Reportagens

Cidade recebeu etapa do Press Trip, que levou jornalistas para conhecer o potencial de atração de visitantes além da festa em junho

Motoristas e passageiros apontam quais os cuidados essenciais para garantir uma viagem mais segura

Proposta prevê a criação de fontes alternativas de financiamento do sistema, tirando peso das costas do usuário que paga as tarifas

De um lado, a Porto Seco acusa sua oponente de não cumprir o Edital. Do outro, a Aurora da Amazônia alega que “segunda colocada” vem buscando recursos diversos, sem sucesso

O projeto entregue na Assembleia Legislativa extingue 4.406 cargos comissionados em todos os setores a fim de economizar 20% dos custos atuais
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Tramitação sem imprevistos
O Palácio das Esmeraldas aguardou a segunda e última votação do Orçamento Impositivo para enviar o projeto de reforma fiscal à Assembleia. O deputado estadual Chico KGL (DEM) confirmou que ocorreu uma reunião na terça-feira, 30, com a base, o governador e membros do Executivo. A secretária da Economia, Cristiane Schmidt, estava reunida com os deputados na terça-feira, às 19h50. “O assunto estava bem adiantado e o governador queria conversar com todo mundo para que as coisas acontecessem de forma positiva e o projeto da reforma fosse aprovado com o consentimento de todos os deputados. O governador não quer surpresas”, afirmou o deputado Chico KGL. O secretário estadual de Gestão e Planejamento e coordenador da equipe que escreveu o texto da reforma, Pedro Henrique Sales, afirmou ao Jornal Opção que o projeto estava pronto há 30 dias, mas faltava pacificar alguns pontos com a Assembleia e ser aprovado pelo governador Ronaldo Caiado (DEM). “O projeto está pronto desde abril, mas ainda havia alguma coisa a pacificar na Assembleia Legislativa. Por isso o governo estabeleceu uma agenda de compromissos com o parlamentares, até para definir quem serão os apoiadores”, esclareceu Sales. Porém, na quinta-feira, 2, assim que o projeto chegou à Comissão de Constituição e Justiça, 20 deputados pediram vista coletiva do documento e deixaram a análise e votação para a próxima terça-feira, 7, quando o relator da matéria, Vinícius Cirqueira, espera aprovar o relatório na Comissão Mista. O deputado Álvaro Guimarães (DEM) foi um dos parlamentares que pediu vista para se aprofundar sobre o conteúdo. Parlamentar experiente na Casa e membro da base aliada, Guimarães afirmou não ter participado das reuniões entre o governador e os deputados, "se aconteceram", enfatiza. Pelo pouco que soube, aconteceu uma reunião entre o secretário de Governo, Ernesto Roller, e os parlamentares. Sobre a tramitação, Álvaro afirma que o projeto não esbarrará em muitos obstáculos. "O projeto não prevê aumentar despesa, como fiquei sabendo. Se for realmente diminuir, terá clima na Casa para ser aprovado sem problemas". No entanto, a aprovação definitiva em plenário, em segunda votação, deve ficar para a terça-feira, 14. O relator diz que a oposição deve atrasar a tramitação da matéria apresentando emendas de última hora em plenário para que o projeto volte à Comissão de Constituição e Justiça para análise das emendas. O presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSB), explicou que o projeto merece ser amplamente debatido entre os parlamentares. “O debate é o principal fundamento da Assembleia Legislativa. E vamos dar oportunidade a todos os deputados para debater de uma forma muito clara, transparente e aberta a Reforma Administrativa. E que a maioria vote pelo melhor para a população goiana”, justificou Lissauer. [caption id="attachment_163251" align="alignnone" width="620"]


Gestão centralizada
Segundo a concepção do projeto, a centralização de administração direta do governo foi dividida em duas partes e compreende como integrantes da Governadoria, na primeira parte, os seguintes órgãos: a Secretaria de Estado da Casa Civil; a Secretaria de Estado do Governo; a Secretaria-Geral da Governadoria; a Secretaria de Estado da Casa Militar; a Vice-Governadoria; seus órgãos de assessoramento e o Conselho de Governo e a Procuradoria-Geral do Estado. Na segunda parte ficaram as demais secretarias de Estado: Controladoria-Geral do Estado; Secretaria de Estado da Administração; Secretaria de Estado da Cultura; Secretaria de Estado da Economia; Secretaria de Estado da Educação; Secretaria de Estado da Saúde; Secretaria de Estado da Segurança Pública; Secretaria de Estado de Comunicação; Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação; a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços; Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. Descentralização As entidades do governo na parte da administração descentralizada são os órgãos vinculados às Secretarias de Estado. Basicamente, órgãos que ficarão diretamente subordinados aos secretários e não ao governador. Confira como ficaram as descentralizações: Secretaria da Administração: recebe vinculação Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás, o Ipasgo; Secretaria de Estado da Economia: recebe a Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR); Goiás Previdência (GoiasPrev); Fundação de Previdência Complementar do Brasil Central – (Prevcom-BrC); Secretaria de Saúde: recebe a Indústria Química do Estado de Goiás (Iquego); Secretaria de Segurança Pública: recebe o Departamento Estadual de Trânsito (Detran); Secretaria de Comunicação: recebe a Agência Brasil Central (ABC), órgão de comunicação do governo que conta com a TV Brasil Central; Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento: recebe a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa); Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater); Centrais de Abastecimento de Goiás S.A (Cease); Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação: recebe a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg); Universidade Estadual de Goiás (UEG); Agência Goiana de Habitação S.A (Agehab); Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra); Agência Goiana de Gás Canalizado S.A (GoiasGás); METROBUS – Transporte Coletivo S.A; Companhia CELG de Participações (CelgPar); Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços: recebe a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego); Agência de Fomento de Goiás S.A (Goiás Fomento); Agência Estadual de Turismo (Goiás Turismo); Junta Comercial do Estado de Goiás (JUCEG) e a Companhia de Investimentos e Parcerias do Estado de Goiás (Goiás Parcerias); Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável: fica com a Saneamento de Goiás S.A (Saneago).Exclusões na estrutura
O projeto trouxe mais extinções de órgãos, incluindo a Secretaria de Estado de Trabalho. A lista de exclusões estão grifadas no artigo 78 : o Conselho Consultivo de Competitividade e Inovação, da Governadoria; Conselho Executivo de Gestão e Governança Estratégica do Estado de Goiás, da Governadoria; Conselho Estadual de Assuntos Estratégicos, da Governadoria; Conselho Integrado de Gestão Estratégica, da Secretaria de Estado da Segurança Pública; Conselho Estadual de Políticas sobre Drogas, da Secretaria de Estado da Saúde; Conselho Superior de Governo; e a Secretaria de Estado do Trabalho. Segundo o texto encaminhado pelo governo, nos casos que resultem na transferência de atribuição, em razão do disposto no projeto, o órgão que recebeu competência retirada de outro órgão terá correspondentemente os direitos, os créditos e as obrigações advindas de lei anterior. Ou seja, o órgão que recebeu novas competências, recebe os contratos, convênios, acordos e outros ajustes celebrados antes da entrada em vigor da reforma, inclusive as receitas e despesas, os fundos especiais, bem como o pessoal. Impacto financeiro As alterações previstas no texto reduzirão o custo com servidores comissionados em R$ 3 milhões por mês ao cortar 2.308 vagas: queda de 9.820 para 7.512. Os pagamentos feitos em dezembro de 2018 foram de R$ 13 milhões. A partir desta segunda reforma a folha cai para R$ 10 milhões. O governo enxugou também outra âncora no segmento de comissionados: as funções de assessoramento. Quando o texto for sancionado, a quantidade de assessores será reduzida de 5.947 (R$ 13,8 milhões) para 4.543 (R$ 13 milhões). Na segunda etapa, o governo reduziu a estrutura básica de 470 órgãos para 337 e o custo caiu de R$ 5,8 milhões para R$ 4,4 milhões. A estrutura complementar foi reduzida de 1.738 unidades administrativas para 1.492: custo reduzido de R$ 7,8 milhões para R$ 7,6 milhões. [caption id="attachment_181905" align="alignnone" width="620"]


