Reportagens

PEC de seu vice propõe julgar como adulto, por iniciativa do Ministério Público, o menor que vier a cometer crime hediondo, mas nem seu autor, o tucano Aloysio Nunes, percebe a força eleitoral dos 90% de brasileiros que querem punição para os menores criminosos
[caption id="attachment_11682" align="alignleft" width="620"] Champinha, que antes de assassinar um casal de namorados, estuprou a menina várias vezes: um menor assim tem recuperação?[/caption]
José Maria e Silva
A volta da inflação a passos largos e o pífio crescimento do PIB, que até ganhou o apelido de “Pibinho”, são alguns dos assuntos que devem dominar as eleições deste ano. Desde que o Plano Real estabilizou a economia, em 1994, não se via uma eleição presidencial ser dominada pelos assuntos macroeconômicos como tende a ocorrer com o pleito deste ano. Em 2002, o que movia o eleitor era menos o risco de desestabilização da moeda, acossada pelos ataques especulativos que se abateram sobre as economias emergentes desde a crise do México seis anos antes, do que propriamente uma situação real de crise. Além disso, havia a forte oposição do PT, corroborada pela esquerda acadêmica, que se esmerava em alardear um Brasil africano e, com isso, fazia a situação econômica do País parecer muito pior do que de fato era.
Hoje, os quase 12 anos de benesses governamentais da Era Lula já não são capazes de disfarçar o impacto cada vez maior da inflação no bolso das famílias, que começam a se assustar com o aumento de preços nos supermercados. O governo que criou bolsas estatais para todas as classes (com exceção da classe média, pagadora universal das contas) já não consegue esconder a falta de rumo da economia e se esmera em segurar a inflação com medidas artificiais, que apenas adiam a falência do atual modelo econômico. A crise do setor energético é um exemplo. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima em R$ 53,8 bilhões o rombo do setor elétrico, que terá de ser pago pelo consumidor de energia (R$ 35,3 bilhões) e pelo Tesouro (R$ 18,5 bilhões).
Diante desses dados preocupantes da economia, assuntos urgentes, como a segurança pública, serão mais uma vez deixados de lado, agora sob a boa desculpa de que é mais importante discutir o combate à inflação e a retomada do crescimento. De fato, esses temas são candentes, mas não podem obscurecer a criminalidade, que ceifa, anualmente, mais de 55 mil vidas (ou 63 mil, caso se considere o grande número de “desaparecidos” nas estatísticas oficiais que foram provavelmente assassinados, segundo um estudo do Ipea). Sem contar o crescente número de roubos, assaltos, sequestros, agressões e outros crimes violentos, além do tráfico e do consumo de drogas – este já legalizado, na prática, com os zumbis do crack ocupando as cidades, como se fossem proprietários dos logradouros públicos, transformados em bocas de fumo a céu aberto.
Redução da maioridade penal em pauta
Se a oposição tivesse um pouco mais de coragem política, ela procuraria escapar da camisa de força imposta pelos valores de esquerda, hegemônicos nas universidades e na imprensa, e colocaria no centro do debate eleitoral a questão da maioridade penal. O candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), apresentou a Proposta de Emenda Constitucional nº 33 (PEC 33/12), de 10 de abril de 2012, que prevê a possibilidade de desconsiderar a imputabilidade penal para menores entre 16 e 18 anos que venham a cometer crimes tipificados como hediondos. Em algumas ocasiões, sempre que o tema foi suscitado, Aécio Neves defendeu a proposta de seu vice, mas de forma tímida, sem afrontar o dogma da maioridade penal aos 18 anos, como se pedisse desculpas ao PT. Para o Planalto e para a esquerda de um modo geral, a maioridade penal aos 18 anos é uma cláusula pétrea da Constituição. Esse entendimento tem sido majoritário entre os juristas, especialmente entre os que cuidam da operacionalização do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), como os promotores e juízes que atuam das Varas de Infância e Adolescência. No entanto, a insatisfação da sociedade brasileira com a maioridade penal aos 18 anos é anterior ao ECA e, logo depois da promulgação da Constituição de 88, começaram a surgir no Congresso propostas que tinham como objetivo antecipar a faixa etária da imputabilidade penal. Já em 1989, o deputado carioca Amaral Netto (1921-1995), que integrava o PDS, sucedâneo da Arena (Aliança Renovadora