Crivo

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“Do ponto de vista da escrita ensaística, este é meu livro mais arriscado e radical”, diz João Cezar de Castro Rocha

Professor do Instituto de Letras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) fala de seu último livro, recentemente lançando pela editora É Realizações, “Culturas Shakespearianas: Teoria Mimética e os Desafios da Mímesis em Circunstâncias não hegemônicas”

A rendição ao caos: o caso Queermuseu e a falência da crítica

Episódio envolvendo a exposição no museu do Santander Cultural de Porto Alegre (RS) mostra que, no Brasil atual, a capacidade de fazer perguntas e averiguar detalhes está sendo gradativamente obnubilada por atitudes irascíveis, o que impede avaliações criteriosas

Os 10 melhores poemas de Bruno Tolentino

Morto há dez anos, Bruno Tolentino deixou uma obra poética incontestavelmente sólida e importante, que pode ser apreciada em poemas como "O Anjo Anunciador",  "O Pavão", "O Morto Habituado", "Noturno" e muitos outros [caption id="attachment_98972" align="aligncenter" width="620"] Poeta Bruno Tolentino (1940-2007)[/caption] Na última terça-feira, 27, a morte de Bruno Tolentino completou uma década. A fim de alimentar um pouco da chama da obra do grande poeta carioca, solicitei ao crítico Jessé de Almeida Primo (que, junto a Juliana P. Perez, fez os comentários e notas à edição especial de "As Horas de Katharina" [Record, 2010]) que fizesse uma lista dos 10 melhores poemas de Bruno. Ou, melhor dizendo: dos 10 poemas mais importantes e emblemáticos, que expusessem, sobretudo àqueles que ainda não são familiarizados com o autor de "O mundo como ideia", a dicção e o universo poético tolentiniano. Jessé, muito gentilmente, me forneceu a lista que reproduzo abaixo. Apreciem!

