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O romance “O Zero e o Infinito” mostra como funciona a cabeça de um comunista. Para o escritor húngaro, o comunismo era uma espécie de “religião dos ateus”
O advogado e livre pensador Josias Cesalpino diz que o escritor húngaro Arthur Koestler (1905-1983), autor de “O Zero e O Infinito”, “é bem superior ao inglês George Orwell”, autor de “1984” e “A Revolução dos Bichos”. “Embora conciso, seu texto é mais profundo, mais denso, mais cortante e dramático com os abusos” do sistema comunista. “Ele chega mais próximo da realidade socialista. Sua obra mais celebrada é de 1940, portanto precede ‘1984’.” Josias está em boa companhia, pois na penúltima página do ensaio “Matando o tempo”, de 1983, inserto no livro “Tigres no Espelho e Outros Textos da Revista New Yorker” (Globo, 418 páginas, tradução de Denise Bottmann), o filósofo e crítico literário George Steiner compara, desfavoravelmente, ‘1984’ aos romances “O Zero e o Infinito” e, de André Malraux, “A Condição Humana”.
[caption id="attachment_134725" align="alignright" width="214"] Arthur Koestler mostra, em “O Zero e o Infinito”, que, antes de matar Nikolai Bukhárin, o stalinismo procurou destroçar sua poderosa mente[/caption]
Para escrever o ensaio sobre “1984”, George Steiner releu “A Condição Humana” e “O Zero e o Infinito”. O crítico admite que, em termos de “impacto” e “influência difusa”, o romance “1984” ombreia-se às obras de Malraux e Koestler. Talvez seja possível chamá-los de trilogia das sombras ou do desencanto com a revolução. “Mas, em estatura intrínseca, ele [‘1984’] fica bem abaixo. ‘A Condição Humana’ continua a ser um grande romance, com um sentido convincente da densidade incerta e das complexidades da conduta humana. O foco de Koestler é penetrante, o de Orwell não. O puro conhecimento filosófico-político, o conhecimento de dentro, que se evidencia em ‘O Zero e o Infinito’ é de classe diferente da de ‘1984’”, anota.
O jornalista e escritor Paulo Francis, que citava copiosamente o autor de “O Zero e o Infinito”, escreveu (“Folha de S. Paulo”, 28/7/1988): “A literatura de Koestler é muito ‘voulu’, muito consciente de si própria, para pegar fogo na nossa sensibilidade. A reputação do livro decorre mais, a meu ver, da campanha que fizeram contra Koestler o PC francês e os intelectuais de esquerda de Paris”.
Num ensaio de 18 páginas, “Arthur Koestler, o intelectual exemplar”, publicado no livro “O Século XX Esquecido — Lugares e Memórias” (Edições 70, 462 páginas, tradução de Marcelo Felix), o historiador inglês Tony Judt examina “O Zero e o Infinito”. É “o que realmente interessa”, nota.
“O Zero e o Infinito” é, na opinião de Tony Judt, “o livro mais importante de Koestler e o seu contributo mais influente para o século. Só em França vendeu 420 mil exemplares nos dez anos a seguir à” Segunda Guerra Mundial (1939-1945). “É amplamente reconhecido pela sua contribuição singular e inigualada na demolição do mito soviético. Qualquer avaliação da posição de Arthur Koestler tem de se basear na nossa leitura deste livro e no seu efeito”, frisa. No ensaio “La Morte d’Arthur”, George Steiner diz que o romance “é um dos clássicos do século” 20.
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Arthur Koestler, escritor húngaro: um par intelectual e literário de George Orwell[/caption]
Uma síntese do livro, feita por Judt: “Koestler misturou a sua própria experiência da cela de morte em Espanha [lutou ao lado dos republicanos] com o conhecimento pessoal de Karl Radek e Nikolai Bukhárin (conhecera ambos em Moscou), e inventou a história de Nikolai Salmanovitch Rubashov, um velho bolchevique que se torna vítima das purgas [expurgos] de Stálin. O livro foi escrito entre 1938 e 1940, e Koestler podia contar com uma ampla consciência pública dos recentes julgamentos de Moscou, o cenário para o seu estudo sobre o dilema de fidelidade e desilusão comunista. Rubashov é uma amálgama, mas também um tipo: o ativista bolchevique que suprimiu as suas próprias opiniões e juízo em favor das do Partido e do