Nacional), apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados reduzindo a maioridade penal para 16 anos. Diversas propostas parecidas foram apresentadas, ao longo dos últimos 25 anos tanto na Câmara quanto no Senado. Uma das mais ousadas é a PEC 90/2003, do senado Magno Malta (PR-ES), que, nos casos de crime hediondo, reduz a maioridade penal para 13 anos. Ou seja, qualquer menor com 13 anos ou mais que venha a praticar crimes como latrocínio e estupro, entre outros classificados como hediondos, será julgado de acordo com o Código Penal e poderá ser condenado a 30 anos de prisão, por exemplo. Essa PEC de Magno Malta foi apensada à PEC de Aloysio Nunes sobre maioridade penal, juntamente com outras quatro Propostas de Emenda à Constituição oriundas do próprio Senado e que tratam do mesmo tema. [caption id="attachment_2174" align="alignleft" width="620"]
ECA é a lei mais poderosa do País
A despeito de apresentar todos esses fatos que atestam o quanto o ECA garante a impunidade e, com isso, fomenta a criminalidade juvenil, o senador Aloysio Nunes praticamente pede desculpas por criticar o Estatuto. “É fato que o Estatuto da Criança e do Adolescente ainda não foi integralmente implementado e, portanto, não se pode ainda avaliar concretamente seus resultados, de molde a apontarmos para o seu sucesso ou fracasso”, afirma o senador tucano, repetindo a cantilena de promotores e juízes, sem perceber o quanto ela é mentirosa. O ECA é a única lei, de fato, aplicada no País. Nesse ponto, iguala ou até supera a legislação sobre pensão alimentícia. O menor infrator é intocável e até mesmo a imprensa, acostumada a desafiar políticos e empresários poderosos, jamais ousou mostrar o rosto de um menor de idade que comete crimes bárbaros, como os que queimaram viva uma dentista. Aloysio Nunes cita dados de uma pesquisa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre as condições de internação dos “jovens em conflito com a lei” (eufemismo abjeto para menores criminosos) e observa que o grau de reincidência chega a 43,3% entre os 17.502 jovens internados e alcança 54% quando analisados os 14.613 processos de execução de medidas socioeducativas. A despeito disso, o senador ressalva: “Não queremos dizer que os reincidentes são irrecuperáveis, muito pelo contrário. O ECA continua a ser uma das mais avançadas legislações do mundo e é necessário que o Estado proveja os meios à sua total e efetiva implementação”. Se o ECA é assim tão perfeito e seu único problema é não ter sido totalmente aplicado pelo Estado brasileiro, por que Aloysio Nunes não rasgou sua proposta de emenda à Constituição e não a atirou na lata de lixo do Senado? Causa asco ver o senador afirmar que “os reincidentes não são recuperáveis, muito pelo contrário”. Por acaso, um gênio precoce do mal que mata 11 pessoas entre os 15 e os 18 anos é recuperável? E mais: merece ter direito à recuperação? Não tenho dúvida em afirmar: quanto mais cedo uma pessoa se dedica à prática de crimes mais irrecuperável ela é. Assim como a experiência só tende a fazer bem a um gênio como Mozart, apurando seu talento nato de menino-prodígio, também a experiência de vida do menor infrator só tende a aumentar seu grau de periculosidade, acrescentando à sua maldade precoce a astúcia adquirida com a prática de crimes. Uma pessoa capaz de matar em tenra idade revela um grau de crueldade raro e só merece um destino – a exclusão definitiva do meio social, o que só é possível mediante a pena de morte. É claro que um senador que quer ser vice-presidente da República não precisa se ater à verdade com o grau de franqueza que exprimo aqui. O Brasil é um País cristão, ainda majoritariamente católico, e a pena de morte divide a população, em que pese já ter alcançado 55% de aprovação numa pesquisa Datafolha realizada em 2007, mesmo sendo atacada permanentemente nas escolas e nos meios de comunicação. Mas, no afã de não desagradar os defensores do ECA, Aloysio Nunes não precisava faltar com a verdade como fez na justificativa de sua proposta ao afirmar textualmente: “Como se vê, a polêmica que envolve a matéria recomenda cautela na sua apreciação. O Senado, como de resto toda a sociedade brasileira, parece dividida. São plenos de validade os principais argumentos de todas as correntes”.Oposição tucana é petismo envergonhado