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O MORTO HABITUADO Não são leves os laços do absurdo exercício: o homem lado a lado com seu laçado ritmo. muito menos cumprido do que dependurado, plataforma do umbigo ao pescoço do hábito. Mas ao engravatado qual o conforto vindo provar que o inimigo não inventou o laço? Por outro lado, fausto do que secreto visgo se o absurdo do ato costuma ser tranquilo? Discreto e convencido, como não dar o laço, rebento do risível com o bem comportado? Conhecer o ridículo quando se chama exato, isento de impossível e impossibilitado? Demasiado antigo, já não é bem um trato: vertical compromisso, enforca-se o enforcado. NOTURNO Não sou o que te quer. Sou o que desce a ti, veia por veia, e se derrama à cata de si mesmo e do que é chama e em cinza se reúne e se arrefece. Anoitece contigo. E me anoitece o lume do que é findo e me reclama. Abro as mãos no obscuro, toco a trama que lacuna a lacuna amor se tece. Repousa em ti o espanto que em mim dói, noturno. E te revolvo. E estás pousada, pomba de pura sombra que me rói. E mordo o teu silêncio corrosivo, chupo o que flui, amor, sei que estou vivo e sou teu salto em mim suspenso em nada. AO DIVINO ASSASSINO
Uma litania ante o Sagrado Coração concebida em Paray-le-Maulnier, tempos depois do acidente fatal de Anecy Rocha Senhor, Senhor, o Teu anjo terrível é sempre assim? Não tens um refratário à hora do massacre – um mais sensível que atrasasse o relógio, o calendário? Ao que parece a todos tanto faz por quem o sino dói no campanário. Começa a amanhecer e uma vez mais rebelo-me, mas sei que a minha vida não tem como ou por que voltar atrás. Aceito que a mais dura despedida é bem mais que metáfora do nada a que se inclina o chão; que uma ferida e a papoula sangrenta da alvorada pertencem ao mundo sobrenatural tanto quanto uma lágrima enxugada à beira de um caixão. Mas afinal, Senhor, amas ou não a humanidade? Não fui ao escandaloso funeral e imaginá-la em Tua eternidade dói demais! Vou passar mais este teste, sim, mas protesto contra a insanidade com que arrancas à muque o que nos deste! Tu sabes que a soberba da família era maior que a dela e eu tinha a peste – pai e mãe apartavam-me da filha e o irmãozão nem falar… E hoje, coitados, como hão de estar? Aqui é a maravilha, as genuflexões… Os potentados e os humildes, a nata da esperança, todos chegam por cá meio esfolados, sangrando como a luz. Não só da França, toda a Europa rasteja até aqui esfolando os joelhos, não se cansa de ensangüentar-se até chegar a Ti e ao menos a um pixote do Além Tejo restituíste a vista; eu quando o vi solucei – mas que o cego e o paraplégico saiam aos pinotes, que o Teu coração se escancare e esparrame um privilégio aqui e outro acolá na multidão, só me faz perguntar: E ela? E ela…? Não consigo entender que a um aleijão concedas tanto enquanto a uma camélia Tu deixas despencar… Por que, Senhor? Olho tudo do vão de uma janela, mas vejo a porta de um elevador escancarar-se sobre um outro vão, um vão sem chão… E a seja lá quem for aqui absurdamente dás a mão! Me pões trêmulo, gago, estupefato, pasmo, Senhor – mas consolado não. A mesma mão que fez gato e sapato da minha doce Musa, cura e guia, cancela as entrelinhas do contrato, Dominus dixit… Mas quem merecia mais do que uma açucena matinal um manso desfolhar-se ao fim do dia, quem mais do que uma flor, Senhor? Igual nunca viram os mais alvos crisantemos, tinha direito a um fim mais natural, à morte numa cama, em casa ao menos… Mas não – tinha que ser total o escândalo! Por que, se nem nos circos mais extremos Teus mártires andaram despencando sobre os leões, se nem o lixo cai de oito andares aos trancos, Santo Vândalo?! Não vim denunciar o Filho ao Pai ou o Pai ao Filho, não vim dar razão aos que recusam e usam cada ai contra a humildade; vim porque a Paixão me chamou pelo nome e a alma obedece e aceita suar sangue – como não? Mas não sei mais unir o rogo à prece do que a elegia ao hino de louvor, não sei amar-Te assim… Caso o soubesse teria que ficar aqui, Senhor, aqui, arrebentando-me os joelhos, esfolando-me todo ante um amor que vai tornando sempre mais vermelhos, mais duros os degraus do Teu altar. Tu, que tudo consertas, dos artelhos que desentortas e repões a andar até às pupilas mortas de um garoto, do cachoupinho que me fez chorar; Tu, que a este lhe dás a flor no broto e àquele o lírio pútrido do pus; Tu, que passas por um de quatro e a um outro pegas no colo e entregas a Jesus; Tu que fazes jorrar da rocha fria; Tu que metaforizas Tua luz ao ponto de fazer de uma agonia um puro horror ou a morna mansuetude – que hás de fazer, Senhor, comigo um dia? Quando eu agonizar, boiar no açude das lágrimas sem fundo… Quando a fonte cessar de soluçar e uma altitude imerecida me enxugar a fronte… Como há de ser, Senhor? Oxalá queiras que a mim me embale a barca de Caronte como o fazia a velha Cantareira, o azul da travessia… A Irrecorrível arrasta a cada