem atributos exclusivos dos negros.
O risco da judicialização da vida pública é que qualquer coisa pode se tornar crime. Uma palavra mal colocada, uma mão mais pesada, digamos, acaba sendo avaliada como racismo, quando às vezes não é. Uma opinião ligeira, típica das que se pode formular na democracia, às vezes como um charuto é apenas um charuto e não um símbolo fálico, não significa necessariamente que se é racista. Até onde se sabe, Noblat não tem conduta de racista. No lugar do processo puro e simples, uma medida punitiva por antecipação, cabia, muito mais, uma interpelação, com uma solicitação de esclarecimento. Falta fair play no país que está tentando copiar hábitos dos Estados Unidos? Quem sabe...

[caption id="attachment_655" align="alignleft" width="300"] “De Mandelstam Para Stálin”, de Robert Littell, é um romance esplêndido sobre a luta de um poeta contra o totalitarismo stalinista[/caption]
O poeta russo Óssip Mandelstam escreveu um poema sobre Stálin, no qual chamava-o de assassino e de ter bigodes de barata, e acabou preso na Lubianka e, depois, no Gulag (campo de concentração e trabalhos forçados). “Em outubro de 1938, sem medicamentos e sem cuidados adequados, o poeta russo Óssip Mandelstam morreu em Vtoraya Rechka, paranoico e delirante”, conta a historiadora Anne Applebaum no livro “Gulag — Uma História dos Campos de Prisioneiros Soviéticos” (Ediouro, 749 páginas), digno “sucessor” do “Arquipélago Gulag”, do escritor Alexander Soljenítsyn. No conto “Licor de Cereja”, Varlam Shalamov relata os últimos dias do homem que desafiou o ditador: “Ele já não ficava de olho na ponta do pão [a mais comestível], nem chorava quando não a conseguia. Já não enfiava o pão na boca com dedos trêmulos”. O assassino intelectual de Trotski conseguiu o que planejou: destruiu física e mentalmente um dos poucos homens que, mesmo sabendo dos riscos, teve coragem de enfrentá-lo publicamente. A poesia de Mandelstam tem sido editada no Brasil e, sobretudo, em Portugal. Para conhecê-lo, é fundamental a leitura de “Contra Toda Esperança”, as memórias de sua mulher, Nadejda Iákovlevna Mandelstam. A maioria de seus poemas foi decorada por Nadejda e posteriormente, com a “morte” do stalinismo, publicada. Ela sabia literalmente todos os poemas de cor. Quem não tem acesso à obra-prima de Nadejda pode consultar o recém-lançado “De Mandelstam Para Stálin — Um Epigrama Trágico” (Record, 375 páginas, tradução de Mauro Gama; o poeta e crítico Marco Lucchesi revisou a tradução e traduziu trechos de alguns poemas), de Robert Littell.
“De Mandelstam Para Stálin” é um livro esplêndido. Deve ser lido como literatura, mas tendo em vista que conta uma história trágica que efetivamente aconteceu. É uma história sobre a perversidade sem limites do stalinismo. Nem tudo é verdade neste romance apaixonante (que deve ser lido pelo menos por todos os poetas). O que não é verdadeiro é o instrumento adequado para torná-lo ainda mais real, para fixar a verdade. O que é inventado é tão real quanto o real. Como o stalinismo roubou, sonegou ou escondeu a história de Mandelstam só resta mesmo pedir socorro à imaginação para recuperar as (amplas) partes perdidas.
É uma história com começo, meio e fim, um romance histórico (quase) tradicional, mas os capítulos podem ser lidos separadamente. Mandelstam tinha um método singular de bolar seus poemas. Articulava-os no cérebro, fumando intensamente, e em seguida, sem escrevê-los, declamava-os para amigos, sobretudo poetas. “Seus lábios trabalhavam, palavras e depois frases se formavam. Eu quase podia ouvir o poema batendo como um punho sobre a janela”, conta Nadejda. Ele o chamou de “O epigrama de Stálin” e leu-o em primeira mão para Nadejda, uma de suas musas inspiradoras e sua grande paixão, e para a amante Zinaida Záitseva-Antónova, atriz belíssima. Mandelstam, Nadejda e Zinaida eram adeptos do ménage à trois.
