Por Ton Paulo

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Em ano de eleição, vereadores se manifestam sobre possibilidade de migração partidária

O período para a troca de partidos começa, e alguns dos membros do Legislativo goianiense revelam o que pretendem [caption id="attachment_234051" align="alignnone" width="620"] Lucas Kitão diz que não tem "planos concretos" para mudar de partido / Foto: Fernando Leite[/caption] Com a abertura da janela partidária em ano de eleição municipal, começam a pairar as expectativas de que alguns membros do Legislativo goianiense possam abandonar suas atuais legendas e mudar para uma outra onde se sintam mais confortáveis e fortalecidos para o pleito. Questionado sobre uma possível troca de partido, o vereador Milton Mercez, atualmente no Patriota, descartou tanto a possibilidade de deixar a sigla quanto a de se candidatar. Para Mercez, a disputa eleitoral em 2020 "está muito difícil", e "o povo desanimado com a situação". "Acabaram com as coligações, isso vai dificultar muito as eleições. Cada partido vai conseguir um ou dois vereador. Partido que vai fazer mais vereadores são partidos que tiverem candidatura a prefeito em melhor condição", concluiu. Também do Patriota, o Cabo Senna alegou não ver motivos para mudar de partido. Conforme o vereador, as eleições no interior serão marcadas por "excelentes nomes vindos do Patriota", e que a sigla "atua com responsabilidade e respeito ao eleitor". "As perspectivas para 2020 são as melhores, afinal entendemos que os eleitores estão cada vez mais preocupados com a política, e com o resultado do trabalho do seu representante", disse. Já o vereador Izídio Alves, do PR, deixou implícita a motivação que o levou a permanecer no partido onde está. "Não fui convidado para nenhum partido, então não vou trocar", disse. O parlamentar afirmou também que espera que "esse ano as eleições sejam melhores, que pessoas realmente boas sejam eleitas". Quanto ao vereador Lucas Kitão, cujo partido PSL viu uma debandada de filiados após a saída do presidente Jair Bolsonaro da sigla, não rejeitou categoricamente a possibilidade de migração, mas disse não ter planos concretos para isso. "Está muito cedo para decidir isso. Eu acho que o PSL está firme. A perspectiva das eleições para o PSL neste ano são as melhores possíveis", arrematou.  

