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Regime militar salvou o Brasil de se tornar uma grande Angola

Mas não se deve combater o mito guerrilheiro com outro mito — o do Exército salvador da pátria, que, a cada ameaça comunista, é chamado a salvar a democracia a golpes de Estado

A marcha que deu sentido para que tudo acontecesse…

Em março de 1964 tudo — até o presidente, culposamente — contribuía para o clima de conspiração no Brasil e no mundo. O que havia de pretextos para que o povo saísse às ruas naquele mês faltou 50 anos depois, transformando manifestação em patacoada

Ecos da Ditadura

Recentemente o psicanalista e colunista da “Fo­lha de S. Paulo” Con­tardo Calligaris escreveu com uma lucidez lacerante como falta ao Brasil um projeto de país, já que ainda só experimentamos projetos de poder ou de governos

PMDB, um partido em transe

Divisão entre adeptos de Iris Rezende e de Júnior Friboi já assume contornos dramáticos e a primeira grande consequência deve ser a perda do aliado PT no primeiro turno

HPV: Método de vacinação adotado pelo governo federal não garante prevenção absoluta

Brasil vai utilizar esquema que ainda está em teste em países como México, Suíça e Colômbia. Campanha nacional pretende imunizar meninas de 11 a 13 anos do vírus que é o principal causador de câncer de colo de útero, o quarto que mais mata no País

Programa proporciona aulas de empreendedorismo no ensino fundamental

Parceria entre Sebrae-GO e Seduc beneficia alunos e professores com o Programa Jovens Empreendedores Primeiros Passos

Trindade ganha mais uma unidade de educação de alto padrão

Gestão cumpre outro compromisso de campanha e prefeito pede envolvimento de pais e professores para o sucesso dos alunos

Advogado de assassino de veterinário quer fazer latrocínio virar legítima defesa

Crime de grande repercussão ocorrido em outubro de 2013 em Goiânia será julgado nos próximos dias. Para tirá-lo da pena por roubo seguido de morte, advogado tentará convencer juiz de que assaltante matou para não ser atropelado

A quem interessa a alta da bolsa e a queda do dólar depois da pesquisa do Ibope?

A animação do mercado financeiro com a queda de Dilma pode estimular a alternativa Lula no PT, o que representa um risco para a oposição

O efeito Lula disparou o dólar em 2002, agora Dilma levou a reeleição aos bancos

[caption id="attachment_869" align="alignright" width="620"]scar4 Economista Luiz Carlos de Barros: “PT de Lula era um fera domada” | Foto: Revista da espm[/caption] Em 2002, a cotação livre do dólar no mercado financeiro iniciou o ano a R$ 2,60. Em outubro, mês da eleição presidencial, a venda do dólar chegou a R$ 4,00, a mais alta cotação que já recebeu durante os 20 anos do Plano Real, criado em 1994. Era o efeito Lula, o pavor do mercado face ao favoritismo do candidato do PT na sucessão do tucano FHC, que artificialmente manteve a igualdade entre o valor do dólar e o do real até a adoção do câmbio flutuante em janeiro de 1999, três meses depois da reeleição de Fernando Henrique a presidente. Livre, o dólar chegou R$ 2,16 em março. Hoje, o mercado aprendeu a conviver com o PT de Lula, não o da presidente Dilma. O consultor de empresas Luiz Carlos Mendonça de Barros, um símbolo do BNDES na era FHC, compara o PT do ex-presidente a uma fera domada, mas apresenta ressalva quanto à sucessora: — Em 2002, o mercado tinha medo do discurso do Lula, que era agressivo contra a moeda e socialista. Hoje, não tem nada disso, todo mundo aprendeu a conviver com o PT, que, como diz um amigo meu, é uma fera domada. Porém, a presidente ainda é uma ameaça às empresas depois de três anos na chefia do Planalto. “O mercado tem uma clara aversão ao modo de atuar da Dilma, mas não tem nada a ver com 2002”, informa Mendonça de Barros que o maior receio do mercado é a reeleição da presidente sem mudança na orientação econômica. Por tudo isso, Dilma passou a adotar suas cautelas junto ao mercado em época de campanha pela reeleição. Ela rompeu a semana passada com apenas um compromisso em sua agenda naquela segunda-feira. Reuniu-se no Planalto com um primeiro time de banqueiros, que entrou e saiu em silêncio. A própria agenda registrava laconicamente que Dilma receberia o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal, na companhia de outros representantes da entidade. Dilma esqueceu o escândalo da Petrobrás e entregou-se à conversa com os banqueiros, sem saber que a agência internacional Standard & Poor’s (S&P) aumentou a nota de risco brasileiro. Docemente, a presidente perguntou aos bancos o que deveria fazer para resgatar a credibilidade do governo junto ao mercado de investidores. Ouviu as sugestões elementares que sempre escuta: ser austera na responsabilidade com as contas públicas, ser realista em relação ao preço dos combustíveis e conversar sempre com todo o mercado privado. Inquieto, o ministro da Fa­zenda, Guido Mantega (PT), quis sa­ber, então, como controlar a inflação sem conter os preços relacionados ao petróleo. Escutou dos bancos o mesmo conselho que o go­verno sempre ouve quando conversa além de seu aparelho de Es­tado: gastar menos para controlar o déficit fiscal com realismo. Quando a reunião terminou, a presidente soube do relatório da S&P — ela confia mais em sua habilidade diplomática pessoal do que no profissionalismo do Itamaraty, que acompanhou os passos de uma missão da agência de riscos que esteve no país na semana anterior. O relatório repete o diagnóstico dos bancos, além de advertir sobre fantasias na contabilidade e gastos com objetivos eleitorais. Os banqueiros, que não dormem de touca, também se interessaram pela missão da S&P, que, inclusive avaliaria bancos públicos e privados. No dia se­guin­te, a agência divulgou que rebaixou também a confiança num elenco de 14 instituições fi­nan­ceiras, a começar pelo Banco do Brasil, BNDES, Caixa Eco­nô­­mi­ca Federal e Banco do Nordeste. As outras dez instituições estão na área privada: HSBC, Itaú Unibanco, Bradesco, Itaú BBA, Citibank, Santander, Sul América, Sul América Com­panhia Nacio­nal de Seguros e Allianz Global. Além disso, a agência comunicou que colocou em observação negativa a atuação de outras instituições, com atenção especial nas que transacionam com bancos oficiais.