O poema, de 1934: “Surdos na terra que pisamos nós vivemos./A dez passos de nós, quem ouve o que dizemos?//O alpinista do Kremlin eu ouço há meses:/É um assassino massacrando os camponeses.//Os dedos gordos como larvas mela/E, em chumbo, cai-lhe o verbo de sua goela.//Torto nos vê o bigode de barata./E a bota que no brilho se remata.//Em torno a choldra de pescoço ralo/E de semi-homens baba, em seu badalo.//Nitre, ronrona, gane/Se ele lhe palre, ou as mãos abane.//Um a um forjando leis, arremessadas/Ferraduras na testa, olho, beiradas.//E matar sempre é benfeito/Para esse osseta de peito”. Um poema devastador, sem dúvida, a se considerar que a União Soviética vivia sob uma ditadura totalitária. O humorista Millôr Fernandes escreveu que, quando o senador José Sarney escreve, a língua portuguesa grita de dor. Nada aconteceu a Millôr. É a diferença entre democracia e regime totalitário.
Nadejda decorou o poema, mas Zinaida pediu para Mandelstam anotá-lo, pois também queria aprendê-lo, mas acabou por denunciá-lo. Depois, Mandelstam leu-o para Boris Pasternak, seu amigo e protetor. Pasternak ouviu tudo calado, “o rosto enterrado em suas enormes mãos”.
“Você está cometendo suicídio. (...) Não imaginei que faria (...) uma coisa tão insana”, adomoestou Pasternak. “O que a Rússia precisa é de mais insanidade e de menos bom senso”, replicou Mandelstam.
Pasternak tentou sugerir lógica ao amigo: “Se você estiver falando sério sobre derrubar Stálin, participe da luta política a longo prazo”. Mandelstam contestou-o: “Minha personalidade é incapaz de lidar com a luta política. Sou impaciente demais para a estratégia. Tenho apenas o temperamento para a tática. Sou levado pelo gesto. E acredito no poder da poesia para mover as montanhas, juntamente com o montanhista do Kremlin”.
Ao perceber que Mandelstam não o ouvia, Pasternak pediu que mudasse o poema, que o tornasse “velado, ambíguo” e falasse no geral, não especificamente sobre Stálin. A reação de Mandelstam: “Eu cansei de ser evasivo, Boris. É preciso escrever um poema que revele o mal de Stálin de maneira que qualquer mentecapto possa compreendê-lo. Se não agora, será quando? Se não for eu, quem há de ser?”
Mesmo assim, Pasternak propôs uma mudança: “Reescrever a segunda estrofe. O trecho sobre assassino e sobre massacrar camponeses é perigosamente direto”.
Apavorado, por entender que o amigo talentoso seria destruído pela máquina devoradora do stalinismo, Pasternak ligou para a poeta Anna Akhmátova, amiga de Mandelstam, e pediu apoio para contê-lo. Ao visitar os Mandelstam, Akhmátova lastimou: “O poeta inglês Eliot [T. S. Eliot nasceu nos Estados Unidos, mas é conhecido como poeta inglês], em seu ‘A Terra Desolada’, afirmou ter escorado sua ruína com fragmentos, mas os seus fragmentos causarão a sua ruína”.
Talvez para diminuir a coragem suicida de Mandelstam, Akhmátova disse que o poema não era bom (o que não importa tanto hoje, pois os críticos literários e historiadores enfatizam a coragem do autor, seu poder de síntese ao definir o sistema totalitário e seu principal agente): “Pondo de lado sua audácia, não acho que seja um bom poema, não. Para meu ouvido, não parece nem ser um poema. Você não estava escutando a música das palavras quando o compôs. Tinha alguma coisa na cabeça. É polêmico, feito para ser compreendido como um argumento político. Não é algo que incluirá em sua antologia, se e quando ela for publicada”. O contra-argumento de Mandelstam: “É um poema que diz a verdade, que não se vale de evasivas. É um poema purificador, que pode apagar o passado e dar vida nova, de modo que a Rússia possa recomeçar outra vez”.
