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[caption id="attachment_30965" align="alignnone" width="620"] Reprodução[/caption]
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Yago Rodrigues Alvim
O crítico literário e escritor Sérgio Tavares, organizador da série literária “Quatro Estações”, publicada pelo Opção Cultural, e um dos autores de “Inverno” (conto que integra a série), o escritor Carlos Schroeder, foram escolhidos para fazer parte da publicação Machado de Assis Magazine, da National Library of Brazil. A edição número seis será apresentada na abertura do 35° Salão do Livro em Paris. O Brasil é o país homenageado.
Para a edição da Machado de Assis Magazine, o conto “As fantasias eletivas”, de Schroeder, foi traduzido para o espanhol por Julia Tomasini (“Las fantasías Electivas”). Já Sérgio teve um trecho do livro “Queda da própria altura” traduzido, também para o espanhol, por Sebastian Rodriguez (“Se desvanescen los barcos”).
Veja a revista na íntegra, clicando aqui.

[caption id="attachment_30961" align="aligncenter" width="620"] Fachada do Panela Mágica do Setor Marista: últimos detalhes sendo finalizados | Foto: Jornal Opção[/caption]
A nova unidade do Panela Mágica, localizada na Rua 13 do Setor Marista -- nas proximidades do Jornal Opção -- começa a funcionar já nesta sexta-feira (20/3).
Após poucos meses de obras, o restaurante comandado por Caio e Alexandre Jardim abrirá as portas para o tradicional (e competido) almoço. No entanto, há uma novidade neste novo espaço: a dupla deve abrir, também, para o jantar.
"Mas é um jantar rápido, nada que se estenda até tarde da noite, 21h30 no máximo", relatou Caio. Ainda não há previsão de início da novidade.
Após quase 40 anos de funcionamento da unidade do Setor Oeste (na Rua 4), Caio e Alexandre fecharam as portas do espaço no último domingo (15/3).

Odes ao amor e à vida enfeitam terças, segundas, a semana inteira. O canto da terra frutifica versos em estrofes. Fazer listas é tal qual efeito rarefeito, nunca de suspiro fácil. Por isso, algumas das poesias goianas em poemas, elencando títulos e nomes que têm feito, da história, estória. Tarefa que requereu ajuda. Recomendações. Façam as suas. Ei-los:
[caption id="attachment_30958" align="alignnone" width="620"] Texto de abertura e foto: Yago Rodrigues Alvim[/caption]
Ofício de viver - Afonso Félix de Sousa
O mundo que encontrei já era isso.
O jeito foi bordá-lo
com palavras.
Palavras e palavras, esta a herança
que tive e vou deixando.
O jeito foi juntá-las
untá-las
soprá-las
dobrá-las a meu jeito
Perdão ó mestres
vos dou a mão à palmatória
mas não sei ser outro, não sei
ser de outro jeito.
O mundo é isso
e o jeito é ir chutando e vou chutando
e vou driblando e vou sendo driblado
e vou caindo e vou-me erguendo e vou
e vou gemendo
atrás da bola
e a bola à frente
e ao lado a bola
e do outro lado
e nas alturas
Mestres
meus mestres
Toque de Flauta - Delermando Vieira
Um velho tonel de vinho
é o que tenho,
ali debaixo do pessegueiro florido,
na vesperal animosidade.
Por isso, assim, este beber
e não tocar-me, se é flauta o que me toca,
quando me toca esta saudade.
Eu sinto, ouço, vislumbro nos aros
da tempestade: é longo este soar de sinos,
quando meu amor lá longe já morreu.
Quem foi que tanto me buscou e me perdeu?
Não sei. Sei apenas
que todo buscar
(adaga/florferida)
é um sarilho arrastando a Vida.
Todo buscar faz de seu achado
alguma antiga e perdida ternura.
Portanto, me busco
e não me acho,
por tanto achado
e pouca procura.
Que sou?
a que vim?
Que amor terá de mim o sangue,
a libido, a navalha e sua ferrugem,
se meus lábios
(sempre tardos)
nunca insurgem?
