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Como Goiânia será prejudicada por desafetação de áreas públicas

O projeto do Executivo, que prevê a venda, permuta ou doação de 18 espaços municipais, deve ser votado na Câmara Municipal nesta semana; setores da sociedade são contra [caption id="attachment_3734" align="alignleft" width="620"]Praça pública ao lado da Pontifícia Universidade Católica (acima), no Jardim Goiás, e sede da Secretaria Municipal de Educação (abaixo),  no Setor Universitário, são 2 das 18 áreas que devem ser desafetadas pelo projeto da Prefeitura de Goiânia / Foto: Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção Praça pública ao lado da Pontifícia Universidade Católica (acima), no Jardim Goiás, e sede da Secretaria Municipal de Educação (abaixo), no Setor Universitário, são 2 das 18 áreas que devem ser desafetadas pelo projeto da Prefeitura de Goiânia / Foto: Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] Marcos Nunes Carreiro Enviado pelo Executivo para a Câmara Municipal em de­zembro do ano passado, o Projeto de Lei Comple­men­tar nº 50 (PL 50), prevê a desafetação de 18 áreas públicas. O projeto, como era de se esperar, causou polêmica. Após breve paralisação devido a um pedido de vistas do vereador Geovani Antônio (PSDB), o projeto deve voltar ao plenário para votação nesta semana. É a segunda vez que a Prefeitura de Goiânia encaminha um projeto visando a desafetação de áreas públicas. A Lei Complementar nº 224, de 16 de janeiro de 2012 — que a partir da inclusão de novo inciso no artigo 112 da lei do Plano Diretor de Goiânia —, permitiu a venda de áreas propícias à construção de edifícios residenciais ou comerciais. artigo_jose maria e silva.qxdA questão foi alvo de ação civil pú­blica, proposta pelo Ministério Pú­blico de Goiás (MP), que requereu ju­­dicialmente o bloqueio de 70 imóveis públicos desafetados. Por decisão liminar do Poder Judiciário, essa a­­ção resultou, por exemplo, na suspensão da venda dos terrenos, localizados próximo ao Paço Municipal, Região Sul da capital. À época foi estabelecido um Termo de Ajus­ta­mento de Conduta (TAC) para que as desafetações citadas não ocorressem da forma prevista anteriormente. Assim, surgiu desse TAC, o PL 50 que tramita na Câmara. A polêmica está no fato de que, das 18 áreas com previsão de desafetação nesse novo projeto, a maior parte — 10 áreas — será destinada à venda. Ou seja, qualquer um poderá adquirir as áreas. Uma pequena fração será dada aos órgãos públicos — TCM, MPT e o próprio MP — e/ou permutas — caso da PUC-GO. Outra questão trata dos usos primitivos das áreas. Como pode ser visto no quadro na próxima página, algumas áreas que serão vendidas estavam destinadas à instalação de equipamentos sociais. Por exemplo: os dois espaços no Portal do Sol eram para a construção de centros para desenvolvimento da criança, do adolescente e apoio ao idoso. As duas áreas no Re­sidencial Humaitá eram para a construção de um posto de saúde e um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei). O maior questionador do novo projeto do Executivo é o Instituto de Es­tu­dos Socioambientais (Iesa), da Uni­ver­sidade Federal de Goiás (UFG). O instituto produziu um relatório chamado “Im­pactos negativos da desafetação de áreas públicas no município de Goiâ­nia”. Nesse relatório, são apontadas al­gu­mas questões. A primeira delas trata, segundo o Iesa, do objetivo das vendas. O relatório afirma: “O pano de fundo para discussão do PL-50 passa pelo entendimento das demandas e prioridades de investimento do Governo Municipal de Goiânia. Esse ponto de partida implica em pensar o planejamento urbano em um horizonte temporal que ultrapasse o período de vigência dos mandatos para o Executivo e para o Legislativo municipal.” Nesse ponto, o documento utiliza dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que, em 2010, mostrou que Goiânia, em seus 630 bairros, havia 238.955 imóveis prediais particulares e 117.057 lotes particulares. O total de imóveis prediais públicos, em 2010, era de 1.028, enquanto o de lotes públicos somava 10.360. O relatório afirma: “A distribuição dos lotes públicos no espaço intraurbano impressiona, uma vez que, segundo dados do Governo Municipal (Goiânia, 2012), não existiam lotes públicos em 189 bairros e em 63 bairros existia apenas 1 lote público. Já em outros 50 bairros existiam dois lotes públicos em cada bairro e em outros 46 bairros existiam apenas 3 lotes públicos cada bairro.” [caption id="attachment_3741" align="alignleft" width="620"]*De acordo com a Comissão de Habitação e Urbanismo da Câmara Municipal,  a Prefeitura não informou a destinação primitiva de todas as áreas / Foto: Comissão de Habitação de Urbanismo da Câmara Municipal (2014) *De acordo com a Comissão de Habitação e Urbanismo da Câmara Municipal,
a Prefeitura não informou a destinação primitiva de todas as áreas / Foto: Comissão de Habitação de Urbanismo da Câmara Municipal (2014)[/caption] O argumento do Iesa é que os lotes vagos particulares somam uma área maior e, de certa forma, mais importante do ponto de vista do gasto público. “A maior parte [dos lotes particulares] está localizada em regiões com infraestrutura urbana e serviços públicos consolidados e passíveis, a depender da vontade do Governo Municipal, da aplicação dos instrumentos previstos no Estatuto das Cidades, a exemplo do IPTU progressivo”, aponta o documento. Isso porque, segundo os técnicos do instituto, baseando-se nos dados de 2010, há uma estimativa de que, em 2013, Goiânia alcançou uma população de aproximadamente 1 milhão e 400 mil habitantes. Esse número aponta uma densidade de 1.776,74 habitantes por km². Uma densidade alta, que, contudo, não indica uma cidade compacta, visto que a cidade cresce para fora dos locais mais habitados. Dessa forma, tem-se o seguinte ponto: novos setores geram demanda por novos equipamentos públicos, como praças, Cmeis, escolas, postos de saúde. E esses equipamentos precisam de áreas públicas para serem construídos.