Em Goiás, governo aposta em policlínicas para cumprir regionalização da saúde

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, o objetivo é entregar 17 policlínicas até 2022 [caption id="attachment_233925" align="alignnone" width="620"] Em Posse, Policlínica deve ser inaugurada em 28 de fevereiro deste ano / Foto: SES[/caption] "Vamos apertar pra valer agora", disse o governador Ronaldo Caiado em visita ao município de Posse em meados de janeiro deste ano. A declaração se referia à Policlínica, que, em reta final, está prevista para começar a funcionar a partir do final de fevereiro. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde Goiás, a inauguração da unidade de saúde marca um processo de regionalização dos serviços de saúde no Estado. Conforme a pasta, o objetivo é entregar 17 policlínicas até 2022. Por meio da policlínica, Caiado pretende oferecer serviços especializados de média complexidade e alta resolutividade, em articulação com a atenção básica e assistência hospitalar, “oferecendo à população da região o acesso ambulatorial às especialidades médicas diversas”. De acordo com a Secretaria, o modelo de policlínicas que vem sendo implantado em Goiás está espalhado pelos Estado de São Paulo, Bahia, Ceará e Paraná. Ele oferece um conjunto de ações e serviços para cada especialidade ofertada, conforme os processos clínicos ou problemas de saúde mais relevantes e/ou prevalentes em cada região. Em Goiás, além de Posse, os municípios de Goianésia, Quirinópolis, Formosa, Cidade de Goiás e São Luís de Montes Belos também já estão com as obras em andamento. Segundo o titular da Saúde, Ismael Alexandrino, as unidades de Posse, Quirinópolis e Goianésia A Secretaria afirma que as policlínicas de Goianésia e Quirinópolis devem ser inauguradas ainda no primeiro semestre deste ano, mas as datas exatas ainda não foram divulgadas. Já as de Posse, Quirinopólis e Goianésia estão com licitação encaminhada para a escolha da Organização Social (OS) responsável pela gestão das unidades. O governador Ronaldo Caiado também anunciou a construção da unidade em Campos Belos, na fronteira com o Tocantins. Anteriormente, em entrevista ao Opção, Alexandrino havia afirmado que as unidades que ainda não haviam sido anunciadas, à época, provavelmente seriam a de Campos Belos e Porangatu. “São duas cidades que estão praticamente definidas. Pegamos a faixa Norte completa e assistimos o Estado com especialidade, diagnóstico e terapêutica”, declarou. A entrega da policlínica de Campos Belos está prevista para 2021, com um investimento total de R$ 13 milhões, sendo R$ 8 milhões investidos na obra e R$ 5 milhões em equipamentos. O secretário informou que Goiás possui 18 Regionais de Saúde agrupadas em cinco macrorregiões. De acordo com ele, 17 terão policlínicas, com exceção da Região Central, que corresponde a Goiânia, por “concentrar maior número de equipamentos e unidades de saúde no Estado”.  Para Alexandrino, o objetivo é o de levar assistência ao interior e “assim evitar que o paciente tenha que ficar se deslocando até a capital”. “Para o Estado, isso significa menos custo. O exame que se faz na capital inclui o custo do transporte. Uma tomografia em Posse em uma unidade privada, a prefeitura paga R$ 500. A tabela SUS paga em torno de R$ 138. O custo da nossa tomografia ficará em torno de R$ 138 ou um pouco mais pelo custo agregado de rateio de energia e outros detalhes. Com o laudo, o valor é pago pelo Ministério da Saúde. É um valor que sai do Tesouro da prefeitura. Direta e indiretamente, o Estado está ajudando o município. A diferença de R$ 500 para R$ 138 o município não tem que pagar mais. Multiplique isso por mil exames”, disse o secretário na entrevista concedida ao Opção.

Policlínica de Posse vai oferecer 19 especialidades e mais de 10 mil consultas mensais

Prevista para ser inaugurada no dia 28 de fevereiro deste ano, a primeira policlínica da “leva” de unidades de saúde a serem entregues à população de Goiás está localizada na Avenida Juscelino Kubitscheck de Oliveira, setor Buenos Aires, em Posse. A unidade funcionará de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e prestará serviços de consultas, exames e procedimentos médicos em áreas como fisioterapia, laboratório clínico, hemodiálise e exames de imagem, como mamografia, tomografia, densitometria e ultrassonografia. Realizará cirurgias menores ambulatoriais e atuará ainda como serviço de apoio diagnóstico e terapêutico. São 3.775 metros quadrados de área construída, 26 consultórios, 16 salas para exames, posto de coleta do laboratório, farmácia, posto de enfermagem, central de esterilização de material e salas destinadas à administração. Conforme a Secretaria de Saúde, estarão disponíveis 19 especialidades médicas e 6 não médicas; mais de 10 mil consultas e até 25 mil exames de diagnóstico por mês. A policlínica pretende oferecer atendimento a uma população de 31 municípios integrantes da Macrorregião Nordeste de Goiás, composta por 1.207.393 habitantes. Serão atendidas as seguintes regiões: Entorno Norte: Água Fria de Goiás, Alto Paraíso, Cabeceiras, Flores de Goiás, Formosa, Planaltina, São João d’Aliança e Vila Boa; Entorno Sul: Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Cristalina, Luziânia, Novo Gama, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás; Nordeste I: Campos Belos, Cavalcante, Divinópolis de Goiás, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás; Nordeste II: Alvorada do Norte, Buritinópolis, Damianópolis, Guarani de Goiás, Iaciara, Mambaí, Nova Roma, Posse, São Domingos, Simolândia e Sítio D’Abadia. Entretanto, conforme informado pela Secretaria de Saúde, as policlínicas, como a de Posse, não possuem o sistema “porta aberta”. Os pacientes serão atendidos inicialmente, em Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em seguida encaminhados por meio do Complexo Regulador Estadual, com horário agendado. As vagas são disponibilizadas proporcionalmente ao número de habitantes de cada município que compõem a região de abrangência da policlínica.

