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O Popular supera o Diário da Manhã em volume de erros. É surpreendente

Na semana passada, durante três dias, verifiquei o número de erros, tanto factuais quanto de português, em algumas páginas dos jornais “Diário da Manhã” e em “O Popular”. Nas reportagens do “DM” há menos erros do que nas do “Pop” — o que é surpreendente. Antes era o contrário. O maior volume de erros do “DM” ocorre nos artigos de alguns de seus colaboradores. Devo publicar, em setembro, um comparativo dos erros. O “Pop” não cuida nem de sua galinha de ovos de ouro, a coluna “Giro”, que comete pelo menos quatro erros por dia. É que é inimaginável que o editor não consiga revisar uma coluna tão pequena.

Nosso maldito choro seletivo

Edmar Oliveira Especial para o Jornal Opção Uma breve autoanálise nos conduz a uma dura realidade: direcionamos nossos interesses e até nos deixamos levar pelo efeito manada em diversos assuntos. É claro que não escolhemos por quem ou pelo que chorar, comover. Nossas emoções são automáticas, assim como as reações aos mais diversos temas. Contudo, comparações e avaliação sincera nos levam a ampliar nosso olhar para além do nosso pequeno mundo. O choro, aqui, não é apenas verter lágrimas. É, acima de tudo, pensar sobre o que verdadeiramente consideramos importante além dos fatos do dia a dia e dos nossos interesses particulares. Nós choramos, xingamos e corremos para as sociais e manifestamos nossa indignação com a morte de leões no Zimbábue, como Cecil e Jericho, que eram irmãos e foram vítimas de caçadores em julho e agosto, respectivamente. Os tiros contra Cecil, disparados por um dentista americano, geraram comoção e protestos no mundo inteiro, sobretudo pelo exibicionismo do atirador e porque o animal era estudado por biólogos. No entanto, não nos importamos com a tragédia humanitária na África, de onde partem cerca de 600 mil migrantes ilegais por ano rumo à Europa e Estados Unidos, fugindo da miséria e de guerras. Boa parte vira escrava de traficantes e milhares, inclusive mulheres e crianças, morrem de fome, sede doentes ou enfrentando os horrores da travessia de florestas, desertos e no mar usando embarcações precárias. Só no Mar Mediterrâneo, 1.600 emigrantes morreram de janeiro a abril deste ano. E, dos que conseguem chegar ao destino, a maioria é deportada. Sírios e afegãos também se aventuram rumo a países da União Europeia. Na Europa, o governo italiano acusou a França de fechar as fronteiras pra impedir a entrada de refugiados africanos. Há 30 anos, um acordo abria as fronteiras entre os países europeus. Agora, na pior crise de refugiados depois da Segunda Guerra Mundial, a França decidiu fechar as dela. Na cidade italiana de Ventimiglia, imigrantes africanos estão sendo proibidos de atravessar para o lado francês. Dormem em cima de pedras. Rezam ali as orações muçulmanas e tomam banho no mar. Vieram da Etiópia, Eritreia, Senegal, Sudão e Somália. As Ilhas Canárias, da Espanha, também deportam refugiados. Por que não nos manifestamos nas redes sociais ou mesmo em frente às embaixadas de países que se recusam a aceita-los? Porque não os vemos nem ouvimos seu choro. Apenas o ouvimos o urrar dos leões. Os emigrantes são invisíveis e mudos. Choramos aos soluços, pomos as mãos na cabeça em desespero e quase entramos no caixão junto quando morre um cantor da nossa preferência. Foi assim com Cristiano Araújo e Leandro, que fazia dupla com o irmão Leonardo. Mais de 30 mil pessoas foram ao velório e sepultamento de Cristiano, morto em junho passado, e as manifestações nas redes sociais impressionaram o Brasil. A morte de Leandro, eu 1998, mais famoso, mobilizou cerca de 300 mil fãs. Em Dia de Finados, é grande a movimentação em torno do túmulo de Leandro, no cemitério Jardim das Palmeiras, em Goiânia. Sim, nós pensamos, choramos e ligamos para eles. Mas quem liga para os 160 mil trabalhadores escravos do Brasil? Há uma multidão na frente de palácios governamentais e nas redes sociais clamando socorro para essas pessoas? À margem da mínima condição humana, açoitados em sua dignidade por seus impiedosos algozes, feridos na alma pela indiferença das autoridades e da população, seguem absurdamente