Reportagens

Mesmo correspondendo a mais da metade da população, mulheres ainda são minoria na política
[caption id="attachment_293100" align="alignnone" width="620"] Mulheres ainda representam parcela pequena no meio político | Foto: Reprodução/Internet[/caption]
Em 1936, um ano após a assinatura do decreto que instituiu o Poder Legislativo Goianiense, os sete primeiros vereadores da história da capital foram eleitos: Licardino de Oliveira, José Rodrigues, João Augusto, Milton Klopstock, Hermenegildo de Oliveira, Germano Roriz e Octacílio França. Porém, em 1937, o golpe varguista fechou as portas da Câmara, que só voltou a funcionar 10 anos depois, em 1947. E foi somente depois dessa década de vacância que uma mulher pôde ser vista entrando na Casa de Leis de Goiânia como parlamentar.
Julieta Fleury, Maria José Oliveira e Ana Pereira Braga se elegeram como as primeiras vereadoras mulheres de Goiânia. Essa última foi eleita pelo antigo União Democrática Nacional, o UDN, com apenas 24 anos de idade. Ana foi responsável pela redação das atas das primeiras sessões na Câmara e autora de projetos essenciais, à época, para Goiânia, entre eles a construção do primeiro necrotério, do albergue municipal e da edificação da Estação Rodoviária de Goiânia.
As vereadoras eram poucas, entre os muitos homens, mas abriram o caminho para a presença das mulheres na política goianiense. No entanto, em 2020, mais de 70 anos depois, pouca coisa mudou: as mulheres continuam sendo minoria no Legislativo da capital. Atualmente, entre os 35 parlamentares em exercício na Câmara Municipal de Goiânia, apenas cinco são mulheres: Dra. Cristina (PL), Leia Klebia (PSC), Priscilla Tejota (PSD), Sabrina Garcez (PSD) e Tatiana Lemos (PCdoB).
Para a vereadora Tatiana, muito se avançou no que se refere à presença de mulheres na política, mas ainda há muito o que se fazer. A parlamentar, que é filha da ex-deputada estadual Isaura Lemos, bastante conhecida entre os goianos, diz que apesar da luta constante das mulheres, não há a necessária ocupação de mulheres em cargos políticos e de decisão, e quando elas chegam lá, são tolhidas e reprimidas em seu direito de atuação.
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Tatiana Lemos, vereadora de Goiânia | Foto: Arquivo pessoal[/caption]
“Na política, de fato, ainda não somos representadas como maioria da população que somos. Quando alcançamos esse espaço predominantemente masculino, ainda se espera de nós uma atuação mais contemplativa. Quando somos firmes, quando erguemos a voz na defesa do que acreditamos, somos vistas como inadequadas, como histéricas ou mal amadas”, avalia a vereadora.
Tatiana diz acreditar que a sociedade passa por um período delicado na política e, para as mulheres, as coisas são ainda mais difíceis. Porém, para a vereadora, há uma ânsia do público feminino para ingressar nos cargos de gestão, vontade essa que é impulsionada pela luta das mulheres. “Quando uma mulher entra na política, ela muda a mulher. Quando muitas entrarem na política, mudaremos a política! Isso é o que vai acontecer. Talvez não agora, mas chegaremos lá”, pontua.
A mulher trans na política
Se para uma mulher cis (cuja identidade de gênero corresponde ao gênero de nascimento) já é penosa luta para ocupar um espaço na política, para uma mulher trans, essa luta parece ser ainda mais dura. Um levantamento feito em setembro deste ano pelo Jornal Opção, juntamente a um dos coordenadores da Frente pela Vida e pela Diversidade, Fabrício Rosa, e com o Instituto Goiano de Cidadania e Direitos Humanos (IGCDH), através do candidato a vereador Thiago Henrique, encontrou a presença de mais de 30 candidatos declaradamente LGBT em vários municípios goianos. O número pode ser ainda maior, mas ainda assim, é incomparavelmente menor ao de candidatos héteros e cis. Beatriz Alves de Oliveira, mais conhecida como Bia, é uma das mulheres trans que decidiram tentar fazer sua voz chegar no Legislativo. Bia, de 43 anos, é candidata a vereadora pelo PSD, no município de Professor Jamil. Ela é uma das três mulheres trans que residem no município de pouco menos de 4 mil habitantes, mas apenas ela decidiu tentar um ingresso no meio político, sendo a primeira da história da região. Ao Jornal Opção, Bia, que é cabeleireira, conta que só resolveu tentar um cargo na Câmara de Professor Jamil após insistência de amigos. “Como eu sou muito conhecida aqui, o pessoal ficou insistindo, pedindo para eu me candidatar, e eu topei”, conta. [caption id="attachment_293099" align="alignright" width="300"]

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