A poeta chamou-o à razão: “Se ele se tornar conhecido, você morrerá”. Akhmátova estava certa: Mandelstam foi preso, torturado e, em seguida, deixado num campo de prisioneiros para morrer de fome e de falta de esperança. Felizmente, Nadejda, uma mulher extraordinária, preservou seus poemas, ao decorá-los, e nos contou sua história de luta contra o tirano. Os poemas se tornaram os grandes sobreviventes e sua história mostra quem, afinal, era gigante, Mandelstam, e quem era anão, Stálin.
“Os resultados são incríveis, se se tem em conta a concepção de mundo dos nazistas. A raça e o sangue tinham um papel fundamental. A preocupação de Hitler por suas origens [como se quisesse escondê-las] estava justificada. As análises demonstram que ele tampouco era um ariano puro”, diz Decorte.
“Não é a primeira vez que os historiadores sugerem que Hitler tinha ascendência judia. Acredita-se que seu pai, Alois, era filho ilegítimo de uma relação entre Maria Schickegruber e Frankenberger, um jovem judeu de 19 anos”, relata “El Mundo”.

[caption id="attachment_651" align="alignleft" width="620"] Porto Seco de Anápolis: auxílio alemão será importante para modais logísticos | Foto: Fernando leite/Jornal Opção[/caption]
Na última semana, representantes de Goiás e da Alemanha se encontraram na Embaixada Germânica em Brasília. Entre os presentes estava o presidente do Senado alemão, Stephan Weil, além de vários integrantes de instituições goianas, como o coordenador técnico da Fieg, Wellington da Silva, e representantes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Goiás (Acieg), entre outros. O objetivo da reunião com os alemães foi analisar as perspectivas da economia goiana para 2014 e verificar quais as possíveis parcerias comerciais com a Alemanha. Contudo, cada instituição se encontrou com integrantes ligados diretamente com seus setores de interesse.
E um dos principais encontros ocorreu entre o diretor do Porto Seco de Anápolis, Edson Tavares, e o diretor da DEWI GmbH, o Instituto Alemão de Energia Eólica, Jens Peter. Tavares julgou ser muito importante a reunião entre eles, uma vez que os alemães são dos melhores do mundo, assim como os norte-americanos, quando o assunto é logística. Segundo ele, os alemães avaliaram a operação do porto seco assim como o andamento do aeroporto de cargas.
“A comitiva alemã se interessou bastante na operação do aeroporto de cargas, assim como naquilo que fazemos no Porto Seco de Anápolis. Nossa intenção foi mostrar a eles o interesse de Goiás em trazer parceiros para ajudar na operação dos nossos modais logísiticos, envolvendo tanto as rodovias como o aeroporto, mas também as ferrovias”, diz ele, fazendo menção à Ferrovia Norte-Sul, que — segundo os governistas de Dilma Rousseff — deve ter o trecho goiano finalizado ainda este ano.
“Os alemães gostaram daquilo que viram, principalmente em se tratando do modal ferroviário. Ficou, inclusive, combinado que eles deverão voltar em breve para apresentar um projeto de operação da ferrovia, o que seria bom, pois eles têm tecnologia para fazer essa execução”, avalia Tavares.
Energia eólica como fonte de abastecimento
A energia eólica é, sem dúvidas, uma das alternativas mais estudadas para baratear a produção de energia, além de criar um método mais limpo de manter ativa a economia do país. Seguindo essa linha de pensamento, Edson Tavares ressalta que já há estudos no Porto Seco de Anápolis visando a instalar essa tecnologia e que os alemães serão de grande auxílio nessa parte. “Eles ficaram de fazer um estudo para estudar a implantação de energia eólica aqui, pois têm grande capacidade tecnológica nessa área. Inclusive deveremos contratar uma empresa alemã para concluir os estudos”, informa o diretor.
[caption id="attachment_647" align="alignleft" width="620"] Antônio Gomide: com tudo na mão para ser o candidato ao governo | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
O prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), deu um passo importante rumo a consolidar sua candidatura ao governo do Estado. Em reunião com a direção nacional do PT em Brasília na quinta-feira, 20, ele recebeu carta-branca para se firmar como nome ao governo, independentemente da decisão a ser tomada pelo PMDB. Porém, ainda pode se ver ameaçado por uma possível candidatura de Iris Rezende. Essa é a leitura que se pode fazer da reunião.