O que a presidente poderia fazer para se erguer do tombo no mercado eleitoral?

O silêncio a que se recolheu a presidente Dilma Rousseff não permite que se avalie como reagirá à queda de seu prestígio junto aos eleitores apurada pela pesquisa do Ibope revelada na quinta

A imprensa oferece a linha de desmontagem da versão oficial sobre Pasadena

A cada dia, a imprensa apresenta informações que desconstroem a base de falas do governo para explicar o que se passa na Petrobrás

UPP faz estardalhaço mas não prende marginais. Por isso os índices de violência continuam altos no Rio de Janeiro

[caption id="attachment_850" align="alignleft" width="300"]José Mariano Beltrame: secretário do Rio de Janeiro ignora que a violência caiu em São Paulo porque lá o governo prende mais marginais | Foto: André Dusek/Agência Estado José Mariano Beltrame: secretário do Rio de Janeiro ignora que a violência caiu em São Paulo porque lá o governo prende mais marginais | Foto: André Dusek/Agência Estado[/caption] Considero uma jactância, uma presunção, usar o célebre “eu não disse?”, quando se comprova uma nossa afirmação da qual a maioria discordava. Mas vou cometer esse pecado, ao menos uma vez. Sempre combati nestas linhas o tom grandiloquente com que governos e imprensa se referiam às Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) cariocas. Os leitores se lembram. Houve uma intensa louvação da medida. José Mariano Beltrame, o secretário da Segurança que a implantou no Rio de Janeiro, chegou a ser lembrado para o Prêmio Nobel da Paz! Seria o primeiro brasileiro a recebê-lo. Nunca acreditei, pela lógica, que uma operação, por mais ruidosa que seja, diminua a criminalidade, se não retira de circulação os criminosos irrecuperáveis que são ou deveriam ser o seu alvo. Prisão, e não estardalhaço, é o que impede um marginal de cometer crimes. As UPPs nunca prendiam — apenas migravam traficantes para outras favelas ou estabeleciam com eles um pacto não escrito de convivência, pelo qual drogas continuavam a ser comercializadas nos mesmos volumes, e em alguns casos até mais tranquilamente, desde que armas não fossem exibidas ali nas proximidades das UPPs e tiroteios entre gangues cessassem. Um ganho diminuto para tanto gasto e barulho. Fui criticado. Um leitor, com quem me encontrei em um evento, chegou a afirmar que eu depreciava a única ação de envergadura que o poder público desenvolvia contra o crime. O que ocorre agora com as UPPs? Sequer coíbem mais a guerra entre facções do tráfico ou a presença de criminosos armados, que atacam e destroem as instalações dessas unidades e ferem ou matam policiais. Policiais das UPPs não po­dem fazer patrulhas, pois são cer­cados nas favelas e postos em fuga. As UPPs estão acuadas. De que valem? Cinco dessas unidades foram incendiadas em Manguinhos, só numa semana, em março agora. E vamos aos números da criminalidade no Rio, que teoricamente despencariam com as UPPs: de 2012 para 2013 houve um crescimento de 20% tanto no número de assassinatos quanto no de roubos, na “Cidade Maravilhosa”. Os crimes de morte saltaram de 4.081 para 4.761 (quase 30 mortes para 100 mil habitantes) e os roubos de 49.560 para 60.796. O próprio José Mariano Beltra­me concordou que os investimentos sociais, por si sós, não re­solvem a questão. Não disse, mas pensou na necessidade das prisões — que não fez — para diminuir o crime. São Paulo, que a imprensa ligada ao governo federal tenta tachar de tão ou mais criminalizado que o Rio, prende o dobro, não faz estardalhaço e tem índice de assassinatos quase três vezes menor.