um de uma maneira e a quem quer que se abeire ao invisível recordas a promessa: aquele a escuta e este a recusa porque a dor é horrível, mas, se a todos a última permuta terá sempre o sabor da anulação, o travo lacrimoso da cicuta, a ela Tu negaste o próprio chão, deixaste-a abrir a porta sem querer! Nunca falou na morte, e com razão, intuía, quem sabe, o que ia ver… Sentença Tua? Em nome da promessa não há negar Teu duro amanhecer – mas quando arrancas mais uma cabeça como saber que és Tu, que não mentia O que ressuscitou? Talvez na pressa, no pânico de Pedro, eu negue um dia e trate de escapar, mas hoje não; hoje sofro com fé e, sem poesia, metrifico uma dor sem solução, mas não vim negar nada! Faz efeito essa dor: faz sangrar, mas faz questão de defender-me como um parapeito contra a queda e a revolta… Um Botticelli despedaçou-se todo, mas que jeito, se por Lear enforcam uma Cordélia e encarceram a Ariel por Calibã…? Alvorece, a manhã beata velha enfia agulhas no Teu céu de lã, tricoteia Paray-le-Maulnier * e eu penso: ela morreu… Hoje, amanhã, enquanto Te aprouver e até que dê a palma ao prego e o último verso à traça, vai doer – mas Amém! Não há por que amar a morte, mas que venha a Taça, aceito suar sangue até ao final, como não… Tudo dói, menos a graça, mata, Senhor, que a morte não faz mal! Da Festa do Sagrado Coração em Julho de 1979 até aos 26 de Outubro de 1997.  
EM FRONTISPÍCIO "Eu vos compensarei pelos anos que o gafanhoto comeu…" (Joel, 2: 25) O Senhor prometera nos compensar os anos que a legião dos gafanhotos devorara, meu coração, mas a promessa era tão rara que achei mais natural vê-Lo mudar de planos que afinal ocupar-Se de assuntos tão mundanos. Assombra-me, portanto, ver uma luz tão clara fecundar-me as cantigas, coração meu — repara como crescem espigas entre escombros humanos… Naturalmente, quem sou eu para que Deus cumprisse em minha vida promessa tão perfeita, e no entanto hei-Lo arando, limpando os olhos meus, fazendo-os ver que, no trigal em que se deita a luz dourada e musical, se algo perdeu-se foi como o grão — entre a seara e a colheita. O ANJO ANUNCIADOR — Ouve, Maria, a nossa (não, não te assustes!) é uma luminosa tarefa: retecer o pequeno clarão que abandonaram, o lume que anda oculto pela treva! Porque irás conceber! Porque a mão, desejosa e tosca, que O tentara reter, ainda que leve, desfez-se ao toque, assim como uma vez tocado o sopro se desfaz a avara, a dura contração do peito ansiado... Mas a haste, o jasmim despetalado, é tudo o que ainda resta dos canteiros do céu aqui na terra, que um seco vento cresta e uma longa agonia dilacera. No entanto a morte há de morrer se tu quiseres, ó gota concebida bendita entre as mulheres para que houvesse vida outra vez, e nascesse desse fundo obscuro do mundo, o ninho incompreensível do teu ventre. Não, não toques ainda nem a fímbria do manto nem o centro do mistério que anima a tua túnica: aguarda, ó muito séria, a ave mansa e recebe em teu corpo de criança a Verônica única, a enxurrada de pétalas te abrindo. Em tumulto reunidas, as cores da perdida Primavera vão retornar, virão numa enchente de asas, aluvião, púrpura, sempre-viva, nascitura estranheza do amor da criatura, constelação descendo ao rosto teu: é Ele, é O que reúne o coração e o grande anel da esfera, o fogo, a língua ardendo, o incêndio vivo, a coluna de luz, o capitel que se perdeu... Que eu venho anunciar apenas a um esquivo, humílimo veludo, a frágil chama que há de crescer em ti, que hás de ser cama ao parto do Perfeito, e hás de ser cântaro e fonte e ânfora e água, hás de ser lago em que as sombras se afogam, que naufragam no imenso, ó jovem branca como um lenço; hás de conter a lágrima do Infinito, o Seu vulto e os tumultos da luz na travessia entre a dádiva, a perda e a renúncia: quando de um certo dia cheio de luz amarga em que serás enfim a sombra esguia que O deu à luz e que O assistiu morrer... Atravessa, ó Maria, os abismos do ser, ouve este estranho anúncio e deixa-te invadir para colher, mais fundo que a razão e o corpo, o sopro cálido, o prenúncio da mais viva alegria: entreabre-te ao clarão da visita suave, mas terrível, terrível, deixa a ave do imenso sacrifício te ofender. Ó pétala intocada, hás de sofrer intensa madrugada e num lago de luz como afogada hás de durar suspensa entre a graça imortal e a dor imensa. Mas canta, canta agora como a fonte borbulha, como a agulha atravessa o bordado, canta como essa luz pousa ao teu lado e te penetra e tece a nova aurora, a nova Primavera e a tessitura do ramo que obedece e se oferece para o mistério e pela criatura. Canta a alucinação, o toque enfim possível dessa mão que há de colher para perder e ter o infinito que nasce do deserto e a semente que morre se socorre tudo o que no estertor tentava ser. Canta a canção do lírio e do alecrim, essa canção que és e que na treva, na escuridão da carne, andava perto da imensidade que te invade. E assim como o imenso te