Agentes públicos incentivam a demência coletiva
26 março 2014 às 14h14
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Observando alguns fatos criminais com polêmicas criadas pelos próprios agentes públicos, como promotores de justiça e magistrados, responsáveis por fomentarem exploração midiática, uma triste realidade desponta: a humanidade evoluiu apenas tecnologicamente. A mentalidade continua a mesma dos primórdios dos tempos.
Em países de baixíssima formação moral e de quase absoluto desprezo ao próximo, essa realidade adquire contornos com maior relevo. As pessoas ainda cultivam e agem de acordo com os seus instintos mais primitivos em relação ao seu semelhante. É impressionante observar como a “sociedade do espetáculo”, em uma definição do escritor francês Guy Debord, age de forma alienada, cega, em suas emoções e em sua psicologia individual. O espetáculo mórbido, com a aniquilação do semelhante, transformado em abominável, por meio do ódio induzido é tão presente e exercitado na sociedade brasileira atual quanto já o fora, há séculos.
Lamentável e paradoxalmente, as instituições públicas, que deveriam ser o paradigma na promoção dos valores humanos, têm se convertido nas maiores fomentadoras da insanidade e da insensibilidade coletiva. O narcisismo de alguns magistrados, por exemplo, ávidos pela aparição midiática, afrontando a lei e a Constituição, emitem opinião pública sobre fato em processos criminais em que atuam, é um exemplo deplorável dessa forma de promoção do espetáculo através da deturpação e desvirtuamento das instituições jurídicas.
A “justiça” criminal brasileira, desgraçadamente, vem especializando-se, cada vez mais, em fabricar monstros, tanto os que são julgados quanto os que julgam, deleitando-se com o espetáculo do linchamento. A vaidade tem se sobressaído aos deveres da parcimônia, da temperança. Isso, em detrimento de uma sociedade mais humana e mais civilizada.