Por Elder Dias

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Eleições 2018: vem aí um novo Collor. Como evitá-lo?

O melhor caminho para reconstruir um País sempre será olhar para trás e reconstruir a história sem repetir os mesmos erros

Entre o aluno rejeitado e o mestre Renato: a empatia faz a ponte entre diferentes

Ver no outro um pedaço de nós é algo que deveria servir como elo. No fim, diferentes somos todos nós

Técnica leva às nascentes a água acumulada com rebaixamento de lençol freático em construções

Engenheiro diz que falta de estrutura por parte da Prefeitura é maior responsável pela água aparente nas ruas ao redor de parques ambientais da capital

Seu Vandir e a honestidade que está sempre à nossa espreita

Uma crônica para provar que, apesar do sistema político corrompido e dos malandros por aí, o povo brasileiro é uma maioria de gente digna

Meu dia por um abraço: a humanidade sofre quando a ocitocina falta

Demonstrações de carinho mais constantes poderiam evitar infelicidades, depressões e até crimes? A fisiologia dos hormônios induz a pensar que sim

Escola Sem Partido vê pessoas como câmaras de ar

Programa que quer tornar a sala de aula apenas uma extensão da família ou da igreja só conseguirá restringir ainda mais o questionamento e a criticidade

A tatuagem de hena do deputado e os brasileiros que acreditam em Papai Noel de agosto

É nas mãos de uma Câmara com centenas de figuras de caráter amoral que está a reforma política, um passo fundamental para mudar os rumos a partir do que há de mais sagrado para uma Nação: a democracia

Prédio à beira do lago é como um “Nexus para pescadores”

Condomínio vertical em Buriti Alegre guarda similitudes com o megaempreendimento de Goiânia e mostra como o meio ambiente fica refém do poder econômico

Evaristo pega a contramão do fluxo e deixa a Globo para ser feliz

Entre ser o próximo William Bonner da Globo e seguir a vida com mais leveza, o agora ex-âncora do “Jornal Hoje” preferiu a segunda opção. O que não falta é quem o conteste

William Waack discute esquerda e direita, mas só chama um lado para o debate

[caption id="attachment_101109" align="alignright" width="620"] William Waack: “debate” sobre direita x esquerda apenas com a direita[/caption] Um dos principais canais da TV por assinatura, a Globonews tem consolidado uma fama de se mostrar com um perfil ideológico “à direita”. Não haveria nada de errado nisso se houvesse maior transparência, mas a Rede Globo nunca fez um debate aberto a respeito da própria posição ideológica. De qualquer forma, a empresa abriga, entre seus principais nomes no jornalismo, figuras de espectros totalmente opostos. De um lado, Alexandre Garcia, que foi porta-voz do general João Baptista Figueiredo e expõe claramente seu viés conservador (ironiza sindicatos e movimentos sociais e desconfia do aquecimento global); e Caco Barcellos, conhecido por sua militância nos direitos humanos e por ter um jornalismo ativista – é também um ótimo escritor, como ficou constatado em “Rota 66: a História da Polícia que Mata”, livro que venceu o Prêmio Jabuti em sua categoria em 1993. É no espaço da TV fechada, no entanto, que os jornalistas mostram um pouco mais do que realmente pensam. William Waack não precisa disso – seus editoriais no “Jornal da Globo” já dizem bastante de seu posicionamento ideológico –, mas cometeu uma gafe de procedimento no programa "Painel", da Globonews. O tema era “Direita e esquerda na política nacional”. Os debatedores? O filósofo Luiz Felipe Pondé, o jornalista Reinaldo Azevedo e o cientista político Bolívar Lamounier. Todos com posições consideradas do mesmo lado, no espectro político brasileiro atual, que coloca – ainda que isso possa ser considerado um erro em termos das definições clássicas de esquerda e direita – tucanos e seus aliados como direita, bem como petistas e outras siglas simpatizantes à esquerda. Lamounier tem filiação no PSDB, Azevedo é conhecido por seu ativismo anti-PT e Pondé é um dos maiores expoentes das ideias liberais no Brasil de hoje. Faltou o contraponto, algo que parece ser essencial para a proposta editorial do programa.

Polemizar na manchete é interessante, mas o “espírito” da notícia precisa estar em 1º lugar