Cortes pagarão repasses atrasados, segundo secretário da Casa Civil
O secretário da Casa Civil, Anderson Máximo, disse em entrevista à TV Brasil Central (TBC), em abril deste ano, que sua Pasta vai cortar três núcleos e cinco gerências na segunda reforma. A expectativa nessa reforma é economizar R$ 100 milhões ao ano para quitar repasses atrasados. “Eu acredito que o impacto da reforma será muito positivo, porque todo o valor economizado será revertido na oferta de serviços públicos de mais qualidade. Nós tínhamos treze meses de atraso em repasses para unidades de saúde, dez meses de merenda atrasada, quatro meses sem repasses para o transporte escolar. Quando você passa a pagar pelo serviço um preço justo e em dia você ganha credibilidade. Isso resulta em melhorias para o cidadão que está na outra ponta”, comenta Anderson Máximo. [caption id="attachment_154753" align="alignnone" width="620"]
Primeira reforma administrativa aumentou três novas secretarias
O projeto de Lei nº 178/19 trouxe a primeira reforma fiscal do Estado; o texto extinguiu cargos comissionados, desmembrou órgãos e acabou com as Secretarias Extraordinárias. De acordo com a primeira proposta, foram cortados cerca de 20% dos cargos comissionados e os cargos de diretor e secretário em escolas estaduais, que propõe gerar economia de R$ 1,25 milhão por ano. O governador Ronaldo Caiado justificou no projeto, que “por meio desta fase da reforma administrativa, medida de ajuste inicial necessária para o alcance da completa reorganização administrativa que se objetiva atingir com a segunda etapa, o Estado de Goiás, a despeito de todos os constrangimentos de ordem orçamentária e financeira que enfrenta, poderá racionalizar organização da máquina pública mediante adequação de sua estrutura às políticas e estratégias de ação governamental, o que proporcionará, a um só tempo, eficiência na prestação dos serviços públicos e garantia de um aparato administrativo que favoreça a realização de investimentos em áreas essenciais”. Ao todo ficaram 13 secretarias: Secretaria de Estado da Administração; Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação; Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e Serviços; Secretaria de Estado da Segurança Pública; Secretaria de Estado da Saúde; Secretaria de Estado da Economia; Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social; Secretaria de Estado da Educação; Secretaria de Estado de Cultura; Secretaria de Estado de Esporte e Lazer; Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; Secretaria de Estado de Comunicação. A Secretaria de Educação, Cultura e Esporte foi separada em três novas secretarias: da Educação, de Cultura e de Esporte e Lazer. Assim como a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação foi separada em outras três Pastas: de Desenvolvimento e Inovação, de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e de Indústria, Comércio e Serviços. O governo criou a Secretaria de Comunicação e mudou o nome da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) para Agência Goiana de Infraestrutura e Transporte. As 10 antigas secretarias eram: Secretaria da Casa Civil, Secretaria de Governo, Secretaria de Gestão e Planejamento, Secretaria da Fazenda, Secretaria da Mulher, do Desenvolvimento Social, da Igualdade Racial, dos Direitos Humano e do Trabalho, Secretaria da Saúde, Secretaria da Educação, Cultura e Esporte, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação, Secretaria de Segurança Pública, Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos.
O Sebrae prevê incremento de 10% no mercado de concessão de financiamentos

Centenas de turcos naturalizados brasileiros temem enfrentar o mesmo problema, ou até uma possível extradição

Nos postos, a redução ainda não apresenta conformidade com a queda dos preços nas usinas. A gasolina, por sua vez, está em ascensão.