Confesso: um cavalo de ouro trota, agora,
no epidérmico jardim de minha pele,
o rúbido bouquet de orquídeas
entre os dentes de alvura acetinada.
Relincha em ouro este cavalo
que enfim no meu peito empina, escoiceia,
bate os cascos contra as pedras
da enorme solidão: de amor,
quantas léguas tem meu coração?
Um velho tonel de vinho
é só o que tenho,
enquanto – na paisagem embriagada –
toco o soluço de uma flauta esmagada.
Por isso, então, nunca beber-me
aquele amor distante,
nunca querer-me a pessoa amada!
Alvorada dos nirvanas - Edival Lourenço
estou pela hora de cometer
um haraquiri com o gume
das palavras
estou a ponto de sofrer
um estouro de aneurisma
na jugular poética
Geração - Gilberto Mendonça Teles
Sou um poeta só, sem geração,
que chegou tarde à gare modernista
e entrou num trem qualquer na contramão,
e vai seguindo sem sair da pista.
A de quarenta e cinco me tutela,
me trata como a um filho natural.
Eu chego às vezes tímido à janela
mas vou brincar no fundo do quintal.
Na poesia concreta, a retaguarda
é que me vê brincando de arlequim.
Às vezes fujo à rima e lavo um fardo
de roupas sujas, não tão sujo assim...
A de sessenta e um foi de proveta,
foi mágica de circo para um só.
Ninguém me viu caçando borboleta
ou pescando escondido o meu lobó.
Quem fez letra, cantou e usou bodoque
que se fez marginal pela cidade,
será que fez poesia ou fez xerox
ou apenas tropicou na liberdade.
Sem Título - Heleno Godoy
Adentrar a casa, pelo
portão: pórtico finca-
do entre grades, gran-
de o muro em torno;
entre o porão e o ático,
a casa se estende e se
protege: um projeto ou
uma proposta (a porta
a ser fechada), a casa se
constrói no que acumula
— um cedro no jardim e
outro na sala, cortado
e revestido; como o musgo
a recobrir a casa e seus
súditos: um súbito susto,
de medo — sua medida.
Poema vertical - José Décio Filho
Dei um mergulho em mim mesmo, num pulo de cabeça a baixo.
Tudo lá no fundo está quieto como os caminhos abandonados;
a paisagem esfumou-se e confundiu-se num apaziguamento de cansaço.
Perdi-me nos atalhos sedutores,
gastei linhas retas e curvas, inquietações e deslumbramentos.
De místicas visões e amargos projetos fiz um montão de cadáveres.
Quanto trabalho perdido,
quanto tempo dissipado!
Mas de tudo que ajuntei
na mais lírica desordem,
alguma coisa houve de ficar, alguma coisa que às vezes se resolve em minha poesia ou em silêncio.
Poema - José Godoy Garcia
Eu queria informatizar a minha práxis poética
gostaria muito de ter ao meu dispor um Computer
Place, a tecnologia Epson, Action Laser 1000,
o Desktop,
Seria maravilhoso computar as estrelas
Que estão à minha disposição na hora exata
de minha criação
Gostaria de medir a pressão de meus órgãos
Quando em minhas mãos um Macintosh Centris
ou um Windows, e poder pegar uma loira baiana
com toda serenidade.
Sim, enfrentar uma baiana loira só com
um Macintosh, essa raridade beirando à
desídia de uma negra aça.
Sim, e que a madrugada venha para
o meu alento macho, sempre ao meu lado
uma bela tecnologia Windows NT,
assim poderei saber o útero perfeito
e sua extremidade quanto a madrugada se
abrir em coxas verdes-escuras-negras-grénas
e aças, medindo a pressão e repressão sub
reptícias em torno da Petrobrás. Oba!
Nova Scanner Geniu tem soft poliglota, um avanço!
Guimarães Rosa, em alemão, série verbegral-quicé.
