Opção cultural

Além de Maria Valéria Rezende, autora do título, Carol Rodrigues e Alexandre Guarnieri são alguns dos premiados

- [gallery size="full" type="slideshow" ids="52442,52448,52441"] Os estudantes de Artes Circenses do Basileu França apresentam o espetáculo Mirabolância na terça-feira, 24, às 20h, no teatro do Basileu. A meia custa R$ 10.
- As bandas The Shooter Dog e Ogro’s Blues se apresentam na “Rock Legends” do Taberna, no sábado, 28. Conhecido como “Double Night”, o evento propõe dose dupla de rock. A entrada custa R$ 25 e vale para dois.
- No domingo, 29, no Café Cultura do Cine Ouro, acontece o “Letra Livre”. Além do palco aberto de sempre, diversos convidados completam uma programação de artes integradas. O evento é gratuito.

Intitulada “Proclamações”, a obra do ensaísta e crítico literário Anderson Braga Horta deve ser lida por todos que se interessam por poesia

Realizado pelo Culturama, o cineasta Pedro Novaes ministra o curso “Aprendendo Roteiro com o Cinema Argentino”. No programa, dois filmes emblemáticos como base de análise do cinema de ficção da Argentina e compreensão de aspectos relacionados ao roteiro e dramaturgia. São eles “O Segredo de seus Olhos” (Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2010), de Juan José Campanella, e “Las Acácias” (Prêmio Camera d’Or no Festival de Cannes em 2011), de Pablo Giorgelli. O curso será ministrado nos dias 25 de novembro e 2 de dezembro, das 18h às 22h. O valor você confere no site http://www.espacoculturama.com.br.

“Sou um bosque que dá sombra a sua casa/Um vento suave que lhe acaricia o rosto/De todos seus sonhos, negra, sou a manifestação/Você é essa liberdade sonhada”, canta em buenisimo español Perotá Chingó. No sábado e domingo, 28 e 29, o grupo se apresenta no Sesc Pompeia, em São Paulo. Seus diversos ritmos e estilos, como a zamba argentina, a chacarera, o samba brasileiro, o candombe, a música popular chilena, o joropo venezuelano, prometem não deixar ninguém parado. Que tal uma viagenzinha? A meia-entrada custa só R$ 15.

Livro
O clássico “Os 120 Dias de Sodoma”, escrito em 1785 por Marques de Sade, ganha nova edição pela Iluminuras. A tradução é de Alain François. Os 120 Dias de Sodoma Autor: Marques de Sade Preço: R$ 63,00 - Iluminuras
Música
Após hiato de 4 anos, Adele enfim lança seu novo trabalho, o intitulado “25”. O primeiro single foi “Hello”, lançado em outubro com um clipe dirigido por Xavier Dolan.
Adele
Intérprete
Preço: R$24,90 - Sony/BMG
Filme
Estrelado por Paul Rudd, o longa apresenta, de forma divertida e com muita ação, o novo integrante dos Vingadores, o Homem-Formiga, da Marvel.
Homem Formiga
Direção: Peyton Reed
Preço: R$ 39,90 - Vista Sonopress
Hora de dar play. Chá de Gim - Benzim Clarice Falcão – Survivor Cris Calássia - O Segredo Desse Beijo Dominguinhos – Desilusão Eagles of Death Metal – Save A Prayer LCD Soundsystem – Drunk Girls Pearl Jam – Jeremy Raul Seixas – Como vovó já dizia Scalene – Surreal Ultimate Painting - Ultimate Painting

“A Caça”, “O Dia Secreto”, “Enquanto a Família Dorme”, “Não Perturbe”, “Água” e “A Pedra” são os títulos selecionados para o festival [gallery size="full" type="slideshow" ids="52095,52096,52097,52098"] Considerado umas das principais vitrines de curtas-metragens do Brasil, o Festival Internacional de Curta-Metragem de Taquary irá exibir seis filmes goianos durante a edição 2015. Todos os filmes serão exibidos em mostras paralelas. Dentre eles, destaque para “A Caça”, de Thiago Camargo, e “O Dia Secreto”, de Benedito Ferreira, que participam da mostra Curta à Meia Noite. Na mostra Curtas Fantásticos serão apresentados as ficções “Enquanto a Família Dorme”, de Getúlio Ribeiro, e “Não Perturbe”, de Matheus Medeiros. O documentário “Água”, de Cristiano Sousa, terá espaço na mostra Infanto-Juvenil. Já na mostra Olhar Feminino será exibida a ficção “A Pedra”, de Adriana Rodrigues. Em sua 8ª edição, o Curta Taquary será realizado entre os dias 23 e 27 de novembro, em Taquaritinga do Norte, no Pernambuco. Nesta edição, o festival exibirá 165 filmes de 17 estados brasileiros e 25 países. Curta Taquary conta com três mostras competitivas e 12 mostras paralelas, além de oficinas, seminários e palestras. Os homenageados são a atriz e produtora paulista Gilda Nomacce (também homenageado no Goiânia Mostra Curtas de 2015) e o diretor e roteirista pernambucano Camilo Cavalcanti. Todas as atividades do festival são gratuitas. Festival Idealizado por Alexandre Soares, diretor e curador do festival, o Curta Taquary teve início em 2005. Reúne artistas, ativistas e amantes da sétima arte em Taquaritinga do Norte, no agreste pernambucano, a fim de apresentar uma grande diversidade de curtas-metragens nacionais e internacionais ao público da região. Desde sua primeira edição, o festival já apresentou mais de mil curtas para mais de 25 mil pessoas. O projeto tem incentivo/patrocínio da Funcultura, do Governo do Estado de Pernambuco, Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco. Serviço Curtas Goianos no 8° Curta Taquary Data: De 23 a 27 de novembro de 2015 Onde: Taquaritinga do Norte (PE) Mais informações: www.curtataquary.com