Rafael Santucci, astrônomo professor da UFG, explicou como acontecem alguns dos fenômenos mais extremos do universo e como a ciência conseguiu compreendê-los

Um levantamento histórico e físico das principais reivindicações feministas e seus espaços de atuação no mundo, no Brasil e Goiânia.
Cerca de 25 casos são apurados mensalmente. Segundo Cremego, diversos médicos já foram apenados este ano pelo uso indevido do WhatsApp, Instagram, Facebook e outras ferramentas
[caption id="attachment_180862" align="alignnone" width="1200"] Foto: Reprodução/Internet[/caption]
Com a emancipação das redes e o consumo desenfreado da internet, o marketing nas mídias digitais tem se tornado ferramenta essencial para atrair clientela e fechar negócios. Acontece que, ao se tratar da medicina, o assunto se torna automaticamente mais delicado.
Antes de vender o peixe na internet, é preciso se ater às diversas recomendações destinadas aos profissionais da área. O problema é que, alguns, pouco importam; extrapolam os limites e fisgam pacientes.
Toda e qualquer divulgação feita por médicos deve seguir as resoluções do Conselho Federal de Medicina. “Os médicos até podem fazer publicidade, mas elas devem ser sóbrias e não sensacionalistas como comumente vemos”, explica o presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), Leonardo Mariano Reis. “A intenção por trás do Código de Ética é proteger os pacientes vulneráveis à propagandas enganosas e divulgação de falsos resultados nas redes.”
Em Goiás, os indícios e denúncias são apurados pelo Cremego por meio da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Condame). Havendo qualquer princípio de irregularidade, o Conselho convoca o médico e o orienta sobre as normas corretas. “Se a infração persiste, é instaurada uma sindicância e o profissional pode ser punido de acordo com as penas previstas. Elas vão da advertência confidencial à cassação do registro”, ressalta o presidente.
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Leonardo Mariano Reis: “Os médicos até podem fazer publicidade, mas elas devem ser sóbrias e não sensacionalistas como comumente vemos” / Foto: Reprodução[/caption]
As apurações tramitam em sigilo. Ao todo, são cerca de 25 casos por mês. “Este ano já tivemos diversos médicos apenados pelo uso indevido do WhatsApp, Instagram, Facebook e outras ferramentas para divulgação ilegal da medicina. Normalmente as denúncias são feitas por outros médicos e a maioria absoluta dos casos estão ligados à dermatologia ou cirurgias plásticas”, destaca o presidente.
Atuação preventiva
Para alertar a população sobre falhas no uso de redes sociais, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Goiás (SBPC-GO) desenvolve, desde 2016, uma campanha de orientação aos médicos e pacientes. A ideia é alertar sobre os perigos na busca de informações médicas na internet.
Segundo a Sociedade, o que muitos integrantes desses grupos ignoram é que, ao buscar informações nas redes sociais sobre cirurgias e tratamentos, os pacientes podem estar expostos a graves riscos. “A SBPC-GO tem se deparado com um grande número de grupos criados por pessoas leigas e, muitos deles, associados a médicos sem o conhecimento ou autorização destes profissionais”, expõe a instituição por meio de comunicado.
“Nos grupos formados quase sempre por mulheres, pacientes que já se submeteram a cirurgias plásticas trocam informações e indicações de médicos, procedimentos e até medicamentos com pessoas que pretendem passar pela operação”. A SBPC-GO reforça que por meio do compartilhamento de imagens supostamente registradas antes e depois das cirurgias, administradores e integrantes de diversos grupos “exibem o sucesso de suas operações”.
Segundo o presidente da SBCP-GO, Sérgio Augusto da Conceição, o que pode parecer uma inocente troca de informações entre essas mulheres, na verdade, pode induzir a candidata a paciente à escolha inadequada do médico, da técnica e até na sequência do tratamento pré e pós-cirúrgico.
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Sérgio Augusto da Conceição: “O resultado alcançado por uma paciente poderá não ser atingido pela outra" / Foto: Reprodução[/caption]
“Somente o médico, após uma detalhada consulta e exames, pode dizer qual o melhor tratamento para cada paciente”, alerta. Para ele, nem sempre o que é bom para uma pessoa, será para a outra. A norma vale também para os resultados exibidos em fotos. “O resultado alcançado por uma paciente poderá não ser atingido pela outra e escolher o médico confiando nestas fotos é um grande erro, além de ser constrangedor a exposição íntima das pacientes”, afirma.
A participação direta ou indireta de médicos nestes grupos fere a ética médica. A criação de grupos de WhatsApp de um determinado profissional da medicina também fere o sigilo ao expor as pacientes. Por isso, a SBCP-GO tem atuado para coibir o problema de maneira a monitorar as publicações por meio de sua Comissão de Mídias Sociais, orientando os cirurgiões plásticos e encaminhando denúncias de indícios de irregularidades ao Conselho de Medicina.
“Ao escolher um médico, verifique se ele é especialista em cirurgia plástica, procure esclarecer suas dúvidas nas consultas presenciais e converse com outros pacientes, mas não se deixe enganar por publicações de pessoas [possíveis agenciadoras] que podem estar levando vantagens para promover determinado profissional”, orienta o presidente.
Procedimento fracassado
A morte da bancária Lilian Calixto, após ser submetida a um procedimento estético no Rio de Janeiro, ganhou atenção da grande mídia no ano passado. Ela, que foi operada por Denis Cesar Barros Furtado, popularmente conhecido como Doutor Bumbum, morreu com suspeita de uma embolia pulmonar após uso excessivo de polimetilmetacrilato (PMMA) para aumentar os glúteos.
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Mensagem divulgada no perfil de Denis Furtado, popularmente conhecido como Doutor Bumbum / Foto: Reprodução/Internet[/caption]
Furtado tem vida ativa nas redes sociais. Seus perfis na internet chegaram a registrar mais de um milhão de seguidores. Após o fracasso do procedimento estético em Calixto, acabou preso.
Segundo o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, Furtado não tinha autorização para exercer medicina na cidade. Sua mãe, Maria de Fátima, também foi presa. Ela, que também era médica, teve seu registro cassado no ano de 2015. Ela foi acusada de fazer propaganda enganosa nas redes, divulgando métodos com resultados desconhecidos pela medicina.
Discussão do tema
O Cremego também tem se dedicado a orientar e prevenir infrações como: divulgação irregular de conteúdo, anúncios de especialidades médicas não registradas ou não reconhecidas, promessa de resultados, autopromoção e outras atitudes comumente identificadas.
As orientações são feitas em audiências ou por meio de trabalhos educativos. No dia 16 de maio, às 19 horas, o Conselho promoverá uma reunião plenária para debater o assunto. Na ocasião, serão discutidas as divulgações realizadas por estes profissionais, seja em cartão de visitas, na fachada de consultórios, em guias médicos, em painéis internos de hospitais e, claro, nas postagens das redes.
O objetivo do encontro será esclarecer dúvidas e orientar a classe médica sobre o que pode e o que não pode ser divulgado, os limites das interações com pacientes, publicações em sites e anúncios, exigências para a identificação do profissional nestas publicações e outros temas relacionados às resoluções vigentes. O encontro ocorrerá na sede da Cremego, localizada na Rua T-27, 148, no Setor Bueno. A entrada é franca e todos podem participar.

