Reportagens

Objetivo do circuito de palestras promovido pelo Serviço é despertar os empresários e empreendedores goianos para a importância de serem protagonistas de seus próprios negócios

Iphan aceita argumentos da Procuradoria de Trindade e termina discussão sobre asfaltamento de ruas do Centro da cidade

Estudos mostram como pessoas acima do peso têm maior propensão de desenvolver certos tipos de câncer, o que agrava ainda mais o quadro dos mais de 600 milhões de obesos do mundo

Da forma como foi elaborada, é difícil o Congresso Nacional aprovar o texto enviado pelo governo federal. Vários deputados estão apresentando propostas de mudança. Uma das boas ideias é assinada por Giuseppe Vecci

Partido do senador carece de representação em mais da metade dos municípios goianos e vai se desestruturando de vez na medida em que os aliados vão se afastando

Há cinco anos o pequeno atacante tenta a vida no esporte em Goiânia. E, de uma vez, deu tudo muito certo. Quanto tempo durarão seus 15 minutos de fama?

Candidato que foi jogado para extrema esquerda tem subido nas pesquisas e deve sair bem do debate da próxima segunda-feira, mas as eleições são como as guerras: todo mundo sabe como começam, ninguém sabe como terminam
[caption id="attachment_89679" align="alignleft" width="620"] Jean-Luc Mélenchon tem uma oratória brilhante, mas não consegue tratar dos principais temas de interesse da população francesa | Foto: Thomas Samson/ AFP[/caption]
Frank Wan
Especial para o Jornal Opção
À direita da direita temos Marine Le Pen, na direita moderada temos François Fillon e, depois, aparecem: Benoît Hamon, o candidato oficial do Partido Socialista (que ganhou as eleições contra Manuel Valls, que acabou, nestes dias, por lhe recusar o apoio – assunto que, nas hostes socialistas, é visto de forma diversa), o mágico Emannuel Macron que fundou o Movimento “Em Marcha” e que tem uma promissora carreira no mundo dos negócios a serviço da “Rotschild & Companhia”. Na extrema esquerda do espectro aparece Jean-Luc Mélenchon.
Jean-Luc Mélenchon era o candidato da esquerda, mas o processo eleitoral acabou por empurrá-lo para a extrema esquerda. Coisas que o processo eleitoral tece. Era membro do Partido Socialista, saiu por volta de 2008 e fundou o Partido de Esquerda (PG, Parti de Gauche), o nome, praticamente, diz tudo. Mélenchon fecha o espectro de candidatos elegíveis.
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A semana anterior tinha sido dominada pelas diversas temáticas relacionadas à saúde. A saúde tem um peso considerável no orçamento da França, sobretudo nas últimas décadas, com o crescimento fulgurante dos casos de câncer e crianças que nascem com problemas diversos. O desespero político-econômico é tão grande que levou Marine Le Pen a propor que os estrangeiros em situação ilegal não tivessem direito a cuidados médicos. Como a saúde está sempre ligada à alimentação – é cada vez mais evidente, entre as populações, que os problemas de saúde estão ligados a acelerações químicas da agricultura – seguiu-se, com naturalidade, a problemática da agricultura. O tema é caro a Marine Le Pen, que propõe, há muito, medidas protecionistas para a agricultura francesa. É conhecido que a retórica da extrema direita sempre assenta na agricultura e na segurança.
Mélenchon aborda o problema da agricultura com certa destreza, mas não consegue escapar dos velhíssimos chavões da esquerda da aliança dos operários e dos agricultores (relembro que Mélenchon foi ministro do Ensino Profissional). Nesse momento, para Mélenchon e para todos os candidatos, coloca-se uma das grandes questões da política moderna: qual é o verdadeiro impacto da televisão na vida dos cidadãos? Sempre que algum candidato vai a algum canal de televisão é sempre flechado com as perguntas no seu calcanhar de Aquiles e com um rendilhado de questões sobre sua relação com outros candidatos.
Mélenchon, honra seja feita, foi um dos primeiros a perceber que as “idas à televisão”, nesta fase, não estão dando um bom resultado e decidiu voltar a um velho mecanismo: o comício. É curioso como o abuso dos meios modernos, muitas vezes, faz regressar velhos métodos. Por exemplo, as eleições que decorreram na Holanda, devido às suspeitas de contagens eletrônicas fraudulentas e ataques de hackers, foram feitas totalmente de forma não eletrônica.
Por trás da ideia do comício estão as onipresentes redes sociais: faz-se um comício para um número controlado de já convencidos e estes, depois, naturalmente, chegam a mais pessoas também através das redes sociais.
Mélenchon reúne mais ou menos 4 mil pessoas num comício e aparece sempre como um tribuno poderoso vestido com uma indumentária vagamente semelhante às velhas fotos de Trotsky e outros camaradas. Começa por desfiar o rosário das propostas doces: a agricultura alternativa, sem nunca explicar muito bem como a ia pagá-la, típico da esquerda em geral e de Mélenchon em particular; as cantinas escolares totalmente gratuitas – esta medida anda enchendo a boca de todos os candidatos; e segue de proposta em proposta.
