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Em Goiás, a diferença de Dilma Rousseff para Aécio Neves é de apenas 3,9%

A administração do Hospital São Carlos, localizado em Fortaleza, afirmou que a demissão foi justificada por “exposição do paciente”
Nesta edição, foram ofertadas 51.412 vagas em 1.447 cursos de 67 instituições de educação superior federais e estaduais

Os selos em homenagem as festividades da Romaria do Divino Pai Eterno terão tiragens limitadas. Mais de cem mil fiéis presenciaram o lançamento da peça filatélica

Candidatos à Presidência e ao governo de Goiás cumprem agenda política

Conforme pesquisa, tucano aparece com 37,1% das intenções de voto, contra 26,3% do líder político Iris Rezende

Durante o jogo entre Brasil e Colômbia, na sexta-feira (4), Neymar levou uma joelhada na região lombar e quebrou uma vértebra

Além dos candidatos ao governo e dos cem mil fiéis, diversos políticos participaram da solenidade. Vilmar Rocha, por exemplo, disse ter rezado pela campanha que começa neste domingo
Dilma Rousseff, declarou que o limite de gastos de sua campanha será R$ 298 milhões

[caption id="attachment_9131" align="alignleft" width="620"] Paulo Garcia não fará campanha nem para Iris, nem para Gomide. O foco agora é na gestão | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Marcado por escândalos e manchetes ruins, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), tem vivido sob constante pressão. E ninguém nega isso, seja petista ou não. Em virtude disso, a informação que se tem é que Paulo tem trabalhado muito para melhorar sua imagem e a de seu partido na capital goiana — uma vez que o PT tem candidato ao governo. Aliás, essa é uma das explicações para os burburinhos negativos em torno dos petistas. Um ex-vereador petista de Goiânia, ligado à tendência partidária do prefeito, diz: “Existem forças ocultas tentando minar a gestão do Paulo em Goiânia para atingir a candidatura de Antônio Gomide.”
Esse petista diz acreditar que até o fim do ano, a cidade estará recuperada das más manchetes, o que fortalecerá o partido como um todo. O prefeito está sobrecarregado. A gestão da cidade o tem consumido muito. Assim, independentemente de suas preferências eleitorais — visto que, mesmo petista, Paulo é ligado à figura do ex-prefeito e candidato peemedebista ao governo, Iris Rezende —, o fato é que Paulo está completamente voltado para reverter o quadro de crise que se estabeleceu em Goiânia e colocar a cidade de volta no caminho do desenvolvimento. Assim, nenhuma campanha deverá ter seu completo apoio.
Jornalista relata o sanguinolento jogo de poder que durante mais de um século envolveu,
entre outras, as famílias Paranhos, Ayres, Cunha e Sampaio, causando muitas mortes
[caption id="attachment_9197" align="alignleft" width="300"] Escritor Ivan Sant’Anna narra a história de violência na cidade goiana[/caption]
Se você, leitor goiano, é apreciador de nossa história, não deixe de ler o livro do jornalista Ivan Sant’Anna, “Herança de Sangue – Um Faroeste Brasileiro” (Companhia das Letras – 2012). Foi uma proveitosa recomendação que me fez o desembargador Ney Moura Teles. É uma história precisa, ainda que resumida, da formação social e econômica do município sulino-goiano de Catalão, história abrangente de dois séculos. Vai dos primórdios, quando em 1722 o filho do Anhanguera esteve na região, até 1936, quando o linchamento de um prisioneiro da cadeia local funcionou como uma catarse coletiva, colocando a cidade e o município na modernidade civilizatória.
Catalão era, até então, como o autor evidencia no título de seu livro, um faroeste, regido pela lei das armas. Na passagem para as minas do Rio Vermelho, Bartolomeu Bueno deixou na região um feitor e escravos encarregados de plantio e colheita de mantimentos necessários para a viagem de volta ao litoral. A fertilidade das terras das margens do Paranaíba o teria movido a tomar a providência. Um espanhol da Catalunha, um religioso talvez (seria ele Frei Antônio, um capelão de Bartolomeu Bueno?), teria alguns anos depois, na corrida do ouro, se assentado nas margens do Rio e ali constituído uma fazenda. Daí o nome de Catalão com que ficou conhecido o lugarejo, nome que persistiu com o passar do tempo. Não há certeza, contudo, sobre o nome próprio do espanhol pioneiro. Ivan Sant’Anna não o identifica. Nem o fazem os historiadores goianos, do padre Luís Antônio Silva e Souza ao padre Luiz Palacin Rodriguez.
Ponto obrigatório de passagem para as minas goianas e mato-grossenses, cercado de terras férteis, foi Catalão durante o período áureo um entreposto próspero. Mesmo com a profunda recessão que afetou o centro-oeste brasileiro, com o esgotamento das minas de ouro no fim do século XVIII, Catalão manteve sua economia além da subsistência, enviando gado em pé ou charque para Minas e São Paulo. Sobreviveu assim ao século XIX, até a vinda da Estrada de Ferro, no início da Primeira Guerra Mundial. E experimentou outro ciclo de desenvolvimento, este mais sustentável, que persiste até hoje, pelo século XX afora.
O livro de Sant’Anna relata todo o sanguinolento jogo de poder catalano, que durante mais de um século envolveu entre outras as famílias Paranhos, Ayres, Cunha e Sampaio, causou muitas mortes e carimbou Catalão como uma localidade onde a lei era a do mais forte e do mais armado. A par disso, “Herança de Sangue” faz revelações surpreendentes. A mais espantosa diz respeito ao conhecido escritor Bernardo Guimarães (1825-1884). É sabido que o romancista, cuja obra mais conhecida, talvez por ter sido encenada como uma das lacrimosas telenovelas da Globo, é “A Escrava Isaura”, viveu em Catalão. De fato, ele ali morou por dois períodos, de 1852 a 1855 e de 1861 a 1864. Em ambos, exerceu a função de juiz. Em 1864, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde adquiriu fama como escritor, jornalista e professor. Casou-se com Tereza Maria Gomes em 1867, com quem teve oito filhos. Tereza, mulher culta, chegou a acabar um livro que Bernardo, ao morrer, deixou incompleto.