esquecidos. São mortos-vivos. Quem chora por eles? No Brasil, a escravatura vai desde trabalho forçado ou por dívidas, tráfico humano ou sexual até casamentos forçados, em que uma das partes é subserviente. É quando o trabalhador não consegue se desligar do patrão por fraude ou violência, quando é forçado a trabalhar contra sua vontade, quando é sujeito a condições desumanas de trabalho ou é obrigado a trabalhar tão intensamente que seu corpo não aguenta e sua vida pode ser colocada em risco. Trabalho escravo não é apenas desrespeito às leis trabalhistas ou problemas leves. É humilhação, é desumanidade, é, em muitas situações, um assassinato gradual. Por que não cobramos dos governos a execução abrangente do artigo 149 do Código Penal, que prevê cadeia para quem submete as pessoas ao trabalho escravo? Por que não vamos às redes sociais gritar por providências? Nós choramos, gritamos, pulamos e até abraçamos desconhecidos nos estádios de futebol quando nosso time é campeão. Muitas vezes a defesa apaixonada do nosso clube de coração vai para o bate-boca. Vamos para as redes sociais comemorar vitórias – e até empates -, levamos nossos filhos para fazê-los amar as nossas cores desde pequenos, assinamos TV fechada para ver os jogos. Sim, choramos e defendemos nosso clube com afinco. Segundo o último levantamento do IBGE, de 2010, o Brasil tem perto de 1,8 milhão de moradores de rua. Quem de nós se importa com eles? Será que já pensamos nos motivos que levou tanta gente para a sarjeta? Existem poucos estudos sobre moradores de ruas no Brasil. Sabe-se que o grupo de moradores de rua é bastante heterogêneo. São pessoas de várias idades e estados civis, vivendo sozinhas ou em família e morando nas ruas ou em abrigos improvisados. As principais causas que empurram tanta gente para as ruas são violência, dependência química, desemprego e condições de saúde, sobretudo transtornos mentais. Passam fome, sede, frio e enfrentam falta de remédios, a rejeição, o preconceito e são humilhados de várias formas. Até quando vamos ignorá-los? Choramos quando vemos cena comovente em filme. Triste ou feliz, o fato é que somos tomados por lágrimas, como se os atores fizessem parte da nossa vida. Por que não estendermos nossas lágrimas cinematográficas aos 24 mil crianças e adolescentes que estão nas ruas do país? Por que não nos importamos com eles? Por que não pressionamos os governos e auxiliamos entidades que assistem nossos menores abandonados? Porque é cômodo não agir, virar o rosto para essa tragédia. A maior parte dos que estão nas ruas são vítimas de lares desajustados, de abusos de toda sorte (inclusive sexual). Ao relento, partem para o furto e roubo e buscam alívio no crack, que mata pelo uso e o não pagamento aos traficantes. Quem de nós pode dizer que ao menos já pensou na situação dos meninos e meninas de rua? Por que não choramos por eles? Nós choramos e enfrentamos grande luto quando morre o nosso cãozinho. Sentimos demais, pois era um membro da família. Mas não pensamos na criminosa superlotação das delegacias e presídios brasileiros, verdadeiras fábricas de monstros, em que 238 mil presos, 40%, são provisórios. Com déficit de 244 mil vagas, existem mais de 600 mil presos no país, e é ingenuidade pensar que isto não é problema nosso. Há superlotação em todas as unidades da federação. A média no país é de 66%. Tem de tudo nas cadeias: drogas, armas, celulares. E pancadaria, estupro e assassinatos são comuns. Muitos viram zumbis e todos têm potencial para sair dos presídios muito piores do que quando entraram. Por que não cobramos os devidos investimentos dos poderes executivo e judiciário? Por que não usamos as redes sociais para extravasar nossa indignação? Há um ano, quatro presos foram mortos durante rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel, no oeste do Paraná. Os detentos foram espancados, amarrados e arremessados do telhado da penitenciária. Eles caíram de uma altura de 15 metros. Dois deles foram decapitados na frente de multidão atônita e câmeras de TV. No país afora, presas são humilhadas em revistas íntimas. Será mesmo que não temos nada com isso? Por que não choramos por essa tragédia? Edmar Oliveira, jornalista, é colaborador do Jornal Opção.