Uma cidade na contramão de outras no mundo

Além do relatório, os professores do Instituto de Es­tu­dos Socioambientais (Iesa), publicaram no site Necrópole Goiânia — página criada pelo professor da UFG Tadeu Arrais com o intuito de discutir a questão da desafetação de áreas — um posicionamento oficial. O documento na íntegra: “Posicionamento dos professores da área de planejamento urbano e regional do Iesa, da UFG, em relação ao Projeto de Lei Complementar 50, que desafeta áreas públicas municipais de Goiânia: “No momento em que várias cidades do planeta lutam para afirmar a função social da propriedade, o Governo Municipal simplesmente abre mão de um dos principais insumos de ordenamento do espaço urbano que é, justamente, a possibilidade de manejar estoques de terras para interesses coletivos. A leitura da justificativa do Projeto de Lei número 50, causa desconforto. “Escreve o Prefeito: ‘Ade­mais, a presente proposta trata da desafetação de áreas que se encontram subutilizadas, estando passíveis, em tese, de alienação e de adensamento. Importante salientar que algumas são áreas cujas destinações relacionam-se a órgãos da Administração Pública Municipal, os quais se manifestaram favoráveis às desafetações em apreço, haja vista que não há previsão de utilização pelos mesmos, não implicando em prejuízo para a população’. “Três apontamentos, antes de uma análise mais detalhada do PL 50, são necessários. O primeiro é que as áreas não estão subutilizadas. Área pública, por definição, não é subutilizada. A disposição do prefeito para subutilizar áreas deveria ser mirada nos mais de 100.000 lotes vagos do perímetro urbano. O segundo apontamento refere-se ao adensamento. O adensamento não deve ser justificativa para venda e/ou permuta de áreas públicas, uma vez que aumentará as demandas por investimentos públicos nas áreas desafetadas. O terceiro apontamento guarda relação com a manifestação favorável dos órgãos do Executivo Muni­cipal. Seria ingenuidade supor que o secretariado municipal manifestasse uma opinião divergente daquela decretada pelo Paço Municipal. “Em ofício enviado no dia 15/10/2013, sobre duas áreas com dimensão total de 10.849,84 m², no Setor Universitário (destinação primitiva para sede da SME) e no Residencial Humaitá (destinação primitiva para CMEI), consta a seguinte resposta da então secretaria Neyde Aparecida da Silva para o Gabinete do Prefeito: ‘… informamos que a SME não tem projetos definidos para as áreas em questão, de modo que não há interesse na utilização desses espaços por esta Pasta’ (p.234 de 306). Interessante que no PL 50, no artigo que trata da finalidade dos recursos, consta a construção da sede da SME no Parque Lozandes. Que melhor lugar para sediar a SME que o Setor Leste Univer­sitário? Como não existe demanda, agora, ou no futuro, para construção de um CMEI na Região Norte de Goiânia?