Sem o jogo da pergunta-resposta, em discurso livre, Mélenchon mostra os seus dotes geniais de oratória, arranca risos nas plateias, domina totalmente. Recorre a truques magníficos: finge perder umas folhas de apontamentos, começa a fingir que está perdido no discurso e inicia umas piadas sobre Fillon; como está diante de um auditório de esquerda, as piadas caem como uma luva. Depois começa a imitar o tom melodioso e ensaiado de Macron e esmaga na ironia totalmente o pseudo-centrista.
Mélenchon evoca Jaurès e, com isso, conquista os jovens e emociona os que já não são tão jovens assim, mas nostálgicos de uma velha França que perderam. Claramente, temos duas gerações de socialistas em disputa: Mélenchon é filho do velho socialismo, filho das humanidades, do tempo em que tudo se decidia em discursos de congresso, de academia, de agremiação; Macron é filho do plástico televisivo, do Marketing, dos estudos de mercado, dos números das estatísticas e dos discursos orientados para perfis sociológicos.
Todos os candidatos sabem que Donald Trump ganhou as eleições dos EUA centrando-se no problema do desemprego e todos ensaiam sempre alguns compassos da música do desemprego: Mélenchon recorre a estudos que indicam que o desemprego gera doenças e doenças graves, mas mostra que os modernos empregos também estão na origem de muitas doenças. Pisca o olho para 7 milhões de desempregados (10%). Como vai cobrir todas as dificuldades? Perseguindo os paraísos fiscais. Eis os novos velhos lugares-comuns. Mélenchon dá-lhes um toque de classe de esquerda “se eu for eleito, a festa acabou” (“La fête est terminée si c'est moi qui arrive”), vai pôr todos os vigaristas do capital para trabalhar.
No discurso de todos os candidatos há sempre uma preocupação ecológica e Mélenchon também propõe umas medidas perfumadas com o nome de econômica-social-ecológica e segue com grandes frases e promessas vagas e interessantes, típicas desta fase do processo eleitoral.
A França sente que esta quinta república está a definhar, a que Mélenchon chama, com alguma graça, de monarquia republicana e também reconhece a gigantesca necessidade de “reformas estruturais” – embora nunca se perceba bem o que os políticos querem dizer com este chavão. É bem conhecido que se ganhar teremos uma Assembleia Constituinte que irá iniciar a sexta república.
No fundo, Mélenchon prega aos convertidos e sabe isso, pretende apenas com este Comício fornecer uma espécie de kit argumentativo para que seus apoiantes possam chegar a mais pessoas. Apesar de tudo, pela primeira vez nestas eleições, um candidato expõe publicamente em geral, de forma livre, o desenho das suas propostas e discorre sobre as mesmas apelando mais à nossa inteligência que ao primitivismo das frases e imagens feitas dos meios de comunicação.
Mélenchon revisita os lugares comuns da esquerda acerca dos problemas sociais das grandes cidades, relembrando que todos os franceses são misturas de várias raças e todos vieram de algum lugar para as grandes cidades e que não é possível “desmistiçar” (vaga alusão ao nazismo e à direita mais pura).
Mélenchon é um orador brilhante e trouxe o processo eleitoral para as velhas fronteiras francesas: a política é uma grande troca de palavras que antecede qualquer decisão importante, é feita de discursos, debates, artigos e conversas entre cafés e almoços. É por isso que a França é um país de literatura (e artes em geral), política e culinária.
Terminado este brilhante comício, pessoalmente, a minha nota para Mélenchon é um zero absoluto: depois dos atentados diversos, Bataclan, Nice e outros, a França vive mergulhada no medo, Mélenchon não tem uma palavra sobre terrorismo, que é, praticamente, o tema número um das populações; num momento em que está em pauta a saída da Inglaterra da União Europeia pós-referendo, Mélenchon não tem uma palavra para a questão europeia; não forneceu uma única explicação de como tenciona relançar a competitividade das empresas, num momento em que a dívida francesa atinge os 100%.
Segunda-feira, dia 20 de março, realiza-se na TF1 o primeiro debate televisivo que colocará frente a frente os cinco candidatos com maiores intenções de votos nas últimas pesquisas. Este debate, que oporá Jean-Luc Mélenchon, Marine Le Pen, François Fillon, Benoît Hamon e Emmanuel Macron mudará, naturalmente, a direção do processo eleitoral.
Desde o início da campanha eleitoral, Mélenchon subiu surpreendentes 10 pontos nas intenções de votos. Na segunda-feira dar-se-á o primeiro grande embate televisivo num formato em que Mélenchon é temível: perguntas e respostas com tempo controlado.
As eleições são como as guerras: todo mundo sabe como começam, ninguém sabe como terminam.
Frank Wan vive em Portugal. É ensaista, poeta, tradutor e professor.