Com repasses atrasados há mais de um ano e com obras de convênios paradas, prefeitos não sabem o que acontecerá com programas e parcerias

Sebrae estudou o mercado goiano por cinco anos para indicar tendências de negócios e características da nova geração de consumidores
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O mercado consumidor goiano acompanha a revolução global na forma de adquirir bens e serviços. As gerações passadas empenhavam dinheiro e tempo para comprar bens móveis e imóveis pelo simples prazer de possuí-los. A chamada Geração Z, de pessoas que nasceram a partir dos anos 1990, revolucionou a relação de consumo no mundo. Os jovens dessa geração querem experimentar um bem sem necessariamente possuí-lo.
Essas mudanças nas relações de consumo obrigaram o mercado fornecedor a se reajustar para oferecer experiências e não bens, guardadas as devidas proporções de necessidade de moradia, por exemplo.
O diretor-superintendente do Sebrae em Goiás, Leonardo Guerra Rezende, explica de forma sucinta para apresentar o novo documento publicado pelo órgão. "As pessoas querem viver a experiência de se deslocar até outro lugar sem necessariamente possuir um carro". As analogias, de fato, são aplicadas nos novos modelos de negócios há alguns anos. Vide aplicativos de telefone celular que oferecem variados serviços de entrega de comida, transporte particular e outros. Essas tendências seguem o caminho da economia compartilhada, como explica Leonardo Guerra.
Tendências
"Essa geração vai tomar conta do mercado nos próximos anos. A melhor coisa é observar o mercado e identificar as novas oportunidades de negócios onde os consumidores querem novas experiências de vida", diz o diretor do Sebrae.
O documento do Sebrae aponta 17 macrotendências e 110 oportunidades de negócios em Goiás para os próximos cinco anos. O estudo é resultado de análise de tendências de consumo, mercado e negócios de pequeno porte aos goianos. O livro pretende fomentar a criação de um ecossistema para geração de negócios e difundir o empreendedorismo como estilo de vida.
As 17 macrotendências sugeridas pelo documento são: Mundo digital, O futuro do trabalho, Consumo consciente e sustentabilidade, Economia compartilhada, Agronegócio, Prazer e saúde à mesa, Nichos de mercado, As novas famílias e seu cantinho no mundo, Faça você mesmo, Mercado pet, Envelhecimento da população, O poder da mulher no mercado, Consumo precoce, Economia de tempo e praticidade, Saúde e beleza e (In) Segurança e franquias.
Para identificar os temas, a pesquisa leva em conta a nova realidade demográfica de Goiás, a urbanização e interiorização do desenvolvimento, a universalização da internet e outros tópicos.
"O Sebrae construiu metodologias importantes ao longo dos anos para ajudar os empresários a montarem, estudarem e estruturarem seus negócios", esclarece Leonardo Guerra.
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O Sebrae publica o livro com novas tendências a cada cinco anos por causa das variações econômicas no Brasil e no mundo, novas gerações de consumo entrando no mercado e influenciando as decisões políticas.
Casa de cuidados para idosos aposta em "experimentação"
A empresária Iracilda Sindou Doederlein trouxe sua expertise de 30 anos em cuidados para idosos, no Rio de Janeiro, para Goiânia. O Sossego Residencial para Idosos foi aberto no bairro Jardim América há três anos. A casa disponibiliza 18 dormitórios, segurança on-line via monitoramento por câmeras e horário de visita livre como diferencial.
"A diretoria da casa incentiva os familiares a visitarem os idosos diariamente, se puderem, ou ligarem sempre para conversar. Nós cuidamos dos idosos como gostaríamos de ser cuidados. Temos uma equipe técnica qualificada para isso", explica Iracilda.
A ideia surgiu da união entre a necessidade de trabalhar e a situação de saúde do esposo de Iracilda. A empresária é diplomada em Técnicas de Enfermagem e Massoterapia. "Atuo nessa área há 30 anos. Juntei o útil ao agradável", comemora Iracilda.
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A empresária tem o filho Pedro Paulo Doederlein como sócio no Sossego Residencial para Idosos para ajudar na administração. "Os idosos se sentem em casa, são bem cuidados e isso é importante para a família que os deixam aos nossos cuidados. As famílias ficam receosas, por isso acolhemos os idosos com toda profissionalidade exigida", explica Pedro Paulo.
Casal explora nicho infantil no saturado mercado do jeans
Os empresários Regiane Vargas e Hugo Oliveira abriram uma loja no Goiás Center Modas há menos de um mês, em meio ao saturado mercado de jeans da Rua 44. Mas, o negócio atingiu um nicho relativamente pouco explorado: infanto-juvenil.
Hugo Oliveira conta que escutava das crianças que não gostavam de jeans porque machucava ou era incômodo no corpo. Com o relato de dezenas de crianças, o casal criou a própria confecção, modelagem e contratou profissionais para atender esse mercado tão exigente.
"As crianças nos contavam tudo que incomodavam no uso do jeans. Agora fazemos de tudo para atendê-los de acordo com as expectativas. Outro lado analisado é que tem poucas pessoas fabricando jeans infanto-juvenil em Goiás. A maioria vem de fora apenas para revenda", conta Hugo Oliveira.
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O empresário espera crescer junto com o mercado da moda goiana. A previsão é de um aumento de 3,21% na produção e lucro a cada ano até 2025.