Na avaliação de Gomide, entretanto, o discurso é o mesmo: só deixa a prefeitura anapolina se for para ser candidato. Ele aposta na sua capacidade de crescimento, visto que não é largamente conhecido no Estado. Se subir nas pesquisas, chegará às convenções mais forte do que já está. Mas o tempo é curto, uma vez que, se for se descompatibilizar, deverá fazê-lo até o próximo dia 29, quando o PT se reúne com seus delegados.
É certo que, por orientação nacional, o PT terá que ceder a cabeça de chapa para o PMDB em oito Estados — até agora — e Goiás não está no meio. São eles: Amazonas, que tem o senador Eduardo Braga como nome peemedebista; Sergipe, onde o governador Jackson Barreto (PMDB) tentará a reeleição; em Alagoas, Renan Filho –– filho do presidente do Senado Renan Calheiros –– parece ser o nome que encabeçará a chapa; Pará, onde o cabeça peemedebista deverá ser o ex-prefeito de Ananindeua Helder Barbalho, filho do senador Jader Barbalho; Mato Grosso, onde o candidato do PMDB deverá ser Nelson Trad Filho; e Rondônia, onde Confúcio Moura há de ser confirmado. Já na Paraíba a situação é um pouco mais complexa, uma vez que a então pré-candidata petista Nadja Palitot pode fechar com o peemedebista Veneziano Vital do Rêgo, que também cogita se aliançar com o PSDB em um grande bloco para derrotar o governador Ricardo Coutinho (PSB).
O oitavo Estado é o Tocantins. O discurso petista no Estado ainda é de candidatura própria, mas já mudou um pouco, após a entrada do ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão –– que diz ter carta branca para dialogar com todos os partidos. Ao que consta, Mourão não tem a resistência característica de uma ala do partido para fechar acordo com o PMDB visando as eleições de outubro.
Na reunião com a direção nacional do PT, Antônio Gomide recebeu aval para conduzir conversas em relação às alianças quase livremente. Quando se trata de política partidária, o parceiro imediato do PT seria o PMDB, mas há outros: PCdoB, PPL, PDT e Pros foram siglas procuradas pelo petista para compor aliança, embora PDT e Pros tendam a acertar com o PMDB de Júnior Friboi. Se os dois principais forem juntos, estará formada a aliança. O “quase livremente” dito a Gomide consiste na orientação de não se aliar a três partidos especificamente: PSDB, DEM e PPS. Nenhuma surpresa, uma vez que PT é oposição ao PSDB tanto no Estado quanto no cenário federal. Fora isso, o partido não fecha com os democratas em nenhuma esfera. Há animosidade entre as siglas, sem contar no fato de que o líder do DEM, deputado federal Ronaldo Caiado, deverá participar da chapa majoritária do governador Marconi Perillo (PSDB). E o PPS de Marcos Abrão –– que quase foi PPS de Lúcia Vânia, um dos principais nomes tucanos –– é, ao lado de PSD e PP, a legenda que concede maior apoio a figura de Marconi, além de fazer oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff.
O edital do IV Anápolis Festival de Cinema, que acontecerá entre os dias 18 e 25 de maio, foi lançado na quarta-feira, 19, pelo vice-prefeito, João Gomes (PT). Serão três mostras competitivas, uma mostra paralela, exibições infantis, além de debates, oficinas, mesas redondas e lançamentos de livros. Neste ano, serão quase R$ 139 mil em premiações distribuídos entre os vencedores das duas mostras de curtas e nas várias categorias da Mostra Adhemar Gonzaga de Cinema Brasileiro, que reúne três longas-metragens brasileiros de ficção premiados nacional e internacionalmente. As inscrições para os filmes de curta-metragem anapolinos e de filmes de curta-metragem do Centro-Oeste estarão abertas de 22 a 30 de abril, exclusivamente pelo site do Festival.