[caption id="attachment_101106" align="alignright" width="620"] Arthur Magalhães, do Portal 730: notas “apimentadas” geraram polêmicas com Walter (Atlético) e Elyeser (Goiás)[/caption] Chamar a atenção no título é um dos segredos para a leitura de determinada reportagem. Mas o estilo do repórter Arthur Maga­lhães, do Portal 730 e da Rádio 730 AM, tem gerado controvérsia. Digamos que ele esteja “apimentando” um pouco além da conta as declarações dos entrevistados. Primeiramente foi com o atacante Walter. No início do mês, o jogador, que foi dispensado do Goiás e depois de muita polêmica, foi parar no Atlético Goianiense, concedeu uma entrevista em que se tratava de seu peso problemático e sua briga constante com a balança. Walter se defendeu dizendo que estava “somente um quilo acima (do ideal)” e que jamais queria voltar ao peso que estava. Na sequência, como que para dizer o que o motivaria a não engordar novamente, completou dizendo que não queria jogar no Atlético, mas “buscar algo grande” para si. O problema é que o título da matéria, no Portal 730 saiu com o seguinte título: “Com apenas um gol em 2017, atacante Walter dispara: ‘Não quero jogar no Atlético, quero algo grande para mim’”. A impressão de quem lê sem acessar o conteúdo por completo – alguns até mesmo depois de lê-lo – é de que o atacante está desprezando o time pelo qual joga. Como Walter é conhecido por tropeçar nas palavras, fica fácil identificar que ele tratava mais de mostrar que poderia voltar a atuar por um time do primeiro escalão do futebol brasileiro do que tinha o intuito de menosprezar a equipe goiana. Na semana passada, a confusão foi com um jogador do Goiás, o volante Elyeser. O título original dizia “ ‘Não tem tanta diferença’, declara Elyeser sobre partidas no Serra Dourada sem presença da torcida” – o clube foi punido com cinco jogos de portões fechados, sem público. Como a média de público nos jogos da equipe nos últimos anos não tem sido das melhores, a frase soou como desprezo ou provocação do atleta à torcida. Elyeser ficou muito irritado com a manchete e algumas mensagens furiosas dirigidas por ele ao repórter chegaram a vazar nas redes sociais. Ao contrário da entrevista com Walter, que foi exclusiva, Elyeser tinha concedido uma coletiva e a má repercussão se deu apenas com o “gancho” explorado pelo repórter da 730. Na própria matéria do portal da rádio, fica claro o que ele fala sobre a interferência do fator torcida no desempenho: “Contra o Ceará [jogo em Fortaleza] também não tivemos torcida, a que tinha lá era contra, mas soubemos superar. Do meu ponto de vista, não tem tanta diferença. Claro que é bom o torcedor perto, nos apoiando do começo ao fim, mas acho que o importante é somar os três pontos independente disso”. Ou seja, o todo da declaração não comporta algum sentido de desprezo ao torcedor, como o título da notícia insinuava. Mais tarde, com o constrangimento provocado com o jogador e também com os próprios torcedores, o título foi trocado para “Elyeser comenta partidas no Serra Dourada sem presença da torcida”. Mexer com as paixões do futebol é algo melindroso, e como o momento não é muito bom nem para o Atlético nem para o Goiás, não custa nada modalizar o discurso. Arthur Magalhães ou qualquer outro repórter precisa ter essa noção ao fazer a “dosagem” de um título, até mesmo por justiça com o que de fato ocorreu ou foi declarado.

Capa de “O Popular” contradiz matéria interna

As chamadas da primeira página servem para vender o conteúdo interno – seja uma reportagem, uma entrevista ou um artigo. Deve tentar, ao mesmo tempo, retratar de forma fidedigna o tema tratado e atrair o leitor para abrir a publicação – ou acessar o hiperlink, já que as manchetes dos portais dos jornais eletrônicos desempenham a mesma função. Nesse sentido, “O Popular” pisou na bola na edição da quarta-feira, 26. O texto da primeira página dizia “Recorde – Gaso­lina leva Temer a 94% de reprovação”. Da chamada depreende-se que o fato de autorizar o aumento de impostos contidos na composição do preço dos combustíveis teria elevado a rejeição (já bastante alta) do presidente da República. Interna­mente, porém, o olho da matéria intitulada “Reprovação a Temer atinge novo recorde” diz outra coisa: “Brasil em crise – Pesquisa mensal, feita ainda antes do aumento dos combustíveis, mostrou que 94% dos entrevistados reprovam o presidente”. Ou seja, infere-se que a rejeição a Michel Temer seja ainda maior do que os 94%, apurados, na realidade, antes da elevação do PIS/Cofins sobre gasolina e óleo diesel. Ao contrário do que possa parecer, fazer a capa de um jornal não é fácil e erros assim acontecem. Mas um procedimento de crivo da primeira página com mais sintonia fina teria evitado o erro.

Imprensa goianiense precisa pautar revisão do Plano Diretor

Talvez a pauta mais importante do segundo semestre em Goiânia seja a revisão do Plano Diretor da capital, dez anos após sua promulgação. No entanto, a discussão sobre planejamento urbano – talvez por ter um componente técnico que a torne “árida” ao meio jornalístico – se mostra pouco presente no noticiário. Quando isso ocorre, ainda assim não aparece com muita profundidade. Entre os poucos repórteres que vêm dando respaldo e peso necessários à temática está Vandré Abreu, de “O Popular”. Por sua relevância para Goiânia, é importante que a imprensa não caminhe a reboque das declarações de prefeito, vereadores, secretários e políticos em geral. Apesar de ter um encaminhamento inexoravelmente por meio das votações em plenário, será papel do bom jornalismo mostrar as discussões e polêmicas da forma mais transparente e clara possível à população. Quanto mais bem informado for, mais o cidadão tem condições de questionar. No caso, o objetivo é o futuro da cidade em que vive.

Jornalismo perde Artur Almeida

[caption id="attachment_101095" align="alignright" width="1600"] Divulgação[/caption] O telejornalismo perdeu um bom apresentador na semana passada. Artur Almei­da (foto), um dos principais nomes da TV Globo Minas, estava de férias com a família em Lisboa quando sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu, aos 57 anos, na segunda-feira, 24. Na emissora havia duas décadas, ele ocupava a bancada do MGTV – 1ª Edição, do qual era também o editor-chefe. O respeito ao jornalista se mostrou nos adjetivos que recebeu – era tido como ponderado, responsável e, ao mesmo tempo, combativo e generoso. l