A sóbria imagem do escritor, cuja foto, na formalidade das gravatas, encontramos nas enciclopédias, nada tem a ver com o Bernardo Guimarães de Catalão. Menos ainda a imagem de patrono da Cadeira número 5 da Academia Brasileira de Letras. Do Bernardo Guimarães catalano só restaram traços, nas poesias pornográficas e impublicáveis, feitas pelo escritor, mesmo residindo no Rio de Janeiro ou em Ouro Preto. O Bernardo Guimarães que a cidade goiana conheceu era um boêmio inveterado, amador de pescarias e acampamentos de beira de rio. Em ambos os afazeres era um resistente cachaceiro, seresteiro amante de uma viola e dançador de catira. Pouco trabalhava, embora levasse talento a qualquer coisa que fizesse, fosse um artigo para jornal (escrevia às vezes para o jornal “Atualidade”, do Rio de Janeiro), uma sentença ou um simples despacho. Desleixando-se cada vez mais, vivia em um casarão em mau estado, desmobiliado. Por isso, dormia no chão, forrado com o que houvesse à mão: palhas ou papéis. Poucas vezes tomava banho e jamais aparava cabelo e barba, sempre desgrenhados. Suas roupas eram sujas e amarfanhadas. Com ele dormia a amásia, a mulata Jequitirana, que no dizer de Sant’Anna era “feia, caolha, que mascava fumo o tempo todo”.
Imagino que o leitor, como eu, jamais teria, não lesse o livro, essa imagem, a real, ainda que temporária, do famoso escritor. Salvou-o Couto Magalhães, presidente de Goiás, que seu amigo, não suportava vê-lo desgastar-se naquela devassidão, e em conluio com o chefe político catalano Antônio Paranhos, conseguiu levá-lo para o Rio de Janeiro em 1864, e segurá-lo por lá, em condições de vida mais higiênicas, saudáveis e condignas. Foi a vivência em Catalão que gerou dois romances, ao menos, de Bernardo Guimarães: “A Voz do Pajé”, de 1860 e “O Índio Afonso”, de 1872, este inspirado num facínora famoso de Catalão. “A Escrava Isaura”, de 1875, pode ter sido o terceiro.
Winchester 44, a “justiça” da cidade
Esclareço agora, lendo o livro de Sant’Anna, algo que me intrigava na meninice: porque chamavam em Goiás a carabina Winchester calibre 44 de “justiça de Catalão”. Essa carabina foi uma das armas que conquistaram o oeste norte-americano, ao lado do revólver Colt 45. Arma inovadora, foi exportada dos EUA para o mundo todo, principalmente na passagem do século XIX para o século XX, e era abundante em todas as cidades, povoados ou fazendas de Goiás, principalmente em Catalão, onde teve muita serventia, como substituta expedita de júris e juízes. A ocupação de espaços vazios e a geração de riquezas no setor primário pelos pioneiros, seja na lavra de minerais, no plantio de roças, na criação de animais ou na demarcação de terras, bem como a participação na criação e desenvolvimento de cidades deram-se, em qualquer lugar do mundo, em meio a lutas e combates. Imperou, seja no faroeste americano, no Nordeste brasileiro ou em nosso Centro-Oeste, o poder do mais forte, constantemente desafiado por outro forte. É essa luta, que foi muito acesa no microcosmo catalano, que Sant’Anna relata em seu livro. Ali não faltam xerifes nem bandidos. Aparecem também caubóis e suas namoradas, embora os mocinhos sejam poucos. É uma história real de faroeste, sem tirar nem pôr. Em meio a episódios ora edificantes, ora deprimentes, mas quase sempre sangrentos, de disputas individuais ou familiares, com descrições de comportamentos regidos pelos códigos não escritos de machismo e valentia, Sant’Anna vai registrando a história de Catalão. O faz também descrevendo os personagens: os chefes políticos, os comerciantes, os componentes da incipiente organização pública ou religiosa, inteiramente subjugados pelos chefes locais, os coronéis. Ou os jagunços, a soldo desses chefes ou operadores autônomos, em geral salteadores de estrada. O livro foca nos quatro acontecimentos mais rumorosos da história da cidade e do município, conhecidos como os Quatro Fogos. Como Primeiro Fogo ficou conhecido um tiroteio entre as famílias Ayres e Paranhos, ocorrido em dezembro de 1892, entre os entrincheirados nas casas das duas famílias, praticamente uma em frente à outra. Cinco anos depois, outro combate a tiros estremeceria a cidade, em dezembro de 1897. Era o Segundo Fogo, opondo os Paranhos aos Ayres e Andrade. Morreria na ocasião o patriarca, ex-senador Antônio Paranhos, e vários outros valentes notórios da cidade, na própria batalha ou na sequência de vinganças. O Terceiro Fogo, ocorrido em fevereiro de 1916, não foi entre famílias, mas entre habitantes da cidade e ferroviários que construíam a Estrada de Ferro que adentrava Goiás. O assassinato de uma prostituta popular na cidade, por um foguista desordeiro e bom de tiro, quando trabalhadores aproveitavam uma folga em Catalão, foi o estopim. Como os estradeiros eram na maioria “peões de trecho”, turbulentos que só andavam armados, cultores de uma solidariedade baseada na valentia, não aceitariam passivamente a prisão de um dos seus. Além disso eram muitos, quase uma centena. Policiais e cidadãos, avalentoados também, resolveram tocaiar o trem que conduzia os ferroviários de volta ao acampamento, o que resultou num terrível tiroteio e muitas mortes. O Quarto Fogo viria em setembro de 1924, com a morte do chefe político “coronel” Salomão de Paiva por membros da família Sampaio, gerando outros assassinatos em seguida, como sempre acontecia nas guerras entre famílias. A história de Catalão daria um bom “western” de John Ford.
O trabalho do marketing é essencial para dar visibilidade estética e assim tornar o produto, no caso, o político, mais palatável. No entanto, não consegue tirar, modificar e colocar uma nova personalidade política