Ressalvas sobre o PL 50

“A primeira ressalva resulta da relação entre a política urbana mu­nicipal e a política de desafetação de á­reas públicas municipais. A vin­culação entre as duas políticas, cujo foco da segunda resulta na pos­si­bi­lidade de financiamento da primeira, revela a incapacidade do Governo Municipal em pensar uma política urbana comprometida com o futuro. O atraso está em compreender que a venda de ativos públicos constitui um meio eficaz de financiamento da política urbana. “A segunda ressalva resulta da am­plitude PL 50, com foco em 18 áreas públicas municipais localizadas em distintos pontos da cidade. A di­men­são das áreas pode variar de 35.999,86 m² (Portal do Sol) a 1.957,19 m² (Jardim Colorado Sul), somando um total de 208.421,3 mil m². Essa estratégia política deixa pouco espaço para discussão, uma vez que as estratégias pontuais, a exemplo da desafetação das áreas localizadas no Parque Lozandes e no Re­sidencial Humaitá, são dissolvidas em uma discussão global que tem por ob­jetivo angariar maior apoio político dos segmentos corporativos da cidade. “A terceira ressalva resulta da compreensão da natureza de uma política urbana que torna im­pres­cindível a preservação dos estoques de áreas públicas. É, no mínimo, irônico que se venda áreas públicas em uma cidade cuja expansão horizontal gera demandas cotidianas por investimentos públicos em equipamentos de consumo coletivo. O parágrafo 3 do Art.2, do PL 50, des­creve, laconicamente, a destinação dos recursos. Entre as 12 destinações des­critas são apontadas, por exemplo, a construção de um viaduto na Ave­ni­da PL-2 com a BR-153, no Park Lo­zan­des, justamente a área que será a­densada pela desafetação. A equa­ção é simples: o Governo Municipal dotou de valor imobiliário aquela área com investimentos públicos. O mesmo Governo Municipal pretende vender as áreas. Em seguida, utili­zan­do-se dos recursos da venda, o Go­verno Municipal dotará as mesmas á­reas de amenidades ambientais e sis­temas de mobilidade. A valorização imo­biliária para os grupos cor­po­ra­tivos será fiada com os recursos da coletividade. “Enfim, para além dos interesses partidários e corporativos e do epíteto de Goiânia Sustentável, temos a obrigação histórica de reafirmar nosso compromisso com o futuro da cidade, o que significa, nesse momento, negar com veemência o Projeto de Lei Número 50.”

