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Picolé de Abacaxi

Em uma semana, holofotes nacionais para o futebol goiano. Com a divulgação do público no primeiro jogo da final, entre Aparecidense e Goiás, foram registrados apenas 2.361 testemunhas. Entre as finais dos Estaduais desta temporada, a goiana atraiu o menor público, ficando atrás até do jogo entre Comercial e Ivinhema (no fraco campeonato sul-mato-grossense) com 2.826 espectadores. Já no paranaense, Operário e Coritiba contaram com 7.067 torcedores; Gama e Brasília, no também fraco brasiliense, com 8.396. A despeito de tudo isso, Atlético Mineiro e Caldense, no campeonato mineiro, contaram com 53.772 espectadores. Questiona-se diante desses números: há como o Goiás não ser notícia nacional após tamanho fiasco? Não bastasse tamanha (im)popularidade, surgiu mais uma notícia para a finalíssima do Goianão: na compra de dois picolés, de uma determinada empresa goiana, o torcedor ganhará um ingresso de arquibancada. Sem revelar detalhes da negociação (entre tal empresa e o Goiás), uns dizem que a empresa comprou 30 mil ingressos por 250 mil reais; outros, por 100 mil reais (gerando conclusões sobre possíveis manobras fiscais e, talvez, consequentemente, um picolé de abacaxi para a atual gestão esmeraldina). Por fim, o fato é que, pela primeira vez na temporada, a cúpula do Goiás pensou no torcedor. Que o jogo seja um belo espetáculo e que vença o melhor! Luciana Vitorino é jornalista e apresentadora nacional do Brasil Esportes (PUC-TV) Instagram: luciana_vitorino_ Twitter: lufvitorino

PT está destruindo a Petrobrás, a gigante criada por Getúlio Vargas

Na década de 1950, enfrentando tubarões internos e externos, Getúlio Vargas criou a Petrobrás. Sessenta anos depois, os governos do PT são responsáveis por prejuízo de R$ 21,6 bilhões e uma corrupção mafiosa que arrancou R$ 6,2 bilhões da empresa, que tem uma dívida de R$ 351 bilhões

O Sintego faz de tudo para entrar na greve da educação municipal de Goiânia

Insistência do Sintego em reviver nesta greve práticas e discursos que objetivam a manutenção do servilismo ao Paço afasta-o ainda mais da categoria

“Pedaladas” trazem risco de impeachment

Além de manobras fiscais, propina a funcionários da Petrobrás e posição do TCU apontando uso irregular dos Correios na campanha eleitoral complicam Dilma Rousseff

PT foi criado para depurar a política mas detonou o sistema partidário brasileiro

Ao comprar apoio político, o PT praticamente dissolveu os principais partidos do país. Não há alternativa: a reconstrução passa pelo PT, pelo PSDB e pelo PMDB. Mas é preciso pensar no país e não em eleições