ampara, ó voz tão clara que consolas e elevas, vem, desperta, matriz da eternidade e d'O sem-fim, ó mãe de Deus, canta e roga por mim. O GAVIÃO Pousava aqui como quem chega pesaroso de alguma lousa, de uma tumba qualquer; já não pousa como certa mulher, a cega que mendigava por aqui quando eu era ainda noviça; as primeiras vezes que o vi lembrei-me dela e da carniça que lhe davam, suas unhas duras e sujas agarrando aquilo! Onde andarás? Se nas alturas, terá modificado o estilo e provavelmente a ração; senão... O gavião é o mesmo, disso estou certa! Mas desde então cresceu muito, já não voa a esmo por aí, hoje arrebata a caça, e quando mata chega de outro jeito, com outro ar: pousa satisfeito, é todo a máscara, a couraça da arrogância! Dá-me raiva vê-lo, prefiro o modelo anterior... Como uma escultura de gelo, esse de agora é ameaçador, frio, irreal, o senhor das caçadas traz o nada no bico e no porte: não vem dos mortos, vem da morte! Tinha antes só duas pegadas, era solene como um cemitério; hoje ele mesmo faz-se um e é o Não que chega aqui com um ar estéril e pousa desprezando o chão. CELEBRAR ESTE MUNDO Celebrar este mundo adivinhando a incurável leveza, a inabalável certeza do esplendor interminável da luz de Deus, aurora ruminando para sempre a quietude do imutável. Somos reflexos dessa luz, um bando de flamingos ardendo, misturando- se ao sol nascente, ao inimaginável incêndio indescritível, todo asas, todo luz... Somos feitos como brasas abrindo o voo, somos como o voo dos flamingos em brasa ao oriente... E nunca há de apagar-se aquele ardente sol perfeito que neles se espelhou. OS OLHOS TROCADOS Solidão, cisne-ganso em voo frio ante as margens extremas: tu conheces o eco do vazio e a sem-razão do tempo, que arrefeces com tua sombra altíssima na alma; ouve bem: no silêncio indiferente, no cume a que baniste a coisa ardente (que em quase pedra calma aos poucos converteste), este parceiro teu, itinerante, guardou a profusão do que lhe deste longe de tudo, e pelo teu diamante trocou os próprios olhos! Que dirias se os pedisse de volta por uns dias? — Para quê? Ensinei-te a ver tudo o que vês... Acabei sendo eu o teu deleite, tua visão, talvez, em todo caso tua ama-de-leite. Daquelas vez, quando inventaste de trocar por um enfeite teus olhos, meu diamante e a lucidez, deixei que te afastasses, mais de ti que de mim, e que viste? Voltaste ainda mais triste. Leva-os, se queres. Estarei aqui quando os vires devolver, não vejo quem mais contentaria o teu desejo...   O PAVÃO Por lá o Outono chega anunciado pelos gritos agudos do pavão dilacerando o ar; é só então que se percebe o dardo vindo da sombra, o arpão da última luz nas folhas de um para o outro lado. O outro lado das sombras que se estiram no chão como mais um bordado de Penélope fria que tece a escuridão. Pobre animal! Começa o baile temporão e ele anuncia aos gritos, seu leque depenado pluma por pluma na penúltima estação... Quando acabar de se fechar a mão que a luz cadente estende ao povoado das sombras que não vão a parte alguma, o último emblema do Verão irá ciscar sozinho, como que envergonhado, nas agulhas caídas do pinheiral gelado. É por isso, por causa da desaparição de um Estio tão breve num bailado tão rápido, é por isso que o pavão trespassa o ar, grito por grito apaixonado, e a reverberação da luz nas folhas se parece tanto a um dardo. E LHE CANTEI ENTÃO ESTE ACALANTO: Dorme, Minotauro, Mouro da mais amarga Veneza, mudo amor na correnteza do balbucio, homem-touro tossindo no labirinto da névoa e da solidão, cala o instinto e o indistinto e dorme, descansa, irmão! Não existes, não existo, nada existe neste mundo aquém ou além do fundo da linguagem. É tudo um misto de silêncio e de ruído no coração de quem sofre preso num malentendido como um inseto num cofre. Perdoa-te... Nada ganhas com dar e redar teus nós na teia da velha aranha retendo e perdendo a voz no pescoço que partiste: a garganta bipartida entre a elegia do triste e o último sopro da vida não te vai dizer mais nada. Tudo o que pôde foi dito. No silêncio, na calada da noite, escuta o infinito para além da grade, tua e dos outros prisioneiros entre a linguagem e a luta. Os últimos e os primeiros tampouco entenderam Aquele que ia morrer e lhes disse que este universo era Dele e o resto tudo crendice. Nem tudo é só desperdício. Tudo e nada nesta vida se confundem, fim e início, chegada como partida trocam-se em pura ruína mas o verme engole a aranha, believe it or not! A sina que escolhestes não se ganha sem um sacrifício imenso, mas que vale mais que a cena em que por causa de um lenço Otelo mata Desdêmona ou o velho rei Lear, louco e só, só pelo e osso, vê e não vê balançar Cordélia pelo pescoço. Se o amor não aprende a língua do ser amado, esse amor é um louco morrendo à míngua do que seja, ou do que for... Deixa-te embalar, amigo, como eu me deixo cantar este acalanto e te digo, te juro que o verbo amar só Deus conjuga contigo.