Não me lembro de jamais ter visto uma pesquisa de opinião pública em que a redução da maioridade penal tivesse menos de 80% de aprovação no País. Esse é um clamor praticamente unânime da sociedade brasileira. Em outubro de 2012, uma pesquisa do Data-Senado, instituto de pesquisa do Senado Federal, constatou que 89% dos brasileiros eram favoráveis à redução da maioridade penal: 35% dos entrevistados defenderam a redução para 16 anos; 20% manifestaram o desejo de que não houvesse uma idade-limite mínima; 18% defenderam a redução para 14 anos; e 16% disseram que uma criança de 12 anos já pode receber a mesma condenação de um adulto. Em junho do ano passado, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), realizada pelo Instituto MDA, constatou que 92,7% dos brasileiros são a favor da redução da maioridade penal. Em abril de 2013, dois meses antes, uma pesquisa do Datafolha trouxe índice praticamente idêntico – 93% dos paulistanos se declararam favoráveis à redução. Em 2003, a redução da maioridade penal tinha 83% de aprovação na capital paulista e, em 2008, esse índice subiu para 88%. Onde está, portanto, a divisão da sociedade brasileira quanto à redução da maioridade penal, como acredita Aloysio Nunes? Se mesmo com toda a campanha do Estado brasileiro em favor do ECA, a proposta de redução da maioridade penal ultrapassa a casa dos 90% de aprovação, imaginem se ela tivesse defensores de peso nas escolas, universidades e imprensa? Esse apoio beiraria os 100% e a parte contrária ficaria reduzida aos ideólogos de sempre, que teimam em brigar com os fatos e a moral. Infelizmente, a oposição tucana — que não passa de um petismo envergonhado — não percebe isso e tem vergonha de ouvir e falar a voz do povo, defendendo, de peito aberto, a redução da maioridade penal – algo que, por sinal, está embutido na proposta envergonhada de Aloysio Nunes. A PEC 33/2012, de sua autoria, prevê que a inimputabilidade penal dos maiores de 16 e menores de 18 anos poderá ser desconsiderada pela Justiça nos casos em que o menor nesta faixa etária vier a praticar crime hediondo. Ou seja, o menor a partir de 16 anos que praticar latrocínio, estupro, tortura ou outros crimes graves, perderia a proteção do ECA e seria julgado como adulto, submetendo-se às sanções do Código Penal, ainda que dispondo de condições especiais para o cumprimento da pena. Na prática, o menor dificilmente será condenado como adulto, pois a PEC estabelece que a iniciativa para desconsiderar a inimputabilidade é exclusiva dos promotores e juízes das Varas de Infância e Juventude, ouvindo especialistas da área, o que significa que o menor criminoso, em vez de avaliadores, teria advogados.Plebiscito pode ser o caminho
É preciso reconhecer, no entanto, que a PEC de Aloysio Nunes sobre maioridade penal é a única com alguma chance de não ser declarada inconstitucional pelo Supremo. Como ela não reduz, de fato, a maioridade penal e condiciona a punição do menor criminoso ao poder discricionário de juízes, promotores e técnicos, a tendência é que encontre respaldo entre os operadores do direito e suscite a simpatia dos formadores de opinião da esquerda moderada, que não se alinham com a visão dogmática do PT sobre maioridade penal. Prova disso é que a PEC de Aloysio Nunes teve o apoio do senador Pedro Taques (PDT-MT), o promotor público que herdou a influência jurídica de Demóstenes Torres no Senado. [caption id="attachment_11678" align="alignleft" width="3432"]

Especialistas em campanha eleitoral dão prognóstico sobre o que seria o custo ideal para se vencer o pleito ao Executivo estadual. Há quem defenda que o importante não é o quanto se gasta, mas sim a eficiência no convencimento do eleitor

Desde o retorno das eleições diretas para governador, em 1982, apenas Marconi, Maguito e Alcides conseguiram vencer de virada
[caption id="attachment_6897" align="alignleft" width="620"] Marconi Perillo (à direita) impôs a primeira derrota a Iris Rezende (esquerda) na disputa pelo governo em 1998[/caption]
Afonso Lopes
Histórico das eleições anteriores serve como parâmetro para eleições futuras? Nem pensar. No máximo, servem apenas como parte da história. Cada eleição, de certa forma, faz a sua própria história, e isso é a única coisa que realmente vale. Ainda assim, é curioso observar nas curvas ascendentes e descendentes das campanhas eleitorais de Goiás alguns fatos. Foram oito disputas desde 1982 — 82, 86, 90, 94, 98, 2002, 2006 e 2010. Em quatro delas, candidatos que começaram atrás acabaram vencendo, em 94, 98, 2002 e 2006. Em três, os favoritos venceram, e em apenas uma disputa o jogo começou empatado e se definiu durante a campanha.