Alento à Reforma Política

Luiz Carlos Borges da Silveira Ao aprovar, em primeiro turno, a emenda constitucional proibindo coligações nas eleições proporcionais – deputado federal, deputado estadual e vereador – o Senado deu alento à reforma política. É um passo tímido, mas significativo na direção da tão almejada e necessária revisão, que parece que vai andar. Dentre outras propostas estão: adoção do voto distrital (apelidado de Distritão) nas eleições parlamentares, sistema em que apenas os mais votados se elegem, eliminando o voto de legenda que permite que um nome extremamente popular, mas sem nenhum preparo nem experiência política, consiga alta votação e ajude outros rejeitados pelo eleitorado a elegerem-se; estabelecimento da coincidência de mandatos, incluindo as eleições municipais na mesma data dos pleitos federal e estadual (atualmente discute-se a forma, sendo mais provável que prevaleça a tese da prorrogação por dois anos dos atuais mandatos de prefeitos e vereadores, a outra tese é a do mandato tampão, de dois anos, para que então ocorra a unificação em 2018); redução do mandato dos senadores de oito para cinco anos; fim da reeleição nos cargos majoritários, porém com a fixação de cinco anos para os referidos mandatos. Enfim, são questões em discussão que demonstram interesse pelo tema. Quanto à coligação partidária em eleição parlamentar, trata-se de uma aberração no processo eleitoral causando distorções e situações inaceitáveis, ferindo o direito do cidadão que vota para escolher seus representantes populares nos níveis federal, estadual e municipal. Abolir esse instituto na legislação significa em primeiro lugar o fortalecimento dos partidos que terão de mostrar a cara, eleger seus membros com votação própria, desestimulando alianças interesseiras e coligações esdrúxulas que reúnem partidos sem a menor identidade ideológica. Para o eleitor será a chance de evitar o risco de votar no candidato de sua preferência e ver eleito outro completamente oposto à sua vontade. Será o fim das coligações fisiológicas e das legendas de aluguel, acabando com a barganha em troca de tempo nos programas de rádio e televisão. O fim das coligações pode ensejar naturalmente a chamada cláusula de barreira, pois os partidos nanicos terão dificuldade de eleger bancadas representativas. Por isso a medida deve contribuir para a existência de legendas fortes, de amplitude nacional e bem organizadas, porque do contrário não sobreviverão. É bem verdade que a matéria exige mais uma votação no Senado, na qual tem chance de ser novamente aprovada. O problema está na Câmara dos Deputados, onde 28 pequenos partidos (a quem interessa manter as coligações) já se posicionaram contra, por motivos óbvios. Algumas lideranças também se manifestaram contrárias, ou por convicção ou para agradar aliados nanicos. O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, durante encontro político em Curitiba, prometeu que em maio coloca a matéria em votação no plenário. Portanto, é de se esperar que o bom senso prevaleça e a matéria venha a ser aprovada, tornando-se um grande incentivo para a adoção das outras medidas no bojo da reforma. Caso isso não aconteça, teme-se que seja um desestímulo à reforma política que tem de avançar este ano, pois 2016 é ano de eleições municipais e nenhuma alteração significativa será adotada na legislação eleitoral. Luiz Carlos Borges da Silveira é empresário, médico e professor. Foi ministro da Saúde e deputado federal.

Sem “efeito Tiririca”, mas apequenando os pequenos

Um dos pontos mais aclamados da reforma política, o fim das coligações proporcionais não é garantia de equilíbrio no sistema eleitoral

Cunha diz que não vê motivo para impeachment

Presidente da Câmara dos Deputados disse que pesquisa divulgada pela CNT é basicamente igual à pesquisa anterior

