Ponto de Partida

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Furo na urna eletrônica

Sistema brasileiro decantado em prosa e verso como o mais confiável do mundo pode ser fraudado, admite o Ministério Público Federal [caption id="attachment_6258" align="alignleft" width="710"]Urna eletrônica: é apenas um microcomputador cujo sistema pode ser invadido e ter seus dados alterados | Foto: Carlos Pietro Urna eletrônica: é apenas um microcomputador cujo sistema pode ser invadido e ter seus dados alterados | Foto: Carlos Pietro Urna eletrônica: é apenas um microcomputador cujo sistema pode ser invadido e ter seus dados alterados | Foto: Carlos Pietro[/caption] Haverá sistema de votação eleitoral à prova de fraude? No Brasil, tornou-se comum dizer que as urnas eletrônicas são garantia de resultados absolutamente fiéis ao que o eleitor digita na hora de votar. Não é assim. Primeiramente, porque não existe sistema informatizado à prova de invasão. A admissão da possibilidade de problemas por parte das autoridades da área sempre foi reticente, quando não peremptoriamente negada. Sempre me causou estranheza o fato países muito mais avançados que o Brasil na área tecnológica, como Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, não terem saído na frente na adoção do sistema de urna eletrônica, que não passa de um microcomputador com um programa (software) específico. O desembargador e juiz eleitoral aposentado gaúcho Ilton Dellandréa lembras que “a urna eletrônica usada nas eleições do Brasil é semelhante a um micro. É programada por seres humanos e seu software é alterável de acordo com as peculiaridades de cada pleito. Por ser programável pode sofrer a ação de maliciosos que queiram alterar resultados em seus interesses e modificar o endereço do voto com mais facilidade do que se inocula um vírus no seu micro via Internet. Além disto, pode desvendar nosso voto, pois o número do título é gravado na urna na mesma ocasião e fica a ela associado.” O artigo do juiz Dellandréa foi escrito em 2006, por ocasião do lançamento do livro “Fraudes e Defesas no Voto Eletrônico”, de Amílcar Brunazo Filho, especialista em segurança de dados em computador, e Maria Aparecida Cortiz, advogada e procuradora de partidos políticos — publicação disponível na internet: http://www.brunazo.eng.br/voto-e/livros/F&D-texto.pdf Há variadas formas de fazer fraudes, diz o juiz Ilton Dellan­dré: por exemplo: é possível introduzir um comando que a cada cinco votos desvie um para determinado candidato mesmo que o eleitor tenha teclado o número de outro. O nosso sistema de votação eletrônica é falho e não pode garantir o sigilo do voto e a integridade do resultado das eleições. O Ministério Público Federal em São Paulo chegou a essa conclusão com dados de relatório apresentado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão por pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB). Segundo reportagem do “Valor Econômico” na semana passada, o relatório aponta ainda outras vulnerabilidades no programa usado nas urnas eletrônicas, com “efetivo potencial para violar a contagem dos votos”. Para o relatório foi feito teste de segurança em urnas que apresentaram fragilidades principalmente quanto preservação do caráter secreto do voto. Ficou constatada a possibilidade de ordenar registros que deveriam ficar em ordem aleatória. Dessa forma é possível saber em quem o eleitor votou, se um mesário, por exemplo, anotar o horário em que ele depositou o sufrágio na urna eletrônica. A falha foi descoberta rapidamente pelos técnicos da UnB. Estranhamente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não permitiu novos testes que poderiam demonstrar mais fragilidades no sistema. Como se vê, um golpe de (dura) realidade em ufanistas que dizem “conosco não há quem pode”. Se a urna é tão boa assim, e nada difícil de fazer, porque os gringos não fizeram antes? Sabe-se que o sistema brasileiro de urnas eletrônicas foi efetivamente testado em outros países. E abortado. Além disso, não é verdade que apenas o Brasil o utiliza. Holanda já usou, mas deixou de lado justamente por causa da possibilidade de fraudes. Parece não haver dúvida de que o sistema eletrônico dificulta a fraude, ou pelo menos aqueles tipos de fraudes mais grosseiros. Mas daí a considerar que é à prova de deturpações vai uma longa distância. Que a Justiça Eleitoral fique sempre de olhos bem abertos.