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O trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros pode levar tempo, uma vez que alguns lojistas fornecem dados que não estão cadastrados para o certificado de segurança

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Causa principal do rompimento de represa em Pontalina não foi chuva, diz Polícia Civil

Conforme o titular da Delegacia de Crimes Ambientais, uma série de fatores, a maioria oriundos de falha humana, contribuíram para o rompimento da barragem [caption id="attachment_231739" align="alignnone" width="620"] Inquérito sobre o caso de Pontalina está prestes a ser remetido ao Poder Judiciário | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção[/caption] Duas semanas após a tragédia que se abateu sobre o município de Pontalina, região central do Estado de Goiás, o delegado titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente, a Dema, está prestes a remeter ao Poder Judiciário o inquérito do caso. Entretanto, ao contrário do que vem sido amplamente noticiado e afirmado sobre o rompimento da represa localizada na Fazenda São Lourenço das Guarirobas, o principal motivo, segundo o delegado, não foi a chuva, e sim falha humana. Luziano Severino, à frente da Dema desde o final da década de 1990, adianta que ouviu três pessoas no inquérito e pretende entregá-lo dentro do prazo previsto de 30 dias. Após a averiguação e análise técnica da área, o delegado concluiu que a grande responsável pela represa que rompeu não foi a água que caiu do céu. Ele elencou alguns fatores que tiveram influência sobre a catástrofe - a maioria deles ligada à gestão humana do local. De acordo com o delegado, o desmatamento da mata ciliar da região foi uma das grandes responsáveis, uma vez que a retirada da vegetação natural e a execução dos chamados “drenos”, feitos para secar áreas brejadas, causaram a compactação da terra, impedindo a absorção da água da chuva pelo solo, o que é esperado naturalmente. A água da chuva, que caiu de forma torrencial no dia 4 de janeiro, acabou, então, excedendo os limites comportados pela represa. Ainda conforme Luziano, outro grande fator – e um dos principais - que contribuiu para o rompimento da barragem foi a inatividade da descarga de fundo, que é uma estrutura hidráulica instalada próximo aos sistemas para controle de cheias, para evitar o rompimento de uma barragem. Luziano revela que, em 2016, enviou à Secretaria Municipal do Meio Ambiente de Pontalina um documento com uma série de exigências que deveria ser cumpridas nas barragens da região para evitar o risco de rompimento. Uma das exigências era a instalação de uma descarga de fundo na represa da Fazenda de São Lourenço das Guarirobas, solicitação que foi prontamente atendida pela secretária da época. Entretanto, segundo o delegado, algum tempo depois a estrutura foi desativada. Em 2018, ela já não funcionava. Além disso, ainda conforme o delegado, o extravasor de água da represa, ou o famoso “ladrão”, uma tubulação usada para escoar um casual excesso de água, havia sido obstruído manualmente. [caption id="attachment_231740" align="alignright" width="434"] O delegado explica a influência das falhas humanas no rompimento da barragem | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção[/caption] Há outras 22 barragens na região de Pontalina que, segundo o delegado, estão sendo verificadas uma a uma. Luziano revelou que também pediu averiguação de barragens em Catalão, Rio Verde, Buriti Alegre e Trindade. Ele conta que trabalha na Dema com o rompimento de barragens desde 2001 quando houve registro do primeiro caso, na Cidade de Goiás. “Na época, foi levado parte do patrimônio cultural da cidade. E quais foram as causas? Desmatamento em primeiro lugar”, revela. Luziano explica que há uma série de iniciativas que podem evitar catástrofes como a de Pontalina, mas é preciso se atentar ao desgaste do solo provocado pela ação humana. “Quantos drenos temos visto em diversos lugares de Goiás, em especial em Pontalina? Drenos em áreas brejadas, e se faz isso pra quê? Pra secar o brejo, e isso é suicídio ecológico”. O delegado apresenta ainda um fato preocupante: a maioria das nascentes de Pontalina estão degradadas e precisam passar por processo de recuperação. O delegado também chama a atenção para o lago de Pontalina que, assim como a represa que rompeu, está com a descarga de fundo inativa. “Aquele lago lá de Pontalina não rompeu por um triz. Aquela enchente toda, a maioria ali não tem nada a ver com o rompimento da represa, não. A descarga de fundo do lago da cidade está tampada com cimento”, conta. “Chegou a hora de parar de romper represa em Goiás, e os avisos naturais são claros. A natureza não vinga, a natureza dá suas respostas. Tem uma nascente, por que invade e mata a nascente? Precisamos é de água, mas de repente vem uma chuva um pouco mais acentuada e vira tragédia, e não é culpa de São Pedro não, o culpado é o ser humano”, arremata.