O lançamento integra o projeto Mostra de Música de Goiânia, realizado pelo Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado de Goiás e conta com o apoio institucional da Lei Goyazes
O cantor e compositor Gilberto Correia, acompanhado da banda Flor da Pele, lança na sexta-feira, 20, o CD e DVD “Do Amor e da Liberdade”. O lançamento integra o projeto Mostra de Música de Goiânia, realizado pelo Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado de Goiás e conta com o apoio institucional da Lei Goyazes. A apresentação começa às 20h, na Praça Universitária.
Artista
Com 35 anos de carreira musical, Gilberto é um dos principais expoentes da música produzida em Goiás. Na sua discografia, vários sucessos de sua autoria; sendo o maior a canção “Vida Cigana”, de Geraldo Spíndola, que projetou o artista goiano no cenário da MPB nacional. O show mesclará hits de seus oito discos anteriores com músicas de ícones como Djavan, Milton Nascimento, Cazuza e, dentre outros, Gilberto Gil.
A banda Flor Da pele é composta pelos instrumentistas Emídio Queiroz (guitarra), Moisés Feitosa (baixo), Moka Nascimento (bateria), Genysson Ponce (teclados). O evento contará ainda com a participação especial do cantor e compositor Valter Mustafé –– outro experiente pioneiro da música goiana, que executará Blues e MPBs de sua autoria.
Serviço
Apresentação do álbum “Do Amor e da Liberdade”, de Gilberto Correia com a banda Flor da Pele
Data: 20 de novembro, sexta-feira
Horário: 20h
Local: Praça Universitária

Lançado pelo selo independente "Lalonge", o K7 tem a participação do músico Benke, do Boogarins
[caption id="attachment_52085" align="alignnone" width="620"] Foto: Beatriz Perini[/caption]
Desde os 14 anos, Pedro Kastelijns compunha canções. Hoje, conhecido por seu trabalho como artista plástico, Kastelijns lança uma coletânea com gravações de quando jovem, até hoje. Intitulado “Raposa”, o trabalho foi lançado em fita K7, por um selo independente, Lalonge, contando com a ajuda do amigo Benke, musico banda Boogarins.
[caption id="attachment_52087" align="alignleft" width="300"]
Divulgação[/caption]
Foi aos 14 que aprendeu a tocar violão e, como muitos jovens, gravou suas músicas no próprio quarto. Simples e de sinceridade ímpar, o K7 é a mostra do que Kastelijns sozinho é capaz, brincando com sons. Os registros mostram um momento peculiar de angústia e suspiros, bonito e importante da vida do garoto.
Em Lo-fi, as canções vem em voz e violão e transmitem climas atmosféricos, onde vozes reverberam cenas bucólicas de chuvas, ventos. Muitas vezes, até sonidos infantis. A nostalgia se derrama em canções de biscoitos, gnomos de jardim, nudez e o amor. Do player, ficou o repeat e a vontade de mais Kastelijns.
O garoto, de quem guardo uma camiseta de arte estampada, agora estampa meus ouvidos com um som de raposa – coisa custosa, escondida, que você tem vontade de dividir só com poucos. Ah, se não fosse o ofício de jornalista, não espalharia por aí a boa nova.
Ouça a fita K7 aqui.