Entenda por que são assassinados mais brasileiros do que americanos e canadenses
1) Morrem mais de 50.000 pessoas assassinadas por ano, em uma população de 198 milhões. Isto significa uma taxa de 25 mortes por 100.000 habitantes. Nos EUA essa taxa é de 4,2 e no Canadá de 1,6. 2) Há alguns Estados da Federação em que a situação é ainda muito pior. Alagoas, por exemplo, “exibe” a taxa de 58 assassinatos por 100 mil residentes. 3) Entre as dez cidades mais violentas do mundo, ostenta três: Maceió, Fortaleza e João Pessoa. 4) As autoridades e a imprensa mais alinhada com o governo se escandalizam e cobram apurações sempre que bandidos e marginais morrem em confronto com policiais, mas não se preocupam nem por um segundo quando bandidos atacam, emboscam e matam policiais. 5) Quadrilhas organizadas funcionam dentro de presídios, chefes criminosos presos dispõem de comunicação com os membros em liberdade das quadrilhas e dão ordens para execução de crimes, de morte inclusive. 6) Criminosos estão muito mais bem armados, municiados e equipados do que os policiais. E onde o uso de coletes à prova de balas eficazes contra armas de grosso calibre é vetado para cidadãos corretos e que deles necessitam, como os profissionais da imprensa. 7) Os policiais são orientados para apanhar sem reagir, de bandidos e manifestantes violentos. 8) O homem normal é proibido de portar arma de defesa, ainda que, muitas vezes, demonstre claramente necessitar disso. 9) O cidadão comum encontra dificuldades enormes do ponto de vista da burocracia e dos custos para adquirir uma arma e mantê-la em sua residência, mesmo depois de um referendo que mostrou à larga o desejo de autodefesa da população. 10) Um idoso ou uma idosa, que dentro de sua casa alveja um malfeitor na mais legítima defesa, recebe tratamento policial pior do que recebe o bandido assaltante. 11) Uma pessoa honesta (como um artista nacionalmente conhecido e sem antecedentes desabonadores) é preso e autuado por serem encontrados em sua bagagem alguns poucos cartuchos de pequeno calibre — e sem arma nenhuma. 12) Menores a poucos dias da maioridade já são assassinos ou latrocidas, às vezes com várias reincidências. E têm proteção total das autoridades do governo, que impedem a revisão do Estatuto da Criança e do Adolescente, estimulando a total impunidade desses jovens monstros. 13) Já ressurgiram bandos armados que se consideravam extintos desde o tempo do cangaço de Lampião. Esses bandos já assolam cidades, do Nordeste principalmente, mas também do resto do país, rendendo destacamentos policiais, tomando cidades, saqueando e explodindo bancos. 14) Policiais, ao reprimir manifestantes violentos, que tentam invadir a sede máxima de um dos três poderes (STF-Brasília), são inibidos em sua ação, espancados pelos marginais e ainda são publicamente considerados culpados do acontecido por alta autoridade do Governo (Gilberto Carvalho, ministro secretário-geral da Presidência). E os marginais são recebidos pela Presidente da República. 15) Policiais são mal remunerados, mal equipados e mal treinados e trabalham em instalações velhas e malcuidadas. 16) Tornou-se rotina o bloqueio de estradas por manifestantes contra qualquer coisa. As paralisações rodoviárias afetam centenas de pessoas, na maioria trabalhadores, enquanto autoridades federais e estaduais ficam temerosas, e não enviam a polícia para desbloqueá-las. 17) Assaltantes à mão armada agem a qualquer hora, do dia ou da noite, com enorme calma, por estarem convictos da omissão das vítimas desarmadas. 18) Vigora um sistema penitenciário similar ao da Idade Média, a tal ponto cruel que o ministro da Justiça chegou a afirmar que preferia a morte a uma das prisões pelas quais é responsável. Nada se faz para minorar essa calamidade. As prisões continuam insuficientes e superlotadas. 19) Tem uma organização criminal tão temível que o mesmo ministro da Justiça, ao enviar tropas federais para o Rio de Janeiro e ao afirmar que “o governo estadual e o governo federal, juntos, são mais fortes que o crime organizado”, reconhece que nenhum dos dois governos, em separado, poderia enfrentar as organizações criminosas hoje atuantes. 20) A Polícia Federal sofre influência indevida, tentando forçá-la a agir como polícia do partido no governo e não como polícia do Estado. 21) As Forças Armadas, cujo dever constitucional é bem outro, são encarregadas de prender bandidos nos morros cariocas, totalmente desviadas de suas funções. 22) Proliferam os pontos de venda e consumo de drogas, as “cracolândias” à vista de todos, autoridades inclusive.

