A satisfação brasileira com a Copa ajuda Dilma a reagrupar as bases que se dispersavam
05 julho 2014 às 22h48
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O novo Datafolha aumenta a chance de um segundo turno, mas Aécio Neves deve perder bases aliadas do Planalto, como a militância do PTB
O fôlego que a presidente Dilma ganha na corrida presidencial com a nova rodada do Datafolha seria maior se os números da pesquisa fossem divulgados uma semana antes para se antecipar a convenções de partidos. É o caso do aliado PTB, que formalmente aderiu ao concorrente Aécio Neves (PSDB) num momento de crise com o Planalto e cedeu parte de sua tropa.
Ainda há tempo para a o recuo ao aconchego de Dilma da parte da tropa que marchou para Aécio, mas o tempo de rádio e televisão do PTB fica com o PSDB. Porém, a pesquisa feliz para Dilma prejudica Aécio, porque reaglutina tropas e partidos aliados ao Planalto país afora. Reunifica pelo menos até a próxima pesquisa depois da Copa do Mundo.
Ao bafejar a reeleição da presidente a pesquisa refletiu a satisfação dos brasileiros com a realização do campeonato, o que convergiu em apoio ao governo. Pode ser até que Dilma satisfaça a vontade da Fifa e compareça à decisão da Copa no próximo domingo, no Maracanã. Aí, será preciso verificar se o bom humor nacional estará satisfeito com as equipes em campo.
O instituto de pesquisa teve a preocupação de medir o pulso desse sentimento em relação aos jogos. Ali, Dilma começou a fazer seus gols na pesquisa que foi a campo nas últimas terça e quarta-feira, antes que a seleção brasileira se defrontasse com a colombiana.
A maioria, 63% se revelou a favor, índice que era de 48 pontos três meses antes, em abril. Permaneciam contra a Copa 27%, taxa que era de 41 em abril. Dez por cento dos eleitores continuavam indiferentes.
A Copa oferecerá aos brasileiros mais prejuízos do que benefícios, na opinião de 46%, um ponto a mais dos que acreditam que será o contrário. A maioria, 60% , pensa que a organização da Copa aumenta o orgulho dos brasileiros. A vergonha é maior, segundo 28%.
Na onda de satisfação, aumentou também o número de pessoas que acreditam na melhoria da situação econômica do país. Eram 26% em junho passaram a 30 agora. Os que pensam que vai piorar quase empatam, com 29%. Quase a metade, 48%, está otimista com a situação econômica pessoal. Eram 42%. Antes eram 48.
A inflação? Vai piorar para 58%. Não deixa de ser um alento para o governo, pois o índice era de 64% um mês antes. Vai ficar como está para 27%. Apenas 9% acreditam em redução da inflação. O desemprego vai aumentar, segundo 43%.
A escalada do otimismo chegou à reeleição da presidente Dilma Rousseff, que recuperou quatro pontos do antigo prestígio, foi a 38% contra 34 um mês ante. Mas não garante a sua reeleição no primeiro turno. Melhorou também a situação dos concorrentes. Aécio Neves (PSDB) passou de 19% em junho para 20 agora. Eduardo Campos (PSB) foi de 7 a 9%.
A soma dos votos dos nove candidatos que concorrem contra a presidente dá o empate de 38% para cada lado. Em junho, Dilma vencia a turma por 34% contra 32. O quarto lugar entre todos os candidatos continua com o Pastor Everaldo (PSC), com 4%, o mesmo índice que tinha em junho. Mas aumentou a folga de Campos sobre o pastor, foi de 3% para 5.
Os outros concorrentes não passam dos 2% para José Maria (PSTU). Três estão com 1%: Eduardo Jorge (PV), Mauro Iasi (PCB) e Luciana Genro (PSol). Dois candidatos possuem menos de 1%, Eymael (PSDC) e Levy Fidelix (PRTB). Os votos brancos e nulos caíram de 17 para 13%. Os que não sabem em quem votar também diminuíram, de 13 a 11%.