A imprensa e a liberdade

Ruy Martins Altenfelder Silva “Entendo que a liberdade de imprensa é cláusula pétrea da Constituição Federal, por dizer respeito ao mais sagrado direito de uma sociedade de ser informada da verdade, não pelos detentores do poder, mas pela imprensa. Não podem, portanto, ser modificados os fundamentos do caput do artigo 220 da Lei Suprema.”  O parecer, de extrema clareza, encerra artigo em que o conceituado jurista Ives Gandra da Silva Martins analisa recentes manifestações de alguns  setores que, a pretexto da democratização da informação, voltam a insistir no controle da imprensa. E, mais uma vez, invocam o argumento da concentração de capital nos segmentos de jornais e emissoras de TV. Quando se discute a imposição de limites à liberdade de imprensa, é sempre bom ter na memória o risco embutido nessa questão essencial para o pleno exercício da democracia. A história recente do País mostra o que acontece quando detentores do poder de tendência autoritária e avessos ao contraditório assumem o controle da mídia. Sem imprensa livre, cortaram-se os canais para a circulação de informação e impediu-se que chegassem ao conhecimento da sociedade fatos de fundamental importância, entre os quais violações de direitos humanos, planos mirabolantes de desenvolvimento econômico e outros desmandos praticados nos porões do poder público. Aliás, esse cenário repete-se, sem exceção, na história de todas as ditaduras que, entre as primeiras medidas adotadas ao assumir o poder, inclui o cerceamento da liberdade de imprensa. Seria importante resfriar o clima que cerca essa discussão e levar o foco do debate para um ponto que poderia proteger a efetiva liberdade de imprensa, desestimulando novas tentativas de estabelecer controles danosos ao exercício da democracia e distantes dos desejos de largas parcelas da sociedade. A exemplo de todos os campos da vida nacional, a imprensa está submetida ao império da lei, pois conta, ao lado de dispositivos que asseguram seu livre exercício, com contrapesos que previnem – e punem, quando for o caso – abusos que eventualmente venham a ser cometidos. E, também a exemplo de tantos outros campos da vida nacional, a imprensa também está enredada no cipoal em que se transformou a legislação brasileira, composta por leis que não dialogam entre si, gerando insegurança, confusão e fragilidades que alimentam tentações de controle. Muitas datam de décadas, tendo sido promulgadas antes dos avanços tecnológicos que alteraram profundamente a comunicação social, que hoje corre instantaneamente pelo planeta, envolvendo os bilhões de pessoas que têm acesso a um computador, um tablet, um smartphone. Enquanto isso, o Código Brasileiro de Radiodifusão está em vigor desde os anos 60, normatizando o rádio e a televisão. É das mais delicadas e sensíveis a proposta de discussão sobre um marco regulatório ou uma revisão das leis para a imprensa. Mas esse debate tem indiscutível papel estratégico para a consolidação do estado democrático de direito e para a sustentabilidade do pleno exercício da democracia. Exemplos dos países desenvolvidos e de longa tradição democrática indicam que coibir tentativas de impor censura à imprensa (seja de que tipo for) é tratar o problema pela metade. Nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha, leis específicas buscam generalizar o acesso à informação, assegurando a pluralidade de opiniões e a livre manifestação do pensamento, garantidos por princípios constitucionais. No Brasil, enquanto os dispositivos constitucionais sobre liberdade de expressão (artigos 220 a 223) aguardam regulamentação desde 1988, uma nova realidade enfatiza a urgência de se discutir com mais profundidade e serenidade o tema da liberdade de expressão e seus desdobramentos. Com o avanço do acesso à educação e à tecnologia da informação, a sociedade torna-se mais exigente e difícil de ser manipulada por grandes interesses, públicos ou privados. Passa a reivindicar transparência dos governos, das empresas e das organizações não governamentais – o que só será realidade com a imprensa livre. Não será empreitada fácil montar um código da comunicação social que compatibilize interesses e preserve direitos de todos. Tarefa que talvez se torne menos difícil se for transferida do sempre suspeito e polêmico discurso ideológico para o campo do direito, talvez mais árido, mas certamente mais eficaz para dar segurança ao setor e garantir o respeito aos direitos fundamentais da sociedade e do cidadão. Ruy Martins Altenfelder Silva é presidente da Academia Paulista de Letras Jurídicas (APLJ) e do Conselho Diretor do CIEE Nacional.

Paulo Garcia, o marinheiro solitário

PMDB ensaia debandada e agrava crise política na prefeitura. Com nova moeda de troca, vereadores aliados escancaram falta de liderança do prefeito petista

As resistências dos Quilombos no Brasil

Ultrapassando a ideia de que quilombo se configura meramente como uma área delimitada e habitada por descendentes de escravos, a Associação Brasileira de Antropologia propõe pensar quilombo a partir de práticas de resistência e experiências que constroem uma trajetória comum, sem a necessidade da construção de um espaço propriamente demarcado

Primeiro programa de Iris na TV frustra expectativas de mudar o rumo da campanha

Se os programas do PMDB na TV não forem bem diferentes do primeiro, Marconi já pode ir encomendando o terno para posse no 4º mandato

De volta, candidatos com poderes mágicos e suas propostas miraculosas

Em política, como em qualquer área do marketing, importa muito o visual. Nada contra, desde que por trás da aparência haja igual consistência. A questão é que não é isso o que geralmente se encontra

7 passos para o “buraco” ideológico

O esquerdismo preconizado pelo Foro de S.Paulo está na pauta do PT e é prejudicial ao Brasil

Crônica politicamente incorreta da Copa 2014

[caption id="attachment_10332" align="alignright" width="620"]Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM[/caption]

Hélverton Baiano Especial para o Jornal Opção

A derrota da Seleção Brasileira de futebol na Copa de 2014 en­sejou muita baboseira, comentários de futebolistas querendo aparecer e muita gente, nas redes sociais ou na imprensa de um modo geral, posou de politicamente correto, querendo consertar alguns erros que acometeram a nossa Seleção e também o nosso futebol. Muitos querem fazer do Brasil uma Alemanha, para ficarmos na maior das bobagens, como se não houvesse diferenças culturais, econômicas, sociais e tudo o mais. Mais interessante é que há muito alemão querendo o seu país como o Brasil no futebol.