O novo Datafolha aumenta a chance de um segundo turno, mas Aécio Neves deve perder bases aliadas do Planalto, como a militância do PTB

PMDB ensaia início de fase agressiva para tentar agradar o eleitor, mas esse é um jogo de altíssimo risco
Se antes as campanhas eram duramente disputadas nas ruas, agora há uma guerra via internet, mas o boca a boca ainda é importante
Afonso Lopes
O brasileiro é um dos povos mais conectados via internet do mundo. Especialmente quando o assunto é rede social. Aí, o país bate recordes atrás de recordes. E é claro que o mundo político, e mais ainda as campanhas eleitorais, não perde a oportunidade de usar esse gigantesco veículo de comunicação, principalmente nas redes mais conhecidas, como Facebook e Twitter, duas manias nacionais ao lado do Instagram e whatsapp.
É uma campanha sem muitas regras, em que muitas vezes vale tudo, desde a manipulação de fotos e textos, até desabafos de populares que jamais existiram. Sem falar os fakes (personagens falsos criados a partir de alguma pessoa real) ou perfis reais e robôs cibernéticos que servem para dinamizar alguma mensagem. Acreditar nisso tudo é simplesmente uma bobagem sem tamanho, uma idiotice simplesmente, mas também existem coisas boas. Basta saber peneirar as pedras sem valor e colher o que realmente é precioso.