Eleições presidenciais francesas tornam claros os grandes dilemas da política moderna ocidental: a judicialização da política, o desânimo dos eleitores e a ascensão da direita
[caption id="attachment_89515" align="alignleft" width="620"] Embora esteja no centro de processos jurídicos, Penélope Fillon salvou a direita francesa e tem um projeto: tornar o marido, François Fillon, presidente da França | Foto: E1[/caption]
Frank Wan
Especial para o Jornal Opção
Qual é a sensação que domina neste momento? A campanha não arranca. Todos os candidatos sabem que há um momento em que tudo se harmoniza e começa a girar em torno de um conjunto de temáticas e cada um deles empurra para frente esse momento, sem procurar os temas fortes. De Emmanuel Macron, não esperem nada. Ele vem com a imagem polida pelos marqueteiros e tem a técnica dos televangelistas: emociona e não diz nada. Já François Fillon tem mais a perder do que a ganhar: joga no ataque enquanto o processo jurídico contra ele avança e na defesa quando tudo se acalma. Todos os outros estão perdidos nas manobras e nas maquiavelices políticas.
Resumo: a campanha não “arranca”, os candidatos atolam-se nas suas máquinas de apoio e Marine Le Pen sai na frente. Apesar de uma semana em que esteve sempre em foco o processo jurídico contra sua secretária e um guarda-costas, Le Pen segue na frente. Ela fez, no domingo, 5, um discurso brilhante — quer no tempo, quer no vocabulário utilizado, quer no ritmo, quer nas temáticas — e, pasmem os deuses, é da boca de Le Pen que vem a grande temática do mundo político moderno: estaremos diante do domínio e controle dos juízes sobre o sistema político, armadilha em que caiu a Roma antiga?
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Na França, estamos longe do que se chama, em sociologia e estatística, “cristalização”: o momento em que as intenções de voto se estabilizam e as margens de erro diminuem de modo a nos permitir tirar ilações do que será o voto real. Lição esquecida por muitos no passado recente: podem fazer todos os truques na imprensa e redes sociais, mas é sempre o voto que conta.
Neste momento, embora a imprensa, nos seus resumos de um minuto, mostrem sondagens de resultados finais, o mais importante para quem acompanha as filigranas do processo político é saber quem são os terceiro e quarto posicionados, pois são esses que farão a balança se mover e é deles que pode, perigosamente, sair um candidato que surpreendentemente chega à frente por algum motivo imprevisto de campanha. Dois fatos marcam o momento e os dois são da direita: Le Pen está na frente, cada vez mais na frente, e Fillon caiu, mas está estável. O que Fillon precisa é reduzir os estragos.
Relembro que o processo judicial recai sobre Penélope Fillon e não sobre o marido. Penélope é o fantasma da ópera, a mulher do momento; se não fosse o processo, dificilmente alguém pararia François Fillon. Não perdoam Penélope estar casada com Fillon desde 1980; não lhe perdoam o fato de, nos piores momentos em que se percebia que Fillon queria desistir, ela, sempre tão apagada, surgir ao lado dele silenciosa, discreta e dura; não lhe perdoam por não ser francesa e, pior, não lhe perdoam ter empurrado o marido para o cargo de primeiro ministro, quando todos queriam enterrar politicamente o presidente Sarkozy.