Líder, apenas para descobrir que agora é acusado de se ter ‘objetivamente’ oposto à linha do partido, e portando à Grande Narrativa da História”. Versão de Paulo Francis: “A personagem central, Rubashov, tem a aparência física de Trotski e, mais ou menos, um prontuário de combate como o dele, e o pensamento e modos de Bukhárin. O marxismo de Rubashov é um tanto mecanicista, para dizer o mínimo”. No seu tom necessariamente idiossincrático, e era isto que o fazia interessante, o jornalista prefere chamar o livro de “Trevas ao Meio-Dia”. Há quem traduza por “O Sol da Meia Noite”. Para dizer-se precoce, Paulo Francis conta que seu livro de cabeceira na adolescência era “O Iogue e o Comissário”, autobiografia de Koestler. “Ele sempre foi de esquerda”, acrescenta. Tony Judt, mais bem informado, prefere apresentá-lo como um homem que, ao perceber os horrores do stalinismo e do pós-stalinismo, trocou a esquerda pelo anticomunismo. Mas era, claro, um intelectual mais independente do que de movimentos organizados.
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Stálin mandou executar Nikolai Bukhárin, uma das estrelas do bolchevismo[/caption]
Comunismo é a religião dos ateus
O crítico literário neotrotskista Irving Howe admitiu que o romance “era uma descrição aterradora e incontestável dos mecanismos da mente comunista”. Por que os crimes da esquerda são em geral “perdoados”? Porque a esquerda diz, com rara mestria, que faz o mal, matando inocentes (democratas ou pessoas comuns, apartidárias), para conquistar o bem (a sociedade igualitária)... para todos, notadamente para os pobres (o proletariado). Sacrifica-se o presente, dando ao indivíduo uma vida sem liberdade e, às vezes, sem pão, por um futuro (talvez o céu) que, garantem os comunistas, será muito melhor. O que é, como notou Koestler, uma nova religião. O comunismo, como perceberam o filósofo inglês John Gray e, antes dele, Koestler, é a religião dos ateus. O romance é um retrato fidedigno do que aconteceu com Bukhárin, apontado como um dos bolcheviques preferidos de Lênin. Mas vai além do filósofo e economista russo: é uma análise corrosiva do totalitarismo e de como se organiza (e funciona) a mente dos comunistas (e vale ressalvar que muitos eram mesmo crentes na infalibilidade das ideias comunistas de seus líderes). No livro “Ascensão e Queda do Comunismo” (Record, 854 páginas, tradução de Bruno Casotti), o historiador inglês Archie Brown observa que Rubashov-Bukhárin “é convencido de que seu ‘último serviço ao Partido’ é confessar as acusações inventadas contra ele para ‘evitar despertar a simpatia e pena’ na população em geral, uma vez que o despertar desses sentimentos seria perigoso para o partido e para a causa comunista”. Archie Brown tem razão, mas, para além da ideologia em si, havia outra questão. Como notaram Roy Medvedev, no livro “Os Últimos Anos de Bukhárin” (Civilização Brasileira, 173 páginas, tradução de Luís Mário Gazzaneo), e “Bukhárin — Uma Biografia Política” (Paz e Terra, 555 páginas), de Stephen Cohen, Bukhárin pretendia, com sua confissão, salvar a vida de seu filho e de sua jovem mulher, Anna Larina. [caption id="attachment_134751" align="aligncenter" width="600"]


O poeta obteve 18 votos e o professor ficou com 14. Mas o bardo precisava de 19 votos para se tornar membro da Academia Goiana de Letras

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Na quarta-feira, 23, um tribunal de apelações do Tajiquistão soltou o jornalista Khayrullo Mirsaidov, que estava preso há nove meses sob as acusações de peculato e falso testemunho.
A pena, que era de 12 anos, foi reduzida para pagamento de uma multa de US$ 8,5 milhões. Correspondente freelancer do veículo de comunicação alemão Deutsche Welle, Mirsaidov nega ambas as acusações

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A decisão é motivada pela decepção em denunciar casos de corrupção, que, segundo ele, não dão em nada, como relatos que ligam o atual presidente do país, Petro Poroshenko, a contas em paraísos fiscais.

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