UFG aponta falta de estudos para amparar PL 50 

[caption id="attachment_3739" align="alignleft" width="620"]Prefeito Paulo Garcia: sem falar sobre o assunto, até que o projeto passe por votação na Câmara / Fernando Leite/Jornal Opção Prefeito Paulo Garcia: sem falar sobre o assunto, até que o projeto passe por votação na Câmara / Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] O professor PhD Tadeu Alencar Arrais, que coordena a discussão do tema no Iesa, diz que o posicionamento do Instituto não é político, mas técnico. “O Iesa vê alguns problemas em relação a esse assunto. Pri­meiro, é uma questão de princípio, pois não se dispõe de patrimônios públicos para financiar políticas urbanas. Ou seja, o projeto tem como ma­triz desafogar os investimentos da prefeitura. Além disso, estão ignorando o Plano Diretor, pois há sérias ques­tões de adensamento que não es­tão sendo levadas em consideração”. Na fala do professor, é possível identificar dois pontos de argumentação-chave. O primeiro ponto está no fato de que o PL 50 transforma todas as áreas a serem desafetadas em Projetos Urbanos Diferenciados (PDU-I). Arrais explica a questão: “Eu tenho, por exemplo, dois lotes em uma esquina A e outro em uma esquina B. Esse lote A está preso nos parâmetros urbanísticos desse setor, que não me permite verticalizar. Então, esse lote tem um valor ‘X’, pois não posso criar solo. Agora, se esse lote tivesse a possibilidade de criar solo o valor seria outro. O que a prefeitura fez? Transformou todas as áreas em PDU-I. Ou seja, quem comprar essas áreas poderá fazer praticamente o que quiser com elas.” Isso, na visão do professor, contraria uma discussão — que classifica como histórica — do Plano Diretor no que concerne ao adensamento de determinadas regiões. Além disso, segundo ele, também há as questões pontuais de cada região. “Cito, por exemplo, a área no Jardim Brisas do Cerrado, lugar em que há funcionando um campo de várzea. Esse campo foi construído pela população em uma área que é pública em um setor que não tem opções de lazer. E esse local deverá ser tirado dessa comunidade a fim de ser destinado, teoricamente, ao Macambira-Anicuns”, diz. [caption id="attachment_3743" align="alignleft" width="208"]Professor Tadeu Arrais: “São áreas necessárias à comunidade” / Fernando Leite/Jornal Opção Professor Tadeu Arrais: “São áreas necessárias à comunidade” / Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] O outro ponto-chave é que, de acordo com o professor Tadeu Arrais, não há estudos que amparem o projeto. “É preciso ter estudos que digam por que estão vendendo áreas no Portal do Sol e não no Vera Cruz, por exemplo. Por que estão vendendo áreas no Jardim Goiás e não no Guanabara. Ou seja, não há estudos que expliquem os motivos. Pelo menos, não há projetos que tenham sido apresentados à população”, declara. Essa questão, segundo Arrais, dificultou o próprio posicionamento do Iesa. “Tivemos que produzir um estudo a partir do nada, tendo co­mo base somente as áreas desafetadas. E foi nesse momento que os problemas começaram a aparecer, pois as áreas desafetadas têm usos primitivos que são necessários às comunidades. Por exemplo: a sede da SME, no Setor Universitário. Por que essa área, que é muito bem localizada e de fácil acesso para todos os professores, será permutada com a PUC?”