Ao rebater ataques do pré-candidato Vanderlan Cardoso (PSB), titular da Agetop defende administração e diz que a melhor opção do eleitor é reeleger Marconi Perillo
[caption id="attachment_628" align="alignleft" width="300"] Campanha da Fraternidade sobre o tráfico humano contém anacronismos[/caption]
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou este ano sua Campanha da Fraternidade com o lema “Fraternidade e Tráfico Humano”, segundo ela com a finalidade de “ir ao encontro dos irmãos mais necessitados e sofredores”. A CNBB sugere, em cada ano, um assunto que afeta diretamente a dignidade humana ou a vida em sentido geral. Sobre o tema deste ano, considera que muitas pessoas são enganadas e usadas para o tráfico humano, de trabalho, de órgãos e a prostituição. Em que pese os elevados valores buscados pela campanha, a CNBB acerta em alguns pontos, porém, em outros, é anacrônica e repete equívocos.
O “tráfico” de mulheres brasileiras ao exterior para fins de “exploração sexual” é um típico exemplo de equívoco. Em relação ao tráfico humano para a utilização de órgãos, trata-se de um anacronismo, porém, foi, sim, um problema que muito preocupou as autoridades brasileiras em razão de diversos relatos sobre adoção de crianças brasileiras por estrangeiros, principalmente de países árabes e Israel, com a finalidade de retirada de órgãos. Em razão disso, no ano de 2009, adveio a lei 12.010, que introduziu relevantes alterações na Lei 8.069/90, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), tornando extremamente rigorosas as exigências e procedimentos burocráticos para a adoção de crianças brasileiras por estrangeiros. A lei exige que a inscrição dos interessados na adoção seja precedida de um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude. Pessoas ou casais habilitados à adoção também devem ter cadastros estaduais e nacional à disposição das autoridades estaduais e federais, para troca de informações e cooperação mútuas. O ECA admite a adoção internacional, considerada como sendo a adoção por pessoas ou casal residente ou domiciliado fora do Brasil — nesse caso em observância ao previsto no Artigo 2 da Convenção de Haia, que trata da proteção das crianças e da cooperação em matéria de adoção internacional. Em verdade, o ECA dificulta a adoção internacional, dando preferência às pessoas ou casais com residência permanente no Brasil, conforme estabelece o Parágrafo 10 do Artigo 50 da Lei 12.010/09.
Em relação ao tráfico de pessoas (leia-se: mulheres) para exploração sexual isso ocorre com as mulheres de Bangladesh, que são exploradas nas periferias da Índia e do Paquistão. No Brasil, meninas menores de idade das periferias de Belém, Manaus e Macapá são exploradas nos prostíbulos pobres de Paramaribo (Suriname) e Cayenne (Guiana Francesa), mas estas estão longe do alcance da mídia e dos tais “defensores da dignidade da pessoa humana”, em verdade, hipócritas oportunistas. De resto, as mulheres brasileiras que se dizem “vítimas” do tráfico de pessoas para “exploração sexual”, não passam de dissimuladas prostitutas que, voluntariamente e com fins específicos de exercer a prostituição, viajam ao exterior.
A condenação a uma pena de mais de 12 anos de prisão para o acusado de ter causado lesão nos olhos de sua ex-companheira é o reflexo da preocupante e lastimável insegurança jurídica. O implicado numa persecução penal não será mais julgado pelo crime que cometeu, mas pelo que as circunstâncias exigirem. Juízes são transformados em fantoches, promotores de “justiça” em ventríloquos. Dependendo da exploração midiática ou pressão política de determinados grupos vitimistas sobre um fato criminal, juízes e promotores de “justiça” fazem malabarismos e prestidigitação com as leis e a Constituição, de modo a atender conveniências e “jogar para a plateia”. As salas de sessão de julgamentos se transformam em “Coliseus”; os gabinetes, em salas de maquiagens. Agem não almejando a justiça, mas para arrancar aplausos diante dos holofotes.
O ex-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) Aldo Arantes não tem medido esforços na luta pela reforma política. Aldo acompanha, atentamente, a votação da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) proposta pela OAB sobre o financiamento de campanhas eleitorais por empresas. “O financiamento democrático de campanha vai propiciar uma drástica redução dos custos de campanha, além de criar sérias barreiras para a corrupção eleitoral, tão combatida nas manifestações populares”, ressalta Aldo.