Uma atrociadade de línguas suaves-lânguyidas,
as imagens Leyser de Bruna Lombardi de mel
e de flores brancas. Oh, meu santo Virgolino,
Santa Dica de Goiás, paixão de minha alma,
oh conselheiro, oh Zumbi dos Palmares!
O primitivismo nativista no bico dos
anjos da máquina infernal que nos digita
os sêmens, as porras micras, com uma
doce atenuante: os estilísticos teriam
um fim, até que enfim, salve nossas preces
ao Nosso Senhor do Bonfim, o Windows digitaria
as frases e períodos, no mágico de um
simples botão Reader Baby e
soletraria a estética num simples segundo
de nossa vidinha. Salve o Microsoft Windos NT,
infinito, oba-oba, lésbico!
Goyania - Manuel Lopes de Carvalho Ramos
Canto primeiro
Eu canto, patria minha, o heroe facundo
Que immortal sublimara aquella idade
Em que o Brasil, sonhando a liberdade,
Cingia as vestes do nascente mundo;
Em que da Historia, irmã da humanidade,
Tinha o gigante audaz o ser profundo,
E aquelles que, nos bosques brasileiros,
Foram os grandes cayapós guerreiros.
O’ tempos idos! O’ remotas eras!
Em que, á sombra das arvores copadas,
E das montanhas para os céos voltadas,
Eram outras as nossas primaveras!
Em que das selvas brutas e agitadas
Eram selvagens os irmãos das feras,
Em que a voz do cacique, ardente e bella,
Soía um brado ser da eterna tela.
Eras tu, patria forte, o grande povo
Embalado no bosque americano,
Não de escravos nascido ao eito insano,
Mas de algum ventre poderoso e novo;
Que então não tinhas outro soberano
Senão esse fortissimo renovo,
Mas que o perdeste á marcha triumphal
Dos bravos, que illustraram Portugal.
Eras tão livre como a voz dos ventos,
Que as tuas alvas praias despertavam,
Como a orchestra das aves, que esperavam
Da aurora os raios fortes e opulentos.
Ousado prometteu, que em ti buscavam
Nações da Europa, espiritos sedentos,
E estranhos, feros, cegos desertores,
E escravos negros de crueis senhores?
Em tudo a voz da terra esperançosa
Mil phantasticas sombras attrahia;
Em seus prados uberrimos nascia
Forte imburana ao pé de branca rosa;
Em seus valles risonhos, quando o dia
Na luz d’alva acordava a tribu irosa,
Eram lagrimas doces, purpurinas,
As lymphas das ribeiras crystallinas.
Mas em ti, só em ti, goyana terra,
Correia pertinaz ouvira o brado
Firme, soberbo de um paiz talhado
Para os fructos da paz, e não da guerra;
Porque em ti se firmava o luso errado,
Vingando as regióes de serra em serra;
Porque em ti, se não fosse a idade forte,
Teria a própria liberdade a morte.
Mas, por isso, bem vês, goyano povo,
A quem meus versos neste canto envio,
Que imagens vagas de paixão não crio,
Mas a gloria da patria em que eu me louvo.
Em teu regaço, em que melhor me fio,
Deponho a lyra e o canto audaz e novo:
Dá que a musa, animando a luz da historia,
Da patria cante a primitiva gloria.
[...]
Canto Vigésimo
[...]
Eis nesse instante, enquanto gloriosos
Os valles descem fortes os guerreiros,
Da fria noite os astros derradeiros
Iam doirando os ermos tenebrosos.
Scintillam sobre os cerros altaneiros
D’alva os clarões rosados e amorosos:
A doce brisa a pluma dos cocares
Agita aos buritys nos frescos ares.
Algumas aves cantam nas ramagens
Dos cambuhis da praia, em que serena
A laranjeira delicada e amena
Presta aos indios amantes as folhagens;
E, ouvindo aquella matutina pena
Do cardeal, que canta nas pastagens,
Anhangaia murmura: Anang morre...
Fria mão de Tupan seu rosto corre...
Morrer! Quando esta vida é toda amôres!