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Em Posse, Caiado confirma inauguração da Policlínica em fevereiro

O governador também fez um convite ao presidente Bolsonaro para acompanhar a abertura da unidade. OS gestora deve ser definida até o final de janeiro

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“Ainda não acredito”, diz moradora de região onde represa rompeu, em Pontalina

Água levou plantações, animais, destruiu propriedades e transformou o local numa grande poça enlameada. O clima é um só: consternação [caption id="attachment_229923" align="alignnone" width="612"] Pontalinenses caminham em meio ao caos deixado pela água da represa que rompeu | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção[/caption] De Pontalina Quem chega a um determinado trecho da Fazenda São Lourenço das Guarirobas, na zona rural do município goiano de Pontalina, se depara hoje com um cenário desanimador de água e lama. Assim ficou o lugar e algumas regiões próximas dali depois que a represa que comportava cerca de 340 milhões de litros rompeu no último sábado, 4, estourando no Córrego Jataí. Sentada à sombra da área externa de uma casinha vermelha situada ao lado da dantesca poça de lama, uma mulher observa longamente a paisagem desoladora. Rafaela foi um das vítimas do furor da natureza aliada à negligência humana. O rompimento da represa, que fez com que a água descesse arrastando bicho, planta, terra, tudo o que havia pelo caminho, fez com que a casa onde vive ficasse alagada, inutilizando quase todos os seus pertences. A secretária de 31 anos perdeu praticamente todos os móveis. Ela conta que estava em Uberlândia (MG) quando tudo aconteceu, e só se deu conta dos danos quando retornou para casa. “Perdi praticamente tudo. Só deu pra salvar a televisão, que estava na parede, e o fogão”, desabafa. No interior da casa simples, a umidade e o forte cheiro de água suja tomam conta. Na sala, pequenos sofás amontoados remontam à visão de uma tentativa frustrada de secar os móveis. “Esses sofás aqui eu vou ter que jogar fora, não prestam mais. Ta sentindo o cheiro forte?”, pergunta, enquanto mostra as inúmeras perdas pela casa. Do lado de fora, uma cama virada na vertical e que antes estava no quarto de Rafaela também exala o odor de umidade. Na cozinha não é diferente. As portas do armário de madeira, inchadas e tortas, fazem com que seja impossível fechá-lo ou usá-lo de qualquer outra forma. Próximo da casa, a mulher aponta para um chiqueiro onde ficava seu porco. O animal desapareceu, e a suspeito é a de que o animal tenha sido levado pela água. [caption id="attachment_229926" align="alignright" width="479"] Situação do trecho da Fazenda São Lourenço das Guarirobas após rompimento da represa | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção[/caption] Rafaela ainda está incrédula quanto ao ocorrido. Ela relembra que o cenário há poucos dias era completamente diferente. “Isso aqui era uma paz. Agora, parece que passou um tsunami. Ainda não acredito, sabe. Só dá vontade de ficar aqui, olhando, porque não sei ainda o que vou fazer. Vieram uns bombeiros aqui, pegaram meus dados pra um cadastro aí, mas depois disso não me falaram mais nada”, conta. A alguns metros dali, o funcionário público aposentado Ronaldo Luís Moura, de 49 anos, também observa o quadro de destruição. A aproximação do repórter do Jornal Opção o faz alertar: “Cuidado com essa parte aí onde você ta pisando, também pode cair a qualquer momento”. Ronaldo se refere a um trecho de barranco afetado pela água que, ao que tudo indica, era parte de uma faixa de terra. O aposentado relata que seu irmão, Wilson Luís, é dono de uma propriedade na região afetada pela catástrofe. Ele conta que Wilson estava no local quando tudo acontece. “Ele ouviu um barulho estrondoso, e quando correu pra ver, viu que o barranco estava rachando. Foi no momento em que houve a avalanche da terra com a água”, relembra. De acordo com ele, o irmão, que é serralheiro e vai esporadicamente à propriedade para cuidar do local, mantinha plantações que foram arruinadas pelo ocorrido. “Ele plantava milho, abóbora, repolho, e agora acabou. A água levou tudo”. Ronaldo diz que estava em Goiânia quando foi informado do rompimento da represa, e ficou impressionado pelo conteúdo das imagens do vídeo feito e enviado pelo irmão que, felizmente, não se feriu.