Se as oposições dormirem no ponto, Marconi pode ganhar no 1º turno

Pesquisas são o retrato do momento e, agora, não há uma campanha acirrada. Mas levantamento do Instituto Fortiori sugere que o tucano-chefe pode absorver o discurso da renovação e manter-se no poder

Vanderlan é quem mais perde com candidatura de Iris

Ex-prefeito de Senador Canedo corre o risco de, mesmo que faça tudo certinho, ser atropelado e não conseguir ir ao segundo turno; até aqui ele tem os mesmos índices que recebeu na eleição de 2010 [caption id="attachment_836" align="alignleft" width="240"]Candidato do PSB ao governo, Vanderlan Cardoso: muitas dificuldades no caminho de um obstinado  | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção Candidato do PSB ao governo, Vanderlan Cardoso: muitas dificuldades no caminho de um obstinado | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] Em 2010, na eleição para o governo estadual, o candidato da Coligação Goiás no Rumo Certo (PP, PDT, PTN, PSC, PR, PSDC, PSB, PV e PRP), Vanderlan Cardoso (então no PR), ficou em terceiro lu­gar e, consequentemente, não chegou ao segundo turno. Ele obteve e­xa­tos 502.462 votos, ou seja, 16,62%. Foi uma votação boa ou ruim? Depende. Boa, considerando que Vanderlan era um político que vinha de dois mandatos de uma prefeitura pequena, Senador Canedo. Ruim, se lembrarmos que ele era o candidato apoiado pelo governo estadual, com as vantagens que isso inquestionavelmente proporciona. O problema é que o governador a apoiar Vanderlan era Alcides Rodrigues, o que evidentemente contou negativamente para o candidato. Imediatamente após a eleição, cujo segundo turno foi vencido por Marconi Perillo (PSDB) na disputa com Iris Rezende (PMDB), Vanderlan Cardoso deu início ao seu projeto Palácio das Esmeraldas. Desde então, ele nunca escondeu seu desejo de ser governador de Goiás e que seria candidato ao cargo novamente em 2014. Nesse ponto, se faz necessário relembrarmos os números da pesquisa Serpes divulgada há uma semana, em quatro cenários simulados, todos com a presença de Mar­coni, tido como o único nome da base aliada, e de Vanderlan, hoje no PSB, também o único nome da chamada terceira via. Cenário 1: Mar­coni 37,5%; Vanderlan 12,9%; Júnior Friboi (PMDB) 12,2%; e Antônio Gomide (PT) 9,1%. Cenário 2: Marconi 34,5%; Iris 26,6%; Vanderlan 12,9% e Gomide 8,4%. Cenário 3: Marconi 41,8%; Vanderlan 16,4%; Friboi 14,6%. Cenário 4: Marconi 36,2%; Iris 29,6%; Vanderlan 16,7%. Analisemos algumas curiosidades no que se refere a Vanderlan Car­doso. No cenário 4, em que tem sua melhor pontuação, 16,7%, ele está em terceiro lugar, justamente na disputa direta com Marconi e Iris. Ou seja, exatamente o que aconteceu em 2010, quando ficou em terceiro lugar e viu esses dois adversários irem ao segundo turno. E em dois cenários, o 1 e 3, o ex-prefeito de Senador Canedo está em segundo lugar, com índices 12,9% e 16,4%, respectivamente. Curiosa­mente, nesses dois cenários, Iris Rezende não participa. Isso permite uma leitura clara: uma parte do eleitorado de Iris tende a migrar para Vanderlan Cardoso. Como Marconi lidera em todos os cenários, é de supor sem nenhuma dificuldade que inevitavelmente ele estará no segundo turno. Então, a briga dos adversários do tucano é pelo segundo lugar, para ir ao eventual segundo turno com Marconi. Portanto, Van­derlan Cardoso deve torcer para que Iris Rezende não seja candidato ao governo. Porque se Iris entrar, já era. Sem Iris Rezende