Em novo livro, Timothy Snyder alerta para os sinais dos tempos que apontam para a irrupção de regimes tirânicos

Impulsionado pela eleição presidencial de Donald Trump, nos Estados Unidos, o historiador norte-americano elaborou 20 lições que a história, sobretudo o período da ascensão dos regimes totalitários no século XX, pode nos ensinar, no momento presente

O “jeitinho brasileiro”: instituição paralegal, modo de navegação social ou mito narcisista?

Fenômeno, considerado típico do Brasil, pode e deve ser posto em xeque. Mas é necessária uma leitura atenta de intelectuais que já refletiram a respeito

“É hora de mais Montoros”: Paulo Mercadante e a nossa tradição conciliatória – Parte 2

Dois artigos de Fernando Henrique Cardoso, um de 2016 e outro de 2017, “As responsabilidades históricas” e “A história ensina”, respectivamente, se contrastados um com o outro, podem fornecer chaves interpretativas sobre o futuro da atual situação crítica do país

“Em política, até a raiva é combinada”: Paulo Mercadante e nossa tradição conciliatória – Parte 1

Teses do historiador, presentes em livros como “A Consciência Conservadora no Brasil”, são fundamentais para se entender a razão de nomes como o de Nelson Jobim e o de FHC serem aventados neste momento de crise institucional

O Brasil, a crise generalizada e a inquietante atualidade de Oliveira Vianna

As teses do intelectual fluminense sobre nossas liberdades civis e políticas podem nos ensinar a “ler” melhor a situação crítica pela qual passamos, sobretudo porque subsiste em nosso “DNA civilizacional” um abismo entre as elites políticas e os cidadãos

“Deixai toda esperança, ó vós que entrais”: João Santana e a selva selvagem chamada Brasil

O que nós, brasileiros, esperamos? Tal pergunta, em meio à crise generalizada em que vivemos, é da ordem do dia. A figura do marqueteiro pode nos ajudar a refletir sobre isso

“O demônio vive nos detalhes”: A dificuldade probatória na Operação Lava Jato

Provar que investigados em casos de crimes complexos, tais como corrupção e lavagem de dinheiro, são, de fato, culpados é uma árdua tarefa. Este tipo de crime exige um adequado manejo das chamadas “provas indiretas”

Dilema vivido pela Europa está entre a “ordem da cidade” e a “ordem da tribo”

Para que a Europa continue a ser, apesar dos problemas recorrentes, um modelo de “mundo civilizado”, é necessário que tenha em vista a preservação da “ordem da cidade”

Roberto Campos, a “Nona Lei do Kafka” e a “Teoria Animista do Subdesenvolvimento”

A ironia e a inteligência afiada foram os traços definidores da personalidade de Roberto Campos, um dos mais destacados intelectuais brasileiros. Em “A Técnica e o Riso”, livro de 1966, a verve irônica fica patente

Para “intelligentsia coitadista”, a opção preferencial pela riqueza é ultrajante

Documento da Fundação Perseu Abramo sobre “percepções e valores políticos” nas periferias da cidade de São Paulo revela o incômodo dos pesquisadores com as inclinações “liberais” dos entrevistados

Dramatização de Marcos Fayad traz à tona toda a força metairônica de Daniil Kharms

Ao adaptar “Miniaturas Grotescas” para o teatro, diretor revela potencialidade do escritor russo, e o associa, de forma nem um pouco gratuita, à figura do mestre do Dadaísmo, Marcel Duchamp

Bauman, a modernidade e a metáfora da liquidez

O sociólogo morreu no dia 9 de janeiro, na Inglaterra, contando 91 anos de idade. Porém, popularizado por suas ideias, seu nome será lembrado ainda por longos anos