Quando, entre as rosas da manhã serena,
Suspira a jurity na selva amena,
Adeja o beija flôr beijando as flôres!
Morrer! Da ideia negra que envenena
Ao precipicio caminhar de horrôres!
No coração, que a treva desespera,
Ver extinguir-se a luz da primavera!
Morrer! Quando a folhagem que murmura
Presta suave sombra ao doce amado!
Quando brilhante o leito do noivado
E’ como um cofre aberto á formosura!
Quando sómente o enfermo é desgraçado!
Quando escarmenta o colhe a sepultura!
Deixar tudo e partir... Cahir sosinho
Cadáver! Sombra! Em meio do caminho!
Taes pensamentos negros scintillaram
No cerebro da indígena piedosa,
Cuja paixão suprema em dor penosa
Idéias mil oppostas transformaram.
Turva-lhe a vista gfelidez pasmosa
De Anag... e os passarinhos se calaram...
Naquelle instante aspérrimo e sombrio
Nem brilha mais o céo, nem falha o rio...
Era supremo o acaso, a dôr terrivel,
E findo estava o quadro da agonia:
Sem forças quasi a indigena acolhia
Aquella vida á margem do impossivel:
E assim, olhando a face quase fria
Que estreita, com disvello intraduzivel,
Guayra ri, soluça, e a voz discerra:
– Morto! Morto! – Suspira e cahe por terra.
Praia Morta - Miguel Jorge
esta praia morta
também é fruto do rio
cemitério de gaivotas
com seus ais
e nunca mais
esta praia morta
viajou horizontes
e se matou pelo rio
esta praia plana
esta praia plena
de triscos
ciscos
cacos
cascos
bicos
riscos
triscos
rabiscos
beliscos
reflete agoniando
a orla vermelha do rio
esta praia abriga vozes
abriga falas
e se cala
como quem perdeu a última palavra
Vaga litúrgica - Pio Vargas
O volume da chuva
é que decifra o dilúvio
como no corpo eflúvio
é âmbar a dúvida
a porta que mais vence
é a que aberta permanece
e o corpo que mais sente
é nem sempre o que adoece.
Que morte é natural
senão a que é sem leito
se nem só pelo sinal
traduz-se o que foi feito (?)
o que por dentro queima
e teima em prosseguir
o fôlego-fátuo que anuncia
cenas do óbito a seguir
Vai mais longe quem divaga
além de si aquém do se
a certeza que mais propaga
é a de quem menos disse
nenhum lugar pleno existe
a menos que a invenção o faça
: o perdão é de quem insiste
no pecado e não na graça.
Pacote Completo - Cássia Fernandes
Quando a gente ama,
compra o pacote completo:
o bilhete de ida e sem volta,
a ex-sogra,
o mau hálito quando acorda,
o mau humor
o mau amor.
A gente ama,
a gente compra
o pacote com tudo o que vem dentro:
um trem, uma família, um cachorro,
um papagaio, um sofrimento.
O feijão com caruncho,
a pedra...
A gente quase quebra um dente
quando morde.
A gente não pode
comprar uma meia meia,
uma meia sola,
só o seio esquerdo
e deixar na loja
uma só alça
do sutiã meia taça.
Comer só o miolo do pão
e do sonho de valsa;
a laranja e a couve;
e fingir que não houve
nem escravidão, nem fome, nem chicotada,
nem o pé de porco
na feijoada.
O amor não se vende avulso
nem picado,
para um pé atrás,
de um só lado.
Se bem que é bem preciso
começar com o pé direito,
dar ao menos um braço a torcer
e de vez em quando estender
a roupa no arame
e a outra face.
Porque a qualidade e o defeito
são irmãos siameses.
E o cachorro se senta
sobre o próprio rabo.
Bicho de goiaba é goiaba,
exceto para quem está
de barriga lotada.
Quando a gente ama,
não pode escolher
se tem aleijão
ou se é perfeito.