Observando alguns fatos criminais com polêmicas criadas pelos próprios agentes públicos, como promotores de justiça e magistrados, responsáveis por fomentarem exploração midiática, uma triste realidade desponta: a humanidade evoluiu apenas tecnologicamente. A mentalidade continua a mesma dos primórdios dos tempos. Em países de baixíssima formação moral e de quase absoluto desprezo ao próximo, essa realidade adquire contornos com maior relevo. As pessoas ainda cultivam e agem de acordo com os seus instintos mais primitivos em relação ao seu semelhante. É impressionante observar como a “sociedade do espetáculo”, em uma definição do escritor francês Guy Debord, age de forma alienada, cega, em suas emoções e em sua psicologia individual. O espetáculo mórbido, com a aniquilação do semelhante, transformado em abominável, por meio do ódio induzido é tão presente e exercitado na sociedade brasileira atual quanto já o fora, há séculos. Lamentável e paradoxalmente, as instituições públicas, que deveriam ser o paradigma na promoção dos valores humanos, têm se convertido nas maiores fomentadoras da insanidade e da insensibilidade coletiva. O narcisismo de alguns magistrados, por exemplo, ávidos pela aparição midiática, afrontando a lei e a Constituição, emitem opinião pública sobre fato em processos criminais em que atuam, é um exemplo deplorável dessa forma de promoção do espetáculo através da deturpação e desvirtuamento das instituições jurídicas. A “justiça” criminal brasileira, desgraçadamente, vem especializando-se, cada vez mais, em fabricar monstros, tanto os que são julgados quanto os que julgam, deleitando-se com o espetáculo do linchamento. A vaidade tem se sobressaído aos deveres da parcimônia, da temperança. Isso, em detrimento de uma sociedade mais humana e mais civilizada.
A OAB, seção Goiás, por meio de seu presidente, Henrique Tibúrcio, emitiu nota oficial cobrando resposta enérgica das autoridades competentes para resolver o problema da violência que campeia no Estado. “É intolerável que a sociedade continue a pagar a conta da inoperância de políticas públicas, com o medo e com a vida. A ousadia dos criminosos e o sentimento de insegurança assustam a população e isso precisa ser revertido o mais rápido possível”, ressalta a nota.
Para a advogada e conselheira da OAB-Goiás Carla Sahium, no mês de março muito se fala da mulher. Homenagens, flores, canções... Mas, “quem somos?”, questiona. Ela cita Simone de Beauvoir: “Não se nasce mulher: torna-se”. Precisamos apenas nos descobrir mulheres para que a nossa essência aflore, enfatiza Carla Sahium.
Plantão de faz-de-contas — Se você não é um advogado influente e bem relacionado no meio forense, não se iluda imaginando que vai ser atendido por um juiz ou desembargador do “plantão” do Judiciário goiano. O oficial de justiça vai enganar você, durante toda a noite ou final de semana, dizendo que “o doutor está analisando o seu pedido”. Mentira.
Ele está dormindo e só vai ler o seu pedido quando amanhecer e depois do café da manhã. Plantão judiciário, em Goiás, só funciona mesmo, de verdade, na Justiça Federal.
Hipócrita — Um juiz corrupto, depois de ser afastado de suas funções pelo CNJ por usar o cargo para associar-se ao crime organizado, resolveu sair falando mal de pessoas honestas nas salas de aula na universidade onde ainda leciona e, caricatamente, é chamado de “professor”. Apesar de ser um ícone da indecência e da imoralidade, o togado bandido se acha no direito de dardejar contra os homens de bem.
Jayme Diogo Araújo
Escolha uma grande marca brasileira e tente não encontrar o Neymar em uma delas. Ou faça melhor: conte quantas vezes o queridinho da publicidade brasileira aparece diariamente em sua timeline ou no intervalo do seu programa favorito na TV. Fato é que as atenções estão tão voltadas ao craque do Barcelona que a presença do jogador já é companheira fiel quando o assunto é propaganda.
Guaraná Antarctica, Claro e Santos Futebol Clube já realizaram ações publicitárias com o Neymar, todos no mesmo dia e no mesmo intervalo comercial na TV. O fato curioso chama a atenção pela forma como a mídia tenta inserir sua imagem na mente das pessoas. Em contrapartida, a marca fica sem ligação exclusiva com a celebridade e vice-versa, tornando rasa sua participação e consequentemente um porta-voz de qualquer assunto, qualquer marca e qualquer negócio.