Pontalinenses quase isolados

Depois do rompimento do barramento, o ato de entrar e sair de Pontalina pode ser definido como uma jornada de risco. Com o bloqueio das principais vias de acesso, pelas GOs 040 e 215, o caminho possível é o que passa por dentro da Fazenda Santa Gabriela. Uma moradora do município comentou sobre a atual situação. “A gente ta isolado aqui! Pra sair da cidade ficou difícil demais depois do rompimento da represa”, disse. [caption id="attachment_229927" align="alignleft" width="455"] Ponta no Km 24 da GO-215 foi bloqueada | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção[/caption]

Alterações indevidas foram feitas na represa, diz Semad

A represa que rompeu fica na fazenda de propriedade do ex-prefeito de Pontalina Edson Guimarães, conhecido como Edson “Mossó”. Segundo a Defesa Civil, um dos principais fatores para o rompimento foi o grande volume de chuvas que se abateu sobre a região no último fim de semana: foram 192 milímetros por hora (mm/h) de chuva em 12 horas, o equivalente a 76% do esperado para o mês inteiro. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) declarou na segunda-feira, 6, Alerta Amarelo ativo por um dia para Pontalina. De acordo com o instituto, o alerta indicava grande possibilidade de chuvas entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos intensos (40-60 km/h) com risco, mesmo que baixo, de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas. O prefeito pontalinense, Milton Ricardo (MDB), chegou a declarar Situação de Emergência por 180 dias em razão dos grandes prejuízos que têm sido causados pelas chuvas. Entretanto, as condições em que se encontrava a represa também contribuíram para a catástrofe. Conforme a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), alterações indevidas foram feitas na estrutura original, com bloqueio do equipamento de extravasão lateral. Além disso, ainda de acordo com a pasta, os técnicos que foram ao local verificaram a não abertura da descarga de fundo, o que poderia ter evitado o rompimento e amenizado os efeitos da cheia causada pelo alto volume de chuvas na região. A Secretaria informou que a barragem localizada na Fazenda São Lourenço das Guarirobas "estava regular quanto à outorga para o barramento e uso de água”, e que possuía licenciamento ambiental concedido pelo município de Pontalina, que tem competência para a emissão. Todavia, o cadastro de segurança da barragem não estava em dias, uma vez que o prazo expirou em 31 de dezembro de 2019. A apuração da Semad também chegou à conclusão de que as pontes das GOs 040 e 215 – atualmente interditadas - tiveram suas estruturas afetadas pela onda oriunda do rompimento da represa. Para entrar ou sair de Pontalina, até a recuperação das vias de acesso, é preciso passar por dentro da Fazenda Santa Gabriela. Já quanto aos prejuízos causados dentro da cidade, a Semad declarou que será feito um mapeamento da origem da água que danificou imóveis e outros bens materiais e também uma análise da extensão das perdas para identificar causas e culpados. A Secretaria confirmou que deverá multar o proprietário da represa, o ex-prefeito Edson “Mossó”, por quatro itens iniciais, que são a alteração indevida do projeto original, descarga de fundo fechada, não manutenção adequada do barramento e não realização do cadastro no sistema de barragens. O valor inicial da multa pode chegar a R$ 90 mil, exclusos os valores referentes a danos ambientais e estruturais, que serão ser calculados à parte.