. Em relação a esse assunto, a líder do prefeito na Câmara Municipal, vereadora Célia Valadão (PMDB), vê a questão da seguinte forma: “O PL nasceu de um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] entre a prefeitura e o Ministério Público, e que apresenta possibilidades viáveis para a administração. Então, não tenho nada a comentar sobre esses estudos.” Quando questionada sobre os aspectos positivos do projeto, a peemedebista diz que a venda das áreas trará benefícios para a população, uma vez que os recursos já têm destino certo. “Acredito que o chefe do Poder Executivo tem a prerrogativa de priorizar isso que é apresentado e esta Casa entende isso da mesma forma”, afirma. [caption id="attachment_3747" align="alignleft" width="300"] Líder do prefeito, Célia Valadão: “O chefe do Poder Executivo tem a prerrogativa de priorizar a venda das áreas” / Foto: Alberto Maia/Câmara Líder do prefeito, Célia Valadão: “O chefe do Poder Executivo tem a prerrogativa de priorizar a venda das áreas” / Foto: Alberto Maia/Câmara[/caption] A priori, o prefeito Paulo Garcia não fala sobre o assunto. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que, até que o projeto passe por votação na Câmara — o que deverá ocorrer nesta semana —, não se pronunciará a respeito, mas apontou o chefe de gabinete do prefeito, Iram Saraiva Junior, como quem poderia dar declarações sobre o tema. A reportagem procurou Saraiva Junior várias vezes, mas não foi atendida nem ele deu retorno. O projeto se encaminha para ser aprovado na Câmara — visto que a pre­feitura tem maioria na casa —, mas nem todos os vereadores estão a favor. A presidente da Comissão de Habitação da Casa, vereadora Tatia­na Lemos (PC do B), que não se co­lo­ca nem na situação nem na oposição, afirma que o projeto é ilegal e também apresentou um relatório contra. Segundo ela, a legislação é clara ao dizer que áreas destinadas à construção de equipamentos públicos, como Cmeis e Postos de Saúde, não podem ser desafetadas. A não ser que sejam para fins de habitação de interesse social, ou para obras de infraestrutura na própria área, como viadutos. “A prefeitura está passando por cima da lei. Fora isso, muitos dos bairros que estão perdendo essas áreas não têm outros locais para instalar esses equipamentos sociais. E temos que pensar Goiânia no futuro. Afinal, daqui a 100 anos, haverá Goiânia”, declara ela. [caption id="attachment_3748" align="alignleft" width="300"]Vereadora Tatiana Lemos: “A prefeitura está passando por cima da lei e do Plano Diretor de Goiânia” Foto: Alberto Maia/Câmara Vereadora Tatiana Lemos: “A prefeitura está passando por cima da lei e do Plano Diretor de Goiânia” Foto: Alberto Maia/Câmara[/caption] Ao falar de lei, a vereadora se refere à Lei Complementar nº 78, de 8 de junho de 1999, que estabelece normas para o uso da alienação de bens municipais. A lei em questão diz em Parágrafo Único de seu art. 1º: “Fica, a partir da vigência desta Lei Complementar, expressamente vedada, para quaisquer fins, a desafetação de áreas públicas destinadas às praças, escolas, postos de saúde, hospitais, creches, centros de convivência, exceto para implantação de projetos de infraestrutura e projetos de habitação de interesse social, cujo processo legislativo se realizará em caráter de urgência.” É certo que a lei apontada pela vereadora foi alterada pela Lei Complementar nº188, de 30 de março de 2009, que, porém, manteve a redação deste parágrafo. Tatiana diz que, atualmente, já há bairros que precisam de equipamentos sociais, mas não têm áreas disponíveis para a construção. “É o caso do Madre Germana 2. Existe o recurso federal para a construção de um Cmei lá, mas não tem área para essa construção. E não estão atentando para isso. Ou seja, a prefeitura está parecendo um filho que pegou a herança do pai e a está gastando. Não podemos deixar que um problema de gestão prejudique o futuro da nossa cidade”, diz.