Tem que aceitar a barriga, a remela,
o cabelo de nego,
o presente de grego,
a mão em que sobra ou falta
um dedo,
e que é a pimenta da vida
e que dá tempero à comida.
Não há amor que se vende a granel,
como fiado
só no armazém ao lado.
E se é verdade
que a galinha da vizinha
é sempre mais gostosa e mais gordinha,
é verdade também
que não se faz omelete sem quebrar uns ovos
chocos
e que todo ofício,
mesmo o de você me comer
e de eu comer você
tem seus ossos.
As Jóias de Netuno - Valdivino Braz
Surdo rumor de ondas se avoluma
para os estrondos de espuma;
estilhaços da fúria fragmentária,
os cristais feito jóias,
perdigotos de Netuno.
Fraturas de oceano,
salso cuspe de espuma e louça
os nácaros, côncavos destroços.
O que há de maestro e música,
além do bramor de mostro,
nisto de Atlântico.
Sinistra massa, mista
de crustáceos e moluscos –
lagostos pednúnculos de antênulas,
cacos de acéfalos hipocampos,
espongiários espantos.
De hábitos solitários e anêmonos,
de celenteradas pedras,
isto de florir-se
o reino das actíneas.
Outra é água-viva,
mija-vinagre,
urtiga-do-mar,
isto de queimar.
Transparência de gelatina,
e de secreto nas entranhas marinhas,
as coisas-meduas,
tanto quanto não ser
a vida um mar de rosas.
Umas formas eriçadas,
uns ouriços,
uns crespos de abrir-se e fechar-se
- de não-me-toques -,
marinhos espinhos.
E coisoutras peludas,
isto análogo de púbis,
estranhos novelos de quelíceras.
Uns mijos de esponja,
de Nadja,
de nojo.
Umas pérolas nada pérolas,
num colar de búzios.
Com a fileira de pés ambulacrários,
A esdrúxula estrela,
uma crosta, uma casa,
parece que morta.
Vergue-se-lhe, entanto, o centro,
ei-la que ressuscita:
ondula-se o mar de áspero dorso,
onde varetas possibilitam
articular-se o dentro,
e pena é vê-lo ondular-se,
por certo que de dor,
isto de só restar devolvê-lo ao mar,
arremessa-lo feito disco voador.
O desvio - Yêda Schmaltz
A mim pouco me importa
aberta ou fechada a porta,
vou entrar.
E pouco me importa estar
sendo amada ou não amada:
vou amar.
Que a mim me importa tanto
eu mesma e o sentimento,
quanto!
A mim pouco me importa
se a tua amada é doente,
se a tua esperança é morta.
E me importa muito menos
se aceitas solenemente
a nossa vida parca e torta.
Porque a mim me importaria
deixasse de ser eu mesma
e a poesia.
A mim pouco me importa
se a lira quebrou a corda:
vou cantar.
E pouco me importa estar
no picadeiro do circo:
vou rodar.
Que a mim me importa tanto
eu mesma e o sentimento,
quanto!
A mim pouco me importa
se estamos todos presos
por uma invisível corda.
E me importa muito menos
sermos todos indefesos
ante o destino que corta.
Porque a mim me importaria
deixasse de ser eu mesma
e a poesia.

[caption id="attachment_30955" align="alignright" width="300"] Ian Baiocchi finaliza seu ÍZ: cozinha contemporânea | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
O jovem chef Ian Baiocchi inaugura seu primeiro restaurante na capital. Intitulada de ÍZ (que significa paladar em húngaro), a casa terá arquitetura moderna e culinária contemporânea/autoral.
Localizado no Setor Marista, na Rua 1129 (onde funcionava o Emi Cozinha Emocional), o restaurante contará com menu assinado pelo goiano, que tem experiência pela Europa e nas melhores cozinhas de São Paulo.
São quatro sócios que, há quatro meses, vêm trabalhando diuturnamente para abrir as portas em meados de maio. Ian Baiocchi deixa a cozinha do Palácio das Esmeraldas, mas manterá o buffet que leva seu nome.