Marconi Perillo é o detentor do recorde de viradas nas disputas para o governo. Foram duas, incluindo o histórico desempenho de 1998, que acabou significando a queda do império poderoso do até então imbatível PMDB. Maguito Vilela, prefeito reeleito de Aparecida de Goiânia, e Alcides Rodrigues, cada um com uma virada eleitoral, fecham o quadro.
Início arrasador
As três primeiras eleições pós-abertura, no início da década de 1980, registraram um PMDB absolutamente arrasador. Em 1982, Iris Rezende aplicou uma surra magistral em Otávio Lage sem correr qualquer tipo de risco e com direito a se colocar entre os mais votados do país proporcionalmente. Embora o resultado não tenha registrado qualquer surpresa, porque era essa exatamente a perspectiva dominante entre a população, o feito de Iris foi notável, num país que ainda era governado por generais e que convivia com frequente ameaça de retrocesso. Houve prudência e bastante habilidade para não tematizar nacionalmente a eleição de Goiás, evitando assim qualquer choque com os “urutus” de Brasília. Nessa época, ainda não se tinha pesquisa eleitoral, que começou mesmo somente quatro anos depois, em 1986. O candidato do PMDB, após um duríssimo processo de disputa interna que resultou na saída do ex-presidente regional do partido, Mauro Borges, foi Henrique Santillo, então senador da República. Desde a primeira pesquisa, o peemedebista apareceu com vantagem contra o ex-peemedebista Mauro Borges, já líder pela oposição. Ou seja, foi uma eleição de PMDB contra PMDB. Ganhou quem começou melhor, mas os últimos momentos se tornaram eletrizantes. Ao longo dos meses, enquanto a candidatura de Santillo perdia fôlego, Mauro crescia. As pesquisas na época ainda não conseguiam captar exatamente o quadro eleitoral de todo o Estado, e em Goiânia, Mauro e Santillo disputavam voto a voto, com essa sensação se refletindo como se fosse global. Não era. Enquanto em Goiânia a eleição foi definida a favor de Santillo por pouco mais de uma dúzia de votos, o interior despejou uma frente de 200 mil votos para o PMDB. Iris Rezende voltou em 1990 como oposicionista do governo do peemedebista Santillo. Mais uma vez, era PMDB contra PMDB, e quem se beneficiou muito com essa briga familiar-partidária foi Paulo Roberto Cunha, da oposição. Naquela campanha, e pela primeira vez em Goiás, a disputa quase foi definida por um jingle. A candidatura de Paulo Roberto era amparada, nos programas eleitorais do rádio e da TV por uma melodia harmoniosa e deliciosamente pegajosa que insistia no refrão “tá certo, Paulo Roberto, Paulo Roberto tá certo”. As pesquisas indicavam constante crescimento de Paulo Roberto e já se especulava sobre a possibilidade de haver segundo turno entre os dois quando um fato pode ter modificado esse quadro. Semanas antes da eleição, Iris Rezende escapou da morte num acidente de carro quando retornava a Goiânia após campanha no interior. Iris foi internado num hospital em Goiânia e se submeteu a várias cirurgias para sobreviver. As atenções políticas, que estavam beneficiando muito a campanha alto astral de Paulo Roberto, se voltaram para os boletins médicos. Iris deixou o hospital e participou do comício de encerramento da campanha, no bairro de Campinas. Foi uma cena profundamente marcante e certamente inesquecível para quem a viu: Iris, com gesso do pescoço para baixo e apenas com as mãos descobertas, discursou, sorriu e acenou com as mãos à altura da cintura, com os braços e todo o tórax cobertos pelo gesso.Primeira virada