A desilusão de Pih

Primeiro grande empresário a apoiar o PT, ainda na década de 80, bem antes de o partido chegar ao poder, dono do Moinho Pacífico se diz desencantado com o governo que ajudou a eleger

A caça aos fichas sujas

Procuradoria Regional Eleitoral no Estado terá nova ferramenta para fechar o cerco contra candidatos com pendências na Justiça

RDC, o efeito contrário

Em vez de acelerar, a dispensa de licitação em obras públicas para a Copa atrasou ainda mais os serviços

Dilma não tem força para impor sua candidatura

Presidente diz que disputa a reeleição mesmo sem apoio dos partidos aliados, o que é um tremendo autoengano. Se Lula não quiser, ela nem chega a ser candidata

“Maquiagem” ao modo argentino não prospera

Carestia mostra fragilidade da política econômica, o que leva uma parte do governo a querer mudar método de calcular a inflação

Um nome cobiçado pela oposição e pela situação

Para valorizar ainda mais o próprio passe, líder ruralista Ronaldo Caiado recorre à estratégia de deixar para a undécima hora sua decisão sobre com quem vai se aliar

Queda de Dilma em pesquisas após escândalos mexe no quadro local?

Aprovação popular da presidente está em declínio e, se continuar esse cenário, o PT vai precisar de palanques fortes nos Estados para reelegê-la, situação que não favorece Antônio Gomide em chapa sol

Sabe-se agora, aquele gesto pró-mensaleiros era autodefesa prévia

Vice-presidente da Câmara dos Deputados tem ligação com doleiro envolvido em lavagem de dinheiro, num caso que lembra muito Demóstenes Torres com Carlinhos Cachoeira