no páreo, o que a cada dia se torna mais improvável, Vanderlan Cardoso tem aumentada sua competitividade. Isso significa que o sucesso do candidato do PSB está amarrado a circunstâncias alheias. Ou seja, mesmo que ele faça tudo certinho, pode morrer na praia, mercê de um nome mais forte em totais condições de atropelá-lo na corrida, sem nem lhe dar chance de ir ao segundo round. E há mais um fator a preocupar Vanderlan Cardoso, os índices da pesquisa espontânea. Ele teve apenas 2% de lembrança, contra 11,7% de Marconi e 3% de Iris — Friboi 1,7% e Gomide 0,7%. Se apenas 2% do eleitorado espontaneamente lembra o nome de Vanderlan Cardoso, é sinal de que seus cinco anos de campanha não ajudaram muito até agora. O bom em saber disso a mais de quatro meses da campanha propriamente dita, com rádio e TV, é que ele pode se desdobrar nesse trabalho até lá. E é um baita trabalho a esperar o candidato e sua equipe. A favor de Vanderlan Cardoso tem sua tenacidade e obstinação. Em nome desse pro­jeto, ele saiu do PR para o PMDB, onde ficou poucos meses e, ao perceber que dificilmente teria co­mo alijar Iris Rezende da preferência interna do partido, foi para o atual PSB, de onde saíra Júnior Fri­boi (PMDB), que continua controlando a maioria de suas lideranças. Essa mudança partidária em tão curto espaço de tempo pode dar ao eleitor a noção de Vanderlan é instável. Ele mesmo não admite essa dificuldade. Há alguns dias, em entrevista ao Jornal Opção, para se defender ele sacou o argumento de que Marconi Perillo também mudou de partido. Ou seja, misturou alhos com bugalhos, ao se comparar com quem em 30 anos de política só teve um sigla diferente antes, e não se mudou com o objetivo único de ser candidato a um cargo específico. Em sua tenacidade política, o candidato do PSB tem a clara obsessão de ser o inquilino do Palácio das Esmeraldas. Na mesma entrevista referida antes, lembrado de suas dificuldades sobre alianças, Vanderlan respondeu: “Pelo jeito, vocês não me conhecem. Já passei por isso uma vez. Não sei se vocês acompanharam a eleição de Senador Canedo em 2004. Cheguei à convenção sozinho. Não achei um vice. Diziam que era humanamente impossível ganhar do governo do Estado — que era o mesmo que está aí — e dos coronéis do município, com seu poderio. Não havia partido coligado e o PR tinha cinco candidatos a vereador — um deles teve sete votos. Ninguém queria ser vice. Ninguém acreditava. Comecei a campanha de 2004 com 1,5% das intenções de voto, que vinham dos funcionários da minha empresa. O restante da população não me conhecia, era só de ouvir falar. Portanto, vocês podem ter certeza — e eu falo olhando no olho de cada um: quanto mais dificuldade, mais eu me animo.” Repetindo, tenacidade é o que não falta ao homem. E não vai aqui nenhuma crítica a esse desejo ardente, pelo contrário. Que o poder seja mesmo exercido por quem tem vontade inabalável de tomá-lo, desde que o faça dentro do jogo democrático, o que Vanderlan está fazendo. Verdade que o socialista aqui e ali comete excessos verbais e dá “caneladas”. Na sua ênfase em detratar a administração atual, muitas vezes ele “chuta” dados errados. E fazer críticas sem fundamentação rigorosa pode ser um tiro no próprio pé, já que Goiás, com todos os problemas que enfrenta, e são muitos, é um dos Estados mais arrumados do ponto de vista econômico, com as contas equilibradas e realizando obras. Calibrar o discurso pode ser mais uma dificuldade para Vanderlan Cardoso.