Com o PMDB totalmente pacificado em torno da liderança de Iris Rezende, a eleição de 1994 marcou por alguns fatos. Foi a primeira vez, e única até hoje, que três candidaturas, embora representantes de apenas dois grandes eixos, disputaram a eleição palmo a palmo: Maguito Vilela, pelo PMDB, e Ronaldo Caiado e Lúcia Vânia, ambos pelo eixo oposicionista. Também foi na eleição de 1994 que aconteceu a primeira virada e houve a estreia da disputa num segundo turno. As pesquisas já estavam bem mais abrangentes, e registraram cada passo das candidaturas e dos humores do eleitorado. Maguito começou em último e Caiado largou na frente, com Lúcia Vânia poucos corpos atrás, em segundo. Ao longo da campanha de retórica mais agressiva de Goiás, aconteceu um sobe/desce entre os candidatos oposicionistas enquanto Maguito cresceu aos poucos e sem parar. No final do primeiro turno, o peemedebista venceu, com Lúcia se classificando para o segundo turno com pouquíssima frente sobre Caiado. Depois disso, foi um passeio. Maguito selou a vitória e confirmou a virada sem maiores problemas.

Problemática tanto para Goiás quanto para Brasília, região que abrange 19 municípios goianos localizados ao redor da capital federal aos poucos vem se desenvolvendo. Mesmo com pontuais avanços, ainda há problemas de sobra decorrentes de anos de descaso

Com primeira edição neste domingo, às 19 horas, “Pais e Filhos”, produção independente da Yela Filmes, dará destaque para a Capital da Fé
Fábio Ph
Especial para o Jornal Opção
[caption id="attachment_11690" align="alignleft" width="577"] Prefeito Jânio Darrot concede entrevista ao programa “Pais e Filhos”[/caption]
Estreia neste domingo, 3, às 19 horas, o programa “Pais e Filhos”, uma produção independente da Yela Filmes do Brasil, que está sediada em Goiás desde 1989. “Pais e Filhos” terá em seu conteúdo a valorização da família, com quadros dirigidos para crianças, jovens e adultos. A cidade de Trindade, seus aspectos sociais, culturais e de negócios, será evidenciada. Para Ana Karynna, diretora comercial da PUC TV, canal 24 em televisão aberta, que definiu a exibição do programa em dia e horário nobres, “Pais e Filhos” atrairá o público jovem para a emissora. “Pelo piloto [programa experimental, para testes], avaliamos que a revista eletrônica está muito animada, divertida, interessante. A expectativa é grande para que o programa seja um dos diferenciais em nossa grade dominical”, disse Ana Karynna.
No programa de estreia, vários destaques. Entre eles, uma situação inusitada vivida pela produção de “Pais e Filhos”, na captura de entrevistas com o governador Marconi Perillo (PSDB); uma coleta de projeções, feita com o prefeito de Trindade, Jânio Darrot (PSDB), o padre Robson de Oliveira e também Marconi, a respeito de como será Trindade daqui a oito anos, com a inauguração do Novo Santuário Basílica do Divino Pai Eterno; também uma enquete sobre o ato de presentear os pais pelos filhos, aproveitando a oportunidade da data do Dia dos Pais; a cobertura da chegada da Caminhada Ecológica 2014 — que este ano teve seu início em Trindade — em Aruanã; e uma entrevista com o diretor de teatro Amarildo Jacinto de Souza. “Pais e Filhos” tem apresentação da atriz Ivone Cruz, do garoto Pedro Ticks, de 14 anos, e do diretor cinematográfico Fábio PH.