Fotógrafo da editora Globo morre aos 47 anos. Marcelo Min era um profissional multimídia

Editor da revista Época e a jornalista e escritora Eliane Brum dizem que era um repórter-fotográfico altamente gabaritado

Luis Nassif processa ministro do Supremo Tribunal Federal que o processou

Gilmar Mendes sugeriu que blog de Nassif, “financiado por dinheiro público”, teria sido “criado para atacar adversários e inimigos políticos”

Fabiana Pulcineli estaria se preparando para estudar Direito. Amigos dizem que planeja ser promotora

Vários jornalistas estão migrando para a área de Direito com o objetivo de fazer concurso público. A próxima deve ser Fabiana Pulcineli, que, sentindo-se esvaziada na redação de “O Popular”, confidenciou a colegas que está se preparando para ingressar numa faculdade de Direito. O objetivo de Fabiana Pulcineli, como de vários outros jornalistas, é prestar concurso para promotor ou juiz. Amigos dizem que a profissional tem mais vocação para ser promotora de justiça do que jornalista.

Nova Fronteira lança todos os contos de Machado de Assis

O maior prosador brasileiro pode ser lido numa coletânea que inclui todos os seus contos

Depressão afastou Ricardo Boechat da BandNews FM e da TV Bandeirantes. Ele voltou ao trabalho

O jornalista disse que não vai esconder sua doença e nem vai se tratar de maneira clandestina

Marco Feliciano, o deputado anti-gay, processa o site Sensacionalista. Mas perde a ação

O juiz Raimundo da Costa Neto diz que censurar o site é ferir a liberdade de expressão

Acusados de matar jornalista goiano são condenados à prisão. Mais de 20 anos de cadeia

Lucas Cardoso Fortuna foi assaltado e assassinado numa praia de Pernambucano

Morre mulher que gerou imagem icônica sobre o 11 de Setembro de 2001

Marcy Borders tinha câncer de estômago e morreu aos 42 anos Guerras e atentados produzem fotografias icônicas. Uma das mais célebres é a da menina queimada por napalm no Vietnã. A imagem fortaleceu a ideia de que se tratava, como de fato era, uma guerra perdida para os Estados Unidos. O atentado da al-Qaeda contra o World Trade Center, em setembro de 2001, nos Estados Unidos, gerou uma imagem que foi divulgada nos principais jornais e emissoras de televisão de todo o mundo: Marcy Borders aparece coberta de poeira. A fantasmagórica foto, que não permitia a identificação da bela jovem, tornou-a conhecida como “The Dust Lady” (Lady Poeira). Na segunda-feira, 24, a família revelou que Marcy Borders morreu de câncer no estômago, aos 42 anos. Marcy Borders dizia acreditar que a inalação de poeira era responsável pelo câncer. Depois de 2001, abalada emocionalmente, a jovem sofreu de alcoolismo, usou drogas e teve depressão. “Ela sucumbiu às doenças que atacaram seu corpo depois do 11 de Setembro. Além de perder muitos amigos e colegas naquele dia e nos dias seguintes, as dores encontraram uma maneira de ressurgir”, diz John Borders, seu primo, à BBC. Em 2001, com 28 anos, Marcy Borders trabalhava no Bank of America. No momento do acidente, seu chefe disse-lhe para não sair da sala, no 81º andar da torre norte. Mas a jovem decidiu escapar pela escada e sobreviveu.

Aguinaldo Coelho deixou Superintendência de Cultura porque não articula lobby e não é alpinista social