O Governo Federal tenta se aproximar dos Estados Unidos, mas a China compra o dobro das exportações brasileiras em relação aos americanos
[caption id="attachment_180173" align="alignnone" width="620"] Jair Bolsonaro quer apoio de Donald Trump para entrar na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico | Foto: Isaac Nobrega/PR[/caption]
A visita do presidente Jair Bolsonaro ao colega norte-americano Donald Trump, em março, foi o primeiro passo do brasileiro na tentativa de estreitar laços comerciais, em queda nos últimos anos, e garantir apoio dos americanos para entrar na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um clube de países ricos. Em outro cenário, a relação comercial com a China cresce ano após ano. O volume de exportações brasileiras para os dois países é desigual, mas as relações comerciais são bem peculiares.
O interesse entre dois países vai além de um governo vender ou comprar de outro. A ligação se completa quando os dois encontram pontos de interesse comum, como parcerias e cooperações para desenvolvimento econômico, pesquisas para avanços tecnológicos, medicinais e outros.
Depois de Bolsonaro visitar Trump, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, vai à China, em maio, para tratar das exportações brasileiras e de possível liberação de novos estabelecimentos para exportação de carne e de relatório pedido por autoridades sanitárias do país com essa finalidade.
“O Brasil exportou para a China no ano passado 88% do total das vendas externas de soja. Nós somos parceiros confiáveis, temos qualidade, nossa soja tem mais proteína. Então, precisamos dizer que continuamos e queremos continuar sendo parceiros. É fundamental ir lá e afirmar isso”, argumentou Tereza Cristina, em entrevista coletiva, após reunião com líderes do setor agropecuário em São Paulo, na segunda-feira, 22.
Exportações para os EUA despencaram a partir de 2015
Os índices de exportações de produtos básicos para os Estados Unidos começaram a cair a partir de 2015, quando desabou para US$ 4,2 bilhões no ano. Variação negativa de 32,7% se comparado com 2014 (US$ 6 bilhões). Em 2016 caiu mais 25,9%, com US$ 3,17 bilhões exportados. Nos dois anos seguintes, 2017 e 2018, a balança voltou a reagir com variações positivas de 50,1% e 5,8%, respectivamente. O Brasil vende uma quantidade menor de produtos para os Estados Unidos ao comparar com a China e, consequentemente, recebe menos dinheiro. Mas, o comércio brasileiro vende um produto mais caro para os americanos: os manufaturados. De acordo com dados do Ministério da Economia, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o Brasil exportou US$ 28,77 bilhões para os Estados Unidos em 2018. Os produtos com maior presença no carrinho são óleos brutos de petróleo (11%), produtos semimanufaturados de ferro e aço (11%) e aviões (6,8%). Esses produtos trazem mais retorno financeiro ao Brasil por envolver mais tecnologia na produção, como explica a professora de Economia da Universidade Federal de Goiás Andreia Lucena, doutora em Economia e Relações Internacionais. “Exportar produtos de maior valor agregado, como aeronaves, é melhor para o País”, avalia. Em 2018, 58% dos produtos exportados para os Estados Unidos foram manufaturados. Enquanto isso, 88% dos produtos enviados à China são básicos, como soja e minério de ferro, de acordo com o Mdic. Os dados mostram uma parceria qualitativa entre brasileiros e americanos, diferentemente dos produtos básicos exportados aos chineses: do campo ao transporte. O Brasil importa derivados dos mesmos produtos exportados para os Estados Unidos, mas a um preço mais alto. Enquanto os americanos compram do Brasil US$ 3 bilhões em petróleo bruto por ano, o Governo Federal importa a gasolina e etanol já refinados por US$ 7,1 bilhões. E produtos derivados do petróleo estão no topo da lista de importações brasileiras dos Estados Unidos. Outros bens importados são inseticidas, adubos, sangue humano e animal e medicamentos. O Brasil importou US$ 28,9 bilhões dos americanos em 2018. A parceria comercial com os norte-americanos é mais antiga do que com os chineses e ultrapassa os limites de importação e exportação. A relação com os Estados Unidos trouxe fábricas de automóveis para o Brasil e centenas de empresas e linhas de produção e montagem há mais de 50 anos. Investimentos do tipo com os chineses são mais recentes. Porém, colocaram a China na primeira linha de importação e exportação para o Brasil nos últimos anos. E os Estados Unidos caíram para o segundo lugar. “Se analisar apenas o volume de exportação, a China tem uma importância maior. Os números comerciais com os chineses têm crescido nos três últimos anos. Se olharmos esse dado para os Estados Unidos, as exportações brasileiras têm diminuído, em média, 2% ao ano”, explica Andreia Lucena. Informações do Mdic revelam aumento de 16% nas exportações para a China entre 2016 e 2017. De 2017 para 2018 o aumento foi de 26%.É cada vez maior a entrada de "dólares chineses"
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Couro bovino é mais valorizado na China, segundo exportador