De fato, a resolução dos problemas energéticos do Estado passa pela empresa. Mas é preciso ficar refém dessa questão? Especialistas respondem
[caption id="attachment_11631" align="alignleft" width="620"] As discussões em torno do problema da energia, que começaram com a venda de Cachoeira Dourada, precisam de solução, não tão distante quanto se imagina[/caption]
Marcos Nunes Carreiro
A discussão da energia em nosso Estado passa, inevitavelmente, pela Companhia Energética de Goiás (Celg). Porém, é necessário haver alternativas, tanto de geração quanto de distribuição, para suprir a crescente demanda do Estado, sobretudo um que tem seu setor industrial em franco crescimento. Visando essa questão, o Jornal Opção ouviu especialistas goianos e de outros Estados para saber: quais são as possibilidades de solucionar o problema de energia em Goiás?
As possibilidades são muitas e, do ponto de visto técnico, todas viáveis. São as chamadas energias alternativas, isto é, aquelas que fogem à mais utilizada no Brasil: o sistema das hidrelétricas. Mas primeiro é necessário entender o sistema energético brasileiro. Há dois tipos de suprimento de energia no Brasil: um diz respeito à energia elétrica e o outro trata de combustíveis fósseis, com ênfase em petróleo e derivados e no gás natural.
Neste último caso, a estatal Petrobras é responsável por distribuir esses energéticos para todos os cantos do país. O exemplo mais usado para entender a questão é o das usinas termelétricas, que estão operando desde o final de 2012 e usam os derivados do petróleo como fonte de geração de energia. Caso da termelétrica de Campina Grande, no interior da Paraíba.
No que diz respeito à energia elétrica, o sistema brasileiro é interligado. Isto é, a rede de transmissão energética cobre quase a totalidade do território brasileiro, inclusive a região Norte, que era isolada, mas foi ligada ao sistema nos últimos anos. De fato, o Brasil é um dos poucos países que têm uma malha de transmissão que cobre um espaço territorial tão grande.
E isso só é possível porque o sistema brasileiro é predominantemente hidrelétrico.
A análise é do secretário nacional de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho. O secretário disse ao Jornal Opção que o sistema foi criado dessa forma, ainda nos anos 1950, justamente para aproveitar a diversidade hidrológica e distribuir a energia pelo país.
Ventura cita um exemplo: “Para esclarecer, pense que agora estamos com cheia no Rio Grande do Sul e com baixa no rio São Francisco, no Nordeste, e na bacia do rio Paraná, no Sudeste. Então, geramos no Sul e mandamos essa energia excedente para abastecer as regiões que precisam. E o inverso também ocorre em algumas épocas do ano.”
De acordo com ele, esse formato favorece o Brasil, pois, em comparação com outros países, consegue suprir — em um cenário cuja crise energética vivida pelo país está fora de questão — parte das demandas de todos os estados. “Os Estados Unidos, por exemplo, que têm um sistema predominantemente térmico, não podem produzir energia em Miami e mandar para Los Angeles. No sistema térmico, coloca-se a usina próximo ao local onde irá se utilizar da produção. É assim na Europa, no Japão e nos Estados Unidos”, diz.
Porém, o sistema energético brasileiro tradicional já não tem conseguido suprir todas as demandas, vide a crise que é falada periodicamente pela imprensa nacional. Assim, há a necessidade de criar novas hidrelétricas e de investir em outras fontes de energia.
Em relação a outras usinas hidráulicas, o secretário afirma que o país ainda possui potencial não aproveitado, em especial nos rios Madeira, Xingu e Tapajós, todos no Centro-Norte brasileiro. “Por isso, estamos dando prioridade às usinas situadas nessa região, como Belo Monte que está distante dos mercados do Nordeste e do Sudeste, mas que terá um sistema de transmissão de grande porte. Estamos fazendo o primeiro bipolo de corrente contínua de 800 kV que ligará a usina ao Sudeste”, explica.