O ÍZ promete ocupar um espaço vago em Goiânia atualmente: o do restaurante completo. A grande maioria dos que estão na cena gastronômica são especializados em uma determinada culinária. Ou seja, não se come bem uma carne e uma massa no mesmo lugar.
Ian Baiocchi preparou um menu enxuto: apenas 25 pratos, já contando com as sobremesas. No entanto, será bem variado: galinha d'Angola, pato, cordeiro, entrecôte, pirarucu e lagostim compõem as criações do chef.

Telespectadores comentaram sobre a cena da nova novela da Rede Globo nas redes sociais

PEC propõe redução de 18 para 16 anos. O relator da proposta, deputado Luiz Couto (PT-PB), considera que a PEC fere cláusula pétrea da Constituição e desrespeita tratado internacional de direitos humanos do qual o Brasil é signatário
Um secretário do governador de Goiás, Marconi Perillo, disse para um deputado governista: “O governo tem um déficit financeiro mensal de R$ 140 milhões”. Segundo o secretário, apesar dos cortes no custeio da máquina, redução de nomeações de funcionários comissionados e paralisação de algumas obras, o governo não está conseguindo ajustar a máquina. A saída é um ajuste ainda mais rigoroso.
IMPRENSA PARAENSE
A história em cima da hora
Lúcio Flávio Pinto
[Introdução de “Uma arma letal — A imprensa do Pará”, de Lúcio Flávio Pinto, 130 páginas, Editora Smith Produções Gráficas]
Dez anos atrás, no dia 21 de janeiro de 2005, fui agredido pelo advogado e jornalista Ronaldo Batista Maiorana, um dos donos do grupo Liberal, formado pelo maior complexo de comunicação do norte do Brasil, cujo poder resulta em grande parte de ser afiliado à Rede Globo de Televisão. Segundo Maiorana, a agressão foi motivada por um artigo que escrevi sobre o irmão dele, Romulo Maiorana Júnior, o principal executivo da corporação. O texto não fazia qualquer menção a Ronaldo.
Prestei queixa na polícia, que encaminhou o processo ao Ministério Público, que fez a denúncia, que resultou em processo em uma das varas do juizado especial e culminou no pagamento, pelo agressor, de multa equivalente a 50 salários mínimos. Não em dinheiro, mas no fornecimento de cestas básicas a instituições de caridade, uma das quais muito ligada à família. Um dos dois PMs que deram cobertura a Ronaldo, o que participou diretamente da agressão, foi punido com multa de um salário mínimo.
Além de me negar a fazer qualquer acordo com meus agressores, nada mais pude fazer senão acompanhar, impotente, as tratativas do representante do MP atrás de um valor para a reparação do crime, já que o réu nada mais pode fazer no processo. Silêncio que lhe é imposto a pretexto de dar celeridade à instrução nas varas do juizado especial.
No momento em que fui agredido, dentro de um restaurante, localizado num parque público de Belém, onde também tem sua sede a Secretaria de Cultura do Estado, eu respondia a 16 processos na justiça, cinco dos quais – sendo quatro penais (por calúnia, injúria e difamação, com base na espúria e já extinta lei de imprensa, de 1967) e um cível (para me impedir de voltar a tocar no nome da autora das ações) – ajuizados por Rosângela Maiorana Kzan, diretora administrativa do jornal O Liberal e irmã de Ronaldo.
Menos de três meses depois da agressão, para evitar a decadência do direito no foro criminal, os irmãos Romulo e Ronaldo, mais sua empresa, Delta Publicidade, propuseram 14 ações contra mim. Duas delas porque disse que fui espancado quando, na verdade, fui “apenas” agredido. Cometera assim crime de injúria, difamação e calúnia, além de ser passível de indenizar o ofendido, que viu seu punho ser bloqueado na sua livre trajetória pelo meu rosto.