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Fieg teme aproximação entre Estados Unidos e China
Na cesta de relações brasileiras com os dois países, a Federação da Indústria de Goiás (Fieg) teme uma aproximação entre Estados Unidos e China após a guerra comercial que os dois disputam desde o ano passado. “Essa aproximação irá tirar muito mercado brasileiro e, principalmente, dos produtos goianos, visto que os EUA são concorrentes mundiais em várias commodities e produtos produzidos em Goiás”, avalia o gerente do Centro Internacional de Negócios da Fieg, Plínio Viana. O gerente acrescenta que “uma guerra comercial entre ambos não interessa a ninguém. Nesses casos, a reação do mercado mundial é de retração. Até que se estabeleça a normalidade, todos perdem”. [caption id="attachment_180190" align="alignnone" width="512"]
Goiás teve superávit de US$ 3 bilhões
A balança comercial de Goiás fechou o ano de 2018 com saldo positivo em US$ 3 bilhões. As exportações fecharam em US$ 7 bilhões e as importações, em US$ 3 bilhões. Em a 2017, as exportações cresceram 8,75% e as importações, 10,58%. Os destaques das exportações goianas em dezembro de 2018 foram para o minério (US$ 183 milhões), o complexo da soja (US$ 111 milhões) e o complexo da carne (US$ 107 milhões). Em 2018, Goiás exportou principalmente para a China, 23,87% de todos os produtos; Índia (6,80%); Bulgária (6,643%); Itália (4,73%) e Estados Unidos (4,2%). Juntos, esses seis países totalizaram 52,53% das exportações goianas. No ranking das exportações por unidade da Federação, Goiás ocupou a 11ª posição, mesma posição de dezembro de 2017, com participação de 2,5% das exportações do País. Os primeiros colocados foram São Paulo, Minas Gerais e Rio de janeiro. Os municípios goianos que lideraram as exportações em 2018 foram: Rio Verde US$ 853 milhões (16,40%), Alto Horizonte US$ 439 milhões (8,44%), Mozarlândia US$ 391 milhões (7,53%), Barro Alto US$ 378 milhões (7,27%), Goiânia US$ 352 milhões (6,78%), Itumbiara US$ 305 milhões (5,87%) e Ouvidor US$ 270 milhões (5,20%). Esses municípios corresponderam sozinhos a 57,5% das exportações do estado. Em termos da Classificação por Grandes Categorias Econômicas (CGCE), 78,3% das exportações goianas foram de bens intermediários e 20,22% de bens de consumo, em dezembro de 2018. Quanto às importações por município, Anápolis e Catalão foram responsáveis por 67,66% das importações ou US$ 2,4 bilhões no ano passado. Os principais itens foram adubos com 30,76%, produtos farmacêuticos (30,5%), reatores nucleares, máquinas (13,41%). Os principais países de origem são Estados Unidos (US$ 62 milhões), Alemanha (US$ 38), China (US$ 35), Rússia (US$ 22), Suíça (US$ 14) e Argélia (US$ 13). Juntos, esses países responderam por 61% das importações do Estado. Em fevereiro deste ano, as exportações goianas totalizaram US$ 421 milhões e as importações, US$ 334 milhões. As vendas para o exterior apresentaram alta de 4,48% em relação a fevereiro de 2018 (US$ 403 milhões) e aumento de 1,24% em relação ao resultado apresentado em janeiro de 2019. Nesse período, Goiás exportou US$ 416 milhões.Rio Verde sedia negociações bilionárias no agronegócio brasileiro
O município de Rio Verde (GO) tornou-se referência nacional no setor do agronegócio. A feira TecnoShow, sediada na cidade, movimentou R$ 3 bilhões em negócios, segundo o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (PSB), que tem base eleitoral e produz grãos no município. "Acredito que o aumento significativo da exportação de Rio Verde para China se deve, sobretudo, ao fato de que o município concentra um dos maiores processos de industrialização e comercialização de alimentos do Brasil, tanto de soja quanto do milho, e isso acaba influenciando bastante", explica o parlamentar. Uma das características principais de Rio Verde, segundo Lissauer, é a possibilidade de expansão da produtividade para o mercado internacional. "Podemos avançar ainda mais, principalmente na produção de frangos e suínos e isso contribuirá muito para o crescimento das nossas exportações", espera Vieira. [caption id="attachment_163594" align="alignnone" width="620"]
Entrevista | Edival Lourenço Júnior
A tendência da China é exportar tecnologia de informação, segundo expert em mercado internacional
O administrador de empresas Edival Lourenço Júnior tem expertise em relações comerciais com a China. Diplomado pela Universidade de Pequim, morou oito anos no país asiático e trabalhou na estatal CRRC, que atua na exportação de produtos ferroviários. Lourenço Júnior era o único brasileiro na empresa de 185 mil funcionários, que tem planos de expansão na América Latina. Em mesas chinesas de negociação senta-se um de frente para o outro, cada ala de interesse de um lado, quase como uma guerra, porém, num jantar, os chineses sentam-se em mesa redonda para celebrar a união e a proximidade, explica Lourenço Júnior. Após anos de experiência no gigante asiático, o jovem goiano se tornou uma das maiores referências no Brasil em "negócios da China". Leia abaixo a entrevista concedida por ele ao Jornal Opção. [caption id="attachment_180231" align="alignnone" width="620"]

