A pesquisa foi publicada no The Journal of the American Medical Association, com base de dados de 24 hospitais e 215 clínicas de três estados americanos

Quatro tipos principais de sangue: A, B, AB e O | Foto: Reprodução

Um estudo feito com mais de 100 mil pessoas nos Estados Unidos mostrou que não há relação entre o tipo sanguíneo e a suscetibilidade ou não em contrair a Covid-19. Pesquisas do ano passado diziam que pessoas com tipo sanguíneo A eram mais propensas ao vírus.

Segundo estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Stanford, Escola de Medicina de Utah e do Instituto do Coração do Centro Médico Intermountain, existem quatro tipos principais de sangue: A, B, AB e O. Para análise pesquisadores analisaram amostras de 107.796 indivíduos diferentes que realizaram teste PCR nos hospitais e clínicas pertencentes a Intermountain.

Pesquisadores compararam amostras sanguíneas de testes que deram positivo e negativo para a presença de Covid. Entre os positivos, foram feitas análises entre as amostras de pacientes hospitalizados e não hospitalizados, assim como os pacientes que estavam ou não na UTI.

Segundo os pesquisadores, os estudos anteriores podem ter chegado a diferentes conclusões devido ao “tamanhos de amostra menores e a natureza retrospectiva e observacional”. O estudo reforça que o “gene ABO é altamente polimórfico e os grupos sanguíneos ABO são distribuídos de forma diferente entre ancestrais e geografias”, o que explicaria a incidência maior de um tipo sanguíneo em uma determinada região.

Contaminação

De acordo com o estudo, os pesquisadores não identificaram relação entre o tipo sanguíneo e as chances de contrair a Covid-19, como também foram eliminadas as hipóteses de que o fator agravaria a severidade da doença.

Apesar de não ter sido identificada relação entre o grupo sanguíneo ABO e a Covid, outras características demográficas ficaram em evidência. A maioria dos indivíduos testados foram mulheres. Elas representam 76,9% da base de dados. Entre os pacientes com Covid, os homens são os mais hospitalizados (50,1%) e também entre os casos de internação nas UTIs (61,8%). A idade média entre os pacientes hospitalizados foi de 57 anos e nas UTIs, 60 anos.