A apresentação do tradicional sarau da Faculdade de Letras da UFG será realizada nos dias 21 e 22 de novembro A fim de divulgar o canto coral, promover a troca de experiências entre regentes e coralistas, difundir a língua e a cultura italiana, alargar os repertórios, sejam eles eruditos ou populares, valorizar o trabalho do canto coral e estimular a formação de novos grupos, o Madrigal Lettere InCanto, da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (UFG) realiza o já tradicional Sarau Brasil-Itália, nos dia 21 e 22 de novembro. Serviço Data: 21 de novembro Local: Auditório da Faculdade de Odontologia – Campus Colemar Natal e Silva Horário: 19h30 Data: 22 de novembro Local: Teatro Pedro Peixoto (Nova Veneza) Horário: 16h30

Na tarde da sexta-feira, 20, a designer reitera a relação entre moda, cultura e economia criativa no ateliê Fê Palazzo [gallery type="slideshow" size="full" ids="51983,51984,51985"] “Meu jardim sobe pelas paredes de um apartamento. Muda com o tempo, tem vontade própria, algumas espécies secam, outras se multiplicam tanto que se arrastam pelo chão. Tentei controlá-lo, mas em vão... Ele realmente tem vontade própria”, escreve a designer Rosana Zarzur. Ela usa da imagem de um jardim em sua nova coleção. Juntos, moda, imaginário e poesia floreiam a primeira série de bolsas, inspiradas nos “jardins submersos” de diferentes mulheres. Em uma tarde aberta, o público pode ver o resultado do trabalho da designer, a coleção “Meu Jardim”, no ateliê Fê Palazzo. “Eu proponho às pessoas olharem e cuidarem do jardim que existe dentro delas. Plantar, colher, retirar as folhas secas e os sentimentos que as fazem mal”, conta. Segundo Rosana, as cores escolhidas representam o “Meu Jardim”; são elas o preto, vermelho, rosa-nude, azul-marinho, caramelo e dourado. Já os materiais para a criação da bolsa são couro píton, pelo bovino, camurça e metais inoxidáveis. “A coleção é um projeto que há tempos, desde quando me formei, tinha vontade de prosseguir. Agora ele já está palpável e pode ser conferido no lançamento”, expressa. A coleção convida diferentes pessoas para conhecerem um pouco mais do que é produzido em Goiás, num ambiente de aproximação. “As pessoas precisam saber que há uma opção a mais do que shoppings centers. Existe uma efervescente e criativa produção no Estado.” Serviço Coleção Rosana Zarzur: Meu Jardim Data: 20 de novembro Horário: 15h às 19h Local: Fê Palazzo Entrada franca

Uma das revelações da música goiana, Chá de Gim sintoniza MPB e psicodelia em suas canções [gallery type="slideshow" size="large" ids="51966,51967"] Queriam viver de música, com suas letras em ritmos abrasileirados, eram eles Diego Wander (voz e percussão), Alexandre Ferreira (bateria), Bruno Brogio (voz e baixo) e Caramuru Brandão (voz e guitarra). Comungaram então de tal vontade genuína, ainda em 2014. De lá para cá, tem misturado samba, forró, rock e psicodelia. Nos meses de junho a agosto, entraram em estúdio, receberam visitas de diferentes grupos de sua cidade, gravaram suas composições. “Comunhum” é fruto de seus prêmios e de parcerias musicais. O álbum de estreia já pode ser ouvido pelo canal da banda no YouTube, só dar play e aproveitar o melhor da banda, considerada uma das surpresas da atual música de Goiás por sua rápida ascensão, tanto em crítica quanto em relação ao público. O baixista Brogio conta que é legal perceber que as pessoas, no show, vão para dançar, um diferencial que a banda tem. Do disco, “a surpresa pela atmosfera, o tempero das percussões, a poesia e a crítica que fica no ar”, conta. No show, tudo isso também, “só que em chamas”. Ícones dos anos 60 e 70, como Led Zeppelin, Pink Floyd e Beatles são influências notáveis no som da banda, que admitem e abraçam outras sonoridades; dentre elas, o som nordestino de Dominguinhos, Gonzagão, Alceu Valença e Jackson do Pandeiro. “Outras referências vem de artistas que nunca se encaixaram em gêneros, como Tom Zé, Ave Sangria, Caetano ou Júpiter Maçã. Consideramos esse desencaixe algo desejável.” O álbum comunga oito canções; são elas “Maracujá”, “Samba Verde”, “Dropei”, “Baião”, “Cordeiro do Mundo”, “Benzim”, “A Benção” e “Zé”. Na capa do disco, a arte de Lylia Damasceno, artista visual que produziu um trabalho que que se encaixasse na atmosfera do disco. “Enviei o disco pra ela e disse ‘faz o que você sentir’”, diz Brogio. Só dar play:

A abertura do III Congresso Brasileiro de Teatro é na noite da terça-feira, 17, com a participação de lideranças do Teatro Goiano; na quarta, Bones discute políticas culturais
[caption id="attachment_51884" align="alignleft" width="300"] Marcelo Bones | Foto: Reprodução[/caption]
A Federação de Teatro de Goiás (FETEG) inicia na terça-feira, 17, o III Congresso Brasileiro de Teatro. Na agenda, dois encontros. O primeiro será no dia da abertura com a presença de lideranças do Teatro Goiano, filiados e demais interessados, que vão debater os principais aspectos do futuro Congresso, de interesse nacional. O segundo momento será realizado na quarta-feira, 18, no Teatro Sesc Centro. Na ocasião, a FETEG convida toda a classe artística para uma bate-papo com o representante do Ministério da Cultura (MinC), Marcelo Bones, que discorrerá sobre a Política Nacional das Artes, um debate que tem sido feito pela nova gestão.
Congresso
Organizado pela própria classe teatral, o evento reúne pela terceira vez, em quatro anos, artistas, técnicos, produtores, pesquisadores, estudantes de Artes Cênicas e Dramáticas, gestores públicos e demais interessados no tema. "A FETEG começa os seus trabalhos no sentido de nos prepararmos para um congresso forte e propositivo, com deliberações que contribuam com a construção de políticas públicas que favoreçam o fazer teatral e o acesso da sociedade a esse fazer”, afirma a diretora diretora Ana Cristina Evangelista.
Marcelo Bones
Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marcelo Bones participou de festivais, cursos e seminários no Brasil e exterior com seus espetáculos ou como debatedor, mediador, professor ou observador. Fundador e diretor do Grupo Teatro Andante, de Belo Horizonte (BH), é também diretor executivo da Plataforma de Internacionalização do Teatro (Platô) e idealizador e coordenador do Observatório dos Festivais. Além disso, atua como professor de interpretação da Fundação Clóvis Salgado, do Palácio das Artes, também em BH, desde 1989.
Serviço
Reunião Lideranças do Teatro Goiano
Dias: 17 de setembro
Horário: 19h
Local: Sede da FETEG
Atividade Gratuita
Palestra Politica Nacional das Artes
Dias: 18 de setembro
Horário: 9h
Local: Teatro Sesc Centro
Atividade Gratuita

[caption id="attachment_51785" align="alignnone" width="620"] Drummond | Foto: Reprodução[/caption]
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Com 853 quilômetros de extensão, braço forte da maior bacia hídrica da região Sudoeste, o também chamado “Nilo brasileiro”, Rio Doce, foi completamente destruído devido o rompimento de barragens da mineradora Samarco, em Mariana, região central mineira. O Ministério Público do Espírito Santo e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Minas Gerais já consideram o leito do Rio morto. Há mais de dez dias, seu curso escoa uma água barrosa, um rio de lama.
Na noite do dia 15 de novembro, Anna Luísa Braga, uma amiga, me lembrou o poema de Drummond, escrito em 1984, cujos versos mais parecem uma triste previsão da morte do Nilo brasileiro. Escrevera Drummond, a “Lira Itabirana”.
I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.
II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!
III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.
IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?
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Na foto de perfil do Facebook, a bandeira brasileira afogada em lama, Anna lamentou em lira sua: “Todo verso que eu sabia/Veio a lama e carregou/No caminho dessas águas/Muita gente afogou/Gente afogou/No caminho dessas águas/Todo verso que eu sabia/Veio a lama e carregou”. Ainda na rede social, vi amigos compartilharem o texto da BBC Brasil, cujo lead trazia o depoimento de Geovani Krenak, líder da tribo indígena Krenak: “Com a gente não tem isso de nós, o rio, as árvores, os bichos. Somos um só, a gente e a natureza, um só (...) Morre rio, morremos todos”.
Se não bastasse o desastre, na sexta-feira, noutro canto do mundo, em Paris, na França, mais de cem pessoas perderam suas vidas e outras quase quatrocentas ficaram feridas devido um atentado terrorista. Nas redes sociais, muitos trocaram suas fotos em solidariedade ao acontecido francês. Muitos levantaram questões quanto ao colonialismo existente, direcionando críticas à ação fotográfica.
Um meme, o qual vi em outra rede social, o Instagram, dizia algo do tipo “o ser humano é o único animal que briga para saber qual catástrofe é maior”. O que me fez pensar sobre as críticas. Por mais que sejamos sim animais racionais, o termo na frase parece ofensivo, pejorativo do ser humano. O fato é que tudo é muito triste. Como a minha espera de resposta de um e-mail que encaminhei a uma amiga francesa, que vive em Paris. Já senhorinha, alguém que me cativa com cartas e telefonemas –– amizade singela, fruto de acaso.
Por fim, me lembrei de outro poema, também de Drummond, o favorito de uma antiga professora de literatura, quando eu ainda estava no ensino médio: “Congresso Internacional do Medo”:
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte.
Depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.
Assista abaixo o registro fílmico divulgado pelo canal Marcelo Braga – Pingo D'água.