Êxitos e desacertos são normais no futebol e na vida também. Como o futebol é o assunto, vamos às bobagens. Nossa maior dificuldade é querermos que o Brasil vença sempre, mes­mo com times inferiores, como foi o caso da Copa 2014. Às vezes um time de futebol inferior ganha do melhor (vide Copa de 1982) e aí reside mais uma graciosidade do futebol. Mais um detalhe: num campeonato de tiro curto, como uma Copa do Mundo, e com jogos de mata-mata, acontecem surpresas, para nosso gáudio.

Não estou falando que a organização no futebol seja ruim, não. Ela é importante, mas nem sempre suficiente. Um exemplo: a Al­e­manha estava com o futebol to­talmente desorganizado em 2000, 2001, mas chegou à final da Copa do Mundo de 2002. Outro exemplo: nosso futebol brasileiro, que sempre foi muito desorganizado e corrupto, vivia uma merda em 1993, inclusive com viradas de mesa nas classificações e subidas de série, mas fomos campeões da Copa do Mundo de 1994 (Tetra).

Mais um exemplo: em 2000 o campeonato brasileiro viveu um dos períodos mais conturbados, com uma bagunça total e instituições de Módulos, Copa João Havelange e Clube dos 13, várias aberrações; quem foi o campeão da Copa do Mundo de 2002? O Brasil (Penta), dono deste desorganizado e esculhambado futebol. Nossos dois últimos títulos de Copa do Mundo foram conseguidos nesta desorganização total e com dirigentes que não eram exemplo de boa conduta com o dinheiro da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Essa é uma história triste, mas os exemplos mostram que não pode ser usada para justificar êxito ou derrocada do futebol jogado em campo. Além do que, nos últimos 30 anos, o Brasil rivalizou com a organizada Alemanha.

Na verdade, o Brasil foi até me­lhor: ganhou dois títulos mundiais, foi segundo colocado em 1998, deixou duas Copas nas Quartas-de-Final e ganhou quatro Copas das Confederações (1997/2005/2009/ 2013). Dá raiva quando vejo comentaristas de futebol invocando essas coisas para justificar a derrota. Fazem o mesmo tipo de corrupção com a opinião pública como os cartolas (que dirigem o futebol) com o dinheiro do futebol.

Não gosto desse parâmetro de Copa do Mundo para avaliar o futebol de um país e talvez esteja aí o nosso maior erro. Nem quero também sacrificar o técnico Felipão pelo erro que cometeu contra a Ale­manha, no fatídico 7 a 1. Ele errou, mas os jogadores erraram muito também e isso é imprevisível. Da mesma forma, os jogadores da Espanha erraram no primeiro jogo, contra a Holanda. Quero dizer que a discussão sobre a convocação feita pelo Felipão é outro papo. Até o momento em que a Seleção se habilitou para a semifinal, ninguém questionava isso, mesmo porque ela vinha de ganhar a Copa das Confe­derações. (Chegaram a elogiar as ligações diretas (defesa-ataque), sem passar pelo meio de campo, mesmo porque quando a bola era passada para nossos jogadores do meio campo, nesta Copa, era um deus-nos-acuda). Com a Argentina foi diferente, houve questionamento da convocação, mas ela chegou, elogiada, à final e quase ganha. Não é por aí. Brasil e Argentina estão no mesmo nível de organização e corrupção no futebol.