Mas engana-se quem pensa que o senhor dos cabelos descolados foi a celebridade que mais apareceu nas timelines, banners interativos e na telinha. Sim, em termos de aparição na mídia o Neymar ficou em 2º lugar, de acordo com pesquisa relevada no portal Yahoo, perdendo apenas para o galã Reynaldo Gianecchini, que apareceu nada menos que 8 mil vezes em intervalos comerciais em 2013.
Em ano de Copa do Mundo essa “Neymarmania” ficará ainda mais evidente. Primeiro, pelo apelo universal da paixão pelo futebol; e, em segundo lugar, pelo anseio das marcas em utilizar o Menino da Vila em suas campanhas. Imagine só nos dias do Mundial: Neymar para todo lado, aparecendo ainda mais e mais. Camiseta, pôster, álbum de figurinhas, no chiclete, na TV, na timeline do Facebook, no SMS do celular e, quem sabe, em anúncios de cueca. Sim, de cueca! Pois essa foi a última campanha em que o craque apareceu, esta semana.
Possivelmente, Neymar pode encerrar esse ano de 2014 como líder de inserções comerciais na TV e em campanhas publicitárias, ainda mais se o Brasil conquistar o hexa com a ajuda de seus gols. A partir daí teremos um novo conceito para aprender nos bancos de escolas de marketing e em faculdades: “Técnicas de Neymarketing” aplicadas às campanhas publicitárias. Viva a Copa do Mundo, viva o Neymarketing!
Jayme Diogo Araújo é publicitário, professor do Instituto de Pós-Graduação (Ipog) e especialista em Mídias Digitais.
“Luz para o caminho das trevas do futebol goiano”
Cláudio Curado Poucas vezes vi um artigo tão lúcido sobre o futebol goiano como este [“O futebol goiano morreu, só não sabe disso ainda”, Jornal Opção On-Line]. Toca em várias feridas como, por exemplo, a questão da equipe do Goiás. O mais organizado clube goiano disputa apenas um campeonato por ano — o Goiano, o qual tem chances de ganhar. Do resto, ele apenas participa. E a Federação Goiana de Futebol (FGF) não consegue explicar sua própria utilidade, além de dar emprego a cartolas que, na iniciativa privada, não conseguiriam ir além de contínuos. Sem contar nossa crônica esportiva e sua crônica dependência dos cartolas. É esperar que esta luz ilumine o caminho de trevas onde está nosso futebol. Claudio Curado é presidente do Sindicado dos Jornalistas do Estado de Goiás. E-mail: [email protected]“Edemundo é digno de admiração”
Salomão Torres O secretário Edemundo Dias é pessoa digna de admiração. É uma lástima que homens como ele encontrem uma séria resistência, da parte de muitas outras autoridades, ao tentar colocar em prática ideias que poderiam melhorar nosso País. Parabéns ao Jornal Opção pela entrevista (edição 2018). E-mail: [email protected]“As pessoas são muito hipócritas sobre animais em laboratório”
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“Condenam as pesquisas, mas usam o que vem delas”
Rogiane Oliveira De fato, existem linhas de radicalidade e de radicalismos para qualquer questão, seja política, religiosa, social... e a ciência, certamente, não seria exceção. Radicalidade aconteceu e acontece todas as vezes que pessoas inquietas, indignadas e inconformadas com certa realidade resolvem ser e fazer diferente. Foi talvez o que pensaram os primeiros cientistas, cansados do empirismo mal fundamentado, ao decidir dar luz às propostas de cura por medicamentos, por exemplo, usando animais. Isso foi radical, em uma era cheias de tabus, conceitos indissolúveis e preconceitos. Agora, radicalismo foi quando Hitler, por exemplo, quis provar a “pureza” da raça ariana eliminando todos os que pudessem ofender sua genética perfeita. Talvez se ele tivesse usado ervilhas ou ratos, funcionasse também. Mas, ele aderiu ao “ismo” para sua causa. Assim, são aqueles que condenam as pesquisas com animais. Usam e abusam de tudo o que advém delas, mas adoram a pose de um suposto respeito à natureza. Ainda não considero que os animais vêm sendo abusados pelos seres humanos nesse sentido. Diferentemente, por exemplo, daqueles que têm um cãozinho em casa, dizendo ser este seu melhor amigo, e o deixam morrer de fome. Ou de alguns mauricinhos que botam fogo em índios ou num cavalo inocente no meio da rua. Assim, quando um ratinho é morto num laboratório, por mais que o cientista não sinta um mínimo de remorso, o ecossistema não acabou ali. Muito pelo contrário. Foi mais uma tentativa para combater o câncer, a aids ou a ignorância de alguns. E-mail: [email protected]“Mercado imobiliário deve ser analisado caso a caso”
