Resultados do marcador: Análise

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Brasil tenta convencer mundo de que cumprirá metas ambientais com pensamento mágico

Trabalhar para cumprir objetivos estabelecidos de forma concreta nunca foi o forte do governo Bolsonaro. Vai ser difícil convencer líderes estrangeiros sem mostrar algo na prática

Tipo sanguíneo não tem relação com incidência da Covid-19, diz estudo

A pesquisa foi publicada no The Journal of the American Medical Association, com base de dados de 24 hospitais e 215 clínicas de três estados americanos

Livro de Idelber Avelar é um marco teórico excepcional

A obra do acadêmico brasileiro, radicado nos Estados Unidos, abre picada para outros tantos livros que poderão testar premissas sobre o discurso político

MDB de Daniel Vilela tem de entregar os anéis para não perder os dedos na Prefeitura de Goiânia

Para se manter forte, o emedebismo precisa de Rogério Cruz. Mas deve entender que ele é o prefeito da capital e não aceita ser teleguiado

O elogio de Tony Blair ao fanfarrão Boris Johnson e a vacinação na Europa

Se o resto do continente se arrasta a um ritmo de tartaruga na vacinação, os números mostram um Reino Unido na vanguarda mundial da campanha de imunização Halley Margon De Barcelona Na mesma semana em que o ex-presidente do governo espanhol José Maria Aznar (1996-2004) concedia uma entrevista a Jordi Évole, uma das estrelas do jornalismo espanhol, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair (1997-2007) falava ao jornal “El País”. Se há algo em comum entre os dois políticos, o liberal Aznar e o trabalhista ou socialdemocrata Blair, é o de terem servido como fiéis escudeiros de George W. Bush na farsa montada pelos americanos para atacar e ocupar o Iraque. [caption id="attachment_315512" align="aligncenter" width="620"] Jordi Évole e José María Aznar: o político da Espanha é um entrevistado que não reconhece erros e mentiras | Foto: Reprodução[/caption] Jordi Évole manteve por mais de uma década um programa de enorme sucesso na Espanha e na América Latina, “Salvados”, no qual entrevistou, entre outros, o papa Francisco, o ex-presidente do Uruguai José Mujica (2010-2015) e o presidente venezuelano Nicolás Maduro. Em 2016, a bordo do barco Astral (veleiro de luxo doado por um milionário italiano), “colocou diante dos olhos do espectador a realidade da imigração e os problemas de gerenciamento” da crise migratória que desafiavam (e seguem desafiando) a União Europeia. O jornalista embarcou no navio “para conhecer em primeira mão o drama da imigração e, junto com sua equipe, filmou o dia a dia dos salva-vidas que trabalham na guarda do mar e no resgate de refugiados”. Foi um dos marcos na trajetória do “Salvados”. Deixou o programa em 2019, após 12 temporadas e 212 episódios. A entrevista com Aznar, emitida em 28 de fevereiro último, era a estreia do novo programa do jornalista (“Lo de Évole”). Évole é um duro e experimentado entrevistador (o único que parece ter deixado o jornalista em estado de puro encanto foi Mujica, entrevistado duas vezes, uma delas na modesta casa de subúrbio onde o ex-presidente residia). Um dos seus métodos recorrentes é, a certa altura da entrevista, trazer alguma imagem ou declaração do passado do entrevistador em questão para indagar sobre sua trajetória. Com Aznar foram muitos esses momentos. Num deles, e é o que nos interessa aqui, em 13 de fevereiro de 2003, o então presidente do governo espanhol diz: “O regime do Iraque tem armas de destruição de massa. Eu estou seguro e podem estar seguras todas as pessoas que nos assistem que estou dizendo a verdade”. A mesma linha de declaração estava sendo repetida mundo afora por outros chefes de governo subordinados aos interesses de Washington. Tony Blair foi o ponta de lança desses interesses na Europa e um dos mais ativos porta-bandeiras da pregação do presidente americano. Mas, à diferença do espanhol, anos depois Blair, ainda que meio dissimuladamente, reconheceu o erro e pediu desculpas pela mentira: “Peço desculpas pelo fato de que a informação que recebemos estava errada”. O certo, sabemos todos, seria dizer: “Peço desculpas por ter sustentado uma afirmativa que sabíamos ser falsa com o propósito de realizar uma invasão que interessava ao chefe”. Mas Aznar, ao contrário de Blair, é incapaz de pedir desculpas e reconhecer que mentia. Tudo o que é capaz de dizer é que tomou uma decisão política — pouco lhe importa que essa decisão política estivesse amparada numa escancarada fraude para enganar a gente do seu país e a opinião pública mundial. É esse o estilo do homem e isso é sabido. [caption id="attachment_315518" align="aligncenter" width="620"] Boris Johnson e Tony Blair: o conservador ganha elogio do socialdemocrata| Fotos: Reprodução[/caption] Mesmo assim, na grande estreia do seu novo show, Jordi Évole tinha esperanças de arrancar algo de inédito do astuto liberal. Havia anos que vinha tentando conseguir aquela entrevista. O pressuposto básico, pensava o jornalista, “é que os personagens já aposentados falam com mais liberdade que os que continuam na ativa”. Mas não foi assim. Aznar “não reconhece nenhum erro. Ele não pede perdão... O que eu queria é que desse sua versão dos acontecimentos, com as perguntas que fossem necessárias. Mas ele não deu nem um único passo atrás”. A verdade é que este homem, um dos ídolos da direita espanhola no pós-franquismo, é um agente tão frio quanto um experimentado assassino profissional na hora de puxar o gatilho ou rasgar a garganta da sua vítima.