Vanderlan é quem mais perde com candidatura de Iris

Ex-prefeito de Senador Canedo corre o risco de, mesmo que faça tudo certinho, ser atropelado e não conseguir ir ao segundo turno; até aqui ele tem os mesmos índices que recebeu na eleição de 2010 [caption id="attachment_836" align="alignleft" width="240"]Candidato do PSB ao governo, Vanderlan Cardoso: muitas dificuldades no caminho de um obstinado  | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção Candidato do PSB ao governo, Vanderlan Cardoso: muitas dificuldades no caminho de um obstinado | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] Em 2010, na eleição para o governo estadual, o candidato da Coligação Goiás no Rumo Certo (PP, PDT, PTN, PSC, PR, PSDC, PSB, PV e PRP), Vanderlan Cardoso (então no PR), ficou em terceiro lu­gar e, consequentemente, não chegou ao segundo turno. Ele obteve e­xa­tos 502.462 votos, ou seja, 16,62%. Foi uma votação boa ou ruim? Depende. Boa, considerando que Vanderlan era um político que vinha de dois mandatos de uma prefeitura pequena, Senador Canedo. Ruim, se lembrarmos que ele era o candidato apoiado pelo governo estadual, com as vantagens que isso inquestionavelmente proporciona. O problema é que o governador a apoiar Vanderlan era Alcides Rodrigues, o que evidentemente contou negativamente para o candidato. Imediatamente após a eleição, cujo segundo turno foi vencido por Marconi Perillo (PSDB) na disputa com Iris Rezende (PMDB), Vanderlan Cardoso deu início ao seu projeto Palácio das Esmeraldas. Desde então, ele nunca escondeu seu desejo de ser governador de Goiás e que seria candidato ao cargo novamente em 2014. Nesse ponto, se faz necessário relembrarmos os números da pesquisa Serpes divulgada há uma semana, em quatro cenários simulados, todos com a presença de Mar­coni, tido como o único nome da base aliada, e de Vanderlan, hoje no PSB, também o único nome da chamada terceira via. Cenário 1: Mar­coni 37,5%; Vanderlan 12,9%; Júnior Friboi (PMDB) 12,2%; e Antônio Gomide (PT) 9,1%. Cenário 2: Marconi 34,5%; Iris 26,6%; Vanderlan 12,9% e Gomide 8,4%. Cenário 3: Marconi 41,8%; Vanderlan 16,4%; Friboi 14,6%. Cenário 4: Marconi 36,2%; Iris 29,6%; Vanderlan 16,7%. Analisemos algumas curiosidades no que se refere a Vanderlan Car­doso. No cenário 4, em que tem sua melhor pontuação, 16,7%, ele está em terceiro lugar, justamente na disputa direta com Marconi e Iris. Ou seja, exatamente o que aconteceu em 2010, quando ficou em terceiro lugar e viu esses dois adversários irem ao segundo turno. E em dois cenários, o 1 e 3, o ex-prefeito de Senador Canedo está em segundo lugar, com índices 12,9% e 16,4%, respectivamente. Curiosa­mente, nesses dois cenários, Iris Rezende não participa. Isso permite uma leitura clara: uma parte do eleitorado de Iris tende a migrar para Vanderlan Cardoso. Como Marconi lidera em todos os cenários, é de supor sem nenhuma dificuldade que inevitavelmente ele estará no segundo turno. Então, a briga dos adversários do tucano é pelo segundo lugar, para ir ao eventual segundo turno com Marconi. Portanto, Van­derlan Cardoso deve torcer para que Iris Rezende não seja candidato ao governo. Porque se Iris entrar, já era. Sem Iris Rezende no páreo, o que a cada dia se torna mais improvável, Vanderlan Cardoso tem aumentada sua competitividade. Isso significa que o sucesso do candidato do PSB está amarrado a circunstâncias alheias. Ou seja, mesmo que ele faça tudo certinho, pode morrer na praia, mercê de um nome mais forte em totais condições de atropelá-lo na corrida, sem nem lhe dar chance de ir ao segundo round. E há mais um fator a preocupar Vanderlan Cardoso, os índices da pesquisa espontânea. Ele teve apenas 2% de lembrança, contra 11,7% de Marconi e 3% de Iris — Friboi 1,7% e Gomide 0,7%. Se apenas 2% do eleitorado espontaneamente lembra o nome de Vanderlan Cardoso, é sinal de que seus cinco anos de campanha não ajudaram muito até agora. O bom em saber disso a mais de quatro meses da campanha propriamente dita, com rádio e TV, é que ele pode se desdobrar nesse trabalho até lá. E é um baita trabalho a esperar o candidato e sua equipe. A favor de Vanderlan Cardoso tem sua tenacidade e obstinação. Em nome desse pro­jeto, ele saiu do PR para o PMDB, onde ficou poucos meses e, ao perceber que dificilmente teria co­mo alijar Iris Rezende da preferência interna do partido, foi para o atual PSB, de onde saíra Júnior Fri­boi (PMDB), que continua controlando a maioria de suas lideranças. Essa mudança partidária em tão curto espaço de tempo pode dar ao eleitor a noção de Vanderlan é instável. Ele mesmo não admite essa dificuldade. Há alguns dias, em entrevista ao Jornal Opção, para se defender ele sacou o argumento de que Marconi Perillo também mudou de partido. Ou seja, misturou alhos com bugalhos, ao se comparar com quem em 30 anos de política só teve um sigla diferente antes, e não se mudou com o objetivo único de ser candidato a um cargo específico. Em sua tenacidade política, o candidato do PSB tem a clara obsessão de ser o inquilino do Palácio das Esmeraldas. Na mesma entrevista referida antes, lembrado de suas dificuldades sobre alianças, Vanderlan respondeu: “Pelo jeito, vocês não me conhecem. Já passei por isso uma vez. Não sei se vocês acompanharam a eleição de Senador Canedo em 2004. Cheguei à convenção sozinho. Não achei um vice. Diziam que era humanamente impossível ganhar do governo do Estado — que era o mesmo que está aí — e dos coronéis do município, com seu poderio. Não havia partido coligado e o PR tinha cinco candidatos a vereador — um deles teve sete votos. Ninguém queria ser vice. Ninguém acreditava. Comecei a campanha de 2004 com 1,5% das intenções de voto, que vinham dos funcionários da minha empresa. O restante da população não me conhecia, era só de ouvir falar. Portanto, vocês podem ter certeza — e eu falo olhando no olho de cada um: quanto mais dificuldade, mais eu me animo.” Repetindo, tenacidade é o que não falta ao homem. E não vai aqui nenhuma crítica a esse desejo ardente, pelo contrário. Que o poder seja mesmo exercido por quem tem vontade inabalável de tomá-lo, desde que o faça dentro do jogo democrático, o que Vanderlan está fazendo. Verdade que o socialista aqui e ali comete excessos verbais e dá “caneladas”. Na sua ênfase em detratar a administração atual, muitas vezes ele “chuta” dados errados. E fazer críticas sem fundamentação rigorosa pode ser um tiro no próprio pé, já que Goiás, com todos os problemas que enfrenta, e são muitos, é um dos Estados mais arrumados do ponto de vista econômico, com as contas equilibradas e realizando obras. Calibrar o discurso pode ser mais uma dificuldade para Vanderlan Cardoso.

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