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“Militarismo de volta não é a solução”
Jonas W. Rocha A respeito da matéria “Bom era na ditadura, quando não tinha corrupção. Ah, não?” (Jornal Opção 2012), estou vendo pessoas que eu conheço querendo os militares de volta, por causa da corrupção. Não esqueçamos que os nazistas eram militares e eles limparam os tesouros que os judeus guardavam e faziam os holandeses extraírem muito petróleo de forma forçada sem pagá-los. Quem os quer de volta? Será que pensam que suas famílias vão melhorar, vão prosperar mais? Será que dentro dessas famílias não vai ter algum primo, irmão, alguém que se coloque contra os militares e vai temer pela própria condição física e pela vida por isso? E mais, pela questão da esquerda: esse governo que temos agora não é esquerda faz muitos anos. Nem a China é mais socialista, só tem ainda a estrutura de governo similar à época de Mao. Não é colocando os militares de volta que as coisas vão mudar para o rumo que queremos. E-mail: [email protected]“Partido de Marina vai terminar falando sozinho”
Elias Rocha Sou de Iporá, terra de Vanderlan Cardoso, mas não decidi ainda meu voto para governador. No entanto, fico indignado com o “fogo amigo”, como visto na matéria “Rede Sustentabilidade desmente frase de Marina Silva elogiando Vanderlan Cardoso em rede social” (Jornal Opção On-Line), pois Vanderlan pode até não ser politicamente viável, mas sempre foi considerado homem correto e probo. Com este comportamento desdenhoso, esnobe e jacobino, o partido de Marina Silva vai terminar falando sozinho. E-mail: [email protected]“Uma excelente entrevista de Graciliano Ramos”
Gonzalo Armijos “A última entrevista de Graciliano Ramos” (Jornal Opção 1944) é excelente. Uma joia! Uma das primeiras obras brasileiras que li ao chegar ao Brasil, no início dos anos 80, foi “Memórias do Cárcere”. Nunca vou esquecer. Gonzalo Armijos é filósofo e professor da Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]“Guerrilheiros do passado não se converteram à democracia”
Odiombar Rodrigues Sobre o texto, “Estatuto do Desarmamento não contribui para reduzir a violência” (Jornal Opção 1988), da coluna “Contraponto”, de Irapuan Costa Junior, podemos dizer que o estatuto foi uma medida muito “inteligente”, pois, por meio dele, o governo está construindo o caos social que muito interessa aos “revolucionários” bolivarianos e castristas. Quando ele estiver plenamente instalado, um “salvador” tomará o poder em nome do “restabelecimento” da ordem social. Ninguém imagina que os “guerrilheiros” do passado tenham se convertido à democracia. E-mail: [email protected]“Juventude tratada brutalmente”
Fernanda Bento Em toda a imprensa que noticiou esse crime brutal, as vítimas são denominadas mulheres. Só uma observação: apenas uma delas é maior de 18 anos. Foram jovens e adolescentes assassinadas, não mulheres. Mais uma prova de como nossa juventude vem sendo brutalmente tratada. E-mail: [email protected]“Com medo de viver”
Thyrza Flores Fico sem entender tamanha violência. Sempre pedi a Deus mais tempo de vida. Hoje me encontro com medo de viver.
O enredo do drama que se desenrola naquela parte do mundo é medíocre; mais medíocre é a atuação dos próprios atores. Nenhum convenceu. Todos fracassaram, inclusive, a diplomacia