Outra bobagem ouvida até de político que não entende nada de futebol (e devia ficar calado ou calada) é que precisamos reter nossos jogadores (novos valores) do futebol por aqui. Antes, no entanto, falavam que o Neymar precisava ter experiência no exterior. Baita incoerência. O Bra­sil é o maior exportador de jogador de futebol do mundo e isso traz divisas e melhora a vida de milhares de famílias brasileiras. Brasil e Argentina são grandes exportadores de futebol, Alemanha e Holanda, não. Foram as quatro melhores seleções da Copa do Mundo 2014. Vê-se que a argumentação não é boa. Messi, um dos maiores valores do futebol na atualidade, saiu da Ar­gen­tina com 13 anos de idade e foi para o Barcelona (Espanha), depois de ser re­jeitado por vários clubes do seu país.

É furado também o argumento de que a Seleção Brasileira precisa ser constituída mais de jogadores que atuam aqui. Balela. Há uns 30 anos, tudo bem. Mas agora, depois que o futebol mundial se globalizou, esse argumento não faz sentido. É usado para tentar engambelar a opinião do incauto torcedor. Desconfie de quem usa esse argumento ou então desligue a TV ou o rádio ou mude de canal. O Brasil é celeiro de jogadores de futebol e foi o único país com 30 atletas nesta Copa, 23 do selecionado e outros sete de outras equipes: Espanha, Portugal, Itália, Croácia e Chile. Isso não é ruim e nem demérito, ao contrário.

Não vale o argumento de criticar a Lei Pelé (que na verdade é Lei Zico) por isso. Ela tem seus pontos negativos, seus defeitos, e precisa ser revista, principalmente para valorizar mais o clube formador do jogador. Mas não é a Lei Pelé sozinha a responsável pelo êxodo dos nossos jogadores. Dos últimos 30 anos para cá, o jogador de futebol passou a ser uma mercadoria valiosíssima, que dá dinheiro e emprego a muita gente e também esconde muita malandragem por trás das negociações. Mas isso é em todo lugar, não apenas no Brasil. Vimos uma Copa com praticamente todas as seleções cheias de ‘estrangeiros’.

E quando todos se organizarem, que argumentos vão usar? Pra­ti­camente todos os países da Europa têm o futebol organizado e investem na formação de novos atletas. As escolinhas do mundo todo estão cheias de garotos bons de bola e o futebol tem melhorado de nível. A Copa serviu para mostrar isso. Três times se destacaram na competição: Alemanha, Argentina e Holanda. Mostraram organização, jogadores se doando e tiveram o que considero essencial no futebol: técnica, raça e me­lhor preparo físico. Esses três fatores decidem o futebol hoje, aliados à tática, essa em uma escala menor.

Acho que a Seleção Brasileira teve dificuldades nesses aspectos, isso era visível. Felipão chegou a falar, em segredo, que não convocaria um dos que estavam no grupo. Para mim, uns cinco ou seis ali estavam em maus mo­men­tos nas partes física e técnica e também não deveriam ser convocados. Por isso mesmo não con­seguiam também cumprir bem as determinações táticas e, sem um bom preparo físico, não pu­deram mostrar raça também. Em todos os jogos o Brasil apresentou defeitos visíveis, que deveriam ser corrigidos especialmente pa­ra enfrentar adversários que se mostraram melhores na competição.

Acho que assim como em outros esportes, o futebol precisa incorporar mais tecnologia para que tenhamos resultados mais justos e também deve melhorar as regras para que o esporte seja mais atraente. O vôlei fez isso, o futsal também e ficaram melhores. As mudanças no futebol são muito lentas.

Sobre a decisão, a Alemanha teve duas oportunidades claras e aproveitou uma. A Argentina teve três e não aproveitou. Mas soube ler bem o jo­go alemão e anular suas principais jo­ga­das. A Ale­manha faz um jogo simples, mas bem organizado e não en­trega a bola fácil ao adversário. Não ficou muito evidente o que os co­mentaristas politicamente corretos apre­goaram. O futebol, dentro de campo, foge, e muito, dessa razão car­tesiana e por isso mesmo derruba muito comentarista. Chato é que - tal­vez em função disso fica mais a­traente - machuca também a paixão da gente, muitas vezes até em demasia.

Hélverton Baiano é jornalista e poeta.