Produtores culturais não acreditam no pagamento do Fundo de Arte e Cultura e cobram a retomada de captação da Lei Goyazes

Desde que a Secretaria da Cultura de Goiás (Secult) foi recriada pelo governador Ronaldo Caiado, a pasta trabalha para organizar sua gestão administrativa do zero. A tarefa não é simples e mostra-se financeiramente árdua. Ao assumir o cargo, o secretário Edival Lourenço encontrou um passivo de R$ 58,8 milhões de repasses não realizados desde 2015. Enquanto isso, a previsão orçamentária para este ano é de R$ 53 milhões. A conta não fecha e o próprio passivo ultrapassa a previsão do orçamento, o que gera insegurança em artistas e produtores culturais, que sofrem para dar andamento aos projetos.
A dívida está ligado ao Fundo de Arte e Cultura, que alimenta atividades tradicionais no cenário goiano, como a Orquestra Filarmônica de Goiás, o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica), a Mostra Nacional de Teatro de Porangatu (TeNpo) e o Canto da Primavera. No site do Fundo, há 13 listas com mais de 300 projetos dos anos de 2015 e 2016 a serem pagos, no valor total de R$ 31.552.000.
Segundo uma fonte da Secult, os passivos referentes a 2017, que deveriam ter sido pagos em 2018, são os únicos, de fato, que não receberam por falta de recursos do Estado, e enfrentam desde, a administração passada, um cenário de restrição orçamentária.
O passivo de R$ 58,8 milhões se arrasta desde 2015, no governo Marconi Perillo, passou pelo governo de José Éliton e alcançou a atual gestão, entrando no orçamento como “restos a pagar”. O problema é que os “restos a pagar”, segundo a Assessoria de Comunicação da Secult, não podem entrar nos recursos estimados para 2019 e, para resolver o impasse, a Secult tenta desde janeiro estabelecer um cronograma de pagamento com a Secretaria de Economia.
Segundo a secretária da Economia, Cristiane Schmidt, as reuniões com a Secult e a classe artística foram produtivas, e, apesar do cronograma ainda não ter sido acertado, o pagamento escalonado já está definido. Schmidt diz que o Goiás tem um passivo “muito grande com tudo, com várias pastas, não somente a Cultura”, incluindo salários de servidores atrasados. Dentro dessa perspectiva, é realizada uma lista de prioridades e a cultura aguarda nesta esteira para ser contemplada.
Nesse entretempo, todos perdem: os produtores culturais, os artistas, a cadeia criativa envolvida nos projetos, a sociedade e o próprio Estado, que conta com menos variedades em seu cardápio cultural.

Recursos insuficientes
O diretor e pesquisador teatral João Bosco Amaral, da Companhia Teatral Oops!, relata que dois projetos de manutenção do grupo, contemplados pelo Fundo de Cultura em 2017, até hoje não receberam os recursos previstos. Um dos projetos aguarda o repasse de R$ 200 mil e o outro falta captar o equivalente a R$ 50 mil.
"Os recursos já são insuficientes para atender as demandas da população e da classe artística. Quando ele é cortado dessa maneira, qualquer pequena ação fica impedida. A tendência é que acabe praticamente tudo e aconteça o mesmo com a Quasar Cia de Dança, que foi à falência por falta de recursos federais. Essa é a situação atual. É muito preocupante", alerta.
A Oops!, que está comemorando 18 anos de existência, tinha a intenção de usar as verbas para trazer artistas internacionais da Espanha, Peru, Colômbia e México, que viriam dar treinamento não apenas para a companhia, como também para outros grupos da cidade.
"O calote atrapalha a engrenagem do mercado cultural como um todo. Infelizmente, o Estado brasileiro é o responsável pelo direito ao acesso à cultura. Dependemos dele e sofremos pelos atrasos dos repasses", lamenta.
O diretor conta que os espetáculos seriam apresentados em cidades de apenas 5 mil habitantes, onde há carência de projetos culturais e a população depende dessas iniciativas para ter acesso à cultura.

"A cultura nunca foi acessível. Quando você corta os repasses, então, você não permite que a sociedade tenha acesso à cultura de qualidade. O artista perde em trabalho e a comunidade perde em oportunidades. Infelizmente os espaços também dependem desses recursos públicos e eles estão sucateados", salienta.
Na visão de João Bosco, a paralisação da Lei Goyazes e a ausência do Fundo de Cultura é um retrocesso de duas décadas. Ele afirma que não tem esperança de que a situação dos repasses seja resolvida em curto prazo. Além disso, o produtor relata que as reuniões entre as secretaria de Economia e a de Cultura não foram uma iniciativa da Secult, mas sim uma mobilização da própria classe artística.
“A própria Secult não se mobilizou para realizar esses encontros. O que foi pautado nas reuniões foi que a [Secretaria de] Cultura não havia estabelecido nenhum prazo de execução dos pagamentos ou parcelamentos e, por isso, a classe pediu um cronograma, que até hoje não foi repassado”, afirma.
Artistas cobram cronograma de pagamento
João Bosco enfatiza que a definição do pagamento foi pelo escalonamento, mas que nenhuma nota oficial foi registrada nem pela Secretaria de Economia e nem pela Secult. “A informação que nós temos é que não haverá pagamento e que não há caixa para realizá-lo agora. Os repasses seriam feitos daqui três anos, isso se realmente forem feitos”, destaca.
Para os pagamentos do Fundo de 2019, o secretário Edival Lourenço disse ao Jornal Opção que a perspectiva é que sejam feitos entre agosto ou setembro, quando também deve sair o resultado dos contemplados dos últimos editais.
Maria Abdalla, idealizadora e diretora geral do Goiânia Mostra Curtas, que vai completar 19 anos em 2019, além de outros projetos como Icuman Lab e o Cinema Popular, também comenta sobre a falta de repasses e afirma que todos os seus projetos correm o risco de acabar, devido a falta de compromisso do pagamento dos editais.
“Tudo isso é dinheiro público. Quando ele não é bem utilizado, é desperdiçado. Isso está afetando completamente toda a cadeia produtiva. Esses projetos contribuem para a economia e a falta deles causa um grande impacto. É muito sério o que está acontecendo na cultura, não apenas em Goiás, mas em todo o País", ressalta.
A produtora reclama da inexistência de um cronograma para o pagamento dos editais e observa que "não existe um calendário para esses projetos”, que julga ser primordiais para a sociedade. "A Lei Goyazes está parada. Nós não podemos utilizar do mecanismo de captação. O Fundo tem um passivo acumulado e não há previsão para o pagamento, enquanto a lei municipal até hoje não abriu. Ou seja, o cenário mostra uma crise profunda na cultura", destaca.
Abdalla conta que o Icuman Lab, aprovado na Lei Goyazes, foi cancelado em abril, por falta de captação, enquanto o Goiânia Mostra Curtas ainda não conta com o apoio do Estado de Goiás. “O Fundo está à deriva, não tem nada concreto. Eu sigo trabalhando, mas o que vai acontecer é imprevisível”, lastima.