Tony Blair e o elogio a Boris Johnson
Não se pense que seu contemporâneo inglês seja uma nobre e encantadora donzela. Quando, doze anos depois da guerra contra o Iraque, pediu desculpas pela lorota que contou aos seus compatriotas, a ministra-chefe da Escócia, Nicola Sturgeon, disse suspeitar que, com aquelas escusas, o que pretendia Blair “era preparar o terreno frente às possíveis críticas que suscitem a conclusão das investigações” sobre o conflito, iniciadas alguns anos antes. Mas que há nuanças e variações no modus operandi de uns e outros, isso há. A conversa com “El País” lembra o quanto seria fácil para o ex-primeiro-ministro destacar “os erros do atual premier, ou relembrar constantemente que sempre considerou a saída do Reino Unido da União Europeia um imenso erro estratégico” — defendido com entusiasmo juvenil por Boris Johnson. Ao invés disso, o que diz Tony Blair é que, na questão da vacinação (para conter a pandemia), relativamente ao Reino Unido quem perdeu foi a UE. “Se o Reino Unido ainda fizesse parte da União jamais contemplaríamos aquela situação em que o controle da aquisição de vacinas foi retirado dos Estados membros”, diz Blair, antes de afirmar sem meias palavras: “Que o governo de John fez bem sua estratégia de vacinação é um fato verificável. A chave foi deixar a capacidade de agir nas mãos de um pequeno grupo de pessoas.” [caption id="attachment_315520" align="aligncenter" width="620"] George W. Bush como Pinóquio (a respeito do Iraque) | Foto: Reprodução[/caption] É verdade que um político tão curtido não vai se expor em batalhas onde os fatos são francamente favoráveis ao adversário, mas poderia encontrar outras maneiras de fazer isso sem precisar tecer elogios explícitos ao oponente. E, afinal, que fatos são esses que obrigam não apenas a Tony Blair, mas a todos reconhecermos que Boris Johnson, depois de tanto titubeio, erros de cálculo e fanfarronices que custaram vidas, finalmente acertou? Enquanto o resto do continente se arrasta a um ritmo de tartaruga na urgentíssima vacinação, os números mostram um Reino Unido na vanguarda mundial da campanha de imunização. Por número de pessoas vacinadas até 4 de março com pelo menos uma dose ficava em quarto lugar, com 21,9 milhões de pessoas vacinadas, atrás de Estados Unidos (82,5 milhões), China (52,5 milhões) e Europa (37,4 milhões). Por cada 100 pessoas, era o terceiro país mais bem-sucedido, com 32,3% de vacinados, atrás apenas de Israel (98,8%), Emirados Árabes Unidos (62,7%) e na frente dos Estados Unidos (com 24,7%). Então o que mais podia dizer Tony Blair? Mesmo assim, há os que não dizem o que precisa ser dito e não voltam atrás, incapazes de reconhecer erros e políticas desastrosas levadas a cabo sob o seu comando.

Meirelles, o imponderável, pode mudar ou não a configuração política para 2022

No momento, o governador Ronaldo Caiado é quem faz a política de Goiás girar, como seu principal player

Um ano sem Carnaval, mas e a bandeira branca, amor?

Não poderemos desobedecer às medidas sanitárias e, neste ano, cair na folia. Mas não estaremos impedidos de agitar a nossa bandeira branca, amor

Pandemia pode ser útil aos Estados para aumentar o controle sobre a vida do cidadão

Pandemia pode ser um divisor de águas na história da vigilância por implicar uma transição drástica do monitoramento sobre a pele para um monitoramento sob a pele

Doutrina brasileira do habeas corpus é a maior criação jurisprudencial brasileira

A interpretação ampliativa do habeas corpus realizada pelo STF foi aplicada pela Suprema Corte dos Estados Unidos após cerca de meio século