A galesa salvou a direita francesa e chegou ao Hotel Matignon ao lado do marido com uma faísca nos olhos: vocês nunca nos vencerão. Uma mulher vinda do país do Gales no centro do xadrez político francês gera, convenhamos, alguns ódios. Toda a gente sabe que Penélope tem um plano: quer que o marido seja presidente da República e é por isso que as acusações que lhe fazem recaem, por exemplo, sobre financiamentos que recebeu de revistas de literatura.
Cada vez mais, quem não vota decide eleições. Decide de forma indireta, ao alterar os universos de votos absolutos, e decide se muda de ideia na última hora e vai votar. Esses votos de última hora são, por vezes, muito imprevisíveis e uma coisa é certa: os franceses (os europeus no geral) votam cada vez menos. Alguns levantamentos sociológicos atribuem isso, além das questões sociais, por exemplo, o natural comodismo moderno, às grandes desilusões do ciclo François Mitterrand e Jacques Chirac.
Os dois ex-presidentes, quando estavam em campanha, conseguiram dar uma injeção de confiança e esperança no eleitorado francês, mas suas presenças no Palácio do Eliseu foram profundamente decepcionantes, deixando marcas que, segundo os sociólogos, perduram no eleitorado. Todos os que votaram pela primeira vez nos anos 1990 têm agora mais de 40 anos e essa faixa etária apresenta níveis muito grandes de desinteresse pelo processo político. É o que se chama de “Não há nada a fazer e nem quero saber disso para nada” (rien à foutre et rien à faire).
Sociologicamente nota-se que as pessoas, apesar de continuarem assistindo ao espetáculo do processo eleitoral, não votam. O entusiasmo da “luta” política é grande, mas as pessoas não são seduzidas a participar diretamente. As razões são simples e têm dois fatos: os políticos dão maus exemplos e as pessoas são individualistas. O primeiro é evidente em qualquer parte do mundo e o segundo é preocupante, pois as pessoas, pela força também dos aparelhos de comunicação individuais, tendem a se fechar em círculos de interesse cada vez mais reduzidos. É um daqueles efeitos perversos das redes sociais: isolam socialmente. Num ponto, à medida que a troca de informação é cada vez mais entre indivíduos sobre o indivíduo e seus interesses imediatos, os temas das grandes decisões nacionais vão sendo afastados.
Quando se faz um levantamento sociológico do motivo do abandono e desacreditação dos políticos, é fácil verificar em que pé está o descontentamento:
- Não dizem a verdade e não cumprem o que prometem. Os diagnósticos dos políticos são autênticos contos de fadas e qualquer pessoa totalmente desinformada é capaz de dizer de cor uma dezena de promessas que ouviu na boca de políticos (locais, regionais, nacionais e internacionais) e que não foram cumpridas. O homem do século XXI está pouco disponível para participar num processo que sabe estar eivado de mentiras e falsidades.
- Os políticos normalmente saem impunes de seus crimes e ilegalidades, o que tem sido devastador para a participação do cidadão no processo político.

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