Escritor aguarda recursos para publicar livro
O escritor, professor e pós-doutor, especialista em história medieval, Ademir Luiz, confirma que, de fato, há vários prêmios do Fundo de Arte e Cultura que ainda não foram pagos. “Eu mesmo tenho um romance gráfico, intitulado ‘Errante’, esperando a liberação da verba para ser publicado”, informa.
No entanto, o escritor vai na contramão dos produtores culturais e reconhece que suas experiências com as leis de fomento, até agora, foram positivas. “Tive um primeiro romance gráfico, intitulado “Conclave” e ilustrado pelo artista Rafael Campos Rocha, que foi viabilizado pelo Fundo de Cultura. Depois, consegui viabilizar uma série de oficinas com escritores e quadrinistas em Goiânia, Anápolis e Pires do Rio”, relata.
Ademir acredita que a demora na liberação dos passivos se deve ao processo de reconstrução da Secult e lembra que a secretaria havia sido fundida com a Educação. “[A Educação é] uma pasta muito maior e com demandas próprias”, argumenta.
O escritor confia no trabalho do também escritor e secretário de Cultura, Edival Lourenço. “É preciso lhe dar tempo para trabalhar. A burocracia da máquina estatal é complexa. Outra coisa importante a ser destacada é que, não faz muito tempo, Goiás praticamente não tinha leis de fomento. Ainda estamos no processo de estabelecer o real papel dessas leis no cenário”, avalia.
Ademir Luiz propõe que o Estado não apenas fomente a Cultura, mas também divulgue esses atos, por exemplo, com a realização de um festival de cinema ou evento de lançamento coletivo com filmes produzidos e livros editados via fomento. “Ações desse tipo vão criar uma relação mais evidente entre a classe artística e as autoridades. Reconheço os problemas e compreendo as reclamações, mas sou otimista”, declara.

Ainda não há prazo para a Lei Goyazes
voltar a captar recursos
Enquanto isso, a Lei Goyazes sofre para ser regularizada e voltar a captar. Em dezembro do ano passado, o governo José Eliton publicou um decreto revogando os efeitos da lei e a isenção fiscal foi encarada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) como guerra fiscal entre os Estados, apesar dos recursos serem destinados para o incentivo de projetos culturais.
Em março deste ano, o Confaz reviu seu posicionamento e entendeu que a renúncia do ICMS a favor da cultura não constitui guerra fiscal. A Secult argumenta que, como a situação foi resolvida, a Lei Goyazes segue em vigor, restando apenas uma análise dos setores jurídicos de ambas as secretarias para saber se há algum ônus jurídico ou impeditivo para a captação. “Nós acreditamos que não há. Mas vamos nos reunir outra vez para definir a questão”, afirma a assessoria da secretaria.
A pasta alega que o retorno da captação de recursos é uma demanda emergencial para a pasta e o secretário está empenhado para dar regularidade ao mecanismo. Além disso, a assessoria enfatiza que tanto o secretário quanto os produtores culturais já se reuniram diversas vezes com a Secretaria de Economia e que há mais um encontro para ocorrer após o feriado da Semana Santa.
Na saga da captação para a Lei Goyazes, há ainda outra frente sendo trabalhada junto à Assembleia Legislativa para a apresentação de um projeto de Lei que reconheça que o mecanismo não constitui guerra fiscal.
Em entrevista ao Jornal Opção, o secretário Edival Lourenço pontuou o pedido ao deputado Karlos Cabral (PDT), responsável por apresentar o projeto na Assembleia Legislativo de Goiás (Alego). Segundo o secretário, há expectativa da pauta ser votada o mais breve possível.

Sobre os atrasos dos repasses, Lourenço admite que as delongas do pagamento “são uma realidade”, que ocorrem em decorrência do próprio “fôlego que a lei tem”. A Secult, por sua vez, argumenta que a aparente demora em tratar o orçamento, na verdade, está dentro do procedimento normal da pasta, que teve de ser reconstruída do zero.
“Este ano vamos lançar o edital do Fundo em julho e o edital da Lei Goyazes em agosto. [...] Há cinco anos ainda não tínhamos o Fundo. Nem se imaginava que teríamos R$ 40 milhões (atualizados para R$ 53 milhões) por ano para investir nas atividades-fim em Goiás”, ressaltou o secretário.
Na visão de Lourenço, o avanço das leis de incentivo a cultura em Goiás é inegável. Tanto a Lei Goyazes quanto o Fundo “aportam um valor muito grande para a área cultural”, gerando impacto na cadeia criativa da atividade econômica e na sociedade no âmbito cultural. “É uma coisa de grande relevância”, destacou.
A Secult, por sua vez, também defende o trabalho da pasta e reforça que está empenhada em conseguir patrocínios para os festivais. Segundo a assessoria, a prioridade é o Fica, que negocia incentivos com a Caixa e deve ser um modelo para outros eventos como o TeNpo e o Canto da Primavera.

Ainda de acordo com a Secult, as negociações com a Caixa já estão adiantadas, embora o patrocínio ainda não tenha sido firmado. O festival, que tradicionalmente acontece em junho, deve ser adiado e ainda não tem confirmação de data nem valores a serem repassados. A pasta pontua que o orçamento será menor que em 2018, de R$ 3 milhões, mas que a qualidade do evento será preservada.
Apesar de a pasta ainda estar em processo de organização de suas estruturas, a secretaria lembra que a ação cultural continua em Goiás e os espaços seguem com suas atividades normalmente, a exemplo do Teatro Goiânia, o Cine Cultura, a Casa Colagem, a Vila Cultural Cora Coralina e o Centro Cultural Oscar Niemeyer, com a programação atualizada da Orquestra Sinfônica.
“A Secult continua a operar as ações culturais no Estado enquanto realiza os procedimentos internos para reorganizar a gestão da secretaria. Até o meio deste ano novos projetos devem ficar prontos e serão apresentados para essa gestão”, conclui.