Cachoeira Dourada privatizada gera lucros milionários

Hidrelétrica rende mais de R$ 300 milhões por ano ao grupo que a comprou do Estado na última gestão do PMDB em Goiás. Em situação oposta, companhia energética goiana se encontra em meio à mais grave deficiência financeira e estrutural de sua história

Câmara de Trindade presta homenagens a ex-prefeitos e ex-vereadores

“Um dia para ficar na história de Trindade”, disse o prefeito Jânio Darrot sobre a solenidade na Casa de Leis do município [caption id="attachment_3263" align="alignnone" width="620"]artigo_jose maria e silva.qxd Prefeito Jânio Darrot posa para foto com vereadores de Trindade: homenagem resgata história política do município[/caption] Fábio PH Especial para o Jornal Opção Com propositura do presidente da Câmara de Trin­dade, vereador Raphael Gratão (PDT), foi realizada na segunda-feira, 28, com grande par­ticipação de autoridades e da so­ciedade civil, uma sessão solene para homenagear ex-vereadores e ex-prefeitos da cidade (relação abaixo). Mais de 200 nomes já passaram pelo Legislativo trindadense e cada vereador da atual legislatura teve a oportunidade de reverenciar dois deles. Representando os atuais parlamentares, o vereador Dyego Mar­ques (SDD) destacou a primeira mulher presidente da Casa, Maria Aparecida da Silva, e, entre as homenagens póstumas, Vanilton Correa de Azevedo, que atuou por três mandatos e foi um dos mais aplaudidos da noite. Raphael Gratão aproveitou seu pronunciamento para firmar o respeito democrático, mútuo e responsável entre os atuais poderes Legislativo e Executivo. O vice-prefeito Gleysson Cabriny (PSDB) ressaltou a importância da particularidade que cada vereador deixa na história do município. Emocionado, Jânio Darrot (PSDB) fez o pronunciamento mais longo da sessão. O prefeito de Trindade relembrou vários feitos dos ex-vereadores e dos ex-prefeitos. “Valorizo o convívio republicano entre os poderes Executivo, Le­gis­lativo, Judiciário e a sociedade civil organizada. Parabenizo o presidente Raphael Gratão por este momento inédito, brilhante, dia que entra para a história de Trindade. É muito significativo resgatar, configurar o trabalho de mulheres e homens que doaram parte das suas vidas para o desenvolvimento da nossa cidade.”, frisou Jânio. [caption id="attachment_3264" align="alignnone" width="620"]artigo_jose maria e silva.qxd Ex-prefeitos Roberto Monteiro e Dilson Alberto com Jânio Darrot[/caption] Reverência a políticos históricos de Trindade  Ex-prefeitos homenageados l Valdivino Chaves Guimarães (1973 a 1976 / 1983 a 1988 / 1997 a 2000) l Dilson Alberto de Souza (1977 a 1982) l Roberto Monteiro de Lima (1989 a 1992) Homenagem póstuma aos ex-vereadores l João Alves de Carvalho (1963 a 1970) l Vanilton Corrêa de Azevedo (1977 a 1992) l Raimundo Lopes de Souza (2001 a 2004) Vereadores trindadenses e seus homenageados  Agnelson Alves/PV l Adauto Angélico Floriano (2005 a 2008) l Gleysson Cabriny (2005 a 2008) Alexandre Ribeiro/DEM l Alfredo Garcia Neto (1973 a 1976) l Hildo Bento dos Santos (1983 a 1988) Ana Maria Alves (Aninha) /PTB l Aurimar Rodrigues Lima (2001 a 2004) l Iraci Borges (1971 a 1972) Dyego Marques/SDD l Gerusia de Paiva Ferreira (2001 a 2004) l Onival Correa de Azevedo (93 a 95 / 1997 a 2000 / 2001 a 2004) Erik Cotrim/Pros l Sebastião Francisco dos Reis (1997 a 2000) l José Antônio de Oliveira (1989 a 1992) Fabiano Pimenta/PRTB l Gaspar Gontijo dos Reis (2001 a 2004) l Marcelo Rezende Parreira (2009 a 2012) Hélio Braz/PPL l Valdivino Barbosa Vieira (2009 a 2012) l Marcelo Margarida de Carvalho (2009 a 2012) Leobino de Souza/PSDB l Pedro Alves de Morais (Pedrão) in memoriam (1989 a 1992) l Onivaldo Oliveira da Costa Teixeira (1997 a 2000) Luiz Henrique Margarida/DEM l Horácio Cotrim de Carvalho (1983 a 1988) l João de Deus Chaves Aguiar (1992 a 1995) Marcelino de Souza/SDD l Milton José Martins (1989 a 1992) l Juarez Antônio de Carvalho (2005 a 2008) Maria de Lourdes/PSD l Altamiro Alves Moreira (1973 a 1982) l Dilson Alberto de Souza (1977 a 2000) Raphael Gratão/PDT l Carlos José Domingues (1989 a 1995/2001 a 2004) l Hélio Rodrigues de Oliveira (1992 a 1995) Ricardo Marques/PT l Ézio Bernardes Leite (Sassa) (2005 a 2008) l Arquidones Bites Leão Leite (1989 a 1992) Rildo Ferreira/PMDB l Roberto Monteiro de Lima – (1977 a 1988) l Waceles Jose Bittencourt –(1983 a 1992) Roni Ferreira/PDT l Rosemberg Gonçalves da Rocha (1997 a 2000 / 2001 a 2004) l Amparo José de Souza (1971 a 1972 / 1975 a 1980) Samuel Albernaz/PRP l Flávio Luiz Borges Guilarduci (1997 a 2000) l José Joaquim de Paula (1992 a 1995) Ucleide de Castro/PMDB l Maria Aparecida da Silva (1997 a 2000) l Ana Divina de Araújo Nogueira (1992 a 1995)

Iris Rezende vai se aposentar?

Muitos veem na renúncia à pré-candidatura do maior líder peemedebista como melancólico grand finale em sua carreira política

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Neymar, brilhante, manda dizer: macaco é quem joga banana nos outros

Daniel Alves tinha de cobrar um escanteio, parte de seu ofício de jogador de futebol. E aí começou uma sensacional campanha contra o racismo no esporte

Ética do trabalho que alicerçou o capitalismo está morrendo no Brasil

Viciadas pelo assistencialismo do Estado e corrompidas pelo relativismo moral, as famílias trabalhadoras já não possuem valores a repassar aos filhos e são as principais vítimas da derrocada da ordem

O que as cidades goianas podem ensinar à capital sobre coleta de lixo

Aparecida de Goiânia, Anápolis, Trindade e Senador Canedo não vivenciam a mesma problemática de Goiânia em relação à coleta de lixo. Experiências bem-sucedidas na área de limpeza urbana desses municípios mostram que a terceirização do serviço é o caminho mais viável e eficaz