A decência de Aguinaldo Coelho, assim como seu respeito às leis, incomoda muito

Escritor de 20 anos lança livro muito bem urdido sobre pastor homossexual

[caption id="attachment_43479" align="alignleft" width="250"]Romance de Gustavo Magnani surpreende pela qualidade e, dada a temática, tende a se tornar best seller | Divulgação Romance de Gustavo Magnani surpreende pela qualidade e, dada a temática, tende a se tornar best seller | Divulgação[/caption] O prosador cubano Reinaldo Arenas (1943-1990) escreveu um livro, “Antes Que Anoiteça”, que surpreende pela crueza da narrativa e da história. É um relato da vida homossexual em Cuba, durante parte da ditadura da dinastia de Fidel Castro. Leitores de estômago fraco certamente não terão ânimo para frequentar as páginas de uma obra verdadeira e sem concessões ao moralismo. As histórias, descritas com rara perspicácia, sugerem que a sexualidade é muito mais complexa do que explicitam as categorias rígidas criadas pela cultura. As fronteiras entre a homossexualidade e a heterossexualidade, que parecem tão distantes e conflitantes, às vezes são mais tênues do que imagina nossa vã filosofia. A curiosidade e o prazer sexuais são exibidos com tanta vivacidade por Reinaldo Arenas, autor admirado pelo crítico Harold Bloom, que, ao ler a história, é como estivéssemos presenciando um strip-tease das profundezas da alma, uma devassa não apenas dos corpos dos homens. O escritor brasileiro Gustavo Magnani publicou um romance que tende a se tornar best seller — tanto pela temática, a conexão entre homossexualidade e religião, especificamente a evangélica, quanto pela qualidade de sua escrita. “Ovelha — Memórias de um Pastor Gay” surpreende pela narrativa precisa de um mundo complexo, ao qual não se deve adentrar com as limitações dos preconceitos (que não servem nem para seus combatentes) de variados matizes, e pela apresentação de um comportamento de maneira (quase) antropológica. O pastor gay é apresentado, sua vida é dissecada, mas o autor evita a rigidez dos julgamentos morais. Os julgamentos ficam por conta dos leitores — se quiserem fazê-los. O autor fornece os elementos para a leitura, ou melhor, leituras. Surpreende, pelo texto seguro e pela arquitetura sem fissuras, que Gustavo Magnani [foto acima, do arquivo do autor] tenha apenas 20 anos. Sua prosa é de autor maduro. Seu talento lembra o do escritor francês Raymond Radiguet. Já a percepção acurada da vida de um homem complexo e complicado, um homossexual religioso (até fanático), lembra a narrativa de “Antes Que Anoiteça”. O romance é, ao mesmo tempo, um “retrato” da realidade e literatura. Realidade e imaginação imbricadas. O romance, que possivelmente vai ganhar as livrarias de outros países e as telas dos cinemas, é menos sensacionalista do que insinua. Diria que é uma odisseia profusa e profundamente humana — até nos delírios do personagem — e um registro de como nós, homens, somos sofridos, variados e, portanto, difíceis de apreender por interpretações estreitas. Trecho do livro de Gustavo Magnani Despedida Não é, senhor, o último capítulo. Falhei talvez em entregar uma história de blasfêmia e ofensa: eu aqui — completamente nu, entregue e verdadeiro. Já não sei quem é o senhor e isso pouco me importa, não sei também o que dirão dessa carta de suicídio prolongada; de um ser que aos poucos morreu, mas que viveu, não direito, mas intensamente. Ainda uso aquela túnica, mas ninguém montou em mim. Talvez seja este meu último desejo: apenas um buraco na terra, insetos em volta do caixão e um esqueleto que acompanha o movimento do mundo: em eterna decomposição. Senhor, até nunca.

Livro sugere que o homem, um super-predador, pode ser o responsável pela sexta extinção