Fontes alternativas
Na fala do secretário Altino Ventura é possível notar que, além de criar novos meios de gerar energia, é necessário também fortalecer as linhas de transmissão. Nesse ínterim, Ventura defende o incentivo à produção de energia oriunda de novas fontes. A energia eólica é a principal aposta do governo federal. A proposta é que, com 140 parques eólicos, o Brasil possa contar com aproximadamente 4 Gigawatts (GW) de produção. Um número deveras considerável. Porém, o governo tem enfrentado problemas na construção das linhas de transmissão. Sem elas, a energia gerada não poderá chegar aos consumidores, logo, não adianta. Ventura garante que grande parte dessas questões já foi ou está sendo resolvida. O investimento em novas fontes visa sanar a demanda de Estados que não são geradores de energia, como o Sergipe, que praticamente não produz energia elétrica, sendo atendido pelo sistema interligado. Isto é, energia gerada pelas hidrelétricas dos outros Estados e distribuída pelas 64 distribuidoras do Brasil. É assim em outros Estados do Nordeste brasileiro. E o Nordeste deverá ser a região mais beneficiada pelos parques eólicos. Isso porque é a região brasileira com maior “vocação” para a energia eólica, pois conta com uma grande quantidade de ventos. O Rio Grande do Sul também tem um potencial razoável, o que já não é o caso de Goiás. Uma região que poderia gerar algo nesse sentido é o Distrito Federal, sobretudo Brasília por ser uma região de planalto. Mesmo assim, a produção eólica não seria muito grande.É impossível que o país se desenvolva apenas com energias alternativas?
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Usinas de biomassa representam nova alternativa em Goiás
O Estado que desponta na utilização de biomassa para cogeração de energia é, indiscutivelmente, São Paulo. Isso acontece porque as maiores usinas de etanol estão em território paulista. Mas Goiás não fica muito atrás. Atualmente, segundo dados da Secretaria de Indústria e Comércio (SIC), das 171 empresas que produzem energia limpa e que estão inseridas nos benefícios oferecidos pelo Produzir/Fomentar, parte esmagadora é formada por usinas produtoras de álcool/etanol, que produzem energia alternativa a partir da biomassa utilizando o bagaço da cana de açúcar. E entre 2013 e o fim do primeiro semestre de 2014, foram assinados mais dois protocolos de intenção com empresas ligadas ao ramo de energia renovável. A primeira é a Nova Geração Bioenergia SPE, que estuda construir uma unidade na cidade de Jandaia para produzir etanol e energia a partir da biomassa da cana. O investimento previsto é de R$ 220 milhões. A segunda é a Eletroima Engenharia de Energias Ltda. A empresa planeja construir uma unidade industrial para fabricação de painéis fotovoltaicos em Gameleira de Goiás com investimentos de R$ 23 milhões. Fora ela, há ainda um pedido de licenciamento na Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) para a construção de um parque solar na cidade de Silvânia. O pedido está sob análise. Segundo o secretário de Indústria e Comércio, William O’Dwyer, a produção de energias alternativas faz parte do plano estratégico desenvolvido pelo Estado, visto que é uma tendência mundial. Por isso, ele aponta que há uma linha de crédito especial voltada para os micro e pequenos empreendedores interessados em investir em energia renovável. De acordo com o secretário, o financiamento, que varia entre R$ 2 mil e R$ 25 mil, inaugura o programa Crédito Produtivo da SIC – Energias Renováveis, criado com base na demanda crescente de energia “renovável, sustentável e inesgotável como, por exemplo, a energia solar. Essas empresas serão beneficiadas por uma redução significativa dos seus custos, além de contar com uma fonte limpa, renovável e ilimitada. Hoje, a empresa que investe em sustentabilidade se diferencia no mercado”, avalia William.A pioneira na cogeração