Verdadeiras minas de ouro, cartórios começam a ter novos titulares

Após um concurso com muitos atropelos, os aprovados começaram a tomar posse em um processo que visa certa transparência. Em Goiânia, apenas dois cartórios continuam vagos, sendo o W Sampaio um deles

Os sete pecados capitais de um candidato a governador

É impossível estabelecer uma lista de tarefas que  garanta a vitória eleitoral nas disputas para o governo, mas existem erros que levam quase certamente à derrota Afonso Lopes Não há unanimidade no planeta política quando o assunto é garantir vitória eleitoral na disputa pelo governo. É claro que muitos “especialistas” espertalhões vendem bugigangas e balandandãs eleitorais como se fossem uma garantia de sucesso nas eleições, mas é uma grande bobagem acreditar nesse tipo de promessa. Bons profissionais dessa área conseguem no máximo orientar muito bem a campanha, mas sem garantir resultados. Se indicar a vitória é impossível, o caminho inverso é muito mais simples. Há um sem número de erros que candidatos consistentes devem evitar cometer para não diminuírem as próprias chances. Em outras palavras, é mais fácil saber as coisas e ações que certamente resultam em fracasso eleitoral nas disputas pelo governo do que encontrar a fórmula perfeita que garanta a vitória.

O que pode derrotar até candidato tido como favorito

Pecado 1Poder econômico excessivo É possível vencer uma grande disputa sem uma boa estrutura financeira? Não, não é. O dinheiro é fundamental numa campanha. A história registra inúmeros casos de excelentes candidatos que naufragaram por falta de dinheiro. Mas o excesso de poder econômico também pode ser um fator determinante para derrotar. Aliás, é um dos grandes fatores negativos de uma boa campanha. Houve um caso, aqui mesmo em Goiás, ainda na década de 1980, de um candidato com estrutura tão boa que ele zanzava de cidade em cidade a bordo de um helicóptero. Em alguns bairros pobres, o sobrevoo arrancava o telhado de zinco das casas. É claro que o eleitor votou no adversário. No Estado do Tocantins, torrou tanto dinheiro na campanha que chegava em cidades muito pequenas, de 2 mil eleitores, mais ou menos, e distribuía 4 mil ou 5 mil camisetas com o seu retrato. Perdeu feio. Se é verdade que a falta de dinheiro complica a campanha, o excesso dele também provoca desastres. 2 – Falta de vivência partidária Há políticos que ficam pulando de partido em partido e ainda assim conseguem vencer grandes disputas. Isso seria um indicativo de que vivência partidária, ou a falta dela, não tem peso na eleição. É um tremendo erro pensar dessa forma. A população não se incomoda com políticos que mudam de partido, principalmente quando já conhece o candidato de outras eleições e carnavais. O problema ocorre com novatos e com veteranos que não conhecem as próprias bases, como prefeitos, vereadores, lideranças de bairro e militantes do partido. É esse exército que garante repercussão entre os eleitores nos momentos em que o candidato não está presente. Quando não existe a convivência interna, essa relação espontânea entre base e candidato fica comprometida. É a convivência partidária que cria laços internos de reciprocidade. Sem isso, o que se consegue formar é exército mercenário. 3 – Subestimar adversários Esse é um dos piores erros que um candidato ao governo pode cometer. Imaginar que o adversário é fraco ou que tem defeitos tão evidentes que vai se tornar presa indefesa é suplicar por derrota. É claro que estrategicamente ninguém sai por aí elogiando o potencial do adversário, mas daí a realmente acreditar que será sopa no mel derrotá-lo é loucura total. Exemplo recente desse tipo de erro foi cometido na campanha de prefeito de Goiânia, em 2010. Paulo Garcia era visto pelos adversários como um político desconhecido, impopular, frágil e sem discurso. Quando a campanha pegou fogo pra valer, seus adversários é que se tornaram tudo isso e mais um pouco. Outro exemplo: Goiás, 1998. O PMDB era tão hegemônico e grandioso eleitoralmente que esnobou coligações e desdenhou quase o tempo todo do candidato das oposições, o quase estreante e desconhecido Marconi Perillo, que só havia disputado e vencido duas eleições, de deputado estadual e deputado federal. No final das contas, Marconi em­pacotou de tal forma o poder peemedebista que venceu os dois turnos. 