[caption id="attachment_43474" align="alignleft" width="250"]Um livro devastador e imprescindível sobre o que nós, homens, estamos fazendo com as demais espécies | Divulgação Um livro devastador e imprescindível sobre o que nós, homens, estamos fazendo com as demais espécies | Divulgação[/caption] Em nome do progresso e, às vezes, por puro prazer, os homens arrancam árvores — sem se importar com as vidas de outras espécies — e matam variadas espécies. Recen­temente, o dentista americano Walter James Palmer exibiu-se na internet ao lado de um leão, Cecil, que havia matado, no Zimbábue. Porém o que parece um caso isolado, produto de exibicionismo proporcionado pela força do dólar, não o é. Elizabeth Kolbert, especialista em jornalismo científico, escreveu um livro imprescindível, “A Sexta Extinção — Uma História Não Natural” (Intrínseca, 336 páginas, tradução de Mauro Pinheiro). Ga­nhou o respeitado prêmio Pulitzer. Depois de cinco extinções, como a dos dinossauros, a mais divulgada pela mídia, enfrenta-se agora o que os cientistas chamam de “a sexta extinção”. Elizaberth Kolbert, que colheu depoimentos de cientistas e leu dezenas de livros e pesquisas, conclui que será (está sendo) a mais devastadora de todas. Se os dinossauros foram dizimados por um asteroide, nós, homens, seremos os responsáveis pelo próximo apocalipse. A população humana cresce, exige que árvores sejam cortadas — para melhorar a mobilidade urbana e quase todos aparecem alegremente aplaudindo, ignorando que a Terra não pertence apenas aos seres humanos — e que mais animais sejam extintos. Uma onça apareceu recentemene em chácaras localizadas entre Senador Canedo e Bela Vista de Goiás e teria atacado um potro e uma cachorra. Logo será morta por um chacareiro. O que está acontecendo? Os homens estão ocupando mais espaço e destruindo o habitat tanto da onça quanto dos animais que ela preda. Os campos cada vez mais estão se tornando cidades. Ao examinar 12 espécies, entre desaparecidas e em processo de extinção, Elizabeth Kolbert conclui que, apesar da insensibilidade geral — o progresso não pode ser contido e é preciso alimentar os homens —, centenas de animais foram extintos e estão em fase de extinção. Enquanto abrimos mais espaço para nós, para viver e comer, destruímos outros animais. A pesquisadora aposta que, se não houver uma ruptura — e dificilmente haverá —, a sexta extinção será “o legado final da humanidade”. Ser humano é pensar exclusivamente nos seres humanos? No livro “Cachorros de Palha”, o filósofo britânico John Gray discute a questão de maneira crítica, localizando a ideia que transformou o homem em Deus. A “Veja” divulgou no seu portal o resultado de um estudo divulgado pela revista “Science” na sexta-feira, 21. “Os humanos são uma espécie única de ‘super-predadores’, com uma eficiência que ultrapassa todas as regras do mundo animal. Matamos outros bichos em uma taxa até 14 vezes superior a outras espécies caçadoras.” Os pesquisadores estudaram 2.215 carnívoros marinhos e terrestres. “Descobriram que os homens caçam populações adultas que estão no topo da cadeia alimentar, como ursos ou leões, em uma taxa nove vezes maior do que fazem esse animais. Entre as espécies marinhas, a taxa é 14 vezes maior”, registra a “Veja”. A pesquisa sugere que “o mais impressionante no comportamento humano é que costumamos matar animais adultos, diferente do que acontece em todo o reino animal, que prefere presas jovens (e mais fáceis de abater). Os peixes consomem apenas 1% de bichos adultos. Os homens são capazes de fazer isso porque desenvolveram técnicas sofisticadas de caça, que promovem ganho máximo e custos mínimos”. Os ataques intensos, sem escapatória — as armas são cada vez mais precisas —, geram “taxas de extinção elevadas”, pois eliminam “bichos que estão no auge da época reprodutiva. Esse modo de caçar contribui para desequilíbrios ambientais e distúrbios na evolução de algumas espécies, como o incentivo a seu tamanho reduzido, o que é verificado em alguns peixes”. Os cientistas sugerem que o homem se tornou um “insustentável super-predador”. “Em vez de garantir a sobrevivência das espécies que caça, ele acaba com as presas e, em consequência, com a própria alimentação.” Há uma saída? “Entre as alternativas para que” a humanidade “seja um predador ecologicamente mais eficiente, os autores” da pesquisa “sugerem que os homens observem os caçadores naturais e imitem sua maneira de agir”. Porém, se somos os donos da Terra, deuses que substituíram Deus, mesmo quando religiosos, por que mudaremos? Talvez para sobreviver. Poderíamos começar arrancando menos árvores nas cidades.