O melhor teste
Passados 10 anos, quando quatro dessas ações ainda sobrevivem no foro de Belém, continuando a atormentar a minha vida, decidi lançar este livro não para recontar a história da agressão, já suficientemente relatada em dois outros livros. Tento aqui demonstrar ao leitor o que está por trás das circunstâncias desses processos movidos por esses quatro autores, os três irmãos (Romulo, Rosângela e Ronaldo Maiorana) e sua empresa jornalística, 19 do total de 33 que me assolaram e ainda me oneram a partir dos cinco primeiros, os de Rosângela, de 1992:
- Apesar de terem ao seu dispor o maior complexo de comunicações da Amazônia, os três nunca o usaram para se contrapor ao que publiquei em meu pequeníssimo jornal, um quinzenário de 16 páginas em formato A4, com tiragem de dois mil exemplares.
- Os porta-vozes dos Maioranas alegam que essa atitude se explica facilmente: silenciam em seus veículos para não dar repercussão ao que sai no meu jornaleco, deixando que ele se esgote em si mesmo.
- No entanto, podiam aproveitar que publico na íntegra as cartas que são enviadas ao meu Jornal Pessoal e exercer nele o direito de resposta, contraditando o que digo. Ainda mais porque nunca tratei da vida privada dos irmãos. Sempre o que visei foi sua atuação pública, em função exatamente da influência que exercem sobre a sociedade com os seus poderosos veículos.
- Em função desse poder, as ações judiciais que interpuseram se tornaram a principal fonte de atenção, energia e tensão na minha vida a partir de 1992. Os Maioranas não se limitaram a dar andamento processual, como um cidadão comum faria: pressionaram nos bastidores, ou mesmo publicamente, aí, sim, usando seu império de comunicação, para conseguir o que queriam, mesmo que o que estavam querendo representasse a violação aos princípios legais, ao direito e à justiça. O objetivo se tornou evidente: usar a justiça para me impedir de continuar a fazer o meu jornal, ou fazê-lo sob tal sacrifício que a tarefa acabaria sendo demasiada. Eu sucumbiria.
O economista Rodrigo Constantino é um crítico incisivo do governo petista, mas não é um panfletário destemperado. Seus textos, mesmo os mais curtos, contêm análises sérias e equilibradas — o que reflete seu preparo intelectual. Mesmo assim, a publicidade de seu livro “Contra a Maré Vermelha” (Editora Record) — com 80 crônicas políticas — foi censurado pela Companhia do Metrô de São Paulo. Quando denuncia que houve censura — e de fato houve —, não há como discordar.
As frases da publicidade dizem: “Oitenta textos que não foram culpa do FHC” e “Cansado do governo? Rodrigo Constantino também”. Os censores, que se julgam acima das leis do país, disseram que não se pode usar nomes de políticos nem mencionar governos no espaço do metrô. Ora, o nome de FHC é mencionado num contexto positivo — não há uma letra negativa. Trata-se de uma ironia com o PT, que culpa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sempre que se torna alvo de alguma crítica. O governo citado na segunda frase é, evidentemente, o governo de Dilma Rousseff, mas não há referência explícita — o que sugere mais abrangência. A direção do metrô fez “crítica literária” — identificando “alvos” —, interpretando a publicidade e vestindo, quem sabe, a carapuça.
O editor-executivo do Grupo Editorial Record, Carlos Andreazza, disse, com razão: “A questão fundamental, porém, é outra — e decorre da simples leitura do que foi censurado, cujo conteúdo, goste-se ou não, não fere qualquer direito ou lei: chegará, como parece, o momento em que nada mais poderá ser dito livremente no Brasil?”
O Portal Comunique-se procurou a direção do Metrô de São Paulo, que explicou sem explicar que o anúncio da Editora Record contraria as regras do Regulamento para Exploração de Mídias em Áreas e Equipamentos de Propriedade da Companhia do Metrô. Tais regras tem outro nome na vida real, para além dos tecnicismos habituais: censura pura e simples. A estultice alastrou-se — é o mínimo que se pode concluir. A direção do Metrô de São Paulo se tornou uma instância legislativa, executiva e judiciária.

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