4 – Acreditar que pesquisa ganha eleição Treino é treino, jogo é jogado e pronto. Eleição é isso. Pesquisa é termômetro de determinados momentos, não uma projeção de resultados para o dia da eleição. Acreditar demasiadamente nas pesquisas leva candidatos favoritos a resultados pavorosos. Muitos candidatos são atropelados por adversários que em determinado momento da campanha demonstravam não ter força nenhuma. E aí, relaxam na hora errada. Candidatos vitoriosos costumam pisar no acelerador com mais vontade ainda quando se isolam na liderança das pesquisas. Dentre os modais de pesquisas, o mais perigoso para os candidatos é a qualitativa. Como se trata de um levantamento científico interpretativo, se o instituto não for realmente bom nesse riscado fatalmente vai produzir um fiasco eleitoral. Sem falar que também nessa área existem picaretas, embora eles sejam mais comuns nas pesquisas quantitativas. Se pesquisa tivesse tanta influência sobre o eleitorado como alguns avaliam que tem, não haveria virada em eleição. Novamente dois exemplos, ambos de Goiânia. Em 1996, Maria Valadão correu o tempo todo como segunda colocada, bem à frente do terceiro, Pedro Wilson. Apurados os votos, Pedro quase ganhou a eleição, fechando na segunda posição. Em 2004, e novamente com Pedro Wilson, ocorreu a mesma coisa. Pedro se arrastava na quarta posição, chegou a terceiro, mas não tinha, segundo as pesquisas, nenhuma chance de ir para o segundo turno. Foi, e o segundo colocado virou terceiro. 5 – Discurso vazio, desinformado ou prepotente É pecado capital um discurso mal elaborado. A questão não é exatamente falar com desenvoltura. Se, sim, ótimo. Se, não, é superável. O que não pode é falar coisas sem pé nem cabeça. O eleitor é muito menos bobo do que se imagina que ele é. O candidato precisa realmente conhecer o assunto para poder falar sobre ele de maneira convincente. E se não conhecer e for pro­vocado, deve raspar bem leve e super­ficialmente. Soa mais honesto do que entoar loas que a população sabe serem falsas. Outra coisa é saber a solução para todos os problemas por mais complexos que eles sejam. Muitas vezes, esse tipo de discurso anda de mãos dadas com o discurso vazio. É a junção do ruim com o péssimo, a prepotência do pleno co­nhecimento sobre tudo e a petulância de não falar nada com palavras empoladas. A desinformação acaba com a cre­dibilidade de um candidato. Em 2006, liderando as pesquisas, o plano de governo de Maguito Vilela (soluções fáceis para tudo) incluiu o asfaltamento de uma rodovia de terra localizada no sul do Estado. O adversário pintou e bordou em cima da gafe: a tal estrada tinha sido asfaltada pelo governo. 6 – Se imaginar a última Coca-Cola do deserto Há candidatos que se imaginam muito melhor do que realmente são. Acreditam realmente que exercem um poder de sedução tão grande quanto irresistível. Para este tipo de candidato, existem apenas dois eleitores: o que o conhece, e por isso o adora, e os que ainda não o veneram porque não o conhecem. Para esse tipo de can­di­dato, seria melhor e menos perigoso elei­toralmente se ele acreditasse em Papai Noel. 7 – Não conseguir fortes coligações Houve um tempo nas disputas eleitorais brasileiras em que um partido era suficiente para vencer qualquer eleição. Foi no berçário do pluripartidarismo que se tem hoje. Antes, na ditadura civil-militar, eram só dois partidos. Na década de 1980, até meados da seguinte, 1990, bastava a um partido ter forte capilaridade para se estabelecer com ótimas chances eleitorais. Isso acabou faz tempo. Nenhum partido hoje conseguiria vencer uma grande disputa sozinho. É extremamente necessário somar forças. Se um candidato não consegue convencer outros partidos, como é que ele quer convencer a maioria do eleitorado? O candidato do bloco do “eu sozinho” até que funcionava em determinadas eleições no passado. Hoje, não chegaria sequer à metade da Sapucaí eleitoral. Enfim, um candidato que cometer esses erros básicos numa campanha constrói uma derrota mais do que previsível, e a probabilidade de ser eleito ainda assim é praticamente nula.

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