Imprensa

O diretor afastado foi convidado a escrever uma coluna. O novo diretor de redação escrevia a coluna Radar

Em votação claramente manipulada, jogador do Vasco é escolhido Craque do Jogo e protagoniza cena constrangedora com a repórter Júlia Guimarães

Em um domingo de poucos gols, bom público e futebol mediano, o destaque da quarta rodada do Campeonato Brasileiro ficou para a exposição humilhante do goleiro Sidão, do Vasco. O jogador, que defendia o Goiás há até poucos dias, foi escolhido Craque do Jogo pelos internautas que acompanharam o jogo contra o Santos pela Rede Globo.
Ocorre que a votação havia sido manipulada por um movimento de zoeira nas redes sociais, já que o goleiro havia falhado no primeiro dos três gols santistas.
Na saída de campo, a cena mais constrangedora da tarde reuniu Sidão e a repórter da Globo Júlia Guimarães. A jornalista, ao aproximar-se do jogador, não disfarçou o incômodo com a situação: “Sidão, eu vou ter que te entregar o troféu craque do jogo. Foi uma votação feita apenas por torcedores na internet. É um jogo complicado para você, uma partida muito difícil, mas... É, fica aqui esse troféu para você”. Sidão apenas abaixou a cabeça e deixou o gramado.
Casagrande pede desculpas
O assunto rapidamente tornou-se o mais comentado do Twitter. A maioria dos internautas atacou a Globo, pela falta de sensibilidade. O ex-jogador Casagrande, que é comentarista da emissora, pediu desculpas ao goleiro e chamou o prêmio de ridículo.
O Vaso emitiu nota oficial criticando a Rede Globo. “O Club de Regatas Vasco da Gama repudia a exposição equivocada, constrangedora e desnecessária do atleta Sidão em rede nacional ao fim do jogo contra o Santos, em uma infeliz entrada ao vivo para a entrega de um prêmio que evidentemente não representava o espírito proposto”, diz a nota do clube.
A assessoria de imprensa de Sidão também se manifestou. Por meio de nota, pediu respeito ao jogador e disse repudiar “com veemência a atitude tomada ao final do jogo na transmissão da Rede Globo”. O próprio Santos se solidarizou com o goleiro vascaíno. “Erga essa cabeça, mete o pé e vai na fé. Manda essa tristeza embora. Basta acreditar que um novo dia vai raiar. Sua hora vai chegar!”, escreveu o clube.
Globo muda critérios para a premiação
Após a repercussão negativa, a Rede Globo anunciou que mudará os critérios para escolha do Craque do Jogo. Já na próxima rodada da Copa do Brasil, os comentaristas da emissora participarão da escolha. A Globo também pediu desculpas a Sidão. “Reconhecemos que a entrega do troféu não foi adequada na ocasião e agradecemos a educação de Sidão no momento de tensão”, diz nota.
A jornalista Júlia Guimarães, coadjuvante involuntária da cena, usou o Twitter para se desculpar. “Tenho consciência tranquila de que Sidão sabe o respeito que tenho pelo profissional e pela pessoa que é”.

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A especialista em economia e ex-Globo afirma que se pode falar em empoderamento do jornalista
Jornalistas costumam dizer, em tom de brincadeira, ma non tropo, que a profissão de jornalista está em extinção. Na verdade, não está. Mas, sim, está em processo de mudança. As redações estão se tornando menores e os repórteres tendem a diversificar seus afazeres. No momento, não há mais revisores, redatores e, em jornais exclusivamente digitais, não há diagramadores e fotógrafos começam a ser, se não dispensados, menos utilizados. Repórteres apuram, escrevem, revisam, fotografam (com celulares) diagramam e publicam seus textos diretamente — sem intermediários, às vezes sem a interferência de pelo menos um editor. O resultado é que as equipes são cada vez menores e menos dispendiosas. Mesmo assim, não se pode falar em atividade em extinção, e sim em novas configurações profissionais.
[caption id="attachment_183742" align="aligncenter" width="620"] Mara Luquet e Thais Heredia: competentes, brilham fora da TV Globo | Fotos: Reproduções[/caption]
Até pouco tempo, poucos profissionais deixavam a Globo para cuidar de seus próprios negócios. Sair da Vênus Platinada era uma espécie de “morte” e havia quem se considerasse na lista dos “animais extintos”. Os que saíam por conta própria eram chamados de “malucos”. Não é mais assim. Há vida fora da Globo e, em Goiás, da TV Anhanguera. Mara Luquet, jornalista especializada em economia, deixou a GloboNews, onde estava bem, e criou o MyNews, canal de notícias baseado no YouTube, com mais cinco profissionais (como Antonio Tabet, um dos criadores do Porta dos Fundos). Por ser considerado como referência, inclusive em outros países, o MyNews recebe aporte financeiro do Fundo de Inovação do Google. “Eu era PJ [pessoa jurídica] na Globo. Há muito tempo não tinha garantias trabalhistas. O diferencial agora é que eu tenho uma parte desse negócio, estou fazendo história e não tem dinheiro que pague isso. É um momento de investimento, mas não temos prejuízo. Nossa receita paga as contas e ainda sobra reserva para investir”, disse a jornalista ao blog Notícias da TV, do UOL.
Se os meios de comunicações, com suas estruturas gigantes, estão demitindo, em parte por causa da queda de faturamento e em parte para manter os ganhos dos acionistas (poucos são como os integrantes da família Marinho, que, em 2018, para evitar prejuízo do Grupo Globo, não fizeram retiradas), o MyNews se prepara para abrir escritórios em Brasília e Londres. “A gente quer projetos de jornalistas para desenvolver. A gente sabe que tem jornalistas muito bons no mercado e a gente quer falar com essas pessoas. Nosso business é conteúdo”, afirma Mara Luquet. A produção de conteúdo próprio, de qualidade, é um dos desafios dos veículos online. Hoje, parte deles copia o que é publicado em outros lugares e sem acrescentar uma informação nova. Copia-se até os erros, que, publicados em série, terminam o dia como “verdade”. Reportagens complicadas por vezes são abandonadas por determinados repórteres — que preferem grudar ao telefone em busca de declarações perfunctórias sem nenhum conteúdo político e social, mas, possivelmente, explosivas.
Com a liberdade gestada pela internet e os novos negócios, Mara Luquet sublinha que se pode falar em “empoderamento” do jornalista. “Os meios de produção foram para as mãos do jornalista. A gente conseguiu colocar um canal no ar, um bando de jornalista que não é rico nem nada, mas todo mundo é muito experiente. Com mais de 30, 40, 50 anos.”
Entre colaboradores fixos e freelancers, o MyNews conta com o trabalho de 40 profissionais. “Agora, estamos conversando com investidores no Brasil e no exterior para dar um salto maior.” Sem gastar com marketing — “nenhum centavo” —, o MyNews tem 196 mil leitores inscritos. A prioridade do canal é a cobertura de política e economia. Mas pretende cobrir também esportes e games.

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