Portugal, Brasil e Covid

Portugal, como nação, tem perto de um milênio de história, o dobro do Brasil. E nesta época de pandemia, as duas nações se comportam de maneira bem diversa. Portugal tem sido moderado, reflexivo, conciliador e cooperativo na relação interna de suas instituições. Age como um adulto experiente e prudente. Já o Brasil, desde o início da pandemia, tem sido um jovem estouvado, um peralta no interior de sua família institucional. Idade também traz juízo para as nações? A insensatez, não a união, tem imperado por aqui. O sistema parlamentar português facilita a convivência entre executivo e legislativo, é fato. Mas nem uma vez se viu uma acusação contra o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Souza, ou contra o Primeiro-Ministro, Antônio Costa, de “genocida”, por parte da imprensa, como é corriqueiro no Brasil. Marcelo foi até reeleito presidente, com expressiva votação, no mês passado. E observe-se que Portugal enfrenta, entre os países europeus, uma das piores condições de contágio e mortes por Covid. Já no Brasil, orquestrou-se uma gritaria contra o Presidente da República, como se fosse ele o responsável por cada contágio e o autor de cada morte que o vírus provoca. O “gabinete do ódio” dos veículos de imprensa tornou o ambiente noticioso brasileiro tão parcial, tão carregado, que a população, nas redes sociais, que são o contraponto à “grande imprensa”, já se diverte com os exageros dos colunistas de jornal, apresentadores de televisão ou mesmo órgãos da grande mídia. Para que se tenha uma ideia, a despeito de faltar oxigênio, de respiradores não funcionarem e do número diário recente de mortos por Covid em Portugal ser, proporcionalmente, cinco vezes, ou 500% maior que no Brasil, a imprensa em Portugal é colaborativa e procura auxiliar o governo, em vez de culpá-lo, enquanto no Brasil tem sido atacante e destrutiva, cultora de noticiário negativo que em nada ajuda o combate à doença ou sua prevenção. A imprensa procura mesmo usar a pandemia para um improvável impedimento do Presidente, que não reza por sua cartilha. Portugal não conseguiu vacinar sua população na mesma proporção que o Brasil. Enfrenta a escassez de imunizante, que é global. Mas lá não há acusações descabidas contra o governo, como se faz aqui contra o Presidente da República e o Ministro da Saúde, como se tivessem eles possibilidade de fabricar vacinas. Temos visto uma interferência constante da Suprema Corte Brasileira na questão pandêmica, que sequer passa perto de sua atribuição constitucional. Ora determinando que providências de combate e controle sanitário sejam de responsabilidade de Estados e Municípios, enfraquecendo o Poder Federal, ora interpelando Ministros já sobrecarregados de trabalho e preocupação quanto a aquisição de vacinas, falta de oxigênio ou cronograma de imunizações, ora responsabilizando o Governo Federal por descalabros estaduais no tratamento de doentes, descalabros respaldados pela própria Corte. Em Portugal, tal não existe. O Tribunal Constitucional de Portugal, sua mais alta corte, jamais aceitaria um pedido de partido político para apoquentar o Executivo Federal, como faz no Brasil a Suprema Corte a pedido de partidos inexpressivos e sem voto. Em Portugal, esse pedido seria rejeitado mesmo em Tribunal Infraconstitucional, ainda que fosse uma Corte Superior. O partido português CHEGA protocolou no Superior Tribunal Administrativo, dias atrás, um pedido de bloqueio de medida administrativa do governo que proibia a circulação entre cidades mais afetadas pelo Covid. Sua resposta foi curta: deixava de receber a petição, pois partido político não tem legitimidade para agir no Tribunal em defesa dos cidadãos por atuar em contexto da política e não da justiça. Por unanimidade. Quando se fala das vacinas, os meios universitários e científicos são pródigos em acusar o governo de imprevidente, por não estar vacinando em maior proporção. Para fazê-lo, somente se tivéssemos aqui uma vacina 100% nacional. Não temos? – Culpa do Governo, dizem. Não, não é culpa do governo, mas de trinta anos de descaso dos meios acadêmicos, que se deixaram levar não pelo estudo, mas pela ideologia. Dos emergentes BRICS, que são cinco (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), três produzem independentemente vacinas contra COVID: Rússia, Índia e China. O Brasil não, caros cientistas. Vocês não tornaram isso possível. Faltam investimentos, dirão eles. Mas os governos de esquerda, apoiados por eles, investiram em Cuba, Moçambique, Angola. E mais, numa escandalosa história, no Paraguai, que ainda não foi bem contada. Mas que é assunto para uma próxima abordagem.

A busca da tradição em um trabalho de ourivesaria: o soneto

O cronista e historiador Matusalém Dias de Moura também pratica a trova e o haicai e é um versilibrista de verve e grande talento

Super Estado e Estado mínimo

Elites não querem que o Estado gaste com saúde. Mas, no controle da sociedade, o Império não fará economia e cabe ao Estado bancar o espetáculo

Direitos humanos, gênero e diversidades

São imagens e significantes que determinam a fantasia dos seres falantes. É a fantasia que determina o sentimento identitário e a orientação do desejo sexual

Zona eleitoral em que Vanderlan ganhou causou desequilíbrio entre resultado das pesquisas e das urnas

"A diferença que o Vanderlan ganhou na zona 135 mais a margem de erro é a diferença de votos que ele aumentou em relação ao Maguito", aponta especialista

Reformas liberais no Brasil às portas da quarta revolução industrial

Os problemas econômicos do Brasil contemporâneo são equacionáveis por meio de soluções políticas e legislativas que resultem em redução dos obstáculos do Poder Público e do ordenamento jurídico à fruição da atividade econômica