Filósofo britânico Roger Scruton sugere que o conservador é o verdadeiro progressista

[caption id="attachment_43470" align="alignleft" width="250"]Os conservadores são em geral os principais apóstolos de uma sociedade moderna e aberta | Divulgação Os conservadores são em geral
os principais apóstolos de
uma sociedade moderna e aberta | Divulgação[/caption] Dada a ditadura de 1964, dirigida tanto por militares quanto por civis (criaram todo o escopo institucional, fazendário e de planejamento do regime), tende-se, ao menos no Bra­sil, a se confundir “monstros” re­pres­sores com liberais e conservadores. Todo aquele que não é de es­querda se tornou sinônimo de reaci­o­nário e, sobretudo, contrário à melhoria das condições sociais. Noutras palavras, estamos falando de verdadeiros “monstros”. Na verdade, ao contrário do que tradicionalmente se pensa, um conservador às vezes, ou quase sempre, é mais “progressista” (termo excessivamente contaminado pela ausência de debates mais abertos) do que esquerdistas. O filósofo britânico Roger Scruton, apreciador e comentarista dos bons vinhos, escreveu dois livros que são fundamentais para que os leitores tenham uma compreensão abrangente do que é ser conservador. Os que querem elementos — ideias — para se contrapor à esterilidade de alguns discursos da esquerda, sempre hegemônica mesmo quando está por baixo, como agora, devem consultar, apreciando a argumentação bem fundamentada e um texto delicioso e às vezes mordaz, duas obras de Roger Scruton: “Como Ser um Conserva­dor” (Record, 294 páginas, tradução de Bruno Garschagen) e “O Que É Conservadorismo” (É Realizações, 328 páginas, tradução de Guilherme Ferreira Araújo). Lidos os livros, o leitor, se conservador, vai perder o receio de se apresentar como “conservador”. Porque vai descobrir que os conservadores são responsáveis, em larga medida, pelo avanço da sociedade, do mundo.

Luta contra Netflix e WhatsApp indica que Berzoini deveria ser estudado por paleontólogos

A boa intenção do ministro das Comunicações só é ruim para os usuários  Políticos maldosos costumam sugerir, ao menos nos bastidores, que o ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini (apontado como um sujeito radical, mas sério), é um dinossauro — só não dizem se tiranossauro rex ou spinossaurus (espinossauro). As ideias do petista são sempre modernas — se estivéssemos no século 18. Não à toa há quem, dentro do próprio governo, o apresente como “a vanguarda do atraso”. Fernando Collor, quando presidente, ousou chamar os automóveis brasileiros pelo nome verdadeiro — carroças motorizadas. Suas palavras (e ações), um retrato preciso da realidade, provocou duas mudanças. Primeiro, contribuíram para abrir as portas aos veículos produzidos no Japão, França, Alemanha, Suécia e Coreia do Sul. Logo os brasileiros descobriram que, pelo menos na questão dos carros, Collor dissera a verdade. Segundo, o fim da reserva de mercado — convém lembrar que a reserva de mercado na área de informática foi um desastre — obrigou as empresas que estavam instaladas no Brasil, como Volkswagen, Ford, Chevrolet e Fiat, a transformarem suas carroças em automóveis de fato. A concorrência, que possibilita ao consumidor fazer suas escolhas, melhorou o produto dito nacional. Inspirando-se quem sabe no Policarpo Quaresma do romance de Lima Barreto, Ricardo Berzoini agora “implicou” com a Netflix e o WhatsApp. Os brasileiros apreciam séries e filmes da Netflix e a comunicação proporcionada pelo WhatsApp. Mas o ministro, aparen­temente usando a lógica, sublinha que os serviços de ambos — conhecidos como “Over the Top” — prejudicam as operadoras de telefonias instaladas no país. A lógica parece ser certeira: as empresas de telefonia, mesmo oferecendo serviços caros e de último mundo, geram empregos e, fundamental para o governo, pagam impostos. Ricardo Berzoini propõe a regulação dos serviços de internet, so­bre­tudo aquele que “competem com os serviços de telecomunica­ções regulados pela legislação bra­si­lei­ra”, relata a Agência Câmara Notícias. O ministro frisa que é necessário resolver o que chama de “‘assimetrias regulatórias e tributárias’ e dar ‘tratamento equânime’ aos serviços de telecomunicações e os serviços chamados Over the Top (como Skype, Netflix, YouTube e WhatsApp)”. Puro palavrório pueril. Talvez seja o momento de a presidente Dilma Rousseff, uma mulher moderna — que, como muitos políticos, aprecia “House of Cards” —, contratar um paleontólogo para “cuidar” de Ricardo Berzoini.