A sucroalcooleira Jalles Machado, localizada em Goianésia, atualmente não apenas produz toda a energia que consome como produz a mais para vender o excedente. A empresa foi a primeira em Goiás a implantar a cogeração de energia elétrica a partir do bagaço da cana. A central termoelétrica da Jalles Machado tem capacidade para gerar 40 MWh (Megawatt-hora), o suficiente para abastecer uma cidade com 150 mil habitantes. Os gastos com a cogeração não são grandes, visto que a empresa já possui a matéria-prima: o bagaço da cana de açúcar que sobra da produção principal da empresa. A equipe técnica da empresa explica ainda que dos 40 MWh produzidos aproximadamente 12 MWh são utilizados pela Jalles Machado, somando-se indústria, consumo agrícola e administração. O restante é vendido ao sistema, o que gera lucro. Além disso, segundo os técnicos da empresa, as vantagens tanto econômicas quanto ambientais da cogeração são grandes quando comparadas às usinas hidrelétricas, visto que os custos da implantação de uma usina termoelétrica baseada na biomassa são, em média, 50% mais baratos que os de uma central hidrelétrica, além de evitar inundações de terras férteis, a necessidade de desapropriações e ainda contar com a redução dos investimentos em linhas de transmissão.Tudo esbarra em resoluções do governo federal
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Monitoramento
“Smart grid”, palavras em inglês para “rede inteligente”. Essa é uma opção levantada por Gelson Cruz: através de um “smart grid”, é possível monitorar a demanda de cada consumidor para, a partir disso, negociar em valores com os consumidores, apontando seus hábitos de consumo. “Isso melhoria o sistema e faria com que o Estado conseguisse atender melhor a população no que diz respeito à energia.” Contudo, o professor lembra que questões assim também esbarram em resoluções do governo federal. “A Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica] precisa regular a questão, pois o sistema funcionaria como o monitoramento que é feito pelos servidores de internet. Seria uma solução para aproveitar melhor a energia e a rede que se tem”, analisa.“Vivemos em um país de dois salários mínimos”
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Maioria dos candidatos ao governo aposta em novas formas de geração
Como dito no início da matéria, inevitavelmente, a solução da energia em Goiás passa pela Companhia Energética de Goiás (Celg). Contudo, como avaliaram os técnicos ouvidos, é possível criar novas alternativas que ajudem a solucionar o problema energético no Estado. E alguns candidatos enxergam a questão. O Jornal Opção apurou com cada um e utilizando seus respectivos planos de governo, quais são suas propostas para o setor energético.Marconi Perillo (PSDB):
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Iris Rezende (PMDB):
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Vanderlan Cardoso (PSB):
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Antônio Gomide (PT):
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Alexandre Magalhães (PSDC):

Marta Jane (PCB):
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Weslei Garcia (PSol):
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Se a Europa criou o Estado do bem-estar social, o Brasil consolida o Estado do mal-estar geral – que começa com a pedagogia do Marquês de Sade nas escolas, onde a razão, vista com desconfiança pela esquerda, cede lugar aos instintos
Feira do Empreendedor traz parceiros e empresas com foco no segmento

Homicídio de menino gaúcho por injeção letal aplicada pela madrasta novamente suscita debate acerca da violência. Busca desenfreada pelo dinheiro e bens materiais pode transformar mulheres e homens em monstros

Desde sempre, todo mundo sabia que as candidaturas de Antônio Gomide e Vanderlan Cardoso enfrentariam dificuldades. Mas o que esperar agora?

Os sete candidatos ao governo do Estado explicitam suas propostas para a área da saúde, tema-chave na corrida eleitoral

Descendência, referências literárias, músicas e tecnologia são algumas palavras que reafirmam união com Goiás

O investimento de 10% do PIB em educação pode não surtir o efeito desejado, caso o ensino brasileiro não se liberte da doutrinação que o assola, como defende a ONG Escola Sem Partido, que realiza o primeiro congresso a tratar do tema

No principal cenário, com todos os candidatos, Marconi atinge 46% de votos válidos contra 34% de Iris. Para 40%, Marconi é quem tem mais condições de promover mudanças. Ronaldo Caiado lidera para o Senado. Vilmar Rocha ultrapassa Marina Sant’Anna e aparece em 2º lugar. Dilma Rousseff abre pequena vantagem sobre Aécio Neves em Goiás. Aprovação do governo de Goiás aumenta para 47% e avaliação do governador Marconi chega a 55%. Maioria acha que não haverá legado positivo da Copa

Com número crescente de diagnósticos, especialistas falam sobre as formas como autistas podem se integrar melhor a uma sociedade que exige cada vez mais das pessoas